Closed your Eyes escrita por Noona


Capítulo 12
Capítulo 10 - Parte II


Notas iniciais do capítulo

A pedido da querida leitora Duda, vou deixar aqui o link para o tumblr onde postei imagens dos personagens dessa fanfic, que seriam os atores que a interpretariam no dorama! o
Agradeço do fundo do coração a todos que acompanharam a fanfic até aqui. Gamsamnida!

http://noonafics.tumblr.com/



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Sua permanência naquela escola estava cada vez mais difícil. Seus dias eram tristemente vazios, não havia nada que fosse capaz de trazer seu ânimo novamente. Era complicado se esconder por trás daquele capuz o tempo todo, com receio que algo em sua aparência chamasse a atenção de Eun Jae. Também era difícil abrir mão daquele perfume que ela adorava nele, e que reconhecia acima de tudo.

Se ainda não bastasse o inferno em que sua vida havia se transformado ao ter que deixar Eun Jae, ainda precisava aturar aquela garota irritante assediando-o o tempo todo. Era praticamente impossível ir a qualquer uma das dependências da escola sem esbarrar com ela.

Han Yeon estava cada vez mais perto de extrapolar qualquer limite, a ponto de enviar seus pais para visitarem sua avó na casa onde vivia sua família. Ainda podia lembrar o desconforto que aquela visita havia trazido a todos, enquanto sua avó olhava especulativamente em sua direção. Halmoni tinha olhos de águia e sabia perfeitamente quem vivia dentro do coração de seu neto. Ma-Ru certamente devia estar pagando todos os seus pecados, ao se esconder em seu capuz e tentar se esquivar o tempo todo.

Choi Ma-Ru respirou fundo e contou até dez, procurando inutilmente por alguma migalha de paciência que ainda pudesse ter. Não que ainda restasse alguma, depois de aguentar Han Yeon lhe perseguindo pelos corredores da escola. Mais uma vez.

Daquela vez, não tinha tido sorte. Han Yeon mais uma vez estava em seu caminho, cortando seu caminho até o refeitório. Não sabia o que havia de errado com aquela garota, mas ela deveria ser completamente pirada. Quando não estava perseguindo e ameaçando os outros estudantes, estava em seu pé, correndo atrás dele.

De má vontade, desceu os degraus da escadaria, tentando ignorá-la. Sem sucesso. Mal havia colocado o pé no último degrau e ela já estava à sua frente, com um sorriso enjoativo nos lábios.

— O que foi dessa vez, Han Yeon? — Cruzou os braços com força, para fazer algo com suas próprias mãos que não fosse estrangulá-la.

Yeobo! Estava esperando por você, vamos almoçar juntos! — Acenou então com uma lancheira que trazia em suas mãos.

Ma-Ru suspirou ruidosamente e se perguntou de quem ela havia roubado aquela lancheira. Han Yeon não parecia ser do tipo caseira ou mesmo prendada. Parecia apenas cada vez mais digna de pena. Apesar da piedade que sentia por ela, não conseguia ignorar as maneiras insistentes, ou o modo como ela havia mudado, querendo-o a todo custo.

Agora, sorria ansiosamente, querendo agradá-lo. Também não havia lhe escapado que ela não usava mais o penteado esquisito de antes ou então, as mechas coloridas nos cabelos. Havia mudado tanto que...

Se parecia com Eun Jae. Usava os cabelos presos da mesma forma que Eun Jae, e não somente isso. Suas roupas eram da mesma marca e cor, além do mesmo modelo. Era como ver uma pobre caricatura daquela pessoa a quem tanto amava.

Yeobo? Você enlouqueceu, Han Yeon?

— Por que está falando assim, yeobo? — Uma expressão fingida de tristeza apareceu em seu rosto, junto com um biquinho amuado que ela devia achar fofo. — Uma garota não pode esperar pelo namorado?

— Eu não sei o que se passa nessa sua cabeça oca, mas não vou me incentivar as suas loucuras. — Ma-Ru tentou dar a volta, se recusando a tocar nela mesmo que fosse para empurrá-la para o lado.

— Ya, Choi Ma-Ru! — Finalmente deixou cair a máscara que ostentava na esperança de fisgá-lo e o empurrou contra a parede. — Você realmente não vai colaborar?

