Bella’s POV

1 mês depois

Eu odiava me esconder, odiava o James, odiava essa maldita distancia que me separava da minha filha, odiava minha vida, mas até que nas ultimas semanas ela resolveu me fazer um agrado e me trazer Edward.

Minha mente ingênua me fez acreditar que eu poderia me proteger desse sentimento, mas ela foi enganada assim como eu, o sentimento era irrevogável, meu coração era dele, assim como tudo o que havia em mim pertencia a ele, meus pensamentos, meu olhar, meu sorriso, era algo esplêndido. Eu poderia simplesmente deixa-lo ir, poderia simplesmente dizer que não podíamos nem ser amigos, mas o meu egoísmo era demais, e eu simplesmente não poderia deixa-lo ir, eu precisava dele assim como qualquer ser humano precisava de oxigênio para respirar. Eu sentia que ele era a minha força, ele era a esperança que eu precisava a minha luz na escuridão, o meu anjo.

Eu não sabia como, nem por que, aconteceu tudo muito rápido, e eu tinha que admitir para mim mesma, nunca na minha vida eu havia sentido isso por alguém. Eu havia me entregado a ele, definitivamente. E por algum motivo, senti como se fosse a decisão certa, por um lado, porque por outro era a mesma coisa que cometer um suicídio. Era como estar à deriva, e a qualquer momento ser descoberta por ambos os lados. Mas eu não conseguia ver razão, eu precisava dele.

Assim que terminamos nossos trabalhos, decidimos ir até uma Starbucksque ficava próxima ao Central Park. O ar estava gélido, mas suportável, e o sol resolveu nos prestigiar com sua beleza, então nós aproveitamos e fomos dar uma breve caminha pelo parque.

–Eu amo vir aqui, sabia? –eu disse.

–Eu também, gosto bastante daqui na primavera. –ele disse enquanto bebericava seu café. –Bella, me conte mais sobre você. –ele disse sorrindo de canto para mim.

–Sobre o que você quer saber? –eu disse arqueando uma sobrancelha.

–Tantas coisas, mas me conte sobre seus pais, sobre como era sua vida na adolescência, essas coisas.

–Meus pais... –e como se instantaneamente um choque percorresse por todo o meu corpo me paralisando, Edward parou de andar também se virando para mim.

–Oh Bella me desculpe, não sabia que era um assunto delicado para você, acho melhor mudarmos...

–Está tudo bem, campeão. Eu quero contar a você sobre isso.

–Mesmo? –ele perguntou olhando em meus olhos.

Será que ele sabia o quanto ele me dava segurança? O quanto o seu olhar me tranquilizava? Ah os olhos dele, eram penetrantes e tinha um poder enorme sobre mim, os belos olhos verdes que eu tanto amava, assim como o dono deles.

–Confio o suficiente em você para isso. –declarei por fim. Puxei sua mão para sentarmos, em um dos bancos. Meu olhar era vago para o ambiente em que estávamos, me dei conta do que estava prestes a fazer. Eu nunca havia contado a ninguém sobre meus pais, e sobre o que aconteceu comigo depois que eles morreram. As únicas pessoas que sabiam, não havia sido eu a falar.

–Bella? –ele disse colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha, eu olhei para ele.

–Eu sempre fui uma criança muito feliz, eu tinha o amor incondicional dos meus pais, e isso não mudou na minha adolescência, pelo ao contrario só aumentou. Nós éramos a família perfeita. Na verdade, eu sempre tive o amor dos meus pais, da amiga deles a “Tia Sue”, e meu melhor amigo Jacob. Eles eram a minha família.

–Como eles se chamam? –Edward me perguntou.

– Eles se chamavam Charlie e Renée. –sorri com a lembrança deles, e eu pude ver nos olhos de Edward uma duvida. –Meu pai era chefe de policia em Seattle, e um ótimo mestre de luta, e eu acho que nasci com esse dom, foi ele que me ensinou a lutar e a me defender quando ele não estivesse mais ao meu lado. Por algum motivo ele sabia que, não estaria comigo até que eu pudesse encontrar alguém para mim, e passar a ter minha própria família. Mas até que um dia um grave acidente, tirou a vida das pessoas que eu mais amava nesse mundo. –minha voz se tornou amarga.

“ Acidente grave provoca quatro mortes e um ferido”

–Jacob, o que você esta vendo na TV, não vai me dizer que é noticiário? –disse pegando dois pães com patê de amendoim para nós. Fiz o caminho até a sala, quando tocou o telefone.

