Era dia de despedida. As famílias estavam indo embora. Eveline acordou cedo para se despedir da sua e aproveitar os últimos minutos juntos. Elize estava chorosa. Philip também estava meio triste, mas Evy sabia que aquilo se devia ao fato dele nunca mais ver tantas garotas num só lugar. Ela também estava triste, mas sabia que os veria mais logo.

Enquanto ficava sentada na cama no quarto dos pais, vendo eles arrumarem as malas, a mente de Eveline voava para Drew. Ela havia se divertido muito no baile anterior com ele. E ela achava que ele também. Ele realmente não tinha jeito para dançar.

—Filha, _chamou sua mãe, distraindo-a das lembranças. _ Está tudo bem?

Eveline franziu o cenho.

—Sim. Claro. Por que?

—Nada você estava tão pensativa.

Eveline pensou em como Drew estava partindo aquele dia mesmo.

—Mãe, acho que, na verdade, vou dar uma saidinha.

Sua mãe sorriu compreensiva e acenou.

Eveline ainda não tinha certeza de onde ir. No quarto de Mellanny? Não muito óbvio. Mellanny podia desconfiar de algo… Ela suspirou adimitindo a derrota. Não conseguiria encontrá-lo a tempo. Ela voltou para o quarto bem devagar. Olhava para os sapatos tocar no ladrilho polido.

Sua porta estava entreaberta. Ela empurrou. Lá dentro Philip, seu pai e sua mãe conversavam com Drew. Eveline se sobressaltou ao ver Drew. Ela sorriu e olhou para os pais procurando uma explicação. Elize saltou e a abraçou.

—Evy, seu amigo veio te visitar!

Drew sorriu para Lizie e depois para Eveline.

—Oi Drew… _Disse Eveline sem conseguir esconder o sorriso.

O pai de Eveline tinha uma expressão desconfiada.

—Mas então como vocês se conheceram mesmo? _ Perguntou ele.

—Amor…_ Disse a mãe de Evy de repente._ Acho que esqueci alguma coisa no nosso quarto. Vem comigo buscar.

O pai de Eveline pareceu se debater interiormente, mas logo levantou-se resignado.

—Está bem… Do jeito que você não tem senso de direção podia acabar se perdendo pelo Palácio.

Eles levantaram-se e saíram do quarto. Antes de fechar a porta a mãe de Eveline piscou um olho para ela. Evy sorriu. Agradeceu mentalmente a mãe.

—Te espero no jardim_ Disse Drew sem rodeios, aparentemente se esquecendo de que Philip ainda estava no quarto. Sorrindo, levantou-se e saiu.

Ela olhou para Philip desconcertada. Respondeu algumas perguntas de Lizie sobre quem era ele, de modo evasivo claro. Por fim ela fitou Seu irmão pedindo permissão. Ele estava sério, mas então revirou os olhos e sorriu.

—Pode ir. Eu não conto para papai…

—Obrigado, Lipy!

Ela correu e saiu porta fora. Não sem antes ouvir Philip gritar:

—Lipy, o caramba!

Eveline sorriu. Ela agarrou o vestido e correu para o jardim. Ela saiu pela porta ampla e olhou para os dois lados. O jardim era um labirinto literalmente, ela não tinha ideia de onde ele poderia estar. Então lembrou-se do local onde eles haviam se encontrado anteriormente. Ele estava ali. Esperando por ela.

Drew sorriu:

—O seu irmão te deixou vir…

Ela acenou.

—Eu já protegi ele muitas vezes, agora é minha vez.

—Eu queria me despedir de você... _ Disse ele mais baixo. Ele aproximou-se. Olhou nos olhos de Eveline e inclinou-se ligeiramente. Seus lábios quase se tocando. Eveline já ia transpor aquele espaço quando ele disse:_ Eu vou cumprir minha promessa e te esperar. E isso é uma das coisas que pretendo te ensinar.

Ele ainda estava olhando para os olhos dela. E então se afastou. Ele ainda sorria.

—Vou te esperar…_ Disse ele antes sair do jardim.

