Three Words Eight Letters escrita por Blair Waldorf Bass


Capítulo 3
Capítulo 3 - The New Blair Waldorf Line




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A voz de Jenny Humphrey ecoou por todo o ateliê. Haviam apenas as duas lá, já que a equipe havia sido dispensada naquele dia —Blair só estava fazendo ajustes finais e não precisaria deles.

Elas ainda se encaravam, Blair boquiaberta e Jenny esboçando um leve sorriso.

–O que faz aqui? - Blair questionou, quebrando o silêncio.

–Soube que precisa de uma nova designer. - Jenny respondeu, abrindo um sorriso.

–Uma designer, sim. Mas de confiança, o que você passa longe.

Os flashs daquela noite com Chuck passaram pela cabeça de Blair, atordoando-a. Aquela noite afetou Blair terrivelmente, mas também afetou Jenny nas mesmas proporções. E se Blair nunca tivesse descoberto naquela mesma noite? E se ela soubesse após ter aceitado o pedido de Chuck? Existiam infinitas possibilidades, mas em nenhuma delas Jenny Humphrey tinha menos culpa de algo.

–Blair... Aquilo foi há muito tempo. Eu mudei. O tempo fora de Manhattan me fez perceber quem eu estava me tornando, e me obriguei a mudar.

Jenny encarou o chão, com receio do que Blair responderia. Blair revirou os olhos e cruzou os braços.

–Por que eu acreditaria em você, de qualquer jeito? - Inquiriu ela, levantando levemente as sobrancelhas. - Mas talvez quando eu fizer uma linha para prostitutas eu possa pensar em te chamar.

Jenny recebeu as palavras como tapas na cara, mas não se deixou vencer. Olhou fundo nos olhos de B. e então exclamou, aproximando-se mais dela:

–Sabe qual o seu problema, Blair? Você não consegue aceitar o fato de que Chuck poderia ficar com alguém além de você.


Minutos antes...

Chuck e Nate estavam na limousine, apressando cada vez mais o motorista para que chegassem o mais rápido ao ateliê da Waldorf Designs. Os dois sabiam do que Blair e Jenny eram capazes, ainda mais brigando uma contra a outra.

Enquanto Chuck tentava vez após vez ligar para Blair, Nate olhava através da janela distraído.

–Nathaniel. - Chuck chamou, fazendo-o prestar atenção. - Sinto cheiro de queimado. No que está pensando tanto?

Nate abriu um meio sorriso, e voltou-se para o amigo.

–Em Jenny. - Admitiu. - No dia em que... Você sabe...

Chuck assentiu, sentindo-se desconfortável na própria pele. Ele nunca havia conversado completamente sobre aquilo com ninguém, nem mesmo Blair. Ele sabia que ela ainda guardava uma raiva enorme de Jenny por causa daquilo, por isso a pressa para chegarem ao ateliê.

–Ela estava procurando a mim. - Nate continuou. - E se eu estivesse lá? Talvez você e Blair teriam tido um final feliz mais cedo. Talvez eu não estivesse bebendo sozinho todo dia como faço.

Chuck sorriu, colocando a mão em gesto de suporte no joelho de Nate.

–Eu me arrependo daquela noite, sim. Mas não sei se mudaria ela. - Começou Chuck e, vendo a expressão confusa no rosto de Nate, continuou: -Eu não estava pronto para um relacionamento real com a Blair. Não estava pronto para casar. Eu acabaria estragando tudo. Vê, Nathaniel? Tudo aconteceu por um motivo. Talvez a sua chance de felicidade esteja mais próxima do que imagina.

Nate abriu a boca para falar algo, mas no exato momento o motorista avisou que eles haviam chegado á Waldorf Designs. Ao entrar, eles conseguiram ouvir as vozes das duas.

–Por que eu acreditaria em você, de qualquer jeito? Mas talvez quando eu fizer uma linha para prostitutas eu possa pensar em te chamar. - Blair disse.

Chuck olhou para Nate, que ouvia as palavras boquiaberto. Ele, por outro lado, se segurava para não rir. Blair sabia exatamente o que falar.

–Sabe qual o seu problema, Blair? Você não consegue aceitar o fato de que Chuck poderia ficar com alguém além de você. - Jenny respondeu.

–Ora, sua... Quando eu acabar com você nem mesmo seja lá onde você estava será seguro! - Gritou Blair, no exato momento que eles entraram.

As duas nem notaram a presença deles. A unica coisa que Chuck viu foi Blair voando em cima de Jenny, e Nate correndo para separar as duas.

–Fique fora disso, Archibald! - Exclamou Blair, puxando o cabelo de Jenny.