Sue desceu as escadas correndo desesperada, e o atendeu. Olhei para Jacob, de moreno acobreado ele ficou pálido. Eu me assustei, meu corpo começou a tremer algo de errado havia acontecido.Coloquei o prato com os lanches em cima da mesa, ou acabaria caindo ao chão e se estraçalhando. Quando voltei para a sala, Sue deixou o telefone cair, me olhou completamente assustada, apavorada, e se sentou no sofá, suas mãos tremia, eu estava paralisada na soleira da porta que dava acesso para o cômodo. Jacob olhou para ela, engoliu em seco, veio até mim, e me puxou para o sofá. Nós tínhamos apenas 15 anos.

–Alguém pode me dizer o que esta acontecendo? –Sue olhou para mim com um olhar de medo. –O QUE ESTA ACONTECENDO?

–Bells, você tem que se acalmar. –Jacob disse.

–COMO VOCE QUER EU ME ACALME JACOB? VOCÊS DOIS ESTAO PARECENDO QUE VIRAM FANTASMAS, E EU NÃO SOU IDIOTA! O QUE ACONTECEU? ESSE NOTICIARIO TEM ALGUMA COISA HAVER? –eu gritei enfurecida.

–Querida, olhe para mim. –Sue pediu com sua voz materna. –Aconteceu uma coisa que... –ela lutava com as palavras. Jacob deu sinal para que ela parasse.

–Aconteceu algo terrível, algo que ninguém imaginaria, algo que custou a vida de duas pessoas importante demais para nós, Bella. –senti um arrepio na espinha.

–O que... –meu lábio inferior começou a tremer, e o choro era evidente.

–Aquele noticiário, com quatro mortes e um ferido...

Foi quando eu liguei tudo, Renée e Charlie, haviam ido para a casa de uns amigos, e a estrada que os levava ate la era a mesma do acidente. Não. Não. Não. Não, eles não.

–Jacob, porque você esta dizendo isso para mim? –eu sorri amarga. –Eu sei que não aconteceu nada com meus pais, eu sei que não, eles estão voltando e já já vão bater na porta para me levar para casa.-eu disse.

–Bells , eu sinto muito.

–NÃO! VOCE ESTA MENTINDO, SEU IDIOTA, PARA DE MENTIR.

–Querida... –Sue levantou o sofá e me abraçou, era verdade.

–NÃO! NÃO! NÃO. NÃO MEUS PAIS NÃO! –eu me afastei de seu abraço. -Por favor, diga que é mentira, por favor. –Jacob balançou a cabeça negativamente, eu me levantei do sofá, atordoada, cai de joelhos no chão, e soltei um grito, o mais doloroso, querendo tirar toda aquela dor de mim. –NAAAAAAAAAAAAAO! NAAAAAAAAAAAAAO! –abafei o choro com a mão e senti meu amigo me abraçando, meus ombros se sacudiam com a força dos meus soluços compulsivos, mas eu não podia evitar, eu tinha que tirar de mim a raiva, o medo, a tristeza, o buraco que havia sido aberto, de dentro de mim.

–Estaremos com você Bella, sempre. –Sue disse beijando meus cabelos.

–Sue... Meus pais... Não! Como eu vou... Viver com isso?

–Eu não sei querida, acredite tudo o que eu queria agora era tirar essa dor que você esta sentindo, eu não sei como, mas vamos passar por isso, eu sei que vamos.

–Estaremos com você Bella. –Jacob repetiu suas palavras. –Para sempre.

–Depois disso que aconteceu... –eu continuei. –Eu não me conformava sabe Edward? Era tudo absurdo, porque a vida havia levado as melhores pessoas que existia nesse mundo? Sue ficou com a minha guarda, e eu passei a morar com ela. Nunca mais voltei a casa onde morávamos. E eu comecei ficar uma adolescente um tanto... rebelde. Eu abandonei a luta, não queria nada que pudesse me trazer essa dor de volta, eu tentei afastar a dor de mim praticando atos que eu pago por eles até hoje. Eu dei muito trabalho para Sue e Jacob. Até que cai na real, voltei a ser como eu era, e fui para faculdade. Mas eu nunca mais me senti viva Edward, tantas coisas aconteceram para mim, que a morte seria bem mais fácil. Eu nunca mais sorri espontaneamente, eu nunca mais me senti feliz. Eu perdi totalmente as esperanças. Eu sou horrível! –eu abaixei meu rosto entre as mãos e ele estava inundado pelas lagrimas, senti-o bem próximo de mim me levantando e puxando para seu abraço e eu me aconcheguei em seu peito.

–Eu sinto muito, Bella. Não queria que você tivesse que se lembrar disso. Olhe para mim anjo. –assim eu o fiz. –Eu realmente não sei por que as coisas são assim, porque elas tiveram que acontecer assim. Mas eu também sei a mulher incrível que você é, eu sei o quanto deve ter sido difícil para você, e eu estou surpreendido pela sua capacidade de superação. Você é forte. E tenho certeza que Charlie e Renée teriam orgulho de você, assim como Sue e Jacob devem ter, e como eu tenho. Bella, não seja rude com você mesma, você nem de longe é horrível.