Eveline estava um pouco atordoada. Vou te esperar…

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George bagunçou os cabelos nervoso, e Elizabeth riu baixinho. O riso de Elizabeth era como água corrente. O som que ele ouvira frequentemente, agora no Texas. A água que um dia fora chuva, descendo da parte alta para a parte baixa. Há três dias que chovia ininterruptamente no Texas. Três dias que a primeira gota tocara a areia sedenta. Três dias que George falara pela primeira vez com Elizabeth. Ás vezes era apenas um chuvisco (como naquele momento), mas outras era uma chuva forte e pesada (como na manhã em que ele a ajudara a levar as compras, o dia em que eles se falaram).

—Eu queria saber… _ Mas antes que ele pudesse terminar, o pai de Elizabeth saiu à porta de casa. Ele segurava uma garrafa de cerveja.

—Lizie!_ Chamou ele. Cambaleante desceu os degraus. Elizabeth correu para ajudá-lo, mas ele a empurrou bruscamente._ Eu posso descer sozinho!

Ele olhou para George com os olhos injetados. Bebeu um gole longo da garrafa.

—Tá fazendo o quê aqui garoto?

—Pai!_ Repreendeu Elizabeth. Ela olhou George constrangida. Ainda amparava o pai _ Me desculpe…

George acenou negativamente.

—Não. Não tem problema…

—Lizie, o que você ainda está fazendo aqui fora, na chuva?_ Perguntou o pai dela engrolando a língua._ Vai ficar doente…

Lizie acenou.

—Está bem pai… Vamos… _ Ela virou-se para George e moveu os lábios formando as palavras "Depois falamos…". Ela sorriu e conduziu o pai para dentro de casa.

George desceu a rua ainda sorrindo. A promessa de uma nova conversa com ela o deixava leve. Ele sentia a chuva tocar sua pele e ouvia a água correr e tudo isso lhe lembrava Elizabeth…

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Blue andava pelo palácio com Connor. Ela tinha uma folga aquele dia porque havia passado o dia anterior costurando por causa do Baile. Connor na verdade estava fazendo a ronda. Ela ria enquanto ele contava história dele e de Aaron.

Quando passaram em frente a entrada do jardim, Blue viu Logan. Ele estava abraçado à uma garota. Uma Selecionada. A Selecionada. Blue engoliu em seco e ignorou. Tentou prestar atenção na conversa de Connor, mas não conseguia. Tudo que podia pensar era em como ele acariciava seus cabelos. Em como Logan parecia estar feliz com ela e ao mesmo tempo triste. Será que ela estava saindo? Blue ouvira falar de uma Selecionada que desistira… Devia ser ela.

—Connor… Acho que não estou me sentindo bem… Acho que vou para casa…

—O que aconteceu?_ Perguntou Connor preocupado.

—Nada._ Respondeu Blue prontamente. _ É só um mal estar…

E sem dizer mais nada ela voltou para casa.

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Alguém bateu a porta do quarto de Chelsea. Ela correu para atender. Antes de abrir perguntou quem é:

—Jack…_Respondeu o convidado. Pelo seu tom de voz, Chelsea soube que ele estava sorrindo.

Ela abriu sua porta. Também sorria.

—Oi. _ Disse ele sorrindo.

—Oi._ Respondeu ela._ Entra logo, Jackass…

Esse era apelido de infância de Jack.

Chelsea fechou a porta e trancou para que ninguém a incomodasse. Quando virou-se para Jack e percebeu que ele havia se aproximado. Ele a beijou. Ela passou a mão pela sua nuca puxando-o para mais perto. Eles se separaram e Jack sentou-se na cama encostado na cabeceira. Ela deitou-se com a cabeça apoiada nas costas dele.

—Lembra quando eu você e a Gabi perdemos o Lili._ Perguntou Jack com um sorriso.

—Ah, é. O coelho da minha mãe. _Lembrou-se Chelsea_ Onde ele estava escondido mesmo?

—Dentro de casa.

Os dois riram.

—Onde será que está Gabi?_ Perguntou Chell pensativa.

—Quando eu fui expulso ela ainda trabalhava lá, mas acho que ela já foi embora…

—Quando eu sair, vou procurar por ela…_ Disse Chelsea

Jack assentiu. Continuaram conversando e rindo até que o horário de almoço dele acabou. Eles se beijaram novamente e antes de ir ele sussurrou.

—Senti sua falta…

Chelsea sabia que ele não se referia as horas em que ficaram separados, mas sim aos meses.

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No final daquele dia todas as famílias se despediram de suas selecionadas. Uma delas também se despediu da Seleção. Lenna acompanhou sua mãe, deixando o palácio.