Lies escrita por esa


Capítulo 4
Knee Socks


Notas iniciais do capítulo

primeiramente: olá povo que lê a minha fic e não comenta
segundamente (e mais importante): olá, lissa ♡
bem, eu sei que demorei pra postar e tal, mas tenho lá meus motivos
sobre o capítulo: como o nome mesmo já diz, eu meio que o baseei na musica knee socks, do arctic monkeys (que é muito boa, ouçam) então eu obviamente me apaixonei pelo resultado. de verdade, gostei muito de escrever o capítulo, e gostei ainda mais de revisá-lo e me sentir satisfeita com o que havia escrito
entao espero, sinceramente, que vocês tambem gostem ♡



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Três semanas após o Natal

Estávamos todos de volta à Hogwarts, as coisas estavam voltando a ser como sempre foram: tediosas. Teddy parecia agir como se nada houvesse acontecido no Natal. Mal conversamos desde aquela noite, e tudo que trocávamos eram alguns “boa noite” ou “bom dia” que ele nem ao menos direcionava especificamente para mim.

Mas também, o que eu esperava? Que ele fosse me receber de braços abertos, um sorriso de orelha a orelha, segurando um buque de flores e com uma camiseta escrita “Quer ser minha namorada”? Bem, na verdade, essa fora mais ou menos a imagem que eu criara na minha cabeça para aquele dia em que voltaríamos à Hogwarts.

Mas, como os trouxas dizem, nem tudo são flores. Três semanas já haviam se passado, e ele continuava a agir como sempre, me tratando como tratava à todos. Aquele Teddy simpático e brincalhão que todos conheciam. E eu tinha de agir como se nada houvesse acontecido também, obviamente.

–- Toir? – ouvi a voz de Rose no Salão Principal, apinhado de gente devido ao horário: era hora do café da manhã. – Toir? Alguém viu a Toir? – ela perguntava como louca. Me levantei e assim que me viu correu até mim.

–- Está tudo bem? O que aconteceu? – perguntei, levemente preocupada pela expressão dela, que significava “estou prestes a te contar algo que a fará desejar colocar todo o café da manhã para fora”.

–- Eu vi o Teddy... bem, ele estava com uma garota... aquela morena da Lufa-Lufa, sabe? Ele estava entregando rosas à ela. – assim que ela falou, eu senti meu estomago revirar. Ano passado, Teddy e essa tal garota – cujo nome eu não tinha a menor vontade de saber – ficavam de melação pelos corredores.

–- E o que você espera que eu faça? Chegue lá e amaldiçoe a garota? – não que fosse uma ideia ruim. – A vida é dele, Rose, ele faz o que quiser com quem quiser. – eu falei antes de me sentar novamente a mesa da Corvinal, mesmo que não houvesse um átomo do meu corpo que aceitaria comida naquele momento.

–- Ah, Toir. – Rose se sentou ao meu lado, passando o braço por meus ombros. – Eu sinto muito que ele seja um idiota. Eu sei que não há nada que você possa fazer... ou melhor, há, sim, uma coisa. Você precisa esquecê-lo. Precisa parar de deixar que ele a trate assim, porque se você continuar permitindo... - ela, no entanto, não conseguiu terminar a frase.

–- Já chega, Lupin! Estou cansada das suas brincadeirinhas idiotas. Você sabe que eu sou alérgica a essas malditas flores! – a garota gritava a plenos pulmões, para que todos ouvissem. Ela parecia extremamente irritada, enquanto Teddy... Teddy estava rindo?! – Você é um imbecil, Lupin!

Em um ato nem um pouco dramático, ela arremessou as rosas contra Teddy, que tremia de tanto gargalhar. Agindo naturalmente, ainda em meio às risadas, ele se sentou com os Potter, que passaram a acompanhá-lo nas gargalhadas. E então, de repente, o Salão inteiro irrompeu em um riso estridente. Até mesmo alguns professores começaram a rir.

Essa era a melhor qualidade de Teddy: independentemente da situação, sendo ela engraçada ou não, ele conseguia fazer com que todos se divertissem e rissem à custo daquilo. Mas eu não estava muito a fim de rir, na verdade, eu precisava mesmo era de um banheiro.

Me levantei correndo, levando a mão à boca, assim que senti o suco de abóbora recém ingerido se agitar em meu estomago, como se lutasse por liberdade. Atravessei o Salão com certa dificuldade, já que a maioria dos alunos queria entrar, e não sair. Percebi que não daria tempo de chegar ao banheiro do meu dormitório, então corri para o mais próximo.

