Lightning Hunter escrita por LauC


Capítulo 9
Capitulo 9


Notas iniciais do capítulo

Eita kkkkkk, demorei mais postei!!! Quase 4 meses sem postar kkk, sei voces vão querer me matar. Por isso fiz um capitulo bem grandão para vocês! Espero que gostem, sinceramente. kkkkk E já peço desculpas por qualquer erro de gramatica aeh.
Boa leitura



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Durante o fim de semana não fiz nada, além de pegar os livros e estudar para a escola, deveria estar muito atrasada nas matérias. Não recebi nenhuma ligação ou mensagem a respeito de algum trabalho. Mas por enquanto estava tudo bem, tinha muito dinheiro na conta. Rei se comportou bem nesses dois últimos dias, percebi que ela era uma garota reservada, pois não falava muito da vida dela, ou ela era apenas muito desconfiada como eu.

Ela estudava em uma escola da periferia, descobri isso quando reconheci o uniforme, enquanto ela colocava para lavar. Quando ela viu o meu, passou um tempão enchendo a minha paciência perguntando como diabos eu tinha conseguido entrar naquele colégio sem eles descobrirem a minha identidade. E a resposta que eu dei para ela foi: “Roubei um banco”. E não foi realmente uma mentira. Eu não queria que ela soubesse muito da minha vida ou história, apesar de ela estar morando comigo temporariamente.

Meus machucados ficaram curados sem problemas, só minha perna direita que doía se eu fizesse muito esforço, mas ei de passar como disseste Anne. Olhei para Rei que estava amarrando o cabelo na frente do espelho e cocei minha nuca. Ela não tinha percebido ou se quer perguntado a respeito de eu ter a beijado enquanto dormia, o que foi um alivio para mim, já que eu não sabia porque diabos eu tinha feito aquilo. Eu a achava muito bonita, mas não sabia se era isso mesmo que eu queria.

─ Então você não tem nenhuma missão assassina hoje? ─ Perguntou ela.

─ Não ─ Respondi sentando na beira da cama. ─ Parece que resolveram me dar uns dias de folga. Ou eles acham que eu morri naquela confusão de uns dias atrás.

─ É claro que eles sabem que você não morreu ─ Comentou. Olhei para o seu rosto e balancei a cabeça.

─ Mas aí, o que nós vamos fazer hoje à noite, então?

─ Você eu não sei, mas eu vou dormir ─ Falei deitando na cama e me cobrindo com o lençol até o ombro. ─ Preciso dar as caras na escola amanhã.

─ Ah é. Você tem que ir se exibir na escola de ricos ─Disse dando um sorriso de canto.

─ Você é muito chata, viu? ─ Revirei os olhos.

─ Quem sabe eu não roube um banco também ─ Bateu o indicador no queixo e eu sorri.

─ Vá dormir, você tem aula também ─ Virei para o outro lado e ajeitei o travesseiro.

─ Mas na minha a presença não é obrigatória, então não faz diferença─ Disse dando de ombros, mas se deitando na cama debaixo.

Não demorei muito para cair no sono. Estudar cansava às vezes mais que uma maratona. Acordei com o meu celular despertando, me espreguicei e sentei na cama, olhei para baixo e Rei não estava lá, fiquei de pé com um salto e sai do quarto, olhei para a cozinha ela também não estava. Olhei em direção a área de serviço e uma voz veio de lá.

─ Não ... não. Tá tudo em ordem ─ Andei lentamente naquela direção e vi que ela estava falando no celular. ─ Vou sim.

─ Problemas? ─ Perguntei quando ela passou por mim sem perceber.

─ Nada do que valha a pena falar ─ Disse largando o celular na mesa. Sentou na cadeira e olhou para mim.─ Vai fazer o café?

─ Sim, enquanto isso se arrume ─ Falei, ela levantou as sobrancelhas para mim e bufou, foi até o quarto e escutei-a entrando no banheiro.

Cozinhei algumas panquecas, bacon e ovos, e fiz um suco de laranja. Coloquei tudo na mesa e tomei o meu café da manhã, enquanto ela se arrumava, quando terminei levei meu prato e o copo para a pia, e me virei. Dei de cara com o uniforme de Rei. Saia preta, camisa social branca e um casaco preto surrado, a gravata tinha se perdido há muito tempo, o que dava a ela uma expressão rebelde, o que até combinava com ela.

─ Que foi?

─ Nada não ─ Falei dando um sorriso de canto e passando por ela. ─ Cai bem em você.

Peguei meu uniforme no guarda roupa e entrei no banheiro, tomei um banho, escovei os dentes, sequei os cabelos e vesti o uniforme. Olhei no espelho e estranhei, fazia tempo que não usava aquela roupa. Saí do banheiro e peguei a minha mochila, entrei na cozinha e Rei me olhou dos pés a cabeça.

─ Cai bem em você também ─ Disse sorrindo. Balancei a cabeça e sorri também. Ela lavou o seu prato na pia e pegou a sua mochila no quarto.

Saímos de casa e descemos as escadas, chegamos a saída dos fundos e eu olhei para ela. A escola dela ficava para o lado oposto a minha.

─ Ah, eu só vou voltar de noite, ok? Tenho umas coisas para resolver ─ Disse Rei coçando a cabeça.

─Tudo bem ─ Falei dando de ombros, ajeitei a mochila nas costas e acenei para ela. ─ Até mais.

Caminhei lentamente para a escola e fiquei observando as casas, subi a ladeira e logo cheguei ao colégio. Os portões de ferro estavam abertos e vários alunos estavam andando no pátio, olhei em volta e não vi ninguém da minha turma, puxei a alça da minha mochila e continuei andando. Entrei no primeiro andar e subi as escadas, alguns alunos que estavam subindo as escadas me olharam surpresos e outros apenas com desprezo. Passei pelo 2 andar e cheguei ao terceiro, entrei no corredor e parei na frente da sala 1, respirei fundo e abri a porta.

