Closed your Eyes escrita por Noona


Capítulo 4
Capítulo 3




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Ma-Ru sentiu os dedos dela se moverem contra sua mão, como se procurassem senti-lo. Recordava vagamente de ter ouvido que as pessoas que eram privadas de sua visão tinham uma sensibilidade acima do normal para o tato, a audição e o olfato. Deixando para trás a cafeteria e os outros alunos, conduziu-a até o jardim de inverno que ficava além das quadras esportivas, onde sabia que não haveria ninguém a aquela hora. O rosto rosado da garota era um sinal mais que claro de que ela não era fisicamente resistente o bastante para continuar correndo por muito mais tempo.

Eun Jae ofegou, aspirando profundamente o ar fresco, procurando acalmar o coração e a respiração acelerada. Não podia se lembrar a última vez em que havia corrido livremente, sem medo de esbarrar ou se machucar com alguma coisa. Era uma sensação deliciosa de liberdade, um misto de euforia e diversão que a fez sentir-se viva, pela primeira vez em muito tempo. Não fazia ideia alguma de onde estava, mas a mão que a segurava lhe transmitia uma confiança que ela não sabia de onde vinha. Era quente e terna contra a sua, palma contra palma, os dedos de ambos entrelaçados. Embora a segurasse com delicadeza, tinha uma força e uma vitalidade imensas.

Aos poucos, a velocidade em que corriam diminuiu, até que estivessem caminhando lado a lado. Ma-Ru a conduziu até um banco, indicando que se sentasse ali para descansar e Eun Jae se acomodou, respirando pausadamente algumas vezes até se recuperar da corrida.

— Acho que perdi outra bengala de novo... — Levando a mão livre até os lábios, deu uma risada baixa e discreta cheia de bom humor, em vez de aborrecida, parecia divertida com aquela situação.

Ma-Ru se pegou sorrindo novamente ao ouvir aquele comentário, ela realmente sabia como tirar algo de bom mesmo na situação ruim na qual se encontrava. Sacudindo o rosto em um movimento negativo como se tentasse clarear seus pensamentos, seu olhar recaiu sobre sua própria mão, que ainda segurava a dela. Relutantemente, obrigou-se a soltá-la, constrangido com a situação que ele mesmo havia criado.

— Desculpe, eu não faço ideia de onde a sua bengala esteja. — Deu de ombros, um tanto sem jeito de não ter se recordado da bengala.

— Você me salvou duas vezes já, eu sou muito grata, Choi Ma-Ru. Eu...

— Não precisa agradecer outra vez. Isso não é necessário... — Deixou que a frase se perdesse no ar, demonstrando que não era realmente importante. Levou uma das mãos até a cabeça, onde coçou os cabelos raspados nas laterais. — Como sabia que era eu?

— Oh... Vou tentar me lembrar disso futuramente. — Novamente, fez aquela mesma saudação respeitosa. — Como eu sabia? Eu toquei a sua mão.

— Como podia saber disso só tocando a minha mão?

— Você usa seus olhos para reconhecer as pessoas. Mas eu não posso usar os meus. A forma que eu tenho de conhecer o mundo, é através do toque. Eu conheço a sensação do toque da sua pele.

Aquilo parecia algo um tanto íntimo, até um pouco inacreditável, não tinha ideia de que deficientes visuais possuíam aquele tipo de habilidade. Queria saber por que seus olhos não podiam enxergar, mas temia ser indelicado. Como se pudesse ler seus pensamentos, Eun Jae se recostou no banco, pensativa.

— É esse aquele momento embaraçoso onde as pessoas desejam saber o que aconteceu, mas acabam se calando, por achar que é ofensivo dizer isso em voz alta.
Ma-Ru concordou com a cabeça e só então se lembrou que ela não podia ver sua anuência quanto ao que ela havia lhe dito, o que fez com que se sentisse realmente muito idiota.

— Desculpe, eu não sei bem o que dizer... Nunca estive antes com alguém que não pode enxergar.

Eun Jae sorriu novamente, indicando que não se sentia ofendida com a curiosidade dele ou com sua sinceridade.

— Vamos fazer um acordo. Eu paro de agradecer e você para de se desculpar, Choi Ma-Ru. Vamos ser amigos. — Dizendo aquilo, estendeu o dedinho mindinho na direção dele, esperando que aceitasse a promessa de amizade. Ma-Ru piscou ao entender o que aquilo significava. Em outros tempos teria rido daquela atitude e ridicularizado quem havia sugerido algo tão infantil.