Han Yeon bateu a mão com força contra a parede, espalmando os dedos bem ao lado da cabeça dele, a poucos centímetros de sua orelha. O baque contra a superfície fria causou um ruido leve. Ma-Ru piscou os olhos incrédulo, reconhecendo aquela cena que já havia visto na TV, vinda de algum dos doramas românticos que sua halmoni adorava assistir. Um sorriso sarcástico se congelou em seus lábios, como se achasse muito engraçada aquela atitude vinda de Han-Yeon.

Subitamente quis ver até onde essa insanidade a levaria. Ela era realmente muito louca. Quem os visse certamente teria uma ideia bem errada do que acontecia entre os dois, mas o que aquilo importava? Ninguém ali daria a mínima para o que ele fizesse ou deixasse de fazer.

— Ya, você está gravando um drama? Onde estão as câmeras?

Ma-Ru olhou em volta, como se procurasse por algo nos arredores. Foi então que a viu, parada a poucos metros dali como se fosse uma miragem.

Eun Jae. Seu coração sangrou por ela e doeu intensamente. Ela estava tão linda... E tão proibida para ele. Não podia evitar de se sentir infeliz ao entender que mesmo que ela esbarrasse com ele em algum corredor, ainda seria um desconhecido para ela. Algo na reação dela chamou sua atenção e não havia engano, estava olhando diretamente para seu rosto. E a julgar pela expressão no rosto dela, pareceu tê-lo reconhecido.

Não, não. Ela não podia reconhecê-lo. Ainda que estivesse com o capuz baixado, ela nunca havia visto seu rosto, e sequer tinha uma foto dele. A única coisa que conhecia nele era o timbre de sua voz. E... Seu cheiro!

Naquela manhã, havia utilizado a colônia costumeira que havia trazido da América, a mesma que Eun Jae adorava. Não estava completamente certo de que ela poderia saber quem ele era, mas não podia arriscar. Havia sentido tanta falta dela, e mesmo assim, não podia voltar atrás. Não havia nada que pudesse fazer, a não ser continuar fugindo.

Finalmente a insanidade de Han Yeon teria alguma serventia. Só teria que continuar ridicularizando-a por mais algum tempo. Era cruel, mas ao mesmo tempo necessário.

Ma-Ru abaixou a cabeça ao nível de Han Yeon e inclinou o rosto na direção do dela, encarando os olhos escuros da garota em um claro desafio. Quando finalmente falou, pronunciou pausadamente cada palavra, numa voz pausada e lenta, praticamente soletrando a ela, como se falasse com uma criatura inferior sem inteligência alguma.

— O que acha que está fazendo? Não vai conseguir nada de mim. Nunca. Pare de agir como se me conhecesse. — Inclinou o rosto, agora encarando-a com ódio. — É ridículo. Não importa o que você faça. Ela é a única que eu posso ver e isso nunca vai mudar.

Por um momento, aquilo pareceu afetar profundamente Han Yeon. Algo cintilou em seus olhos por um breve momento, parecendo uma ferroada de dor. Havia sido muito duro com ela, mas era inevitável. Não podia dar esperança alguma a ela, não tinha nada de si a oferecer.

Ma-Ru ergueu o olhar por um momento, dando-se conta de que Eun Jae havia sumido. Ótimo. Ela deveria estar com raiva dele agora, assim como Han Yeon, o que deveria ser algo bom. Deveria. Na melhor das hipóteses, nenhuma das duas olharia uma segunda vez para ele.

— Não volte a se agarrar em mim. É inútil.

Dando de ombros, o rapaz evitou o braço ainda estendido de Han Yeon e se desviou dela, seguindo para o refeitório. Não ligou sequer ligar para a súbita palidez no rosto da garota, que continuava parada no mesmo lugar, como se estivesse paralisada depois de receber aquelas duras palavras. Só o que parecia estar diante de seus olhos era a imagem de Eun Jae, chocada ao vê-lo com outra pessoa, ainda mais uma que havia lhe feito tanto mal.

Com um meneio de cabeça, Ma-Ru procurou se conformar com aquela situação. Havia feito o que precisava ser feito, não importava que aquilo o machucasse como uma ferida aberta. Eun Jae era o espinho encravado em seu coração, e nunca deixaria de ser, só doeria cada vez mais.


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Notas finais do capítulo

Yeobo - Querido(a)/Informal. Tratamento entre marido e mulher, ou pessoas que possuem um relacionamento afetivo.
Halmoni - Avó.



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