–Você diz isso porque não me conheceu há um tempo antes. Eu era um caso perdido, ou eu sou ainda não sei.

–Não, eu digo isso porque eu sei como você é, e se eu tivesse te conhecido há algum tempo atrás eu teria me encantado da mesma forma por você. Se você é um caso perdido, eu gostaria de te achar. –ele disse divertido, sorrindo.

–Eu queria ter conhecido você há muito tempo... –disse pensativa. –Edward, isso vai parecer ridículo, mas eu preciso dizer, porque esta me sufocando.

–Diga, amor.

–Não sei o que esta acontecendo comigo, eu não sei. Só sei que eu preciso de você, quando eu estou perto de você, é como se tudo o que eu tivesse te dito agora, pertencesse à outra pessoa. Eu sei que é egoísta, mas, por favor, fica comigo. –eu disse num sussurro, o abraçando, e enterrando meu rosto no vão do seu pescoço. Até o cheiro dele era uma droga viciante para mim.

–Bella... Nem que você me expulsasse da sua vida eu iria embora. Você é importante demais pra mim. E eu também não sei explicar, mas eu quero e preciso proteger você. Não são apenas instintos. –eu levantei meus olhos para poder olhar nos seus.

–Desculpe por desabafar desse jeito. –disse sinceramente, levei meu polegar ate a sua bochecha o acariciando.

–Nem ouse. Eu quero que você faça isso, estou aqui com você, para te ajudar. E agora que te achei eu não vou te abandonar. –ele pegou minha mão na sua, e entrelaçou nossos dedos.

–Você é bom demais pra mim. Isso não está certo... –eu fechei os olhos por um instante e os abri novamente. –É melhor você ir embora.

–O que? –ele riu. –Você sofre de personalidade dupla? Porque assim há instantes, você pediu para que eu ficasse com você e agora me manda ir embora?

–Eu quero que você fica comigo, mas você precisa ir embora.

–Eu não vou embora. –ele afirmou.

–Você tem que ir. É O CERTO. –eu disse.

–Eu não quero o que você acha que é certo. –ele disse irritado.

–Não é o que eu acho, é o que é certo.

–Isso não é certo. Se te faz feliz é o certo, você me faz feliz, alias você me faz sentir como nunca eu me senti antes.

–Quantos certos já dissemos nesse dialogo?

–Não sei.

–Porque você é assim? Não percebe o tamanho do problema que eu sou?

–E? Isso não me impediu de gostar de você e não vai me impedir de ficar com você. Se você usar isso como empecilho ótimo, use. Mas eu não vou desistir de você, então vamos facilitar para os dois lados. O.K? –ele disse um pouco irritado.

–Você é louco. Nem me conhece direito e fica dizendo essas coisas.

–Não? Vamos ver... Quando você esta nervosa você fica andando de um lado pro outro, ou quando esta sentada e nervosa, você fica esfregado as mãos. Quando você esta feliz seus olhos tem um brilho diferente, e você sempre solta gargalhadas, quando esta cansada você não gosta muito de palavras e prefere simplesmente um abraço, quando você esta com vergonha você cora,e morde o lábio inferior o que eu acho sexy. Quando você esta preocupada tenta esconder isso de todos, e sempre passa a mão no cabelo. Quando esta triste você fica na sua sala, ou pega um tipo de amuleto que você anda com ele no bolso e fica olhando. Você mora a 10 quarteirões do Hospital, ama a profissão que exerce, se preocupa com os pacientes e principalmente com todos que você ama. Ah e você gosta de abraços repentinos. –meus olhos se arregalaram, e minha boca fez um “O”. -Tem 26 anos.

–Edward, você reparou tudo isso mesmo? –eu disse surpresa.

–Você é a pessoa mais incrível que eu já conheci, por isso eu reparei em cada detalhe seu.

–Deus, você é tão incrível, e maravilhoso... Mas eu não mereço tudo isso de você.

–Bella! Entenda que todos os seus esforços, palavras, qualquer coisa que você faça para me afastar não vão dar certo, eles vão falhar.

–Eu só queria te proteger. –eu enterrei meu rosto em seu peito. –Se você fosse realmente embora, eu acho que não suportaria.

–Eu sei, você levanta uma sobrancelha e não consegue olhar nos olhos da pessoa quando você mente. Você acabou de fazer isso, quando me mandou ir embora.

–Céus! Estou perdida em suas mãos.

–Literalmente, baby. –ele riu, sua risada era um dos sons mais adoráveis do muito, como eu a amava.

Mesmo com tantos perigos, tantos medos, eu sabia exatamente que era nele, que era com ele, que a minha felicidade estava.