— Vamos ser amigos. — Repetiu a promessa e enlaçou o dedo dela junto ao seu, formalizando aquele juramento.

— Chingu*... — Repetiu novamente em coreano que ele era um amigo e assentiu com a cabeça, satisfeita. — Teve um tempo em que eu podia ver tão bem quanto você. Até os meus oito anos pude enxergar, como todas as outras crianças.

Ma-Ru não soube precisar o motivo, mas aquela afirmação pareceu surpreendê-lo, não esperava que ela já tivesse enxergado. Parecia muito adaptada a sua situação atual. Sem perceber a reação dele, Eun Jae continuou contando sua história.

— Um incêndio... Levou a luz dos meus olhos. Meus pais ficaram bastante machucados, mas puderam se recuperar tranquilamente. Quanto a mim... Só algum tempo depois entendi que essa condição não seria temporária. Durante os dois anos seguintes, minha família me superprotegeu, eu não tinha mais contato com ninguém. Tinham medo que eu me ferisse novamente.

O coração de Ma-Ru se condoeu por ela, tão pequena e já sofrendo com aquela situação desesperadora. Ainda que não pudesse saber como era ser privado daquele sentido tão fundamental, sabia o quão difícil deveria ser para que ela superasse.

— Foi então que meus tios me trouxeram para morar em Seul. Não foi algo fácil, tiveram de ser muito persistentes e gastar muito tempo tentando convencer meus pais de que o interior não me traria tantos benefícios. Eu moro com meus tios desde então. Aos poucos eu fui me adaptando e ganhando autonomia em coisas pequenas, mas que para mim... São muito importantes.

— Seus tios tem alguma ideia do que Han-Yeon faz com você? — Os olhos de Ma-Ru se estreitaram ao perguntar aquilo, intrigado com a resposta que certamente receberia.

— Aniyo!* — Ela balançou a cabeça enfaticamente, como se nem pudesse cogitar aquilo. — Eles não podem saber disso... Foi muito difícil que eu pudesse frequentar uma escola comum em vez de uma instituição especializada. — Suspirando baixo, encolheu os ombros, recordando da luta que havia demorado a vencer até ser transferida para aquela instituição. — No começo tive uma professora particular que me ensinou, mas... Meu desejo sempre foi ser alguém normal. Não quero sair da escola. Ainda que eu não tenha amigos, me sentiria mal em uma escola especial...

Ma-Ru ficou pensativo depois de ouvir tudo aquilo. Ela tinha motivos fortes para querer continuar ali, enquanto ele mesmo tentava ser expulso sem um motivo sequer. Embora estivesse adaptado ao modo americano de viver, nada lhe prendia à sua vida antiga para que se ocupasse tanto em recuperá-la. Sem que percebesse, se viu contando a ela os acontecimentos tristes do passado que queria esquecer. Ao final daquele relato, sentiu um gosto amargo em sua boca, como se tivesse vomitado parte do veneno que feria seu corpo. Baixando a cabeça, sentiu uma enorme vergonha tomando conta de seu corpo, oprimindo seu peito. Era uma sensação ruim, ainda que nunca tivesse sentido algo semelhante, esperava que não se repetisse novamente.

— Eu vou te proteger, Eun Jae. Você não está mais sozinha, eu sou seu amigo.

— Você é corajoso, Choi Ma-Ru. — Recordando-se que não podia agradecer, apenas sorriu, acenando com a cabeça. — Eu duvido que Han-Yeon vá deixar isso passar...

— Não se preocupe com isso agora.

— Ye. Agora só consigo me preocupar com meu pobre estômago, estou faminta! — Levando uma das mãos até a barriga, deslizou a mão, como se pudesse acalmar sua fome. Sua voz ficou baixa, em um tom levemente contrariado. — Acho que voltar à cafeteria não é uma opção.

De forma inconsciente, Ma-Ru se pegou levando a mão até seu bolso, onde havia guardado um chocolate pela manhã, antes de sair de casa. Ainda estava ali. Com um movimento simples, deixou a embalagem semi aberta e a empurrou contra as mãos de Eun Jae, oferecendo-o a ela. Antes mesmo que o doce tocasse suas mãos, seus olhos se abriram em surpresa, como se reconhecessem aquele cheiro tentador de cacau e avelãs.