–Blair! Pare com isso! - Jenny gritava, tentando empurrar Blair.

Chuck correndo aflito para perto dela foi a última coisa que Blair viu antes de tudo se tornar um borrão preto.

Quando acordou, Serena estava sentada desconfortavelmente em uma poltrona ao seu lado. Blair estava deitada em uma daquelas camas de hospital que ela tanto odiava, e que a traziam as piores lembranças. Naquele momento, foi como se a noite do acidente com Chuck estivesse caindo novamente sobre sua cabeça, e a primeira coisa que ela fez foi fazer a mesma pergunta que fizera naquela vez.

–Onde está o Chuck? - Perguntou ela, olhando assustada ao redor.

–Se acalma, B. Chuck está lá fora. Está tudo bem. - Serena acalmou-a.

Blair moveu-se repentinamente, tentando ficar sentada na cama, mas continuava tonta de modo que caiu de costas no colchão suspirando.

–Então... - Blair desistiu de tentar sentar, e bateu com a mão no colchão. - O que além da volta da Jenny me fez parar aqui?

–Você... Você está grávida. - Serena contou, sorrindo mais do que Blair jamais a vira sorrir. - Parabéns, B!

–O que? - Blair praticamente gritou, mas depois lembrou a si mesma para manter a calma. - E está tudo bem com o bebê? Chuck já sabe?

Um calafrio tomou conta do corpo de Blair. Mais uma vez lá estava ela, grávida em uma cama de hospital.

–Vocês dois estão bem, foi só uma tontura pelo estresse. Mas Chuck ainda não sabe, isso é, se Nate tiver conseguido ficar de boca fechada. - S sorriu, fazendo Blair a acompanhar.

–Obrigada. Preciso contar a ele eu mesma.

As duas estavam apenas se encarando, não sabendo mais o que dizer. Uma parte de Blair queria apenas contar a verdade para Chuck e começar essa nova fase da vida deles em paz, mas uma outra parte estava assustada e com medo dessa nova fase, ainda mais com essa história com a Jenny.

Serena havia aberto a boca para dizer algo, no exato momento em que Chuck abriu a porta do quarto, com a expressão assustada.

–Serena, pode nos dar um momento á sós? - Pediu-a.

–Claro. - Serena respondeu, saindo um pouco envergonhada.

Chuck respirava fundo, seus passos eram duros. Não demorou muito até que ele tomasse o lugar de Serena na poltrona. Blair queria apenas contar a verdade para ele, mas ela precisava saber que podia contar cem por cento com ele antes disso.

–Chuck... Precisamos conversar. - Ela falou com pesar.

–Sinto muito, Blair. Eu sei que parte do seu stress tem a ver com o fato de eu não estar muito em casa, prometo que mudarei isso. - Chuck prometeu, segurando a mão de Blair firme.

Aquele toque. Apenas aquele toque conseguia fazer Blair esquecer de todas as coisas no mundo. Aquele toque conseguia fazê-la acalmar-se em meros segundos. Era o que Chuck fazia com ela, desarmava-a sem que ela conseguisse reagir.

–Chuck, eu te amo, mas eu preciso saber que posso confiar em você. Preciso saber que vai tentar ficar mais em casa, e que vai se dedicar a mim. Ou melhor, a nós... - Blair automaticamente passou a mão em sua barriga.

–Você...? Blair, eu não acredito! - Ele exclamou, ainda em choque.

Chuck engoliu a noticia em seco, esforçando-se para não demonstrar para Blair qualquer sinal de nervosismo. Ele sorriu, estava feliz mesmo, mas uma parte dele estava completamente assustada. E se ele não conseguisse ser um bom pai? E se no final de tudo, se tornasse o que nunca quis ser? Chuck não seria como Bart, e seu filho não seria como ele.

Haviam muitos pensamentos na cabeça de Chuck, e ele havia prometido a si mesmo e a Blair que não esconderia mais seus sentimentos dela, mas como ele poderia estragar seu momento feliz contando algo assim a ela?

–Está tudo bem? Você não diz nada a um minuto. - Blair disse, fazendo-o voltar a realidade.

–Desculpe, Blair. Eu só acho que fiquei em choque mas... Isso é incrível. Eu não poderia estar mais feliz por começar uma família com você.

Chuck abraçou-a, envolvendo Blair em seus braços firmemente. Eles sorriram, e naquele momento era como se existissem apenas os dois no mundo. Mas claro, Gossip Girl estava ali para lembrá-los de que aquela não era a realidade.