Os poucos alunos que estavam lá olharam para mim surpresos, entre eles Dana e Bea, que se levantaram em vieram na minha direção. Pararam na minha frente, Dana com uma expressão seria e Beatrice com um olhar calmo e levemente preocupado, suspirei e cocei a cabeça.

─ Iai? ─ Falei tentando soar como se não tivesse passado muito tempo sem por os pés na escola.

─ Iai? Iai? Sabe quanto tempo você faltou aula? ─ Disse Dana com raiva e batendo os pés. ─ Pensa que está em qual escola?

─ Calma Dana ─ Bea colocou a mão no ombro dela e Dana cruzou os braços. ─ Tenho certeza que Sora tem uma boa desculpa por não ter vindo a escola.

─ Infecção urinária ─ Respondi rapidamente. As duas me olharam perplexas e Bea balançou a cabeça.

─ Que diabos de desculpas é essa? ─ Exclamou Dana com raiva. ─ E você não tem celular?

─ Ele caiu na privada ─ Digo dando de ombros e passando por ela. ─ Não consegui salvar ele.

─ Mas...

Andei ate a minha mesa e larguei minha mochila sobre ela, puxei minha cadeira e sentei, olhei para o movimento do pátio através da janela e senti a presença das duas ao meu lado, virei o rosto e encarei os olhos dourados de Dana. Levantei minhas sobrancelhas e suspirei.

─ Então o que eu perdi? ─ Perguntei olhando para as duas.

─ Apenas aulas e alguns trabalhos ─ Respondeu Bea cruzando os braços.

─ Mas se for bem nas provas dá para recuperar o que perdeu ─ Completou Dana.

─ Hummm. E quando que são as provas mesmo? ─ Olhei para os olhos verde de Bea e ela coçou a testa.

─ Temos uma hoje, de Quimica ─ Disse Dana me encarando. ─ Espero que tenha estudado pelo menos um pouco nesses dias.

─ Não se preocupe ─ Falei dando um sorriso e balançando as mãos. ─ E como estão no trabalho?

─ Bem ─ Bea mudou o apoio da perna e olhou para trás, alguns alunos estavam olhando para mim. ─ Mas não podemos falar disso por aqui.

─ Regras? ─ Perguntei, ela confirmou com a cabeça. ─ Entendo.

─ Serio, você tem que nos dizer onde que mora ─ Disse Dana cruzando os braços emburrada.

─ Nem pensar ─ Balancei a cabeça. Se elas soubessem onde eu morava as coisas iriam ficar muito complicadas. Olhei para os seus olhos dourados e dei um sorriso cínico para Dana. ─ Como anda as coisas com Cloe?

─ Hã? Ah ...bem ─ O rosto dela ficou vermelho e fingiu coçar o nariz, me segurei para não rir e dei de ombros. O sinal tocou e as duas foram para os seus lugares. O professor de Historia entrou na sala e ficou surpreso quando me viu na minha carteira. Continuou o assunto que estava dando e eu tentei fazer o máximo de anotações possíveis, já que a prova dele era depois de amanhã.

Logo após a aula de historia, foi matemática. Não demorei muito para me habituar ao assunto que estava passando, matemática era a única matéria que eu não me preocupava muito, pois bastava você saber as formulas e o resto se resolvia naturalmente. O professor estava escrevendo varias questões no quadro e começou a chamar alguns alunos para responde-las, olhou para mim e sorriu.

─ Sora, como você não veio as aulas faz um tempo, que tal nos dar a honra de responder uma dessas questões? ─ Disse se apoiando na mesa com as mãos, seus olhos castanhos escuros estavam cerrados e me chamando para um desafio.

─ Tudo bem ─ Respondi dando de ombros e ficando de pé, afrouxei minha gravata e fui até o quadro. Ele me entregou o pincel preto e eu parei na frente da questão, olhei para o lado e vi Dana me observando, virei para frente e analisei a pergunta. Comecei a responde-la calmamente e quando percebi tinha pegado metade do quadro. Observei minha resposta que tinha dado – 38 e cruzei os braços. ─ Acho que é assim.

Virei para o professor e ele estava com uma cara incrédula, descruzou os braços e balançou a cabeça. Coloquei o pincel na sua mesa e voltei para a minha , Dana estava com as sobrancelhas levantadas e Bea deu um sorriso enquanto balançava a cabeça, puxei minha cadeira e sentei.

─ Bem, está correto ─ Disse o professor virando na minha direção. ─ Vejo que andou estudando pelo menos.

─ Matemática é fácil ─ Falei esticando os meus braços. ─ Basta saber as formulas.

─ Não sei onde que é fácil assim ─ Escutei alguém sussurrando.

─ Se realmente acha isso, vou chama-la mais vezes ao quadro ─ Disse ele.

─ Pode chamar ─ Balancei a cabeça e olhei para o céu azul ao meu lado.

A sala ficou quieta por uns segundos e ele continuou a aula. O sinal tocou e saímos para o intervalo, comprei um sanduíche e um suco de laranja na lanchonete do refeitório e fui para o jardim, sentei na grama e comecei a comer. Uma sombra apareceu sobre mim e eu olhei pra cima, Dana estava tomando uma caixinha de suco de abacaxi.

─ Posso? ─ Disse apontando para o espaço ao meu lado.

─ A vontade ─ Falei e dei uma mordida no meu sanduíche. ─ Bea?

─ Ainda está no refeitório, conversando com uns calouros.

─ Humm. ─ Tomei um pouco do meu suco e olhei para Dana. ─ Iai, como está?

─ Bem ─ Deu um suspiro cansado e continuou. ─ Estava preocupada com você.

─ Desculpe. Mas como anda as coisas com a Cloe?

─ Normal, saímos algumas vezes ─ Passou a mão pelos cabelos loiros e olhou para o céu. ─ Mas sabe, é difícil sair com ela por causa do trabalho.

