Pov Stephannie

– Phannie, Phannie acorda... - senti uma mão em mim me balançando.

– Só mais cinco minutinhos... - pedi sonolenta ainda de olhos fechados.

– Phannie, seu agente esta ai e quer conversar com você. Levanta princesa... - Abri meus olhos e as orbitas verdes de meu pai me observavam ternos.

– Papai?! - Estranhei ele ter vindo me acordar. Meu pai e minha mãe viviam trabalhando, quase não tinham tempo para ficarem comigo, mas sempre que o podiam, faziam.

– Bom dia minha princesa. - Meu pai falou e me abraçou.

Retribui o gesto.

– Desculpa meu amor ter ficado tantos dias longe de você. Espero que Vitor tenha cuidado bem da minha pérola. - meu pai disse.

– Ele tem cuidado papai. - falei.

Meus pais tinham ficado três semanas longe. Estavam viajando para divulgar um filme novo de minha mãe.

Durante essas três semanas, eu fiquei só com a governanta, a senhora Jones, e com Vitor, quando eu precisava sair. Mas, passei a maior parte do tempo em casa, então pedi para Vitor não ficar aqui.

Não me levem a mal. Vitor é uma ótima companhia, mas eu tinha medo do que outros iriam dizer e do que Carter poderia pensar.

Carter era importante demais para mim, e pensar em ve-lo chateado comigo já me deixa-vá mal.

Durante essas três semanas ele veio aqui em casa umas quatro vezes. Mas, eu não sei, talvez fosse algo da minha cabeça, mas, Carter estava diferente comigo. Por exemplo, por mais próximos que sempre fomos, ele nunca tinha encostado em mim. Claro, abraços e cocegas não contam, mas estou falando no sentido de encostar de uma forma mais... Íntima. Carter tinha passado a mão em minha pele num dia em que havíamos ido para a piscina. Eu estava deitada na cadeira pegando sol, e ele do nada, começou a passar a mão pelos meus braços, subiu para meu pescoço e rosto, fazendo carinhos delicados. Depois suas mãos desceram pelas minhas costas fazendo leves caricias.

Eu não comentei nada com ninguém, mas achei estranho essa atitude dele.

Quando eu falava com ele, ele ficava olhando em meus olhos, como se olhando a minha alma, e seus olhos analisavam-me por inteira, como que querendo memorizar cada um de meus traços. E quando ele ia embora, ele me dava abraços extremamente apertados que quase me deixavam sem respirar. Parecia que ele não queria me deixar ou de alguma forma não queria me perder.

Mas, me perder para quem?

Carter era meu irmão mais velho, ele sabia do meu profundo amor por ele. Não havia motivos para esperar que eu o abandonasse.

Mas parecia que ele tinha medo.

Me arrumei após meu pai sair do quarto e fui pra bendita reunião. Meu agente estava na sala, com alguns papeis na mão.

Vitor estava ali, e pude ver do outro lado da sala que Carter também estava. Minha mãe se encontrava no sofá com meu pai, e quando me viu veio rápido ao meu encontro, me abraçando e dando um beijo em meu rosto.

– Minha gatinha, estava com tanta saudade de você. - ela disse enquanto me abraçava - Trouxe muitos presentes pra você, espero que goste. E ah, qual dos dois você escolheu pra ser seu namorado? Quero saber de tudo depois. - ela disse meio sussurrando, mas notei que os dois meninos na sala ouviram, pois me olharam no mesmo momento.

Senti minhas bochechas esquentarem.

– Mamãe! - repreendi-a e ela sorriu sem mostrar os dentes, deixando as dobrinhas dos lábios curvadas para cima e mostrando as leves covinhas.

Minha mãe era linda.

– Stephannie Damn Diamond, minha estrela. - Josh disse com o seu ar afeminado.

– Oi Josh - falei sem humor.

– Minha gatona, tenho uma boa notícia para você. - Ele disse batendo palminhas. Arqueei a sobrancelha esquerda para ele. - Você foi convidada para estrelas um filme independente, pela Paris Films, o filme se chama We Remain e...

– Calma Josh! - pedi me sentando.

Josh tinha o péssimo habito de despejar informações muito rápidas.

– Phannie, você vai estrelar um filme! - mamãe disse sentando ao meu lado sorrindo.

– Eu... Sobre o que é esse filme? - perguntei.

– É sobre uma menina que mora só com o pai, e o pai é ameaçado de morte, então o pai a esconde na casa de um amigo dele. Lá ela passa a maior parte do tempo só com o filho do amigo do pai dela, mas ela mantem contato com seu melhor amigo. Dai o pai dela é assassinado e ela se vê livre. Então ela já envolvida com o filho do amigo do pai dela, tem que se decidir se vai ficar com ele ou se vai realizar seu sonho e ir para uma grande viagem com seu melhor amigo. - Josh me deu o resumo.

– E quem vai atuar comigo? - curiosa? Eu.

– Para o papel de seu amigo, Carter Knight e para o filho do amigo de seu pai, Vitor Dobrev. - Ele disse apontando para cada um dos meninos.

Eu os olhei boquiabertas.

– Como assim?!

– O diretor do filme disse que vocês três formam um triângulo lindo, e que aposta em vocês para serem os próximos ídolos teens. Você vai aceitar né?! - Ele me perguntou fazendo sua melhor cara de cachorrinho caído da mudança.

Eu olhei pros meninos a minha frente e então para meus pais.

Minha mãe estava em extasse e meu pai, com um sorriso bobo de orgulho.

– Carter?! - olhei para ele e ele apenas assentiu. Seus olhos encontraram-se com os meus e eu senti um certo conforto.