— Chocolate! — Não pode evitar de sorrir ao sentir a embalagem raspar em seus dedos, o que fez com que estendesse a mão, esperando pela guloseima.

— Você me espanta, Eun Jae. — Ma-Ru deu uma risada baixa, mal disfarçada.

— Gomawo*, Ma-Ru!

Ocupando-se com o doce, Eun Jae segurou-o com ambas as mãos e tateou seus contornos, sentindo-os. Com um leve farfalhar de plástico, descartou a embalagem e partiu o chocolate em duas metades, devolvendo uma delas a ele.

— Não, o chocolate é seu. — Surpreendido com o tom informal, mal se deu conta de que ela havia agradecido de novo. Ma-Ru afastou suas mãos, recusando-se a pegar sua parte.

— Somos amigos, vamos dividir e saborear com calma. — Teimosamente, estendeu o chocolate na direção dele, e Ma-Ru não teve dúvidas de que ela não desistiria até que ele cedesse.

— Ok, ok, eu vou ficar com isso. — Desistiu de levar aquilo adiante e cedeu, pegando o chocolate de uma vez.

Por um momento, ambos ficaram em silencio, uma pausa muito bem vinda para que ambos colocassem os pensamentos de volta em seu devido lugar.

— Você... — Eun Jae voltou a falar, em um tom hesitante. — Han-Yeon vai revidar. Sei que não acha que ela é inofensiva... Mas ela nunca deixaria passar algo como isso. Por favor, tenha cuidado.

Ma-Ru sorriu em silencio, mas não respondeu. Estendendo seu próprio braço, olhou as tatuagens em sua pele, um reflexo das enormes cicatrizes de sua alma. Eun Jae não podia ver, ou saberia que era um punk ainda pior que Han-Yeon, e certamente, não iria querer amizade com ele. Não, as coisas estavam bem da forma como estavam naquele momento, Ma-Ru pensou com convicção.

— Não se preocupe. Isso não é importante agora.

— Eu também vou te ajudar.

— Você? Em que vai me ajudar? — Surpreso com aquela oferta de ajuda, seu olhar se voltou na direção dela, onde a olhou com atenção.

— Vou te ajudar a se adaptar a Seul. Há muita coisa que você precisa saber.

O rapaz fez uma careta, querendo recusar aquele tipo de ajuda. Apesar de ser um coreano, seus modos eram claramente ocidentais, ainda não conseguira se adaptar ao modo hierárquico de ser dos orientais.

— É estranho, parece tão... Desnecessário. Essa formalidade toda é esquisita.

— Aigoo... Não é uma mera formalidade! Isso se chama respeito.

Aquele foi o primeiro de muitos ensinamentos que Eun Jae fez questão de repassar a seu novo e único amigo, e nos dias que se seguiram, só se separavam no período das aulas, uma vez que estavam em classes diferentes. Na hora do almoço, ambos se encontravam em frente ao refeitório e almoçavam juntos, conversando tranquilamente.

Ainda que no início Ma-Ru evitasse aquele tipo de lugar com muita gente, Eun Jae havia acabado por convencê-lo a se juntar a ela durante a refeição. Um dos temores do rapaz era que alguém acabasse por denunciar que ele mesmo também era um punk, felizmente ninguém se atrevia a chegar perto o suficiente para isso.

Naquela tarde em particular, Ma-Ru havia se atrasado para o almoço, Eun Jae estava devidamente acomodada em uma mesa vazia no canto do refeitório, um local afastado dos demais onde estavam acostumados a almoçar. De braços cruzados, recostou-se contra a cadeira, relembrando uma conversa esquisita que havia ouvido a pouco tempo.

Duas estudantes que caminhavam um pouco atrás dela, conversavam sobre um novo estudante de aparência assustadora que havia sido transferido há pouco tempo, alguém que assustava até mesmo Han-Yeon, a gangster da escola. Eun Jae deu pouca importância a aquela conversa, até ouvir seu nome.

— Choi Ma-Ru... Sinto medo só em olhar o rosto dele...

Um ruido diferente chamou sua atenção, tirando-a de suas lembranças e trazendo-a de volta para o momento presente. Alguém havia acabado de sentar a seu lado, esse alguém cujo cheiro era muito conhecido, um perfume que fez com que relaxasse novamente e descruzasse os braços.

