A Ordem escrita por Any Queen


Capítulo 19
Julgar


Notas iniciais do capítulo

Genteeeee, mil desculpas por não postar por tanto tempo, mas a minha vida está uma loucura, quatro provas toda semana, não tenho mais descanso!! Espero que gostem e respondo os comentários depois, porque estou correndo agora.



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"Quem és tu que queres julgar, / com vista que só alcança um palmo, / coisas que estão a mil milhas?" - Dante Alighieri

***

– Jack? – Denny se esforçou para se levantar e olhou para Jack, porém não conseguiu encará-lo por muito tempo.

– Você estava quase morrendo! – gritou ele – E não teve a decência de me contar o que estava planejando.

Denny sentiu um breve momento de raiva, ela alimentou aquele sentimento, porque sentindo aquilo por Jack diminuiria culpa do que ela acabara de fazer.

– Depois nós conversamos. – ela olhou para Austin e Thomas que a encaravam com certa incredulidade. – Funcionou?

– Me diga você. – começou Thomas – Encontrou o lobisomem.

– Encontrei. – falou ela com calma, tentando ao máximo não olhar para o loiro – Ele me levou até a Constituição, na biblioteca. Preciso lhe passar o feitiço antes que eu esqueça as palavras. – Denny proferiu as palavras que Allison tinha lhe dito, com calma, tentando se lembrar das mínimas silabas.

– Um feitiço poderoso teria grandes consequências. – falou Austin.

– Do tipo... – quis saber a Governadora.

– Uma tempestade, queda de luz, terremoto, coisas do tipo. – explicou o primeiro Caçador. – O Conselho iria perceber que algo estava acontecendo.

– Então vamos precisar pegá-la durante a reunião amanhã. – Denny cruzou os braços sentindo um frio repentino – Considerem a minha explosão. Eles estariam ocupados demais para perceber tais eventos climáticos.

– Denny? – chamou Austin visivelmente preocupado.

– Hmm. – disse a Caçadora perdendo o foco de sua visão, uma onda de cansaço tomara conta dela.

– Você está bem?

– Acho que não. – Thomas deu um passo em direção a Denny e pôs as costas da mão em sua testa.

– Você está queimando. E está pálida que nem um fantasma.

– Creio que seja seu corpo reagindo ao feitiço. – concluiu Austin com uma das mãos no queixo, pensativo. – Onde está o amuleto?

– Aqui. – Denny entregou e olhou para o ruivo com esperança – Funcionou?

Austin analisou o objeto com cautela e entregou para Thomas, que estremeceu ao tocar na pedra.

– Sim. – disse o Extrator em um sussurro – Funcionou.

– O que funcionou? – perguntou Jack, Denny tinha se esquecido da presença dele no local, ela olhou para trás antes de vacilar e quase cair no chão, mas Austin a segurou.

– Conversamos sobre isso amanhã. – falou o ruivo – Você claramente não consegue fazer mais nada. Jack? – ela o ouviu praguejar – Pode levá-la para seus aposentos?

– Eu estou bem – resmungou a Governadora enquanto Jack passava a mão em sua cintura – Estou perfeitamente b... – ela não teve forças para terminar a frase, deixou que Jack a levasse, feliz por tudo ter dado tudo e apagou.

***

Quando Denny voltou a abrir os olhos estava escuro, tudo indicava que estava em seu quarto com as luzes reduzidas para que não incomodassem seus olhos. Alguém resmungava enquanto colocava uma toalha gelada em sua testa, mesmo que ela estivesse ciente de onde estava, parecia não se sentir totalmente presente. Sentia-se sendo puxada pelo Outro Lado, sendo puxada por Scott para viver com ele...

Alguém tirou seus sapatos e voltou a colocar a toalha em sua testa, depois de um tempo pousou as costas da mão para sentir sua temperatura, suas unhas roçaram na pele de Denny e ela riu com as cosegas que fazia.

– Você precisa cortar suas unhas, Scott. – disse ela sem pensar.

– E é isso que eu ganho por cuidar de você. – Denny sentou-se na mesma hora, totalmente sóbria, Jack estava levando o balde consigo para a porta.

– Jack, espere.

Ele não se virou.

– Você está certa, conversamos amanhã. – ele continuou caminhando, porém, quando chegou ao batente da porta, parou e respirou fundo – May irá cuidar de você mais tarde e Austin pediu para avisar que a reunião do Conselho será à tarde.

–Jack... – implorou ela.

– Amanhã. – grunhiu – Será que você pode fazer algo por mim pelo menos uma vez?

– Isso não é justo. – Denny jogou os braços para cima e tirou as cobertas de cima – Você tem que me deixar explicar o que aconteceu.

– Amanhã. – insistiu.

– Não! – Denny gritou e foi até ele batendo os pés – Não é o que você está pensando.

– Realmente, o que eu estou pensando envolve você humana e feliz com o fantasma de um cara que morreu há mais de um século. – disse ele no mesmo tom de Denny.