Por sorte, ou talvez nem tanta assim, havia um banheiro relativamente próximo ao Salão Principal. O único problema? Era um banheiro masculino. Agora, tente explicar isso para o meu café da manhã. Entrei correndo, ignorando o segundanista que me encarou de olhos arregalados, e me lancei em uma das cabines, mal me importando em fechar a porta. Cai de joelhos e ergui a tampa da privada.

–- Vicky... – a voz de Teddy, entrecortada por uma respiração pesada, chegou aos meus ouvidos segundos antes de suas mãos agarrarem os meus cabelos, os tirando de meu rosto. E então, em um ato de amor e carinho, eu coloquei todo o meu café da manhã para fora.

Demorou um pouco para que a tontura passasse e eu conseguisse, com sua ajuda, me levantar. Ele praticamente me carregou até a pia, onde limpou minha boca com água gelada. Me colocou sentada na pedra fria que revestia a bancada das pias, e ficou em pé de frente para mim.

–- O que aconteceu? Eu a vi sair correndo do Salão, então a segui... Você está bem? – ele me bombardeou com as perguntas, mal me dando tempo para respondê-las. Minha cabeça doía como nunca antes, e tudo parecia girar. Levei as mãos às têmporas, massageando-as na vã esperança de que a dor diminuísse.

–- Eu não sei... eu... – não conseguia formular nem ao menos uma frase. Minha cabeça parecia prestes a explodir. As coisas começaram a perder o foco, minha visão começou a escurecer, e depois de alguns segundos tudo que eu podia ver eram os olhos azuis de Teddy, me fitando, preocupados.

–- Eu vou tirá-la daqui. – ele me ergueu e me segurou como à um bebe. Eu não conseguia mais distinguir as coisas, estava tudo tão embaçado...

Abri os olhos com certa dificuldade. Eu não estava em meu dormitório, nem na Ala Hospitalar... na verdade, eu não fazia a menor ideia de onde eu estava. Me sentei em meio à almofadas e então as coisas começaram a fazer sentidos. Eu estava na Sala Precisa. As paredes eram de um azul pálido, e o chão estava revestido por um carpete creme. Parecia o quarto de um bebê.

–- Ei, dorminhoca. – Teddy se sentou ao meu lado. – Eu te trouxe pra cá quando você... bem, apagou no meu colo.

–- Há quanto tempo...?

–- Há umas três ou quatro horas. Mais ou menos na metade disso você vomitou. - Ele apontou para a minha roupa, que só então notei estar suja. Fechei os olhos e respirei fundo. – Espera ai. – ele se levantou e tirou a camiseta de mangas azul que vestia. – Pronto.

–- Obrigada. – eu me levantei e comecei a desabotoar o uniforme. Era uma terça-feira, então todos deveriam usá-lo... mas Teddy não seguia muito as regras. Ele se virou para a parede, para me dar privacidade. Coloquei sua camiseta e tirei a saia. A barra da camiseta chegava ao meio das minhas coxas, e como minhas meias cobriam meus joelhos, não ficava com muita pele à mostra.

–- Teddy. – falei quando terminei de me vestir, e ele se virou, aquele sorriso nos lábios. Ah, aquele sorriso.

–- Se te conforta, você fica bem melhor assim. – ele apontou para a camiseta. Eu sorri. Ele caminhou e colocou a mão na minha testa. – Você não está quente, mas mesmo assim, acho que seria uma boa passar na Ala Hospitalar.

–- Eu... quero ficar aqui. – falei, tirando os sapatos e me sentando em uma almofada roxa enorme. Ele se sentou ao meu lado, envolvendo minha mão com seus dedos, enlaçando-os nos meus. Seu dedão fazia círculos em minha pele.

–- É, eu também.

E depois disso, o que foi provavelmente o silêncio menos incomodo de todo o planeta se instalou. Eu estava com a cabeça deitada em seu peito, e por algum tempo até achei que ele tivesse pego no sono, mas quando me levantei, perto do que deveria ser 00h, ele me encarou.

–- Tudo bem? – se sentou rapidamente.

–- Sim, é só que eu estou com sede. Acho que vou passar na cozinha... você quer alguma coisa? – perguntei, e ele se levantou, me abraçando.

–- Feche os olhos. – pediu, com um sorriso doce nos lábios.

Ergui a sobrancelha, o coração tão acelerado que seria quase um milagre se ele não o sentisse batendo contra seu peito, devido a nossa proximidade.

–- Você não confia em mim? – perguntou com um sorriso malicioso.