─ Entendo ─ E como eu entendia. Eu não tinha alguém assim, mas eu tinha que administrar o meu tempo com as coisas da escola, vida pessoal e o trabalho. Não podia mistura-los. Olhei para Dana que ainda estava olhando para cima. ─ Posso fazer uma pergunta?

─ Aham.

─ Você gosta mesmo da Cloe? ─ Perguntei, ela olhou para mim e eu encarei os seus olhos dourados. Ela ficou pensando por um breve instante e suspirou.

─ Pergunta complicada ─ Disse, coçou a cabeça e cruzou as pernas, fiquei observando ela e cruzei os braços. ─ Eu gosto dela, gosto dos seus olhos azuis, que parecem que estão me levando para um oceano. Ela é gentil e legal.

─ Mas?

─ Não sei. Acho que estou me enjoando ou algo assim, deve ser por causa do trabalho. Não tenho passado muito tempo com ela. ─ Disse mordendo a boca, olhou de canto para mim e eu balancei a cabeça.

─ Bem, se você acha que não vai dar certo, termine. Cloe é legal e ela não merece ficar passando por isso ─ Falei, Dana me olhou seria, como se não esperasse que eu dissesse aquilo para ela. Mas bem, conheço Cloe faz um tempo e ela tinha sido legal comigo quando entrei no restaurante. ─ Mas espero que faça um esforço. Eu não acho que você passe tanto tempo assim no trabalho, afinal você é uma estudante ainda.

─ É.... ─ Abaixou a cabeça e entrelaçou os dedos na grama. ─ Vou fazer isso.

─ Do que as moças estão conversando? ─ Escutei a voz de Bea atrás de mim e olhei para trás.

─ Nada, só jogando conversa fora ─ Digo dando um tapinha na grama ao meu lado. Ela se sentou e deu uma mordida na fatia de bolo de chocolate. ─ Então a prova de química é no próximo tempo?

─ Aham, espero que você se saia bem como foi em matemática ─ Disse dando um sorriso cínico.

─ Yeah eu também ─ Cocei a cabeça e Dana me deu um tapa no ombro.

─ Fiquei surpresa que tinha conseguido responder aquela questão.

─ Eu estudo de vez em quando, e matemática não é tão difícil assim ─ Olhei para os cabelos ruivos de Bea e ela olhou para mim. ─ Queria saber se vocês não vão contar como estão indo no trabalho.

─ Já dissemos, estamos indo bem ─ Bea disse olhando para o lado.

─ Sei ─ Revirei os olhos e olhei para Dana, ela deu um suspiro e balançou com a cabeça, como se desistisse.

─ Não podemos dizer tudo, mas estamos preocupados com alguns crimes que ocorreram semana passada ─ Disse ela.

─ Crimes? ─ Perguntei, eu não sabia de nada.

─ É, teve alguns casos de roubos─ falou Beatrice baixinho, olhei ao redor rapidamente e vi que tinha um grupo passando a poucos metros de nós.

─ Não sabia.

─ Sem dizer que ainda estão tentando descobrir o culpado por aquela guerra que teve há duas semanas ─ Disse Dana esticando as pernas.

─ Vocês trabalham na rua? ─ Queria saber disso faz um tempinho, tinha visto Dana uma vez no shopping, mas estava de dia e no shopping não aconteciam coisas muitas perigosas.

─ De vez em quando ─ Falou Dana. ─ Eles não nos deixam ir em determinadas áreas.

─ Tipo a periferia ─ Bea disse alongando os braços, olhou para mim com seus olhos verdes e eu esperei. ─ Sabia que um dos nossos grupos tentou capturar a Lightning Hunter há algum tempo?

Engoli em seco e lambi os lábios. Elas participaram daquilo? Aquelas bombas quase tinham me matado, sem dizer aquele cara, o Ice. A nossa luta tinha sido difícil, ele era experiente em combate e foi por pouco que eu consegui derrotar ele. Cocei a cabeça, será que ele estava bem? Quando o olhei depois, ele estava com uma queimadura horrível no peito. As duas olharam para mim e eu pisquei voltando ao normal.

─ E como foram?

─ Falhamos é claro. ─ Respondeu Dana mexendo as mãos. ─ Espalhamos bombas por alguns lugares e um dos nossos de classe mais alta enfrentou ela.

─ E como foi? ─ Perguntei fingindo curiosidade.

─ Ele apanhou e feio ─ Dei um riso baixo e balancei a cabeça. ─ No final ele foi para a nossa base, estava com uma queimadura bem feia no peito.

─ Eita, ele está bem?

─ Agora sim, apesar de ele reclamar da cicatriz ─ Bea deu um sorriso, como se achasse que era bem feito.

─ Hummm.

─ Mas é como dizemos. Nossos superiores estão mais preocupados com a guerra que teve, sem dizer que ela nunca mais apareceu. Alguns acham que ela estava envolvida na batalha, já que houve um breve apagão no dia, ou ela cansou de fazer crimes.

─ Ou está de férias ─ Completou Dana.

─ Naaa ─ Bea sorriu. ─ Sem chances.

─ Sem chances ─ Concordei dando de ombros.

Escutei passos vindo atrás de mim e levantei o olhar, encontrei o cabelo loiro de Richie. Ele colocou a mão na cintura e deu um sorriso de canto para mim.

─ Ora ora, olha quem resolveu vim para a escola ─ Disse olhando para mim.

─ Iaí Richie ─ Falei não dando a mínima, coloquei meus braços atrás da cabeça e me deitei, obrigando Richie a dar um passo para trás. ─ Curtindo a sua vida de Agente?

─ Ah, então ficou sabendo?

─ Eu vi o seu teste. Bela demonstração de força ─ Fiz uma carinha de parabéns e ele cerrou os olhos. ─ Aposto que anda chutando muitas bundas más por aí, ou você ainda fica intimidando os normais?