– Você está exagerando... – ela não conseguiu terminar, Jack estava certo e ela não conseguia falar aquilo na cara dele.

– Estou? – ironizou – Em que parte? Porque eu realmente acho que acertei alguma coisa.

– Eu não virei humana, continuo uma Visionária.

– Perfeito. – Jack jogou os braços para cima e deixou que o balde caísse e derramasse a água – Então eu acertei você feliz com Scott. – Jack cuspiu o nome do lobisomem como se fosse tóxico.

– Eu precisava dele. – Denny praguejou e começou a andar no quarto. – Quer saber? Vá embora! – ela apontou para saída e Jack cruzou os braços, insistente.

– Agora eu quero saber. – ele bateu os pés e não fazia a menor menção de deixar a menina sozinha.

– Ele sabia onde a Constituição estava e me disse.

– É claro que disse. – Jack colocou o indicador no queixo como se pensasse – Almas podem se tocar? – Denny assentiu silenciosamente – Então olhe nos meus olhos e me diga que não aconteceu nada.

Denny hesitou.

– Pare de se fazer de inocente. – a Caçadora balançou a cabeça, decidida a não achar o que fez errado, Jack não entendia seu lado e ela não iria explicar para ele – Eu tive a chance de encontrá-lo depois de anos...

– É doentio. – Jack proferiu as palavras tão baixo que Denny pensou ter imaginado.

– Como disse? – ela não podia acreditar que ele dissera aquilo, Deus tinha que segurá-la para ela não fazer nada.

– É doentio. – repetiu ele – Essa sua obcessão por Scott. Ele morreu, Denny, morreu e nunca mais vai voltar! Quando que você vai se tocar? Você vive agindo como se ele vai voltar e o amor de vocês vai continuar intacto.

– Cala a boca.

– O que você vai fazer? Eu sou mais forte que você, sua compulsão não me afeta. – desdenhou – Você não aguenta a verdade, sabe que estou certo, mas se nega a acreditar que não tem volta. Nunca vai ser feliz enquanto viver presa a ele. Continuo a dizer: é doentio.

– Para! – gritou ela – Chega. Saia do meu quarto, não quero te ver até que seja necessário. – ela olhou para cama e prendeu a respiração até seus pulmões arderem, depois inspirou profundamente e olhou para o loiro que ainda ardia em raiva – Você nunca amou ninguém assim, nunca sentiu necessidade de alguém, então cale a boca e vá para o seu quarto. Faça-me um favor e não me dirija à palavra pelos próximos trezentos anos.

– Você é louca. Me pergunto como eu pude gostar de você, parece viciada nele. – Jack balançou a cabeça e voltou para porta, passando as mãos no cabelo – E você não precisa pedir, faço questão de não dirigir a palavra a você pelos próximos trezentos anos.

– Ótimo. – bufou.

– Ótimo. – Denny achou que tinha acabado, porém Jack hesitou por mais alguns segundos. – Tenho pena de você. – então se foi.

Ela bateu os pés até o banheiro e pegou um pano, decidida a não pensar em Jack ou Scott. Denny sabia das consequências de suas ações, porém não se importava, faria tudo de novo pelo beijo. Por um minuto ela analisou seus pensamentos e ocorreu, pela primeira vez, que aquilo poderia ser doentio, mas ela ignorou, como sempre fazia. Por todos os anos, amar alguém parecia errado, parecia uma traição a Scott, mesmo com Jack, parecia errado e sem nexo em algumas horas. No final ele poderia ter razão, ela era doentia, ela era um problema.

Quando olhou para o pano, viu que o torcia forte demais, suspirou e foi até onde Jack deixara a água cair, secou o chão com raiva e jogou o pano no balde. Grunhiu e socou o chão algumas vezes antes de se jogar nele, ela sentiu o frio do mármore sobre si, mas não reclamou, aquilo parecia fazer bem. Denny sabia que era destrutiva, porém ela achou que estava superando isso, estava errada. Jack poderia ter feito coisas impossíveis com ela, mas a menina ainda não conseguia abrir mão do lobisomem, talvez fosse doentio e Jack teria razão.

Ela nunca considerou seu amor por Scott psicótico, sempre o pensara como puro, agora o via de maneia completamente diferente. Não culpava Scott, a perfeição dele não poderia levar a culpa, culpava a si mesma, culpava-se por ser Jennyfer Salvatore. Naquele momento, Denny tomara a decisão de sumir de novo.

Assim que tudo acabasse, ela iria embora, tornando Austin o Governador. Pegaria Henry e eles iriam viajar, longe de qualquer possível dano que ela pudesse cometer. Nada dava certo quando ela permanecia em um lugar por muito tempo, ela era doentia e contaminava onde ficava. Vivera bem por tantos anos, sozinha, quando os Caçadores virassem mortais, ela poderia envelhecer junto com seu filho, garantir que ele fosse feliz e ficaria bem longe de Jack ou de qualquer outro Caçador.