Revirei os olhos e bufei, mas acabei cedendo. Fechei os olhos, e naquele milésimo de segundo em que fez-se silêncio, pude ouvir meu coração em meus ouvidos. E então, sua respiração, tão próxima de mim que chegava a tocar meu rosto. Senti seus lábios nos meus. Um beijo que durou tempo o suficiente para me tirar o fôlego, mas pouco o bastante para me fazer querer mais.

–- Pode abrir. – ele falou ao se separar de mim. Havia um frigobar no canto do cômodo. – Problema resolvido.

Confesso que minha sede havia passado. A sede ou qualquer outra coisa que eu poderia estar sentindo minutos atrás. Mesmo assim rumei até a pequena geladeira, abrindo-a e encontrando uma garrafa de água. Senti suas mãos envolvendo minha cintura. Abandonei o movimento enquanto ainda o formulava, deixando a garrafinha lá dentro mesmo.

Foda-se o que ele fez com aquela garota, não é como se eu ligasse mesmo. Aquela vozinha irritante que habita nossas cabeças, mais conhecida como consciência, gritou segundos antes de eu me virar e jogar os braços ao redor de seu pescoço, colando nossos lábios com tamanha vontade que nem mesmo a necessidade de ar me faria parar o beijo.

Por um segundo, Teddy pareceu hesitar. Suas mãos ainda estavam em minha cintura, mas ele parecia pesar as consequências que aquilo traria depois. Não que ele tenha dito alguma coisa, mas eu quase podia ouvi-lo gritar “dane-se” quando suas mãos desceram por minhas costas, chegando a barra das minhas meias, erguendo minhas pernas e me sentando no frigobar.

Tudo pareceu entrar em câmera lenta. Nossos lábios se moviam quase em sincronia, mal parávamos para respirar. Um beijo bem diferente daquele na noite de Natal, um beijo carregado de desejo. Era incrível como já não havíamos desmaiado por falta de ar.

–- Eu... acho que deveríamos voltar. Podem estar nos procurando. – falei em meio aos beijos, arfando. Meu peito subia e descia tão rápido que por um instante temi um infarto. Ele desceu os lábios até meu pescoço, se afastando logo em seguida.

–- Você está certa, devem mesmo estar nos procurando. – ele retirou as mãos de dentro da minha camiseta, onde estavam agarradas à minha cintura. Me segurou pelo quadril e me ajudou a descer do da pequena geladeira.

Seus cabelos estavam alaranjados, quase cor de fogo, mudança essa que mal percebi enquanto nos beijávamos, espetados em inúmeras direções. Me coloquei na ponta dos pés e tentei abaixá-los, enquanto Teddy ria.

–- Desculpe. – murmurei, pois estavam bagunçados por minha causa.

–- Não tem problema. – ele tocou meu rosto com os dedos, deslizando-os por meu braço até alcançar minha mão, entrelaçando nossos dedos e começando a me guiar para fora da Sala Precisa. Quando saímos notei: eu ainda estava sem os sapatos, e o chão, agora de pedra, congelava meus pés.

Seguimos quase correndo pelos corredores e escadas, sempre agachados e nos esgueirando em sombras para evitarmos qualquer possível flagra. Lá fora, o céu começava a passar para um tom quase róseo, o que significava que já estava de madrugada.

Quando chegamos a torre onde se situava o Salão Comunal da Corvinal, Teddy parou. Ele obviamente sabia o caminho, e eu só percebera para onde estávamos indo quando chegamos. Teddy, no entanto, pertencia a Grifinória.

–- Bem, é aqui que a deixo, não? – sorriu, dando um passo para mais próximo de mim, depositando um beijo em minha testa. – Boa noite, Vicky.

Ele se virou e começou a andar para longe, silencioso com um gato. Agradeça, pensei. Então antes que ele estivesse longe demais para não me escutar, o chamei.

–- Teddy.

Ele se virou imediatamente.

–- Obrigada. – sorri, e mesmo à distancia pude vê-lo retribuindo o gesto. Assentiu com a cabeça, e com um aceno de mão se despediu, voltando-se novamente para o corredor.

Esperei que desaparecesse na curva de um dos inúmeros corredores para finalmente subir as escadas apressada, respondendo corretamente a pergunta da aldrava e passando rapidamente pelo Salão Comunal, praticamente correndo até meu dormitório.

Assim que entrei e fechei a porta, me encostando na madeira fria da mesma, senti meu coração batendo acelerado. E eu sabia que não estava daquele jeito devido à corrida.


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Notas finais do capítulo

bem, e entao? mereço pelo menos um review, não acham?
até o próximo ♡



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