Crazy Stupid Love escrita por brendamoreira


Capítulo 1
Capítulo 1




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- Tem certeza que quer continuar? – Perguntei, indeciso, observando-a virar mais uma dose.

Ela apenas reagiu revirando os olhos, fazendo sinal com as mãos para o barmen pedindo mais whiskey e sorrindo de maneira não-Hermione-Granger.

Ah merda.

Eu não estava bêbado, pelo menos não como minha melhor amiga. No começo eu incentivava. Quer dizer, a idéia de ficarmos porres havia sido minha, no ápice de uma empolgação adolescente. Só agora eu via que o problema todo é que – parabéns por perceber, Potter – eu e ela éramos adultos, com 26 anos, não havia nenhuma energia juvenil em dois amigos bêbados de firewhiskey.

E quem cuidaria dela, caso acontecesse alguma coisa?

Pois então, lá estava eu, começando a ficar sóbrio, apesar das idéias absurdas que me passavam pela cabeça e a forma como eu geralmente – sem perceber – as dizia em voz alta.

Hermione tinha a maçã de seu rosto vermelha, os cabelos um pouco bagunçados, seus olhos pareciam maiores e mais brilhantes que o normal e ela era a expressão mais clara da espontaneidade.

- No que está pensando, Potter? – Ela me perguntara, abrindo um sorriso alegre, antes de me oferecer o firewhiskey recém trazido pelo garçom.

- Que você está me escondendo alguma coisa... – Falei, seguro, analisando sua mudança de expressão.

De uma hora pra outra ela ficara séria.

Eu sabia que ela estava me escondendo algo desde o começo. Havia algo ali na tentativa de se afogar em álcool, como se realmente gostasse, quando no fundo eu sabia que Hermione Granger repugnava ressaca, porres e a falta de autocontrole.

- O que houve? – Pressionei-a, com a voz suave, enquanto terminava meu copo.

E por Merlin, mal conseguia sentir o whiskey esquentar!

Ela ponderou por alguns segundos, mordendo seu lábio inferior de uma forma tão natural, que eu me perguntei se eram tão macios quanto aparentavam. Quer dizer, deixa pra lá...

- Terminei com o Vítor... – Dissera, com a voz calma.

Franzi meu cenho automaticamente e quando ia dizer alguma coisa, ela me cortou.

- Já parou pra pensar em almas gêmeas e todo esse papo?

- Quê? – Foi minha melhor reação.

- Almas gêmeas, Harry. – Ela repetiu, como se estivesse me explicando pela primeira vez o que isto significava. – Amor. Esse tipo de coisa. – Respirou fundo, sem desviar o olhar do meu. – Já parou pra pensar?

- Hã, é, às vezes... – Comecei, confuso com a conversa. Eu queria saber como o namoro havia terminado, ou porque ela havia terminado ou se ela estava machucada, se o imbecil do Krum se aproveitara dela, mas me contive. – Por que a pergunta?

- É só que... Ele era legal, sabe, um cara realmente legal, do tipo pra casar... – Ela iniciou, falando como uma psicóloga, quase não parecendo a bêbada que segundos atrás apenas sorria pra mim. – Assim como Ron... Ou simas... Ou qualquer outro cara com quem eu terminei. E eu nem sei explicar direito porque terminei. Só senti que não queria aquele futuro, que não fazia sentido passar o resto da minha vida com qualquer um deles... vai ver o amor não existe, não é?

Eu ri, aos poucos, entendendo onde ela queria chegar.

- Isso é normal, Herms, e é claro que a Srta. Ainda vai conhecer algum babaca que valha a pena.

- perdão, por que ele precisa ser babaca mesmo? – Ela questionara, com cinismo.

- Porque todos são.

- Tsc tsc tsc, Potter Potter... Você sente ciúmes.

- Inegavelmente, Srta. – Assumo, como se fosse um assunto banal. – Mas falando sério, Herms, você vai encontrar esse cara que a faça feliz, e com quem você queira ficar pro resto da sua vida. É uma questão de tempo.

- E quem disse que eu quero? – Ela falara, dando um gole minúsculo em seu copo. – Estar apaixonada por alguém deve ser chato. – argumentou, inocente.

- Espera aí... – Comecei, com uma expressão um pouco alarmada. –Deve ser? Nunca esteve apaixonada por ninguém?

- Uma vez achei que estivesse, mas percebi que era besteira.

- Por quem?

- Não vem ao caso.

- Por quem? – Repeti, curioso.

Provavelmente pelo Ron, é claro. Hermione parecia gostar de caras com quem possuía alguma química hostil.

-Você. – Ela falara, com a voz delicada.

Meu coração começou a bater mais forte, como um louco, e eu realmente comecei a me considerar tão retardado quanto de fato era. Por Merlin, não tínhamos mais 15 anos! Mas eu sentia como se fosse um adolescente confuso.

As palavras de surpresa se contiveram em minha garganta por alguns segundos e a primeira coisa que consegui pronunciar foi:

- Sério?

Ela riu, antes de virar mais um copo, como se só pudesse continuar a conversa com aquela dose de coragem. Não que ela parecesse ou fosse medrosa.

E logo após virar o whiskey, seu corpo tendeu um pouco para trás no banco, fazendo-me segurá-la pelo braço, com medo que ela caísse.

- Ei. – Chamei-a, sério, com preocupação. – Tudo bem?

- Pra deixar claro: eu não ia cair, ok? – Ela mentiu, fingindo uma expressão sarcástica. – Eu só fingi me desequilibrar... – Voltou a dizer, segura. – foi tudo um teste, Potter, tsc tsc tsc...

Balancei minha cabeça, rindo da forma como ela ainda parecia tremendamente responsável, mesmo estando porre.

- Então... – falei, com um olhar inquisitor.

- Que foi?

- Não fuja do assunto, Srta. Granger. – Exigi, arrogante.

- Que assunto?

- Aquele em que você contou que um dia foi apaixonada por mim.

- ah,isso.– Ela afirmou, com grande indiferença na pronuncia. Como se falasse, ah isso, essa coisa insignificante. – Mas como eu mesma disse, percebi que era besteira.

- Por quê? – A pergunta fugiu da minha boca tão rápido, que não pude elaborar uma reação inteligente.

- Porque éramos/somos amigos. – Respondera, com uma expressão boba, fitando algo em meu rosto. – Ei, uma tequila! – Ela pediu, olhando para o barmen sarado/tatuado, que me fazia parecer um mosquito em ascenção.Filho da puta.– Eu nunca tomei tequila antes. – Confidenciou-me, sentando-se um pouco mais perto de mim. – Sempre quis provar tequila, sabe... E como eu realmente acho que não vá ter outro porre tão grande quanto esse, melhor aproveitar. JátomoutequilaHarry? – Ela pronunciara tão rápido, que tive que focar meu cérebro para desconcentrar as palavras.

- Provavelmente já, anos atrás e... Como assim porque somos amigos?

- Hã? – Murmurou, confusa, e logo em seguida pareceu entender de que assunto eu falava. – Por Merlin, Harry, isso faz tanto tempo..!

Eu sentia o desespero tomando conta de cada poro do meu corpo, embora não soubesse a razão.

- E depois?

- Depois o quê? – Ela murmurou, cínica, como se houvesse esquecido-se do que falávamos.

- Deixa pra lá. – Reagi, frustrado, baixando meus olhos em direção as tequilas que ela pedira, e virara uma. – E o que eu te fazia sentir?

- Não lembro muito, mas imagino que me fizesse sentir coisas bobas.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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