– Devo me preocupar com essa cena? – Denny olhou para porta e viu que Thomas se encontrava encostado no alisar com uma postura despreocupada, ela desejou ser como ele, tornaria tudo mais fácil.

– Não. – suspirou ela – Junte-se a mim.

Thomas arqueou a sobrancelha e deitou no chão ao lado dela.

– Eu ouvi os gritos.

– Acho que a Sede toda ouviu.

– Não acho que Jack tenha razão. – Denny encarou Thomas surpresa, mas ele apenas deu de ombros – Seu amor por Scott não era, e nem é, doentio.

– Eu sou.

– Não Denny, você é mais saudável que eu. – Thomas fechou os olhos e respirou fundo – Eu sou bem mais velho que você, já passei por coisas que você nem sequer imaginaria. Já amei tantas vezes que perdi a conta... Porém nunca, nunca deixei de amar Norah.

– Bem-vindo ao clube dos namorados mortos, por favor, pegue uma cadeira.

– Humor negro não combina muito com você. – Thomas a encarou por alguns segundos, Denny parecia poder ver dentro de sua alma e sorriu para ele. – Posso mostrar a você?

Ela assentiu e ele entrelaçou os dedos nos dela.

Denny fechou os olhos e deixou que as imagens invadissem seu mente, várias mulheres passaram e os sentimentos que as acompanhavam tomaram conta de Denny, Thomas amou cada uma delas e sofreu com a perda de cada uma. Parecia que Denny não poderia aguentar tanta tristeza, cada morte passando pelos seus olhos, anos e anos e de amor e morte. Ela se levou pelos sentimentos de Thomas, pelo amor que ele sentiu por aquelas mulheres e pela dor ao perdê-las, Denny só havia amado três pessoas e isso a matava, não poderia aguentar tudo o que Thomas sentia.

De repente sentiu um sentimento milhões de vezes maior, quando uma garota com um xale sorriu para Thomas, a Caçadora sentiu a paixão queimar dentro dele quando ela o olhou. Aquele deveria ser Norah e ele realmente a amava de corpo e alma. Então veio o desespero, quando a cena de sua morte tomou conta das imagens, Denny viu e sentiu Thomas quanto viu que seu irmão, Michael, se transformava em Norah e ele percebia o que acabara de fazer. Ela começou a tremer, então sentiu tudo isso se desligar e ela voltar para o presente. A menina permaneceu com os olhos fechados e sentiu as lágrimas rolarem, respirou fundo repetidamente antes de encarar Thomas que olhava para o teto igualmente abalado.

– Tudo bem?

– Sim. – disse depois de um longo silencio – Dói e sempre vai doer, Jenny. Isso não significa que eu parei de amar... Eu realmente amei cada uma delas.

– Eu sei. Eu senti. – Denny sorriu para ele e Thomas retribuiu – Somos mais parecidos do que eu poderia imaginar.

– Eu sou a sua versão homem. Espera... – Thomas esticou o braço e tocou levemente o nariz de Denny, os olhos do Extrator mudaram de cor e ficaram iguais aos de Denny. Ela se assustou, depois começou a rir, mesmo que fosse estranho olhar para os próprios olhos, não entendia como as pessoas podiam encará-la. – Um riso.

– Obrigada.

– É um presente de despedida. – ela o fuzilou, sabia que Thomas iria embora antes que a guerra pudesse começar, porém não acreditava que fosse tão cedo. A menina passara tantos anos odiando-o que não parecia certo sentir saudades dele, mas sentiria, Thomas entendia muito dela. – Está na hora de ir.

– Você sabe que não precisa ir... – ele deu um sorriso torto e colocou o braço atrás da cabeça.

– Nós ainda vamos nos ver. Se eu não me engano, acho que você jurou me odiar por toda a eternidade.

– Vou sentir sua falta. – disse ela por fim, ele compartilhara algo com ela que ela nunca teria coragem de fazer, Thomas merecia seu perdão e sua saudade. – Por mais estranho que isso soe.

– Não soa estranho. – Tom bocejou e se espreguiçou – Como eu sou um bom samaritano, vou lhe conceder mais um favor.

– E qual seria?

– Vou levar Jessamine comigo. – ele deu de ombros em frente à estupefação de Denny – Ela não é tão ruim assim... E acho que ela precisa recomeçar em algum lugar onde não conheça ninguém.

– Não conhecia esse seu lado heroico, Tommy.

– O que eu posso dizer? Sou uma pessoa surpreendente em todos os sentidos.

– Algumas coisas nunca mudam. – disse a Caçadora enquanto revirava os olhos.

Thomas se virou e chegou perto de Denny, depositou um beijo em sua cabeça e se levantou.

– Em caso de emergência, use meu mantra. – ela olhou para ele interrogativa e Thomas se limitou a fazer uma pose confiante – Sempre ame de novo. “Amor não se conjuga no passado; ou se ama para sempre, ou nunca se amou verdadeiramente.” M. Paglia. Até a próxima.

– Até. – Thomas lhe entregou um último sorriso torto e se retirou.