"Spotted: Blair Waldorf Bass acabou de descobrir que está carregando o herdeiro do império Bass. Mas será que Chuck será um bom pai, ou no final seu filho se tornará apenas uma cópia de si mesmo? Aguardo ansiosa para saber."

Blair suspirou, fazendo Chuck a olhar aflito. Ela abriu um sorriso ao perceber. Anos depois e Chuck ainda tinha aquele mesmo olhar da primeira vez em que ele se preocupou com ela. O olhar que era destinado apenas a Blair.

–Quando eu posso sair daqui? Mal posso esperar para comemorar com você... - Blair perguntou eufórica.

–O médico disse que você pode ir embora hoje, mas é bom que fique na cama o resto do dia. - Chuck sorriu malicioso.

–Se você ficar comigo... - Ela compartilhou o mesmo sorriso dele.

–Você sabe o quanto eu adoro passar o dia embaixo dos lençóis com você... Mas dessa vez temos de nos comportar.

–Tudo bem! - Blair suspirou, jogando os braços para o alto em sinal de rendição.

Enquanto Blair virava-se na cama tentando achar uma posição confortável para dormir, Chuck relia repetidas vezes o post da Gossip Girl e perguntava-se se ela estava certa. E se ele apenas não tivesse nascido para ser pai? Qualquer um que o visse 6 anos atrás diria isso, mas Chuck sabia o quanto ele havia mudado.

–Pai, meu aniversário é amanhã e... - O pequeno Chuck dizia para seu pai, sem perceber que estava sendo completamente ignorado.

Bart estava na sua mesa, analisando alguns documentos para a construção de seu novo hotel, sem prestar muita atenção no que seu filho falava.

–É, sim... Sua babá te leva em uma loja de brinquedos mais tarde para que escolha algo. - Disse Bart, sem tirar os olhos dos documentos.

Chuck abaixou a cabeça, se concentrando para não chorar. O pai dele havia dito que ele nunca deveria chorar, que isso tornava-o fraco. Chuck lembrava-se de quantas vezes machucou-se brincando e engoliu o choro antes que o pai o visse.

–Mas pai eu queria... - Começou ele, porém foi interrompido pelo toque do telefone.

–Chuck, eu tenho que atender isso. Um carrinho, um dinossauro de brinquedo... Não importa o que você quer, peça a babá que ela te leva comprar.

Bart atendeu o telefone e nem sequer olhou a cara de decepção estampada por todo o rosto do filho. Ele nunca via, e quando via apenas ignorava.

Chuck saiu, batendo a porta do escritório do pai. Ele não queria um carrinho, um dinossauro de brinquedo ou dinheiro. Ele queria a única coisa que dinheiro algum poderia comprar. O amor de seu pai.

Por tantos anos fora assim, até que aos treze anos Chuck apenas parou de tentar. Todo ano desde seu aniversário de treze anos ele ia ao mesmo bar e pedia a mesma coisa. Era servido pelo mesmo garçom, e ficava ali sozinho, dizendo baixinho feliz aniversário a si mesmo.

Algumas vezes ele saia de lá, bêbado, e quando chegava em casa disfarçava da melhor forma para que Bart não pensasse o pior dele. Chuck sempre teve medo de desapontar o pai, e de não ser um bom filho, quando na verdade Bart nunca foi um pai. Nunca nem tentou.

Chuck não conseguia parar de pensar nessas coisas, até que ele notou que Blair não estava mais do seu lado deitada na cama.

–Blair? - Exclamou ele, olhando para os lados procurando-a.

–Aqui. - Respondeu-o ela.

Blair estava abaixada no banheiro, vomitando. Assim que a avistou, Chuck saltou da cama e foi para o lado dela.

Gentilmente, ele passou as mãos pelas costas de Blair e segurou seu cabelo. Ela sorriu por um momento, e depois voltou a vomitar. Por fora Blair parecia a pessoa mais calma do mundo, mas por dentro ela estava aterrorizada. E se não conseguisse? E se ela perdesse o bebê outra vez? Ela não suportaria a dor mais uma vez.

A verdade é que por trás dos sorrisos e aparências calmas, Blair e Chuck estavam desabando por dentro. Os dois questionavam-se a mesma coisa: E se Blair e Chuck não estivessem preparados para serem pais?

Nate encarava a tela de seu celular, tentando decidir que ligava ou não para Chuck. Ele queria saber se estava tudo bem, e mostrar apoio ao amigo, mas não sabia se era uma boa hora.

Quando ele decidira ligar, fora interrompido pelo barulho do elevador e saltos ecoando na suíte.

–Oi? Alguém em casa?

Aquela voz. Nate olhou duas vezes para ter certeza. Sim, era ela, Eva.


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