Asha explicou que suas auras deviam pertencer a espíritos muito poderosos, assim como os deles, pois eles foram os únicos que mostraram uma cor de nível mais elevado durante o surgimento de seus poderes. Também disse que o espírito sempre se apresenta para o dono durante sua primeira manifestação, além de que com o passar do tempo isso seria mais rotineiro já que precisariam conhecer um ao outro cada vez melhor de modo que suas ligações ficassem mais fortes.

– Porque você não começa, jovem mago? – disse Asha olhando para Philip – Fiquei sabendo de suas ações hoje no momento em que estavam separados de seu professor. Parabéns!

Philip ficou envergonhado com o elogio da professora por alguns segundos até que conseguiu se recompor novamente.

– Eu sou Philip, aluno da turma de magia do professor Rafael! Recentemente descobri que meu espírito se chama Poseidon, o rei dos mares, então acredito que eu possa controlar a água.

O jovem aluno aprecia muito entusiasmado e para Asha fazia muito sentido, visto que seu espírito era realmente muito poderoso, até mesmo Lara e Guilherme que olhavam impressionados sabiam disso.

– Muito interessante, Philip. Continue treinando e fortalecendo seu espírito, pois quanto mais estiverem conectados, melhor será o resultado de suas batalhas.

E então seus olhares voltaram-se para sua aluna favorita da turma de estrategistas.

– Lara, – disse a professora – você foi excepcional, como sempre. Aposto que seu espírito deve ser igualmente forte.

Lara respondeu fazendo um sinal positivo com a cabeça.

– Sim! Meu nome é Asha, aluna da turma de estratégias e princesa do reino de Outrora. Meu espírito se chama Ártemis, deusa da vida selvagem e da caça.

– Muito bem! Espero que vocês duas se deem bem – disse Asha sorrindo e continuou olhando para Guilherme – Agora... Você jovem rapaz. Apesar de ainda estar um pouco confuso com tudo o que passou, acredito que já saiba mais ou menos o que fez.

Guilherme respondeu positivamente e respondendo ao pedido de Asha, se apresentou.

– Meu nome é Guilherme, aluno da turma de combate do professor Túlius. Meu espirito é... Bem... Eu não sei quem é meu espírito no momento...

Asha pareceu não entender, pois como já havia dito anteriormente, todos deviam conhecer seus espíritos no mesmo instante em que fossem manifestados.

– Faz sentido. – disse Asha – Segundo seus amigos, você desmaiou depois de manifestar seu espírito e lutar contra aquele dragão. Acredito que isso tenha acontecido devido ao fato de você não ter conseguido suportar a força do mesmo, talvez por você ser fraco demais ou talvez por ele ser forte demais – disse rindo.

Guilherme contou a mesma história que havia contado a Lara e Philip para a professora que ouviu cada detalhe atentamente e chegou a conclusão de que a culpa realmente não fora de Guilherme mas sim de seu espírito.

– Algo muito diferente do que já vi aconteceu com você hoje – disse Asha para Guilherme – e isso pode ser algo que nos ajude no futuro.

Philip, Lara e Guilherme ficaram sabendo do espírito de Tarso, o qual segundo a professora possuía o espírito de Hades, o deus da morte e um dos mais fortes no mundo das trevas. Apesar de tarso não ter escutado essas palavras, a professora achava bem provável de que ele já soubesse disso, até mesmo pelo fato de já ter conversado com ele a respeito das escolhas que teria de fazer.

Rafael acabara de curar Túlius, o qual era o último a ser tratado, logo todos estariam prontos a voltar para a cidade.

Todos se reuniram. Os professores ainda lideravam a frente onde logo atrás estavam nossos três amigos e Tarso, um tanto sério e pensativo como sempre. Apesar de terem passado por muitos desafios, tudo estaria acabado assim que passassem pelo portal que Rafael criava diante deles. Descobriram muitas coisas e também perceberam ser capazes de muitas coisas, o que explicava muito bem a feição de satisfação que predominava em seus rostos. Os alunos se reuniam e conversavam entusiasmados e para nossos três professores a missão havia sido um sucesso, apesar dos contratempos, no entanto, algo que foi necessário para conhecerem seus novos alunos mais apropriadamente. Gabriel reencontrara um velho “amigo”, o qual mesmo não sendo muito confiável ainda tinha esperanças de recuperá-lo. Túlius caçou seus dragões como queria e Asha aprendeu muito mais naquele dia com seus alunos do que com outras turmas.

O portal se abria e revelava o sol, que diferente do que estava na floresta, este parecia brilhar de uma forma diferente, até mesmo mais revigorante segundo Philip. Todos saíam, uns correndo, outros apenas caminhando, pois não havia mais o que temer... O primeiro desafio de suas vidas foi superado!