Denny ficou mais tempo deitada no chão, consciente de sua porta aberta e das pessoas que a encaravam quando passavam por ela. Minutos de longos pensamentos depois, ouviu um grito ensurdecedor vindo da porta, ela se sentou e encarou a dona.

– Acho que acabei de ficar surda no ouvido direito. – Denny fuzilou Vic e voltou a deitar.

– Desculpe, achei que tinha acontecido alguma coisa. O que você está fazendo no chão?

– Parece que penso melhor daqui. – a Visionária deu alguns tapinhas no local ao seu lado – Vem, acomode-se e conte-me seus problemas.

Vic sorriu e deitou-se, assim que se acomodou alguém falou atrás delas:

– Não é uma cena muito comum.

– Se junte a nós, Charlotte. – chamou a Governadora, a loira obedeceu e deitou-se no outro lado de Denny.

– Vocês se lembram de quando fizemos isso em Toscana. – disse Victória.

– Estávamos bêbadas – riu a loira – Víamos mais estrelas do que realmente tinha.

– Era lindo. – concordou Denny.

– Ouvimos seus gritos. – disse a loira.

Charlotte! – repreendeu Vic.

– Tudo bem. – Denny se limitou a sorrir e olhar para o teto – Posso viver com o ódio de Jack.

– Pode? – perguntou Victória – Sempre achei que vocês eram um lindo casal.

– Nós vimos Denny. – a Governadora olhou para Charlotte sem entender o que ela queria dizer – Eu vi como vocês se amaram, digo você e Scott, foi lindo e emocionante de se ver.

– Obrigada... Mas eu acredito que Jack tenha razão, faz anos, eu preciso... Preciso superar. Eu achei que tinha conseguido, achei que finalmente poderia começar de novo com Jack, mas depois de me encontrar com Scott de novo, eu simplesmente... Tive que beijá-lo.

– Vocês de beijaram? – disseram as duas em uníssono.

Denny assentiu e apertou os olhos esperando o sermão.

– Como é beijar um fantasma? – perguntou a loira.

Charlotte! – repreendeu Vic mais uma vez.

– O quê? – disse a inglesa inocentemente – Não negue a sabedoria, Victória.

– Foi como se ele não tivesse partido. – Denny estava vagueando na memória do ultimo beijo quando ela percebeu o que tinha significado – Mas foi uma despedida. Eu vou amá-lo sempre e se tivesse alguma oportunidade de trazer Scott de volta, eu faria. Porém, quando eu o beijei, mesmo como um fantasma, tivemos algo para nos despedir. Quando ele morreu, morreu envenenado, na minha frente, eu sempre me culpei por aquela cena. Agora, eu tive o que eu sempre quis, eu tive um adeus. Eu tive meu último beijo.

As três permaneceram em um longo silencio antes de Charlotte falar:

– Então por que deixou Jack ir?

– Porque eu não acredito que façamos bem um para o outro agora. – ela analisou aquilo pela primeira vez e fez mais sentido do que ela esperava – Ele é jovem, tem uma história inteira como Souverain pela frente, não vale apena estragar a vida de Jack com a minha.

– Você sempre o protegendo. – meditou Vic.

– Você não vai dizer nada a ele? – perguntou Charlotte.

– Não, Jack vai discordar comigo e falará que nada disso importa, mas eu sei que importa.

– Ok. – disse Vic de repente – Chega de assuntos mórbidos, eu tenho uma noticia muito importante.

As outras duas Caçadoras se levantaram com instantânea curiosidade.

– Estou grávida.

– Díos mio! – gritou Charlotte.

– Eu não acredito! – Denny se juntou ao coro – Isso é maravilhoso!

– Como Austin reagiu?

– Ele ainda não sabe... Estou esperando o momento certo para contar isso.

– Como madrinha do seu futuro filho, eu não posso deixar que chame ele de isso. – disse Charlotte.

– Madrinha? Você? – ironizou Denny – Ele é meu afilhado. – as duas olharam para Victória esperando alguma resposta.

– Nós resolvemos isso quando ele... Ou ela, nascer. – quando Denny ia responder, Victória lhe fuzilou – E eu não quero saber o sexo do bebê.

– Muito bem... – Denny abriu os braços em desistência, mesmo sabendo a resposta – Não vou falar nada.

As três conversaram por mais uma hora sobre um futuro incerto, mas quer parecia tão real em suas palavras. Quando o relógio da sede bateu a meia-noite, Denny se levantou do chão para ir dormir, porém mais alguém bateu em sua porta. Henry pediu para entrar e Denny fez um sinal para que ele se deitasse com ela, precisava seu filho de algum modo.

– Não vai dormir? – perguntou ele enquanto deitava ao seu lado na cama.

– Não sei. – Denny puxou ele para um abraço, apertou-o mais do que o necessário e não o soltou – Quero que fique comigo essa noite.

– Tudo bem. – disse ele sorrindo – Se alguém alheio visse essa cena insinuaria outra coisa.

Denny riu.