Seus olhos piscaram em um dourado rapidamente e voltaram a ser azuis, Dana e Bea estavam em alerta, prontas para impedir uma suposta briga. Alguns alunos olharam para nossa direção e eu dei um sorriso de canto para ele. Ele sacudiu os ombros e sorriu.

─ Diz isso, apenas porque não tem poderes.

─ Naaaa, não me importo muito com isso ─ Dei de ombros e fechei os olhos por um momento. ─ Pelo menos se tivesse não iria ficar me exibindo por aí.

─ Posso fazer o quê? Sou um dos mais fortes da escola e uns dos poucos que são agentes ─ Disse.

─ E mesmo assim eu consegui te nocautear no meu primeiro dia de aula ─ Falei olhando para o seu rosto, ele cerrou as mãos e eu senti as duas garotas ficarem tensas ao meu lado.

─ Sora ─ Escutei Dana me advertindo, dei um olhar calmo para ela e sorri para Richie.

─ Foi pura sorte, uma pessoa sem poderes não consegue derrotar um usuário em uma batalha real ─ Disse ele mostrando as mãos para mim e balançando a cabeça.

─ Hahaha ─ Dei um riso cínico e olhei seria para ele. ─ Você que pensa.

─ Está duvidando?

─ Estou ─ Confirmei.

─ Sora ─ Escutei agora Bea me chamando.

─ Tá tudo bem, não é mesmo Richie? ─ Falei olhando para ele, ele fez que sim com a cabeça.

─ Se é assim, que tal um duelo? ─ Perguntou, seus olhos azuis claros me observaram e eu os encarei de volta.

─ Quer sua revanche? Saiba que se perder novamente sua imagem vai ficar ruim.

─ Duvido muito ─ Disse dando de ombros e sorrindo de canto. ─ Quando?

─ Na hora que quiser ─ Mexi os braços abaixo da minha cabeça e esperei ele dar a resposta. Mas não precisei esperar muito, logo vi os seus olhos reluzindo um brilho dourado e sua mão veio na direção do meu rosto, joguei minhas pernas para frente e peguei impulso com os braços, meus pés atingiram o chão e escutei o seu soco atingindo onde tinha estado.

Olhei para baixo e um buraco do tamanho de uma mão masculina se encontrava lá , Dana e Bea estavam agora de pé a dois passos de distancia de onde estavam antes. Fiquei de frente para Richie e levantei meus punhos, seus olhos estavam completamente dourados agora, seus dentes brancos estavam cerrados, afastei meus pés e esperei. Ele veio para cima de mim e dei um passo para o lado na hora que o seu punho se aproximou de mim, vi o seu pé indo na direção do meu joelho e dei um salto para trás.

Tomei distancia dele e rapidamente olhei em volta, os alunos tinham se amontoado em torno de nós a uma certa distancia, e alguns deles estavam nos assistindo pela janela da sala. Não vi nenhum professor ou supervisor por ali no momento. Richie apareceu na minha frente, coloquei meus braços cruzados na frente do meu corpo e senti o impacto. Fui jogada para trás e cai de lado no chão, meus braços ficaram doloridos e cerrei os dentes. Ele realmente era forte, sem dizer que estava mais rápido, ou será que eu tinha derrotado ele por pura sorte?

─ Nós devíamos parar eles ─ Escutei alguém dizendo.

Olhei na direção que vinha a voz e vi uma sombra aparecendo rapidamente ao meu lado, me afastei rapidamente e desviei de um chute dele, seu pé atingiu a grama fazendo com que várias folhas se espalhassem. A como eu queria dar um choque nele, e acabar com essa brincadeira. Soltei um suspiro e desviei de um soco seu, dando um passo para o lado rapidamente, segurei o seu braço pelo lado de dentro e dei um soco no seu peito, ele foi lançando para trás, mas continuou em pé.

─ Você realmente melhorou ─ Falei passando a mão pela saia. ─ Acho que o seu treinamento realmente serviu para alguma coisa.

─ E você parece que piorou ─ Disse dando um sorriso de canto. Olhei para os seus olhos dourados que diziam que a batalha já estava ganha e sorri.

Parti para cima dele e ele se defendeu de meus ataques sem problemas, desviei de um soco seu e levei um chute na barriga, dei vários passos para trás e dei uma tossida. Ele correu na minha direção e eu levei um soco no rosto, caí no chão e passei a mão pela boca. Sem sangue.

─ Ela não é tão forte como dizem os boatos ─Sussurrou alguém.

─ Richie pare ─ Pediu Dana.

Coloquei minhas mãos na grama e fiquei de pé, sacudi minhas roupas, tirei o meu casaco e apertei minha gravata. Dei um suspiro e sacudi os ombros.

─ Ok Richie, vamos lutar serio agora ─ Falei encarando ele com os olhos cerrados.

─ Agora? E você estava brincando? ─ Disse com raiva. Dei de ombros e levantei meus punhos, respirei fundo e dei um sorriso malvado para ele. Ele cerrou as mãos com força e correu rapidamente na minha direção, senti o seu poder sobre mim e não pude me segurar de rir. Ele era forte e tinha melhorado suas habilidades, mas continuava sendo o mesmo babaca de sempre. Desviei do seu ataque sem problemas e pisei no seu pé com força, ele deu um gemido e vi um soco vindo na direção do meu braço, me abaixei rapidamente e girei sobre os meus pés, dei um chute com força no seu estomago e ele deu dois passos para trás. Avancei rapidamente e dei um soco no seu rosto, ele defendeu colocando as mãos na frente, girei e dei um soco na sua costelas.

Levantei a perna e chutei as suas costas, o jogando para frente, ele cambaleou mas continuou de pé. Fui para cima novamente e ele defendeu os meus socos, deixei minha guarda abrir e o seu punho veio na direção da minha barriga, afastei meus pés rapidamente e dei um passo ficando ao lado dele, girei o meu tronco e meu cotovelo atingiu o seu rosto. Ele caiu no chão e ficou lá por alguns segundos.