– Vitor...- sussurrei e ele veio ao meu encontro, e me abraçou.

Encostei minha cabeça em seu peito, devido nossa diferença de altura.

Eles queriam que eu aceitasse.

Olhei para Josh e sorri.

– Sim, eu aceito! - falei e Josh deu pulos no ar.

– Oh minha diva, você vai arrasa eu tenho certeza! Vai ser capa de todas as revistas, os holofotes só ficarão em vocês! Já posso até ver: Stephannie, Vitor e Carter os novos queridinhos de Hollywood. - Josh estava tão entusiasmado que era até um crime cortar a felicidade dele.

– Eu vou tomar café da manhã... - falei baixinho pros meus pais e sai da sala.

Cheguei a cozinha, e a senhora Jones começou a preparar meu café da manhã. Frutas, suco natural e ovos com bacon. Sentei-me a mesa e logo estava devorando tudo. Após acabar minha refeição, sai para a piscina, e fiquei ali sentada por algum tempo. O sol estava em seu esplendor, alguns pássaros habitavam as arvores do jardim e cantava.

Fechei meus olhos e deixei-me ouvir aqueles cantos.

Sem perceber eu também comecei a cantar uma música, que não sei de onde surgiu.

Every single time the wind blows

(Toda hora o vento sopra)

Every single time the wind blows

(Toda hora o vento sopra)

I see it in your face

(Vejo em seu rosto)

In a cold night, there will be no fair fight

(Em uma noite fria, não há uma luta justa)

There will be no good night, to turn and walk away

(Não há uma boa noite para dar as costas e ir embora)

So, burn me with fire, drown me with rain

(Então, me queime com o fogo, me afogue com a chuva)

I'm gonna wake up screaming your name

(Vou acordar gritando o seu nome)

Yes, I'm a sinner, yes I'm a saint

(Sim, sou uma pecadora, sou uma santa)

Whatever happens here

(O que quer que aconteça aqui)

Whatever happens here

(O que quer que aconteça aqui)

We remain...

( Vamos sobreviver...)

– Linda musica - Carter disse me tirando daquele momento.

– Obrigada. Eu estava ouvindo os pássaros cantar e pensei no filme, e surgiu essa música. - contei olhando para ele que sorria.

– Hm... Espere um pouco. - ele disse e entrou em minha casa. Fiquei ali parada, com os pés na água da piscina até que Carter voltou com um violão e um caderno.

– Consegue lembrar as palavras que você cantou? - ele perguntou e eu repeti para ele. Ele escreveu todos os versos no caderno. - Cante de novo. - ele pediu e eu reiniciei.

Com o violão ele deu alguns acordes entrando no ritmo.

– Perfeito. É uma musica calma Phannie, podemos termina-la, o que acha?! - ele perguntou segurando em minha mão. Eu assenti.

Carter deu algumas idéias para a letra e fez alguns rabiscos de acordes. Depois de algum tempo, a canção estava terminada. Cantei ela inteira uma vez e então percebi algumas coisas na música.

A letra falava sobre mim e Carter, sobre não deixar que nada mudasse o que sentíamos, e embora as vezes acontecia alguns desentendimento entre nós , nós suportaríamos tudo aquilo.

Acho que ele também notou isso pois quando acabei a música, Carter me abraçou. Um abraço apertado, quase me deixando sem ar.

– Carter... - sussurrei.

– Eu te amo Phannie, eu te amo e não quero te perder... - ele disse em meu ouvido.

–Eu também te amo Carter. Você é como um irmão para mim. - falei.

Ele me olhou e sorriu. Mas, não era aquele sorriso de antes, cheio de carinho, era um sorriso triste.

– Eu já vou indo Phannie. E, grave a música. Vai ficar perfeita e tenho certeza que vão quere-la no filme. - ele disse e escreveu no alto da folha: " We Remain" You and me.

Ou seja, vamos sobreviver você e eu.

Eu o vi se afastar pela porta e senti uma leve dor no coração.

Carter não tinha gostado das minhas palavras, mas o que eu podia fazer?! Eu o amava como um irmão. Sempre o amei assim.

Mas pelo visto, não era dessa forma que ele me amava mais. Eu posso não ser muito experiente nessas coisas, mas notei a forma como ele me trata, me olha.. Não é mais aquele olhar de um amor fraternal, mas sim um amor romântico, uma paixão...

Mas eu não queria que ele estivesse apaixonado por mim, não quando eu sei que posso magoa-lo.

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POV Vitor

Sphannie Damn Diamond e Carter Leonardo Knight.

Sabe quando você não está preparado para ver certas coisas, mas você tem que ver e tem que engolir?!

Era assim que eu estava ao ver a Phannie e o Carter na piscina.

Eu queria joga-lo na piscina e faze-lo afogar para que ele ficasse longe dela. Mas que direito eu tinha para isso?

Ela não era nada minha, eu apenas era o guarda-costas dela.

Mas eu sentia que deveria cuidar dela, protege-la ate mesmo de Carter.

Eu tive um sonho alguns dias atrás e Phannie chamava meu nome desesperadamente. Ela estava na chuva e chorava muito. Quando eu a vi ela correu ate mim e me abraçou. Estava chovendo muito no meu sonho e ela tinha as roupas rasgadas.

Então eu acordei. Por algum tempo eu fiquei pensando nisso e tive a sensação que por trás daquele sorriso forte e do jeito de quem não se importa e é superior, há uma garota frágil e indefessa que precisa de alguém para cuidar dela e secar cada uma das suas lágrimas. Mas, sera que essa pessoa sou eu? Sera que ela precisa de mim?