Saí em busca de Caroline, conseguia ouvi-la chorando, e ela não estava sozinha. Me assustava pensar que alguém podia estar fazendo mal a ela. Seu choro vinha da floresta, segui o som até que a encontrei, toda machucada, com balas de madeira pelo corpo, ela havia perdido muito sangue. Quando fui ajuda-la a se levantar, senti alguém vindo por trás de mim, logo soube quem era: Marcellus, ou apenas Marcel, meu maior inimigo em Nova Orleans. Ela havia usado Caroline para chegar até mim, com certeza estava me vigiando há algum tempo.
Séculos atrás Marcel era meu melhor amigo, até que se apaixonou por minha irmã, Rebekah. Como eu não acreditava no amor, e muito menos que minha irmã poderia um dia ama-lo, dei uma chance para ele escolher a coisa certa, continuar do meu lado e esquecer minha irmã, mas ele escolheu se virar contra mim. Desde então, nos tornamos inimigos. Uma luta entre Marcel e eu nunca seria justa, ele nunca seria tão forte a ponto de vencer, aliás, eu não posso morrer, e ele sabia disso. Mas gostava de me provocar, e sabia que usar Caroline me deixaria muito, mas muito irritado.
Fui para cima de Marcel, travamos uma briga épica, e quando eu estava prestes a mata-lo, lembrei de quando o conheci, um menino, filho de uma família pobre, que viu seus pais serem assassinados a sangue frio, que me pediu para transforma-lo, que se tornou o meu melhor e único amigo. Parei imediatamente o que estava fazendo.

_Você sabe que eu nunca conseguiria mata-lo, eu nunca mataria o menino que tratei como se fosse meu filho.

_Você é um covarde Klaus!

Num impulso, quebrei seu pescoço, não iria mata-lo definitivamente, mas me daria algum tempo para tirar Caroline de lá.
Carreguei Caroline no colo até chegar em sua casa. Mais uma vez me via na situação de deita-la em sua cama, mas dessa vez, ela estava fraca, precisava que eu fizesse alguma coisa. Sem pensar duas vezes, sentei-me do seu lado na cama, mordi meu pulso e alimentei-a com meu sangue. Ela precisava de sangue. Ela precisava do meu sangue. Caroline bebeu meu sangue até se sentir melhor, e me olhou nos olhos e me agradeceu.

_Klaus, quem era aquele? Por que ele fez isso comigo? -ela me perguntou-

_Me desculpa love, ele fez isso porque queria me atingir. -respondi-

Contei para ela toda a história sobre Marcel, sobre como ele me odiava por ter tirado Rebekah dele.

_ Mas por que você não o deixou ficar com ela? -ela me perguntou-

_Porque pensei que mais uma vez Rebekah estava encantada por alguém e que logo se cansaria dele, eu não poderia deixar minha irmã simplesmente quebrar o coração daquele que era meu melhor amigo. Anos depois descobri que Rebekah o amava de verdade, mas já era tarde, éramos inimigos mortais, nunca deixaria Rebekah se envolver com um inimigo, e ela sempre me obedeceu. - respondi-

_E eles ainda se amam? -mais uma vez ela me perguntou-

_Um amor de verdade nunca deixa de existir, eles apenas aprenderam a viver um sem o outro. -respondi-

_Você fala do amor verdadeiro como se o conhecesse.. -ela disse, me olhando nos olhos-

_E eu o conheço Caroline. -respondi-

Lhe dei um beijo na testa e me levantei, eu iria embora para deixa-la descansar e recuperar suas forças. Mas algo me impediu, Caroline segurou minha mão, meu coração acelerou, como quando a vi em minha casa.

_Fica aqui comigo? Naquele dia eu acordei e só vi seu bilhete. Quero que você fique do meu lado. -ela me disse-

Eu não acreditei no que estava ouvindo, minha amada pediu para que eu dormisse ali, ao seu lado.

_Não acho que devo, love. Por mais que Tyler esteja fora da cidade por um tempo, você ainda é namorada dele. Não é certo que eu durma aqui. -respondi-

_Mas não vamos fazer nada, apenas dormir. Por favor, não me deixe sozinha, eu estou com medo. -ela disse, me abraçando-

Estremeci com o abraço de Caroline, e não resisti, aceitei ficar ali do lado dela, afinal, não poderia arriscar que algo acontecesse com ela novamente.
Deitei ao seu lado e ela se aninhou em mim, como se precisasse estar bem perto para sentir-se protegida, assim nós dormimos. Meu sonho de passar a noite ao lado de minha amada estava sendo real, eu estava ali, protegendo-a, sentindo seu toque enquanto dormia.

A manhã chegou, eu já havia acordado, e estava ali admirando a beleza de Caroline, acariciando seu rosto. Ela acordou, sorrindo ao me ver ao seu lado.

_Bom dia Klaus! Obrigada por ter ficado aqui. -disse com um sorriso-

_Não precisa agradecer sweet, estou do seu lado sempre que precisar. -respondi-

Escutamos um barulho, era a mãe de Caroline acordando.

_Você tem que ir, minha mãe não pode te ver aqui. E eu tenho que me arrumar para o colégio. -ela disse-

_Tudo bem, já vou.. Até mais love! -respondi-

Me despedi dela com um beijo no rosto e fui embora, mais alegre do que nunca, nada poderia estragar meu dia. Até que me lembrei que naquela noite iria ter o baile de meu irmão Elijah, logo tive uma ideia, e segui em frente para pôr meu plano em prática.