How to survive escrita por Hayley Deschannell


Capítulo 8
Mark, o Vaga-lume


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo está bem menor do que era para ser T-T
Estava quase no ultimo paragrafo quando caiu a energia D:
Enfim... Sim, essa pessoa da capa é a Ellie...
Caaalma! Leiam primeiro heheheh..



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/468524/chapter/8

Aiden.

Acordei com uma movimentação. Era Joel. Ellie não estava do meu lado, nem em lugar nenhum. Ele estava conversando com a mãe do Trent, que também não estava ali. Pareciam preocupados. Me aproximei.

– O que tá acontecendo? – Perguntei.

– Pega sua arma e mostra que você serve pra alguma coisa! – Disse Joel enquanto andava furioso em direção à uma trilha na floresta. Ele seguia pegadas.

Mable estava do meu lado. Me voltei para ela com um ar de interrogação, querendo saber o porquê de tudo aquilo.

– Ellie vai se entregar para os vaga-lumes... – A garota parecia triste.

– Como assim? Por que estariam atrás dela?

– Ela... Ela é imune, Aiden... Ela é a cura....

– Mas...

– Eu também só descobri agora... – Mable limpou uma lágrima. Devia ser difícil descobrir que a pessoa em que você mais confia, escondeu um segredo tão importante de você. E bem... Sua melhor amiga foi embora sem se despedir.

E eu me dei conta que Ellie omitiu boa parte da sua história. Bem, então estávamos quites. Mas por que se entregar de uma hora para outra? Eu sei que era egoísta da minha parte mas, temia que a pequena parte da minha história, que eu contei para ela, fosse o motivo. Ou a gota d’água.

Ellie.

Eu ouvi boa parte de uma conversa entre Trent e o irmão mais novo. O irmão mais velho que os abandonou, estava vivo e tinha se tornado um Vaga-Lume. E pelo que parecia, iriam se encontrar. Não sei como tinham se comunicado antes, mas acredito que seja por rádio ou algum outro aparelho transmissor. Trent saiu antes do sol nascer. Eu o segui e ninguém percebeu.

Você deve estar se perguntando, porque eu queria me entregar. Bem, eu já fui impedida uma vez de realizar o desejo de muita gente: acabar com tudo isso. Eu simplesmente estava cansada. Cansada de ouvir histórias tristes, de viver sabendo que o final nunca seria feliz. Eu não queria ser a heroína. Apenas ser algo mais do que uma simples presa, ou uma ferramenta que é esquecida. Eu queria que as pessoas que nasceram naquele inferno (como eu), soubessem como é ter uma vida normal. E mesmo se eu não sobrevivesse a esse processo e nunca descobrisse como é viver normalmente, eu não me importaria. Porquê foi muito injusto. Tudo foi muito injusto. Nunca pedimos para nascer, principalmente num mundo pós apocalíptico. Nenhum de nós teve culpa. Mas mesmo assim tivemos que pagar.

Chegamos ao ponto de encontro. Eu me aproximei.

– Ellie! Oque tá fazendo aqui?! – Trent parecia assustado. Pior. Aterrorizado. Parecia com medo do que o irmão iria pensar se me visse ali. Eu me perguntava o porquê.

Trent estava de frente com o irmão, que era idêntico a ele com uma barba enorme.

– É ele? – Apontei para o homem – É o Vaga-Lume?!

– Meu nome... É Mark. – Disse o irmão – E sim, eu sou um deles. – Ele estava com a mão apoiada na arma, que estava no cinto. Enxerguei seu amuleto.

– Bem, eu tenho uma notícia. – Eu disse.

– Ellie, o que você vai fazer? – Trent sabia que eu era um ímã de encrencas. Mas o olhar dele me dizia que provavelmente não sairíamos vivos daquela, caso algo errado acontecesse.

– Eu sou que você está procurando, Mark. – Levantei a manga da blusa.

O Vaga-lume não pareceu surpreso.

– Mais uma? Trent, por que nunca me disse isso?

– Como assim “mais uma”? – Perguntei.

Trent, que parecia não acreditar no que eu mostrei, levantou a barra da calça, revelando uma mordida na perna.

– Já faz 10 anos.

Eu estava boquiaberta.

– O quê?! Você ia se entregar e nem... – Não completei a frase. Porque eu estava tão indignada se estava fazendo a mesma coisa?

– Não sou bom com despedidas... – Ele entendeu o que eu queria dizer. – Eu tentei deixar cartas pra vocês duas mas... Você sabe, não me lembro como se escreve. Faltei a essas aulas para alimentar minha família... – Ele olhou de relance para o irmão. – Diga a Mable que eu disse coisas bonitas, mas você não se lembra. – E sorriu.

– Mas... E sua família? Eles vão precisar de você!

– Já conversei com meus irmãos. Eles dão conta. E de certa forma, vou ajudar eles...

– Trent...

– Deixa isso comigo, Ellie. Quem sabe eu sobrevivo a tudo isso e venho te visitar?

Eu fui ridícula o bastante para sentir uma ponta de alívio.

Antes que eu pudesse dizer algo, Mark entrou na conversa.

– Como assim “venho te visitar”? O que vocês estão pensando? Que eu vou escolher na sorte? – Ele agarrou meu braço – Nada disso, os dois vão vir comigo! – O olhar dele era como de um maníaco.

O pequeno alívio se foi. Não sabia o que sentir. Medo, satisfação. Trent acertou um soco no rosto do irmão, que me soltou e caiu. Mark deslizou na neve produzindo um barulho estranho e contínuo.

Ele parou de deslizar, mas o barulho continuou.

– Soldados! – O Vaga-lume gritou. E ele estava certo. Eram vários soldados dentro de um helicóptero enorme, se aproximando cada vez mais.

Ouvi outras vozes familiares se aproximando. Mas como? Eu não conhecia nenhum soldado.

– Corra Ellie!! – Disse Trent, levantando o irmão e correndo para outra direção.

Eu corri para longe deles e de todo aquele barulho. Um dos soldados gritou no alto falante do helicóptero, algo que eu entendi como “rendam-se vaga-lumes!”. Eu continuei correndo. Os dois irmãos estavam a dezenas de metros atrás de mim. Eu ouvi tiros. Ouvi gritos. E ouvi as duas vozes que jamais concordariam gritando a mesma coisa. Eram essas as vozes familiares.

Eram Joel e Aiden. Eles gritavam meu nome. E foi a última coisa que eu me lembro antes de escorregar no gelo e bater a cabeça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É isso ae!
Tchau!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "How to survive" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.