— Ya*, Choi Ma-Ru! Você quer morrer? Por que demorou tanto?

Mianhae*, Eun Jae. Tive que pegar um livro antes de vir almoçar.

Arraso*, arraso. Vamos comer, estou faminta! — Abrindo sua própria mochila, tirou dali a lancheira que costumava a dividir com ele. Sabia que ele tinha costume de se alimentar com a comida americana, e aquilo não era nada saudável. Como de costume, Ma-Ru franziu o nariz ao ver os alimentos perfeitamente arrumados na lancheira, sabendo que Eun Jae não desistiria até que ele terminasse o último pedaço. Como ela conseguia comer algo tão apimentado, era um verdadeiro mistério para ele.

— Choi Ma-Ru. Esse fim de semana vamos a uma prática, relacionado a tudo que eu já conversamos.

— Por onde vamos começar?

— Hmm... — Ficou pensativa, encarando o ar de um jeito distraído. — Vamos começar nesse fim de semana. Já que não temos aulas, podemos nos dedicar a isso. Você precisa saber andar de ônibus por Seul.

— E você por acaso sabe fazer isso? — O tom de descrença em sua voz era claro.

Eun Jae estava acostumada a descrença de sua capacidade de cuidar de si mesma, não esperava algo diferente daquilo. Cruzando os braços em uma atitude defensiva, empinou o nariz teimosamente.

— Ya, Choi Ma-Ru! Você vai poder ver por si mesmo. Vamos a Incheon, no sábado.

— O que vamos fazer em Incheon?

— Incheon não é muito longe, não se preocupe, não vamos nos perder. Podemos só sentir a brisa do mar e voltar.

— Ainda não sei se é uma boa ideia...

Ma-Ru resolveu não perguntar por que diabos ela queria ir a Incheon. Seu eu de antigamente só viraria as costas e a deixaria sozinha ali sem qualquer remorso. Estranhamente, gostava da companhia dela mais do que gostaria de admitir e não importava se ela quisesse comer aquele horroroso Kimchi nas montanhas. Certamente a acompanharia de bom grado.

— Aigoo*! Não estou pedindo que você se jogue no rio Han. Não pode apenas concordar?

Ma-Ru estava cogitando seriamente em esconder o almoço e fingir que havia comido quando uma agitação anormal no refeitório fez com que erguesse seu rosto e olhasse em volta, procurando a origem da desordem. Meninas de todas as classes se agitavam, dando pequenos gritinhos histéricos umas para as outras.

— Ya, o que é isso?

Eun Jae nem levantou o rosto de seu kimpab, parecendo não se importar com os gritinhos das outras meninas. Mastigando calmamente, terminou sua porção e deu de ombros, indiferente.

— Pelo barulho, deve ser ele.

— O que? Quem é esse cara?

— É sempre assim quando Min-Ki Sumbae chega na escola.

— Min-Ki... Sumbae? — Ma-Ru repetiu o nome lentamente, sem saber por que estava se sentindo incomodado.

— Min-Ki Sumbae faz parte de um novo grupo de k-pop. Ele está ficando realmente famoso, por isso, vem poucas vezes para a escola.

Ma-Ru não disse nada, limitou-se a ver o rapaz que vinha entrando no refeitório. Min-Ki era um pouco mais baixo que ele mesmo, seus cabelos pintados em um tom de vermelho que fazia seus olhos doerem. O uniforme estava impecável, sem uma ruga sequer no caro tecido. A única coisa diferente em sua aparência era um óculos escuro espelhado em um tom de azul, que lhe dava um ar de mosca varejeira.

Era um legítimo Flower Boy*, cercado de garotas de todas as idades que pareciam suspirar a cada passo que seu ídolo dava. Ele parecia realmente repulsivo, andando lentamente enquanto dava piscadinhas, vez ou outra jogando um beijinho no ar para alguma fã mais bonita. Como alguma garota podia achar aquelas coisas estranhas e repulsivas aceitáveis? A cada minuto, antipatizava mais com aquele garoto.

— Aish... Por que ele está perturbando os outros estudantes dessa maneira?

— É o trabalho dele, é um ídolo. Ele fala com todos, precisa manter sua popularidade.

