Closed your Eyes escrita por Noona


Capítulo 14
Capítulo 11 - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Annyeong, pessoal! Depois de muito, muito tempo, minha mente resolveu colaborar e eu finalmente consegui dar sequencia ao capítulo anterior. Parte dessa demora é justamente por que eu não tenho quem leia os rascunhos e ajude a revisar o enredo. Minha irmã fazia isso, mas hoje em dia nem peço mais, ela não gosta de ler. Closed Your Eyes era para ser a primeira de várias histórias interligadas, já tinha em mente até o dorama em que o Min-Ki Sumbae seria o principal, mas infelizmente acho que não vai acontecer. >:

Ps. Se conhecerem alguém com tempo pra ser meu personal-beta, por favor, enviem mensagem privada, urgentemente! ;)



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Choi Ma-Ru por um momento ficou paralisado no batente da porta, olhando a garota que estava em seu quarto. Aquilo só podia ser uma brincadeira. Nem em seus piores devaneios havia imaginado que iria reencontrá-la naquela situação, com Eun Jae olhando-o com os olhos bem arregalados e os lábios entreabertos, tão paralisada quanto ele mesmo.

Encontrar Eun Jae naquela situação era simplesmente assustador. Não havia outra forma de descrever aquela situação tão desconfortável. Nem queria imaginar o que estaria se passando na mente dela naquele momento, na certa considerando-o um pervertido da pior espécie, um verdadeiro gangster sanguinário com todas aquelas tatuagens enormes estampadas em seu corpo.

Quando o olhar de Eun Jae pareceu vagar por seu peitoral despido, Ma-Ru finalmente conseguiu fazer um movimento, cruzando os braços em forma de X sobre o abdômen.

As palmas de suas próprias mãos cobriam seus ombros e parte do peitoral, se encolhendo um pouco diante daquele olhar.

— Ya, Eun Jae! Você é uma garota louca? Que tipo de mulher sem pudor algum entra no quarto de um homem desse jeito?

— Mianeyo... — A voz baixa e hesitante pareceu escapar dos lábios dela sem que ela mesma tivesse consciência disso. Eun Jae recuperou seu fôlego, respirando mais rápido.

— O que há com as suas mãos? Não sabe bater numa porta antes de entrar? — O tom de voz de Ma-Ru ainda continuava duro, intimidador. Não era a toa que qualquer pessoa com um pouco de juízo se afastava dele na escola. Eun Jae só balançou a cabeça, ainda perturbada. Seu olhar se limitou a escorregar pelos ombros fortes, deslizando pelos músculos rígidos e firmes em seu tórax que as mãos dele não conseguiram esconder.

Sentindo-se intimidado, o rapaz recuperou a toalha úmida que casualmente havia jogado numa cadeira e se cobriu novamente, dando-se conta que estava agindo como uma donzela em perigo, em vez do americano despojado que sempre havia se considerado.

— Eu... Eu... Escuro... Min-Ki Su-sumbae...

Dizer aquelas palavras desconexas pareceu absorver o pouco de coerência que havia dentro da mente dela, e bastou para que atiçasse fogo no temperamento de Ma-Ru. Parecia mais que óbvio que ela tivesse vindo até a cabine em busca daquele garoto insuportável, com quem sempre ficava durante todos os almoços na escola. Saber como ela havia substituído sua companhia o mais rápido possível o deixou ainda mais irritado com aquilo tudo.

— Então você veio aqui procurando por aquele idiota? — Balançou a cabeça, como se estivesse negando aquilo para si mesmo. Seu olhar incrédulo viu quando ela enfim baixou a cabeça, engolindo em seco.

— Eu não enxergo direito...

Aquela tentativa falha de uma explicação fez com que tudo parecesse uma lamentável brincadeira para aliviar a tensão do momento. E ao que parecia, não podia ter dito algo pior. Irritado, Ma-Ru jogou a toalha ridícula contra o chão com força, sem ligar para o tecido jogado a seus pés.

— Isso é algum tipo de brincadeira para você? Estou feliz que pelo menos você ache isso engraçado. Se veio aqui em busca daquele idiota, então você pode olhar para qualquer homem?

A ofensa implícita no tom de voz duro fez com que ela erguesse o rosto depressa, a pele tão pálida indicando que ele havia atingido em cheio. A dor no olhar dela fez com que ele desejasse se esconder de novo, querendo ocultar as tatuagens que marcavam seu braço e parte do peitoral, dando-lhe aquele ar marginalizado e assustador.

Talvez aquilo fosse mesmo inevitável. Precisava fazer com que fosse algo definitivo e ela desejasse enfim nunca mais colocar seus olhos sobre ele. Ma-Ru avançou um passo, intimidador. Depois outro e outro.