– Os Caçadores aprendem que seus filhos poderão ser mais jovens ou mais velhos que você, nós não ligamos para isso. – ela descansou sua cabeça na cabeça de seu filho – O importante é tê-los por perto.

– Desculpa. – disse Henry de repente.

– Por quê? – Denny proferiu as palavras com calma.

– Por não ser o filho que você queria. Deixei você sozinha quando mais precisava de mim.

– Ei... Não foi culpa sua, Henry, você foi tirado de mim e torturado por anos. – Denny começou a fazer cafuné em sua cabeleira castanha. – Estou feliz por ter você agora. – os olhos da menina começaram a se fechar, o cansaço estava ganhando-a.

– Amo você, Denny.

Então Denny dormiu.

*

Jack

*

Na manhã seguinte, Jack não conseguia pensar em outra coisa a não ser socar alguém.

Havia tendo pesadelos desde que começara seu treinamento com Thomas, estava esgotado e quebrado. Levantou da cama com dificuldades, sua cabeça doía e seus olhos ardiam pelas horas de sono perdidas. Lembrava-se claramente da noite anterior e isso não era bom, sua raiva não passara e seus sentimentos por ela também não havia diminuído. Se aprontou e pegou sua luva de couro preto, Thomas achava que assim Jack tocaria em menos coisa e conseguiria se controlar, estava funcionando na maioria dos casos, mas Jack a tirava assim que possível.

Quando o Extrator abriu a porta do quarto, se deparou com George distraído em seus livros.

– Bom dia, Jack. – falou o Assassino.

– Indo para a reunião?

– Sim. – ele fechou o livro e os dois seguiram para a sala onde o Conselho de Guerra se reunia – Soube que Austin tem uma novidade.

– Espero que seja boa.

– Nunca é, mas temos que ter esperança.

– A única coisa que nos restou. – disse Jack indiferente.

– Está tudo bem com você?

– Está tudo ótimo. – respondeu o loiro friamente e aumentou o passo para se distanciar de George ou de qualquer um que quisesse conversar.

Quando chegou a sala de reuniões, tomou seu lugar e não encarou ninguém. Aos poucos, todos tomaram seus lugares, Austin sentou ao lado Denny com uma carta em mãos, os dois pareciam nervosos o bastante para deixar todos na sala com medo. Assim que os integrantes haviam tomado seus lugares, Denny assentiu para o ruivo, que levantou lentamente e pigarreou.

– Bom dia, primeiramente. – o Conselheiro olhou para a sua governadora e esperou um consentimento, Denny não parecia feliz, mas decidida – O que eu tenho em mãos pode ser a nossa salvação ou a nossa ruína. Acabamos de receber um comunicado de que o nosso futuro Souverain, que estará sendo coroado esta noite, virá nos fazer uma visita em breve. Ele não nos avisou quando, disse que seria para interesses políticos, mas todos nós sabemos onde isso vai levar.

A Governadora se levantou em um pulo e tirou a carta das mãos de Austin.

– Chega de enrolação, não temos tempo para isso. Ou seja, Jack poderá tocar em Theodore sem corremos o risco de invadir o palácio do Souverain. Todos de acordo? – ninguém se dignou a falar nada – Sugestões de como faremos isso?

– Do jeito mais fácil. – disse Rebecca – Jack vai se apresentar, um natural aperto de mão.

– Talvez não dê tempo para extrair tudo o que eu preciso.

– E pode não funcionar – interveio Adam – Muitos Soberanos não fazem esse tipo de apresentação, por se acharem superiores demais.

– Poderíamos ter mais de uma chance se ele fosse à coroação. – contou George – Temos a hora onde alguns súditos se ajoelham perante o seu novo Soberano e beijam a mão e lhe desejam votos de felicidade e prosperidade. Eu tenho recursos o suficiente para fazer Jack entrar nesse grupo e teremos a vantagem que Theodore não conhece Jack.

– E se Jack não conseguir extrair tudo – completou Henry – Temos a nossa chance aqui.

– Mas ainda não pensamos no nosso plano B. – lembrou a Governadora – Se o aperto de mão não der certo.

– Temos duas opções: Causarmos um acidente e Jack terá que ajudar o Souverain – explicou Austin – Ou nos voltarmos para as antigas tradições.

– Que tradições? – perguntou Jack se culpando por não ter estudado mais sobre as tradições dos Caçadores.

– Vejo seu ponto, meu filho. – Padre Digory falou pela primeira vez – Usarmos do poder.

– Ainda não estou entendendo. – Henry olhou para Jack em entendimento, o Visionário também não sabia do que eles estavam falando.

– Uma das nossas tradições diz que quando o Souverain visita uma de suas Sedes, ele deve se submeter a um trabalho para o bem da maioria. Sendo vulgar, um trabalho público para os Caçadores...

– Botar a mão na massa – cortou Denny – literalmente.

– Temos nossas opções. – disse Austin.

– Muito bem. Jack irá para França imediatamente com George e Henry – ela olhou para os dois – Quero que o mantenha seguro, temos a vantagem que Theodore não conhece você, Henry, muito menos Jack.