Dando de ombros, Ma-Ru voltou a comer, completamente esquecido de que não queria comer nada daquilo. Quase com raiva, mastigou um pouco de Kimchi*. Imediatamente, o alimento queimou sua língua, muito forte e apimentado. Tossindo, Ma-Ru agarrou um copo de chá verde e tomou um grande gole, ainda respirando pesado.

— Kimchi, de novo? — Eun Jae deu risada, achando graça.

— Aish*, como você consegue comer algo tão picante?

O que quer que Eun Jae fosse responder, foi interrompido quando Min-Ki e seu séquito de fãs passaram logo ao lado de sua mesa. Para desgosto de Ma-Ru, o ídolo parou bem ali, dirigindo sua atenção a Eun Jae.

— Oh, minha fã. Eu não tinha visto você por aqui. — E dirigiu um sorriso brilhante e enjoativo para Eun Jae, seguido de uma piscadinha.

Ma-Ru fez uma careta esquisita, um misto de desgosto e espanto enquanto as outras fãs suspiravam e se cutucavam entre si, parecendo invejosas da atenção que Eun Jae recebia.

— Anyonhaseyo*, Sumbae*. — Eun Jae fez aquela conhecida saudação, sem parecer se dar conta da situação.

— Eun-Sae, você está tão... Seus lábios... — Propositalmente, Min-Ki fez uma pausa, como se lhe faltassem palavras elogiosas o bastante para descrever a perfeição daquela fã. Eun Jae levou a mão até os lábios, parecendo estranhar aquele comentário, mas as garotas voltaram a suspirar com aquele elogio velado, derretendo-se.

Ma-Ru colocou um dos cotovelos sobre a mesa, apoiando o rosto sobre a mão. Estava espantado que aquele infeliz tivesse a ousadia de agir daquela forma com ela. Mal podia acreditar na possibilidade de que Eun Jae caísse num elogio tão barato quanto aquele.

— Ele tem razão, Eun Jae. — Fez questão de enfatizar o nome dela, o qual ele havia errado Usou o mesmo tom dele, fazendo uma imitação cômica do ídolo. — Está suja de Kimchi.

As estudantes em volta bufaram ruidosamente com aquela cutucada ofensiva a seu ídolo, mas Ma-Ru não ligou. Aquele cara era ridículo, e suas fãs conseguiam ser ainda mais patéticas que aquele pretenso ídolo.

— Desculpe, não fazia ideia. Eu preciso me limpar, o sinal vai tocar logo. — Se despedindo dos outros com sua costumeira saudação, pegou sua mochila e saiu primeiro. Ma-Ru não podia perder aquela oportunidade. Curvando-se na direção do ídolo, sussurrou em um tom que apenas ele poderia ouvir.

— Você é idiota por acaso?

— O que?

— Perguntei se você é idiota. Mas a resposta é muito óbvia.

— Ya! Você sabe quem eu sou?

— Um idiota. Você só esqueceu que Eun Jae é cega e não viu o quanto você é patético com esses gestos repugnantes.

O rosto do ídolo ficou escarlate quando o outro lhe recordou aquele pequeno fato e pigarreou, limpando a garganta. Cansado daquela conversa, Ma-Ru cortou o que quer que ele fosse dizer com um gesto e se juntou ao restante dos estudantes que voltavam para suas sessões de estudos. Não deixaria aquele patético astro estragar a lembrança do sorriso que Eun Jae havia lhe dado quando ele havia confiado nela o bastante para que os guiasse naquela pequena viagem.

Ma-Ru surpreendeu um sorriso idiota em seu próprio rosto e sentiu vontade de chutar a si mesmo. Que diabos estava acontecendo com ele? Aquilo definitivamente não era um encontro, não havia motivo algum para que agisse daquela forma boba, tão ansioso para a excursão do dia seguinte.


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Notas finais do capítulo

Chingu - Amigo
Aniyo - Não
Gomawo - Obrigado/informal
Ya - Ei
Mianhae - Desculpe/informal
Arraso - Entendi/informal
Aigoo - Expressão de incredulidade, algo como "Oh, céus"
Kimchi - Alimento que compõe a base da alimentação dos coreanos
Aish - Expressão utilizada quando algo dá errado, algo como "Putz"
Flower Boy - Termo usado em alguns outros países da Ásia para caracterizar garotos muito bonitos
Anyonhaseyo - Olá/Formal
Sumbae - Veterano



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