Coloquei minhas mãos na cintura e esperei ele se levantar. Ele se mexeu devagar e se sentou na grama.

─ Então? Admite que pessoas sem poderes podem ganhar de quem tem? ─ Perguntei olhando para o rapaz de cabelos loiros, ele olhou para mim em fúria e eu sorri. Seu rosto estava vermelho de onde eu o tinha atingido.

─ Isso foi sorte ─ Urrou ele. Dei de ombros e balancei a cabeça.

─ Sorte? Então eu devo ser a pessoa mais sortuda do mundo ─ Digo levantando minhas mãos. Ele ficou de pé e veio para cima de mim, me abaixei desviando de seu soco, segurei o seu braço esquerdo, passei minha perna por entre as suas e o derrubei no chão com força. Suas costas bateram na grama e o sino tocou anunciando o fim do intervalo. Olhei em volta e vi todos me olhando com surpresa, sorri de canto e dei uma leve batidinha no ombro de Richie. ─ Bem, acho que eu venci.

Andei calmamente até onde estava o meu casaco no chão, peguei-o, dei uma sacudida e o vesti, passei minhas mãos pelos cabelos, colocando—os em ordem e fui até onde estavam as meninas. As duas estavam me olhando boquiaberta e dei um tapinha nas suas costas.

─ Vamos, temos uma prova de química para fazer ─ Digo passando por elas e indo em direção a entrada do prédio. Passei pelos alunos que estavam vendo toda a cena e fingi que estava tudo bem, subi as escadas e ignorei os olhares dos outros, entrei no corredor do 3º andar e abri a porta da sala. O pessoal da minha sala estavam todos inclinados na janela, caminhei para a minha carteira e olhei para uma garota de cabelos castanhos que estava no meu lugar. Ela olhou para mim e eu cocei a cabeça. ─ Você pode sair do meu lugar?

─ Ah, claro ─ Disse saindo rapidamente e logo os outros foram para as suas mesas. Dana e Bea entraram na sala e deram um sorriso para mim, levantei minhas sobrancelhas e apoiei meu rosto na mão direita. O professor entrou na sala e estranhou o silencio que estava, mas não disse nada, então organizou as filas e distribuiu as provas.

E enquanto todos estavam se concentrando em suas provas, minha mão direita massageava minha coxa. Depois de uns 5 minutos comecei a responder a prova, não estava tão difícil como eu esperava, e parte disso foi porque tinha pego nos livros no fim de semana. Dana e Bea foram uma das primeiras a terminar a prova, já eu, fui sei lá decima quinta a sair? Me encontrei com as duas no refeitório e as duas me deram um abraço rápido, fiquei surpresa com aquilo e meu corpo ficou rapidamente tenso, as duas se afastaram e me deram um enorme sorriso.

─ Você é genial! ─ Exclamou Bea.

─ Onde aprendeu a lutar assim? ─ Perguntou Dana estranhamente curiosa.

─ Por aí? ─ Falei passando a mão no ombro.

─ Richie vai se moer por um bom tempo ─ Disse Bea dando uma gargalhada, dei um riso e puxei a cadeira de uma mesa e sentei, elas me acompanharam.

─ Já era hora de alguém baixar a moral dele.

─ Ele é forte ─ Digo coçando as costas, as duas olharam para mim e notei que o refeitório estava bem silencioso, olhei em volta e vi que tinha vários outros alunos. Acho que todos estavam tendo provas. Ignorei o fato de eles estarem me observando e continuei. ─ Mas é um babaca. E pessoas babacas mesmo sendo fortes, são fáceis de enganar.

─ Você devia ter feito o teste ─ Dana disse batendo o indicador na mesa. ─ Eles com certeza iriam te aceitar se vissem sua habilidade de luta.

─ Ah, não. Muito obrigada ─ Falei negando com a cabeça e balançando as mãos. ─ Isso não é para mim. E alias eu já tenho um emprego, não preciso mais de um, principalmente um perigoso assim.

─ É verdade ─ Disse ela ficando desanimada.

─ Então ─ Afrouxei minha gravata e olhei para elas. ─ Como foram na prova?

─ Tava fácil ─ Responderam em uníssono.

─ Humm.

─ E você?

─ Acho que deu para ir ─ Falei coçando a nuca e dando um sorriso sem graça. Me deram um tapinha no ombro e ficamos conversando até o próximo tempo começar. E o ultimo período foi o mais barulhento possível, os alunos não paravam de conversar e falar a respeito da luta. Depois da aula fui para o restaurante e a primeira pessoas que encontrei foi Cloe. Ela me deu um enorme sorriso e pulou em cima de mim. Não tive como escapar de seu abraço e desisti de tentar fugir, e quando se afastou baguncei os seus cabelos.

─ Quanto tempo, hein? ─ Digo.

─ Eu quem o diga! Você sumiu ─ Disse ela me dando um sorriso amigavel. ─ Como está?

─ Olha quem voltou viva ─ Escutei uma voz masculina saindo da cozinha. Logan se aproximou e deu um sorriso para mim, não tentou me dar um abraço, pois sabia que eu não gostava, sem dizer que o seu avental estava sujo de alguma coisa.

─ Como vai Logan? ─ Perguntei dando um sorriso.

─ Enrolado! Minha parceira sumiu por duas semanas ─ Disse ele fazendo cara feia.

─ Foi mal, eu estava doente ─ Expliquei.

─ Ficamos sabendo ─ Olhei para o lado e vi Lucy se aproximando, ela me deu um tapinha com a mão livre e sorriu. ─ Ainda bem que está bem agora.

─ Verdade, me sinto bem melhor. Parecia que eu iria morrer ─ E não era mentira, apesar dos motivos serem outros. ─ E eu me impressiono que Minna não colocou alguém em meu lugar.