– Nós ficaremos aqui e expulsaremos o Conselho para conseguir a Constituição. – completou Adam.

– Austin. – chamou Denny.

– Sim.

– Ligue para a nossa companhia de aviação, precisamos do nosso jato o mais rápido possível.

– Espera – pediu Henry segurando o riso – Nós temos uma companhia de aviação?

– Querido – respondeu a Governadora – Isso é só uma pequena parte do que nós temos.

***

– Jack! – assustou-se sua irmã do outro lado da linha – Vinha me perguntando quando ouviria a sua voz novamente.

– Desculpe por não manter contato, as coisas aqui têm andado um pouco bagunçadas.

– Receio que estamos com a mesma sorte do que você. Venho pensado em te fazer uma visita...

– Não! – Jack olhou para os lados com receio de que falara alto demais, porém o único membro do Conselho que estava na praça parecia mais entretido nas mulheres que o circundavam. – Fique longe da Sede por enquanto.

– O que aconteceu?

– Nós recebemos algumas visitas inesperadas que não gostarão de ter uma vampira por perto.

– Eu ouvi boatos de que o Conselho estava na cidade, mas não achei que poderia ser verdade, eles estavam fugindo de vocês.

– Pensamos que eles estariam ocupados com a vingança, mas Gerard não se deixaria consumir pela raiva, ele tinha um plano todo esse tempo.

– Creio que vocês também tenham um... – Jack olhou para os lados mais uma vez antes de responder.

– Sim, na verdade, estou indo para a França agora mesmo para resolver tudo isso. Não se preocupe – cortou Jack antes que Lucia pudesse dizer alguma coisa – Não estou indo sozinho.

– Como Denny pôde deixar você fazer algo desse tipo? – gritou ela – Você está indo direto para a cova do inimigo e espera que eu fique calma? Me diga que ela está indo com você...

Jack engoliu a seco.

– Ela tem coisas para resolver aqui. Não se preocupe, sou bem poderoso, lembra?

Jack olhou para o céu se perguntando onde Thomas estava, ao mencionar seu poder, ele se lembrou dos problemas que vinha enfrentando para controlá-lo. O menino não encontrava Thomas e tinha um receio de que o Extrator tinha ido embora, deixando Jack com seu problema.

– Não me convenceu... Se não fosse os problemas por que tenho passado.

– Que problemas? – alertou-se o menino, saindo dos pensamentos egoístas.

– Além de perder a maioria dos meus vampiros para o filho da... – Lucia respirou fundo – Para o Gerard? Bem meu casamento está se deteriorando.

– Achei que seus vampiros fossem de confiança... E achei que Ryan a amava.

– Ele me ama. É só que... A sua irmã mais nova foi para as forças de Gerard, ele está arrasado, creio que demorará algumas décadas até que ele volte ao normal. E os meus vampiros? Bem, eles acreditam que terão sua doce liberdade se seguirem aquele Assassino.

– Não faz sentido, Gerard caçará todos eles.

– Os vampiros não acreditam nisso. Eles acreditam que nunca terão sua liberdade se continuarem presos ao Contrato e presos a Caçadores como a Denny.

– Ótimo, só estamos perdendo forças enquanto Gerard se fortalece.

– Deixei que eu me preocupe com isso, faça a sua parte do plano e todos ficaremos bem.

– E os meus pais?

– Estão seguros, Ryan os alcançou antes que pudessem sair do aeroporto.

– Uma notícia boa. – Jack ouviu passos atrás de si e suspeitou quem seria – Tenho que desligar, boa sorte com os vampiros.

– Boa sorte para você também.

Ele fechou o telefone e respirou fundo antes de se virar. Denny estava com os braços cruzados e uma expressão de quem não queria estar fazendo aquilo.

– Eu sei que não estamos na melhor das relações agora, mas eu só queria dizer: Boa sorte.

– Para você também. – disse o menino friamente.

– Tudo bem. – Denny torceu o maxilar e inspirou – Vamos direto ao ponto. Vocês vão chegar à França em duas horas, a coroação já terá começado, então encontrem Lavoisier, ele o colocará dentro do castelo sem que chamem atenção da guarda. George conseguirá que você entre no Beija Mão, então aja como se estivesse acostumado com a elite, se não conseguir, extraia de alguém.

– Ok.

– Assim que acabar, Lavoisier estará esperando com um carro para tirá-los de lá antes que o Souverain possa memorizar o seu rosto, seja discreto e não fale com ninguém. Se algo der errado, se qualquer coisa colocar em risco a sua segurança ou a sua vida, não hesite em matar.

– Eu não vou. – disse ele sem tirar os olhos dela.

– Ótimo. Acredito que George e Henry cuidarão bem de você. – ela descruzou os braços e tirou um par de luvas pretas do bolso da calça – Tome, para o seu pequeno problema. Austin a enfeitiçou, são impermeáveis a extração.

