Acordo no outro dia me setindo muito melhor e com a cabeça menos pesada, o medi-bruxo me perguntou se eu queria ver alguém no dia, mas me recusei, foram muitas emoções para um dia só ontem, o dia passou normalmente e ao cair da noite eu já sabia de cor quantos azulejos tinham na parede, já tinha preparada uma tese sobre por que o quarto do hospital era verde e branco, e o por que de as cortinas são tão brancas e que tipo de produto eles usavam para deixa-la tão branca, assim foi o resto da semana, não sei exatamente quanto tempo passou, meu quarto não tinha relógio então, eu só sabia o que era dia e o que era noite, quando em alguma noite, não sei que horas exatamente mas devia ser tarde, eu tinha acabado de acordar.

“Olá senhorita Granger, tudo bem?” Ele pergunta segurando uma prancheta e fechando a porta

“Tudo sim, doutor.” Falei dando um sorriso amarelo, ele se aproximou e checou as máquinas ao meu redor, e assim que terminou deu um sorriso.

“Bom senhorita, eu tenho boas novas para você, você vai poder sair daqui amanhã, bem cedo te darei alta, primeiro por que não é seguro deixar a senhorita vagando por aí a noite e segundo por que eu vou tomar um pouco do seu tempo agora, quero que você me conte tudo, com detalhes do que se lembra, faça um esforço e tente lembrar.”

Fiz o que ele me pediu, eu já havia lembrado de algumas coisas, as imagens viam para mim em sonho e eu começei a contar a ele o que eu lembrava, que não era muita coisa, só lembrava que era uma bruxa, estudava em uma escola chamada Hogwarts, era de uma tal que Grifinória, não lembrava de ninguém além dos meus pais que não eram bruxos, não sei o nome exato para chamar uma pessoa que não é bruxa então eles eram “humanos” e só. As imagens param de vir do nada no meio da semana, estranhei, mas deixei para lá, meu cérebro deve ter sobrecarregado ou alguma coisa do tipo.

Contei tudo o que eu lembrava, com bastante detalhes, ele anotou tudo e disse que eu estava indo muito bem para quem tinha perdido quase que completamente a memória, agradeceu, se levantou e se despediu dizendo que voltava amanhã, para me dar alta.

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Acordei e encontrei duas malas, uma com a bandeira da Inglaterra estampada, que patriota, e uma outra com estampa de jornal, mas isso não importa, o que importa é que eu estranhei o fato de ter duas... Ah sim, como pude me esquecer? Hoje eu teria alta desse hospital o que era maravilhoso, já estava cansada de divagar e fazer teses sobre como surgiu a vida na terra e por que macarrão se chama macarrão.

“Olá, posso entrar?” Pergunta o medibruxo que estava cuidando da minha recuperação.

“Claro.” Respondo.

“Bom a sua amiga passou aqui hoje bem cedo e deixou essas malas aqui, eu avisei a ela que a senhorita não quera visitas então ela só entregou e foi embora, mas disse que assim que você tivesse alta que, por favor mandasse uma carta para ela, agora a decisão é sua de enviar ou não a carta.” Ele falou desligando as máquinas ao meu redor e tirando o soro da minha veia “Bom, tem um banheiro ali, e você pode se arrumar com uma das roupas dentro da mala, a menina disse que todas as suas roupas que estavam na casa dela antes do acidente.” Ele falou e saiu sem dizer mais uma palavra.

Me arrumei e escolhi uma roupa, mas nada me servia acabei optando por um coturno, uma blusa cinza e uma calça preta, um colar e uma pulseira. Peguei as malas e sai do quarto, como era bom poder andar livre de novo, uma enfermeira me parou nos corredores e disse que eu precisava passar na recepção, para assinar uma papelada pela minha estadia e pagar também, na mala veio uma boa quantidade de dinheiro, paguei tudo e deixei os papéis prontos, não podia esperar para sentir a liberdade de andar na rua pela primeira vez em quase 4 meses.

Assim que sai pela porta da frente senti o vento frio de Londres em meu rosto, a sensação de ficar confinada em um quarto branco e verde por quase 4 meses e sentir o vento em seu rosto pela primeira vez é indescritivel, só quem sente pode descrever, é maravilhoso andar por aí nas ruas sem rumo, só não é bom quando se tem duas malas pesadas para carregar, mas isso é o de menos, estou feliz demais para me preocupar com o peso das minhas malas, mas tratei de procurar um hotel, estamos no inicio de agosto agora, tenho quase um mês para ser livre e fazer o que eu quiser, até setembro quando eu volto para Hogwarts, volto a encarar a realidade, a decidir o que vai ser da minha vida até lá, encontro um hotel, deixo a diária de 2 semanas paga, caso mude de ideia e vá para algum outro hotel, entro no quarto com a arrumadeira, ela abre as cortinas e portas e fica parada na porta com aquele tipico ar de “me dê dinheiro ou eu não arrumo teu quarto”, dou a ela 10 libras e ela sai satisfeita.

Tomo um banho, me troco e deito na cama, começo a pensar em como vai ser minha vida daqui para frente, e a primeira coisa que concluo é que não sou a mesma pessoa de antes, e para representar isso a primeira coisa que tenho que fazer é mudar meu guarda-roupa, afinal que mulher não gosta de comprar?