─ Ela gosta de você ─ Disse Cloe segurando meu braço. Levantei minhas sobrancelhas e ela se afastou lentamente.

─ Que bom, né? ─ Falei sorrindo sem graça.

─ Ah, você voltou ─ Disse Minna saindo da sala de descanso, passou as mãos pelos cabelos e veio até mim. Deu um tapinha no meu ombro e continuou. ─ Fico feliz que esteja bem, agora vá se arrumar e voltar ao trabalho, tem muita coisa a fazer. Sem dizer que Logan está quase pirando na cozinha.

─ Ok!

Fui para a sala dos empregados e abri o meu armário, tirei o meu casaco e o avental, prendi o meu cabelo em um coque e coloquei o chapéu de cozinheiro. Guardei minha mochila e meu casaco no armário, e fui para a cozinha. Logan me fez um almoço e eu o comi rapidamente. Comecei a cozinhar junto a ele e ficamos conversando sobre varias coisas enquanto trabalhávamos, Lucy e Cloe se juntavam a nossa conversa sempre que davam. E foi assim até o horário de pico passar. Lavei as mãos na pia e respirei fundo, estava cansada.

─ Logan eu vou ir no banheiro ─ Falei tirando o meu avental.

─ Beleza.

Fui até o banheiro, fiz xixi, lavei as mãos e depois o rosto, enxuguei-me com papel toalha e saí. Andei até a sala de descanso que tinha um bebedor, puxei um copo e comecei a enche-lo. Então Cloe entrou na sala.

─ Ah, é sua hora de descanso também? ─ Perguntou puxando uma cadeira e se sentando.

─ Não, só estava voltando do banheiro ─ Respondi fechando o bebedor e bebendo o copo de água. Cloe ficou me observando enquanto isso, passei a mão na boca e olhei para ela. ─ Mas aí, como você está?

─ Bem ─ Disse como se não fosse nada demais.

─ Humm. ─ Passei a mão no queixo ─ Entendo. E Dana?

─ Quê que tem ela? ─ Inclinei a cabeça e levantei uma das sobrancelhas. ─ Ah sim. Estamos bem. Só não estamos nos vendo muito ultimamente.

─ Ela me disse. Mas bem, se vocês se gostam vão ter que aprender a administrar o tempo de vocês.

─ Verdade ─ Concordou ela abaixando a cabeça. De repente ela olhou para mim com um olhar em choque.

─Que foi?

─ Nunca imaginei você dando conselhos amorosos.

─ Não é bem um conselho amoroso ─ Falei ficando se graça.

─ É sim ─ Disse sorrindo.

─ Que seja. Só faço isso porque as duas são minhas amigas, e quero que fiquem bem ─ Digo cruzando os braços. Na verdade, acho que até eu estava surpresa por agir desse jeito. Respirei fundo e dei de ombros. ─ Vou voltar ao trabalho.

Voltei para a cozinha, vesti o avental e continuei o meu trabalho. Por volta das 19h, terminei o turno e fui me trocar, tirei o avental e o guardei no armário. Peguei meu casaco e a mochila e sai da sala. Me despedi de todos no restaurante e fui para casa. Subi os degraus da escada e parei na frente de apartamento, destranquei a porta e entrei. Completamente silencioso e vazio, larguei minhas coisas na cama e fui tomar um banho. Lavei os cabelos e ensaboei o corpo, vesti uma bermuda e uma blusa branca de manga, coloquei meu uniforme para lavar e deitei no sofá. Chequei minha caixa de mensagens no celular e não havia nenhuma nova chamada, liguei a Tv e fiquei assistindo o jornal, e nada de interessante apareceu, e acabei cochilando no sofá.

Escutei o toque do meu celular e abri os olhos, sentei no sofá e cocei as costas, olhei em volta e achei o celular no chão, peguei-o e o atendi.

─ Lightning Hunter? ─ Disse uma masculina que eu não conhecia. Cerrei os olhos e hesitei por um momento.

─ Quem fala?

─ Meu nome é Kiera, sou um sócio de Van ─ Respondeu. Engoli em seco quando ouvi o nome ''Van". Ele era um dos caras mais perigosos da cidade, pior que Sam. E eu devia 30 milhões de S’s para ele, e sequer o encontrei. Acho que ele não estava tão desesperado assim para ter de volta esse dinheiro, e muito menos eu estava com vontade de conseguir esse dinheiro. Mas só o fato de o cara dizer que era um sócio de Van, já me dava um nó na garganta.

─ Sim ─ Consegui dizer.

─ Temos um pedido a fazer ─ Disse ele, olhei para os meus pés nervosamente.

─ O que é?

─ Só posso dizer pessoalmente. Vou lhe passar o endereço de encontro, me encontre lá as 2h da manhã, entendido?

─ Sim ─ Confirmei, e a ligação ficou muda. Olhei para a tela do meu celular e imediatamente uma mensagem chegou, a abri e li o endereço do encontro. Ficava no subúrbio da cidade. Olhei as horas e bocejei, 00:35min. Fiquei de pé e fui para o quarto, olhei pela janela e não vi ninguém andando na rua. Onde será que Rei estava? Fui para o banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes. Abri o meu guarda roupa e olhei para o meu uniforme.

Meu sobretudo estava totalmente rasgado, peguei a calça preta que sempre vestia e a coloquei nos ombros, estava com uns rasgos, mas dava para vestir. Peguei uma camisa regata preta e um casaco com capuz azul escuro, procurei a mascara e os meus tênis. Os vesti e me olhei no espelho.

─ É, não tá tão ruim ─ Falei olhando para o meu reflexo no espelho, estava com uma aparência de uma garota de rua normal, sem tatuagens. Meus cabelos negros estavam soltos por cima do casaco e dei um sorriso, peguei a maleta, onde eu deixava as partes da minha espada e a montei, apertei o botão e a sua lamina prateada saiu. Estava bonita como sempre. Apertei o botão de volta e a prendi na minha cintura, decorei o lugar de encontro e fiquei esperando até dar um horário próximo.