Satisfeito, se deu conta de que ela recuou à medida em que ele avançava, até que não houvesse mais espaço para recuar. Suas pernas esbarraram contra a cama que havia naquele quarto, cortando sua retirada. Os olhos dela escorregaram mais uma vez pelo emaranhado de tatuagens em seu corpo, observando-o quase com um fascínio assustador.

— Sou exatamente isso que está vendo. Cada tatuagem... É uma profunda cicatriz. Ela fez de mim a pessoa que eu sou hoje. E é exatamente por isso que você não deve chegar perto de mim outra vez. Elas não estão só em minha pele. Estão dentro de mim.

A cada palavra dura, a garota diante dos seus olhos parecia se encolher um pouco mais. O medo dela era fácil de se reconhecer, se refletia na confusão de seus olhos escuros. Eles não tinham mais o brilho opaco e sem vida que havia encarado no dia em que haviam se conhecido.

Estendendo a mão, Ma-Ru fechou os dedos em volta do pulso delicado e puxou-a em sua direção, colocando a mão pequena contra seu peitoral, no exato local onde um leão feroz estava tatuado. Perguntou-se então quanto tempo mais levaria, até que ela saísse correndo.

*****

Longe disso, a própria Eun Jae engoliu em seco e tudo que conseguiu foi soltar dolorosamente o ar que estava preso em seus pulmões. Seus olhos passearam, ainda em choque, pela visão do corpo dele, semidespido.

A respiração morreu dentro do peito de Eun Jae quando viu o rapaz atirar a toalha contra o chão, num ato irritado. Não conseguia raciocinar direito, essa era a verdade. Seus anos na mais completa escuridão não haviam-na preparado para algo assim.

Sua mão tocou a pele úmida do corpo dele, deixando-a completamente sem jeito. Queria apenas poder ler os pensamentos dele, desejando saber o que, no mundo, esperava dela. Soltando sua respiração ofegante, aspirou no ar aquele cheiro conhecido da colônia que ele costumava a usar, aquele aroma tão diferente que fazia com que ela pudesse reconhecê-lo até no meio de uma multidão.

Uma das gotinhas na pele masculina cintilou contra a luz, parecendo provocar sua mente já desconexa. Ele mexia com seus sentidos, e tudo que podia fazer naquele momento era controlar a tentação de provar uma daquelas gotinhas de água.

Seu olhar mergulhou no dele, aquele olhar tão frio fazendo com que ficasse hipnotizada pelos olhos dele naquela intensa troca de olhares. Havia tocado aquele rosto bonito com suas mãos, gravando-o em sua mente e também em seu coração. Seu primeiro amor, aquele a quem nunca conseguia compreender e que jamais se afastava de seus pensamentos, uma vez sequer.

Algo diferente cintilou no olhar dele por um momento e um gemido assustado escapou de seus próprios lábios quando sentiu que ele a empurrava contra a cama, desequilibrando-a e fazendo com que caísse deitada ali.

— Ya, Choi Ma-Ru! P-por que você está agindo assim?

Um sorriso amargo apareceu no rosto dele por um breve momento, sumindo no instante seguinte. Ma-Ru só tinha intenção de assustá-la um pouco mais, até que Eun Jae saísse correndo do quarto. Devia ter imaginado que isso não aconteceria, ela sempre havia sido uma garota muito estranha.

— Eu não sou um dos mocinhos dos doramas que passam na televisão, Eun Jae. Eu sempre fui mais americano que um coreano.

Inclinando-se na direção dela, apoiou um dos joelhos contra o colchão e se inclinou por cima dela, intimidando-a. Seus olhos se estreitaram quando a garota tentou se afastar, obrigando-o a espalhar-se o mais perto que podia sem, no entanto, encostar nela. Não demorou muito até que conseguisse contê-la, prendendo-a sob seu corpo.
Estavam tão perto um do outro, que não conseguiam evitar os olhares intensos que até mesmo os impediam de piscar e perder aquele momento.

— Seus tios devem ter avisado você para ficar longe de mim. Que diabos você está pensando, Eun Jae? — Ele suspirou pesadamente, sem se recordar naquele instante como haviam chegado até aquele ponto. Só tinha tentado intimidá-la e assustar um pouco. Ao que tudo indicava, o feitiço havia virado contra o feiticeiro.

— Eu... Não consigo pensar... Estou com medo de respirar e você desaparecer mais uma vez...


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Notas finais do capítulo

Espero sinceramente que gostem desse capítulo, infelizmente está sem revisão por que não tenho mais alguém que possa fazer isso por mim. E por favor, me perdoem por esse enorme hiato. :/