– Obrigada. – Jack pegou as luvas, assustando-se com o presente inesperado, odiava ver a que ponto a relação deles chegara.

–Jack! – o menino olhou para George e Henry abrindo a porta de uma limusine, ele encarou Denny uma última vez e colocou as luvas.

– Tenho que ir.

– Jack... – chamou a menina assim que o loiro começou a andar.

– Sim? – Jack se virou com o pouco de esperança que lhe restara.

– Não morra.

– Eu não vou.

Então ele deus as costas para a Governadora, com medo de que nunca mais fosse vê-la.

*

Denny

*

– Tem certeza que isso vai funcionar? – perguntou Denny segurando uma pequena capsula.

– É melhor que a sua ideia de explodir todo o Conselho. – contrapôs Austin escrevendo o feitiço que Allison recitara a Denny.

– A minha ideia era realista, eles fugiriam e não dormiriam por meia-hora. – a Governadora balançava o objeto de um lado para outro, ela sentia que algo estava prestes a dar errado.

– É tudo o que precisamos. Afinal, Charlotte colocará uma Maldição do Sono neles depois que nós os interrogarmos.

– Tem certeza que isso não será comprar briga antes da hora?

– Como se você se importasse. Querer invadir nossa Sede mostrará que Theodore está aliado com Gerard e isso não vai ser bem visto.

– Espero que você esteja certo.

– Eu raramente não estou. – o Conselheiro acabou de escrever e sobrou o pergaminho, colocando em segurança dentro de seu cofre.

Eles estavam na sala particular do ruivo, para que ele pudesse transcrever o feitiço.

– É importante que tenhamos isso relatado caso aconteça alguma coisa hoje. – dissera ele.

Denny continuava preocupada sem motivos, tudo estava seguindo de acordo com o plano, seus guardas confirmaram a entrada dos membros do Conselho na sala de reuniões, Jack havia chegado à França e o andar da biblioteca estava completamente vazio.

– São exatamente vinte para as cinco da tarde – disse Austin – Você e Luke colocarão essa bomba na sala às quatro e cinquenta. Eu, Victória e Charlotte começaremos o feitiço exatamente cinco horas, o mesmo horário que a bomba vai estourar.

– Adam e Rebecca vão cuidar para que o feitiço não cause danos na Sede...

– E Padre Digory está com quase toda a população de Caçadores esteja na Igreja. – completou Austin, o ruivo olhou para o relógio e puxou o braço de Denny – Está na hora.

*

Jack

*

– Jack? – chamou George do lado de fora da limusine – Quanto tempo você vai levar para botar um simples terno?

– É fácil para você falar. – disse o menino fazendo esforço para ajeitar a gravata – Você não precisou se trocar no banco de trás de um carro.

– É um carro bem espaçoso. – disse Henry – E eu não levei tanto tempo assim.

– Pronto. – o loiro abriu a porta da limusine e pulou para fora.

Eles estavam a uma rua do castelo do Souverain, o carro estava escondido nas sombras e os três Caçadores esperavam por Lavoisier. George entregou um chapéu para Jack que aceitou de bom grado.

– Algum de vocês conhece esse cara? – perguntou o loiro.

– Não. – disse George – Denny disse que ele é confiável, então ele é confiável.

– Eu tenho um certo receio quando se trata dos amigos da minha mãe.

– Não é o único. – concordou Jack.

– Creio que os senhores estejam a minha espera. – disse um homem saindo das sombras, ele vestia um terno preto e cabelo devidamente escovado para trás, tinha olhos azuis claros, aparentava ter uns trinta anos. – Lavoisier, a sua disposição. – ele fez uma breve reverencia e sorriu para os homens encostados no carro.

– É um prazer, senhor. – George foi o primeiro a se recuperar e a estender a mão ao homem. – Jennyfer deve ter lhe explicado tudo.

– Certamente, creio que já estamos atrasados. Venham – disse ele apontando para o lugar de onde viera – O Beija Mão já está para começar.

*

Denny

*

– Pronta? – perguntou Luke a Denny.

– Não é a primeira vez que eu invado uma reunião do Conselho... – a menina fez uma careta – Mas é a primeira vez que invado com alguém.

– Vou levar como um elogio. – Luke estendeu o braço para que Denny segurasse, ela agradeceu e seus guardar abriam a porta.

O Conselho estava reunido como qualquer outro, todos sentados envolta da mesa em um silencio particular. Denny odiava aqueles caçadores com todo o seu ser, porém tinha que manter a calma para o bem do plano. A capsula estava dentro da saia de seu vestido, ela tinha dez minutos para implantá-la em algum lugar onde nenhum dos membros viria.

– Olá senhores.

– Governadora. – saudou Anthony sem se levantar.

– Não é revigorante saber que marcaram uma reunião sem meu consentimento?

– Ora, não infringimos nenhuma lei. – disse Neil.

– Claro que não! – Denny se soltou de Luke e se apoiou na mesa. – Eu não vim atrapalhar a sua reunião sem fins, na verdade, vim apresentar Lukas Greenwood.