Tranquei a casa, deixei o celular no quarto e sai pela janela. Pousei no telhado da casa ao lado e comecei a fazer o meu trajeto. Estava até sentindo falta de fazer isso, corri sem nenhum problema de casa em casa, e cheguei ao meu objetivo na hora certa. Olhei em volta e não vi ninguém fazendo a segurança do prédio. Cerrei os olhos e observei atentamente, silencio total, caminhei até chegar a parede do prédio e esperei nada. Olhei para a janela de um dos andares e vi que estava ligada. Estalei o dedo e a energia sumiu, coloquei minha mão na parede e comecei a escalar até chegar a janela que a luz estava acessa.

Entrei nela e estalei o dedo, a luz voltou com força e não vi ninguém na sala. Caminhei pelo andar até que achei um notebook sobre uma mesa, toquei no teclado e a tela acendeu, e depois ficou escura, uma barrinha de escrever começou a piscar e uma mensagem surgiu.

─ Digite seu nome ─ Li em voz alta. Olhei em volta e Digitei. ─Lightning Hunter.

Esperei um segundo e logo apareceu outra mensagem. “ Confirmação visual solicitada”

─ Como assim? ─ Falei confusa, olhei para a tela do notebook e de repente a câmera ligou sozinha, olhei para o meu eu na tela e engoli em seco. Abaixei o meu capuz e puxei a manga do meu braço direito, mostrando a tatuagem.

“Confirmação visual aceita. Aguardando transferência”.

─ Mas hein?

Fiquei esperando a chamada de vídeo ser transferida e nada mudou por 10 minutos, até que ouvi um barulho. Coloquei o meu capuz na cabeça e me afastei, escutei passos vindo de outra direção e cerrei os olhos. Respirei fundo e estalei os dedos, a energia do andar desligou e eu fui a adiante, por um momento não escutei nada, e então ouvi um barulho agudo muito baixo, como se algo acabasse de ser ligado. Foi ai que vi um brilho no escuro. Engoli em seco e me joguei no chão, balas choveram na minha direção, olhei em volta rapidamente e não consegui ver nada. Então vi um brilho a minha esquerda e fiquei de pé rapidamente, os tiros passaram centímetros de mim e me escondi atrás de uma curva.

Tinha sido uma armadilha, quem quer que seja que estava ali, veio preparado. Óculos de visão noturna permitiam que vissem sem problemas onde eu estava, olhei para cima e estalei o dedo. Eletricidade percorreu por todo o prédio e houve uma explosão de luz, várias lâmpadas explodiram no processo. Escutei o barulho de pessoas reclamando e de equipamentos caindo. Saí de onde eu estava e olhei em volta rapidamente. Dois homens com mascaras brancas com listras vermelhas estavam esfregando os olhos. Derrubei um deles no chão e estalei o dedo, os dois ficaram imóveis e eu prossegui.

─ Ela está por aqui ─ Disse alguém.

Olhei em volta, mas não consegui vê muito, muitas lâmpadas tinham explodido. Entrei em um corredor e vi um brilho a minha frente, levantei uma barreira de eletricidade e as balas caíram no chão. Passei a mão no rosto e me concentrei, quem eram eles? Agentes? Não, eles não usavam mascaras e nem armas de fogo. A Policia então? Não.

Levantei minha mão esquerda na direção de onde os tiros vinham e esperei, os tiros cessaram por décimos de segundos e eu abaixei a barreira, minha mão se encheu de eletricidade e uma luz azul em formato de raio apareceu, disparei na direção deles e escutei os seus corpos caindo no chão. Saí dali e estalei o meu dedo novamente, escutei uma pessoa cair no chão e saí do prédio pela janela. Meus pés pousaram no chão com força e eu senti a minha perna ranger. E antes que eu tivesse reação, fui atingida com um golpe na cabeça.

Voei alguns metros e cai sem estilo no chão. Um liquido quente escorreu pelo meu olho e toquei minha testa, sangue veio em minha mão. Olhei na direção de onde eu achava que tinha vindo o que me atingiu e vi um homem de quase dois metros de altura parado, não havia nada em suas mãos. Fiquei de pé devagar e o encarei. Quem diabos era esse?

Quem é você? ─ Perguntei.

─ Sua perdição ─ Respondeu em um tom grave e sem vida.

─ É ruim hein ─ Falei e estalei o dedo na sua direção, ele se jogou para o lado desviando do meu poder e correu na minha direção. Seu punho veio até o meu rosto e eu me afastei dele, dei um soco no seu peito e vi algo estranhamento esquisito acontecer. Sua pele ficou áspera e marrom, e então fui jogada para longe. Meu corpo bateu na parede com força e eu cai de joelhos, olhei para aquele homem usando apenas calça jeans surradas e engoli em seco.

─ Sua pele é.... ─ Olhei incrédula para ele.

─ De pedra ─ Completou.

Forcei meu corpo a ficar de pé e me apoiei na parede. Mas que diabos!! Respirei fundo e estalei o dedo na sua direção. Ele desviou do meu ataque, estalei o dedo novamente e não teve nenhum efeito, veio a mim muito rápido para um homem feito de pedra. Juntou suas duas mãos e abaixou com força, seus punhos atingiram a minha barreira de eletricidade e ele foi lançado alguns passos para trás. Limpei o sangue dos meus olhos e lambi os lábios. O que consegue destruir uma pedra?

Escutei um barulho de arma sendo destravada e olhei para trás, um homem de mascara apontava para mim e começou a disparar. Desviei dos seus tiros e percebi que o homem pedra estava vindo na minha direção. Estava presa entre os tiros e a pedra, levantei a barreira em torno de mim e recebi o golpe dos dois. Fechei os olhos por um momento e esperei que um golpe me acertasse, mas minha barreira permaneceu intacta. Pisquei rapidamente e vi mais 3 homens se juntando ao que estava tirando.

─ Desista ─ Disse o homem pedra. Então deu um soco na minha barreira, senti o meu corpo tremer, mais balas atingiram a parte de trás da barreira e eu engoli em seco. Olhei para o rosto do homem e seus olhos estavam brancos, sem nenhuma pupila visível. Olhei para o seu peitoral, costas, braços e barriga, nenhuma tatuagem. ─ Meu chefe pagou para ver o seu cadáver.

Meu corpo tremeu com essa ameaça e senti meu poder diminuindo. Passei minha mão na testa e tirei o sangue que escorria. Olhei em volta novamente e tentei pensar em um plano, e não achei nada que pudesse ser relativamente menos perigoso. Eu não poderia atingi-los sem antes baixar a barreira, mas se fizesse isso estaria vulnerável aos dois. Mas se não fosse atingida, poderia derrubar eles e ter uma chance de fugir. Respirei fundo e aguentei até que ouvi o barulho das armas sem balas, abaixei a barreira rapidamente e me joguei para lado bem quando um soco veio na minha direção, atingi o chão com força e liberei o meu poder. Minhas mãos brilharam em azul por um momento e tudo aconteceu ao mesmo tempo. Os homens caíram no chão sem vida, o homem pedra foi lançado para trás e atingiu o prédio, fazendo uma parede cair sobre ele, e todas as luzes por cerca de 3 bairros inteiros ficaram apagaram.

Coloquei-me de pé devagar e sai dali em meio a escuridão. Corri o mais rápido que pude, que não era tanto, e entrei em uma rua vazia. Minha testa não parava de sangrar, apoiei meu corpo em uma parede e escutei passos vindo na minha direção, um vulto pulou na minha frente e eu saquei minha espada.

─ Calma, sou eu, sou eu ─ Disse uma voz familiar, passei a mão no olho e consegui ver quem era. A lamina da minha espada estava apontada para a garganta de Rei, soltei um suspiro aliviado ao ver que era ela e apertei o botão, a lamina sumiu e eu encarei ela. ─ Você não parece bem.

─ Imagina, eu escorreguei e abri minha testa sozinha ─ Falei ironicamente. Tirei o meu casaco e o pressionei na minha testa. Rei olhou para minhas tatuagens expostas e engoliu em seco.

─ Deixa eu te levar para casa ─ Disse passando o braço na minha cintura e me ajudando a andar. Não tardou muito e a policia já estava naquela área. Tivemos que ficar atentas para não ser seguidas por alguém ao longo do caminho, até que chegarmos em casa. ─ Você trouxe a chave de casa?

─ Não ─ Respondi.

─ Então como diabos você entra? ─ Perguntou curiosa. Coloquei minha mão na parede e depois a outra, minhas mãos estavam com eletricidade, pus o meu pé e depois o outro e assim fui escalando a parede do prédio. ─ Legal.

Entrei pela janela do quarto e cai no chão. Minha perna estava rangendo de dor, me forcei a ficar de pé e peguei as chaves de casa, destranquei a porta e Rei entrou rapidamente no apartamento. Senti meu corpo tremer e ela me segurou pela cintura, trancou a porta e me levou até o quarto.

─ Sua testa tá sangrando muito ─ Disse tirando o meu casaco de cima.

─ Eu percebi ─ falei baixinho. Toquei o seu braço e ela olhou para mim. ─ Me leve até o banheiro. Preciso fechar isso.

Ela me levou até lá e eu sentei no banco que tinha lá, justamente para casos assim. Peguei agua oxigenada e passei na minha testa, ardeu pra caramba, passei álcool na agulha e coloquei a linha de costura. O sangue tinha parado um pouco de escorrer, peguei um pedaço de pano e coloquei na boca, comecei a fechar o corte na minha testa o máximo que consegui com as mãos tremendo. Passei mercúrio e coloquei um curativo em cima.

─ Rei... ─ Sussurrei

─Precisa de algo? ─ Perguntou atrás de mim.

─ Traga algo para eu comer ─ Pedi, escutei ela se afastando e abri a torneira da pia, tirei minhas roupas e passei um pano molhado no meu corpo. Minhas pernas e braços estavam com alguns arranhões, passei um creme na minha coxa, limpei o meu rosto cuidadosamente e sai do banheiro.

Rei estava com um sanduiche e um copo de leite nas mãos. Senti os olhos delas sobre o meu corpo quase nu e sentei na cama, peguei o sanduiche e o leite e os comi rapidamente, me senti um pouco melhor e me deitei na cama. Fechei os olhos e respirei devagar. Estava cansada, o ataque daquele cara realmente tinha me acabado, minha cabeça estava latejando e minha coxa estava doendo muito.

─ Você pode pegar o remédio da caixinha roxa, que esta no guarda roupa?

─ Claro. ─ Disse, ouvi a porta do guarda roupa se abrindo e ela procurando o remédio. ─ é esse?

─ Qual? ─ Perguntei abrindo um dos olhos, olhei para a caixinha roxa em suas mãos e fiz que sim com o polegar. Ela pegou um pouco de água e me ajudou a beber. ─ Obrigada.

─ De nada ─ Murmurou. ─ Se precisar de algo, vou estar aqui.

─ Tudo bem, pode deitar na cama e dormir ─ Falei puxando a coberta até os ombros.

E o remédio não demorou muito a fazer efeito e eu apaguei na cama.


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Notas finais do capítulo

Eai moçada? Curtiram???? Comentem ai, pode ser elogiando ou até mesmo me esculhambando por causa da demora. kkkk. Mas bem o proximo capitulo ja está em processo, então nao desanimem! Até semana que vem. Bjus e uma otima semana ahahaha.



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