– Prazer senhores. – Luke fez uma breve reverencia e sorriu para os homens surpresos.

– Não é possível! – alguém disse.

Denny aproveitou o desvio de atenção para tirar a capsula do vestido e implantar debaixo da mesa, os homens enchiam Luke de perguntas enquanto ela ativava a bomba. Assim que viu que tudo estava pronto, esperou pacientemente Luke desviar das perguntas com calma e ria em algumas horas. Quando olhou para o relógio, viu que estava na hora de sair, segurou no braço de Luke e sorriu para os membros do Conselho.

– Acho que Luke já não pode interromper sua reunião.

– Creio ter mais perguntas para ele depois – disse Stuart.

– Ótimo. – eles se despediram e começaram a ir para porta, tinham que ser rápidos.

– Esperem! – chamou Anthony – Não querem ficar para reunião?

Denny olhou desesperada para Luke, que tentava manter a calma.

– Não, obrigada.

– Por quê? Achei que ficaria honrada com o nosso convite. – insistiu Neil.

– E fiquei, mas é o nosso aniversário de um ano. – ela beliscou Luke que rapidamente a puxou para mais perto – Vamos viajar para a Itália. – Denny olhou para Luke e lhe deu um beijo rápido, ignorando o pensamento de ter beijado um Greenwood.

– Que pena. – disse um membro.

– Realmente. – lamentou Denny.

– Vamos, querida. – sorrindo, Luke puxou a Governadora para fora da sala faltando exatos dez segundos para a bomba estourar.

– Saia de perto da porta! – eles correram para não serem pegos pelo feitiço.

Os dois se esconderam atrás de uma pilastra, segundos depois, ouviram um estouro. Denny suspirou e abraçou Luke, os dois estavam igualmente aliviados. Quando saíram de trás da pilastra, viram que os guardas tinham sido afetados pelo feitiço. Denny correu para abrir a porta, quando o fez, desejou que nunca o tivesse feito.

– Denny? – chamou Luke, mas ela não poderia fala mesmo se quisesse – O que aconteceu? Funcionou?

Luke chegou perto dela e segurou a respiração.

– Isso não é possível

– Temos um espião – disse Denny em um sussurro.

*

Jack

*

Jack, Henry, George e Lavoisier entraram pela cozinha do palácio. Os cozinheiros fingiam que eles não estavam ali, mas o menino podia sentir os olhares estranhos que lançavam. Eles adentraram na celebração enquanto o papa prosseguia com algumas palavras em latim, Theodore estava sentado no trono vestido com roupas de gala e sorrindo para o cetro que segurava.

George sumiu no meio de ternos e vestidos, Lavoisier também sumiu, Jack e Henry foram para perto da parede, pegaram um drink e continuaram nas sombras. Minutos depois, George pareceu com um cartão ornamentado, puxou Jack e Henry para o banheiro masculino, liberou o local e trancou a porta.

– O Beija Mão começará às seis – disse o Assassino – Entregue isto ao empregado que te levará até o altar. – Jack pegou bilhete e tirou as luvas.

– Henry, você vai esperar Jack sair enquanto eu vou resolver o carro.

– Ok.

– Então vamos.

Jack entrou na fila para o Beija Mão tentando não tocar no empregado que o acompanhava. Seu coração estava acelerado, era a primeira vez que fazia algo que realmente fosse importante para os Caçadores, a primeira vez que usava seus poderes para um bem maior. Ele não podia estragar tudo. Quando chegou a sua vez, tentou não olhar para cima, deixando o chapéu esconder seu rosto, se ajoelhou aos pés do trono e esperou a mão do Souverain.

Assim que Theodore estendeu sua mão direita, Jack viu que ela estava enluvada, completamente protegida da sua extração. O menino olhou em pânico para o Soberano, que mantinha seu olhar divertido para a população, ao ver que o menino estava demorando, ele olhou para baixo e arqueou a sobrancelha.

– Algum problema?

Jack piscou e olhou para baixo, sabendo que tinha estragado seu disfarce.

– Nenhum, majestade, somente surpreso com sua magnitude.

– Ótimo. – Theodore voltou seu olhar para frente e Jack beijou a sua mão demoradamente, esperando conseguir qualquer coisa, mas foi uma tentativa falha.

Jack se levantou, fez uma reverência e saiu, avistou Henry e tentou alcançá-lo o mais rápido possível. Porém, alguém o empurrou bruscamente, fazendo Jack se apoiar na pessoa mais perto, ele sentiu toda a sua força sendo tirada de si e cambaleou para longe do homem que tocara. Quando esse olhou para Jack, sorriu diabolicamente.

– Está se sentindo bem, Jack?

– Gerard?

O Extrator tentou correr para longe do Assassino, porém sua visão já começava escurecer e suas pernas já não aguentavam mais. Gerard segurou o braço de Jack, fazendo que mais magia negra fosse extraída pelo menino. Antes de desmaiar, o único pensamento de Jack foi:

“Temos um espião”.


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