Era uma vez... de novo. escrita por Black Cat, Skuld


Capítulo 2
Eu abraço um leão falante.


Notas iniciais do capítulo

Aqui é a outra autora da fic :3
Espero que gostem desse capítulo que é praticamente o primeiro, só que contado na visão da Doroteia.
Não fiquem com preguiça de ler, vai valer a pena



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/467848/chapter/2

Só para constar, a idéia de gravar esse negócio foi de Rachel, então, se ficar muito entediante, culpem ela, não eu.

E aí. Sou Doroteia D. Gale, mas prefiro que me chamem de Doti. Sim, eu sei que é fofo demais para mim, mas antes Doti do que nome de velha.

Rachel já me descreveu, né?

Então não vou tirar dez segundos de suas vidas para fazer o mesmo.

Continuando, acho que vale a pena contar meu lado da história em certos momentos.

Aula de espanhol.. ok. Fiquei feliz de ser chamada na diretoria, por que aquela aula estava um saco ( tanto que saí de lá com um sorrisinho enquanto Rachel possuía aquela carinha de medo ). Não sei por que ensinam espanhol e inglês nas escolas. Primeiro: já sabemos falar inglês, afinal, moramos em Los Angeles. Segundo: única língua que realmente usaremos no futuro será inglês. Espera, nós já usamos.

Ignorem as duas últimas sentenças.

David nos guiou até o porto. À primeira vista, achei que ele ia nos jogar no mar e nos abandonar lá, algo normal, sabe?

Aí ele jogou areia pra cima e ela flutuou.

Acho que a vida não entendeu quando eu disse “algo normal”.

Enfim, eu podia perceber que não era só eu quem estava achando isso tudo muito inesperado e estranho, pois, obviamente, Rachel estava com aquela cara estranha que ela faz quando está confusa. ( Não me bate, pirralha, você sabe que a expressão fica estranha em seu rosto. Você nem mencionou que é baixinha, né, safada? )

Continuando: subimos a escada invisível ( fiquei impressionada de ninguém ter visto essa proeza ) e como se as coisas não pudessem ficar mais estranhas, a escada nos levou para um barco pirata.

Palmas para a lógica da vida.

Óbvio que tentei escapar, voltar para a realidade, antes até tentei dar um beliscão em meu braço( tentativa que falhou ), mas fui impedida.

Impedida mesmo, quando me virei para sair do barco, simplesmente não consegui me mexer.

–- Eles sempre resistem... – Ouvi. Aparentemente era a voz de uma mulher. Quando fui liberada ( sim, eu já havia entendido a mensagem de que não conseguiria escapar ), me virei para frente. A mulher a qual a voz correspondia possuía cabelos pretos, era alta, possuía como destaque uma boca grande e bonita coberta por batom vermelho e transpirava poder, por alguma razão. Gostei dela no momento em que a vi.

–- Mas.. Isso é impossível. Como? – Rachel gaguejou,me fazendo revirar os olhos. Capitã-óbvia, é claro que isso era impossível. ( Para de reclamar e deixa eu continuar a contar, caramba. )

Só que antes que eu pudesse falar alguma coisa, “as luzes se apagaram”.

–---Flashback On----

Me vi num lugar grande, revestido de alguma pedra esverdeada. Olhei para baixo. Usava um vestido parecido com aqueles de fazendas dos anos... 30, 40? Não importa, não sou boa em história de qualquer jeito. Enfim, o vestido era xadrez, azul e branco, e junto dele estava costurada uma blusa branca com aquelas mangas engraçadas. Olhei meu cabelo. Preso em duas maria-chiquinhas, continuava liso, apenas com graciosos cachos desarrumados no final de cada maria-chiquinha. E por fim, em meus pés estavam saltos vermelho-brilhantes com pequenos lacinhos na frente. Eu carregava uma cesta. Andando ao meu redor, estava um cachorrinho da raça yorkshire. Eu agia normalmente com tudo aquilo acontecendo. Olhei para o lado, com uma expressão triste. Ao meu lado, estava... o que era isso? Parecia um espantalho, só que vivo. Eu o abracei.

– Não se preocupe, Espantalho, darei um jeito de voltar. O importante é que conseguiu um cérebro, agora poderá lembrar de mim. – Sorri, me separando do abraço.

Andei mais um pouco. Ao lado do Espantalho, havia um... homem. Feito de lata.

Abracei-o também.

– Não me esquecerei de você, Homem de Lata. Aproveite bem seu coração. – Não havia retirado o sorriso do rosto, por isso apenas me separei e segui a ordem da pequena fila que eu seguia.

Ao lado do homem de lata, havia um... deus, isso não podia ficar pior. Ok, havia um leão. Desses bem grandes, de dar medo. Ele estava sentado. Fiquei de joelhos e o abraçei.

– Por fim, você, Leão. Obrigada por tudo, agora, você conquistou sua coragem, merecidamente. – Falei, me afastando e dando um sorriso. O leão colocou sua enorme para em meu ombro.

– Vou ficar com saudades. – Disse, num tom choroso. Sim, eu havia acabado de presenciar um leão que fala. Agi normalmente.

Me levantei e fui até a última pessoa da fila. Havia uma mulher, ruiva, com um vestido rosa meio exagerado, mas bonito. Ela era jovem, mas falava como se tivesse setenta anos.

– Muito bem, Dorothy Gale. Agora é sua vez de conseguir o que deseja. Está vendo esses sapatos de rubi que pegou da bruxa? Bata com eles três vezes, dizendo apenas seis palavrinhas cada vez que dar uma batida. “ Não há lugar como nosso lar. “

Peguei o cachorrinho no colo e obedeci a moça. Choquei meus pés três vezes, dizendo o esperado. Pisquei.

Numa fração de segundo, me vi caída em uma estrada rodeada por muitas árvores. Olhei para os lados, confusa, como se esse não fosse o lugar certo onde eu deveria estar. Ouvi alguns gritos, como se o sargento estivesse comandando seus soldados à correr mais rápido e achar alguém. Se ouvi direito, este alguém era se referido como Traidora.

– Psst! – Ouvi, logo atrás de mim. Ao olhar para trás, vi uma mulher pálida de cabelos pretos trajando um tipo de roupa estranha que fazia sinal para eu me esconder, apreensiva. Obedeci. Me escondi atrás de uma árvore do lado direito da estrada, e a moça, numa árvore do lado esquerdo. Rezei para que o cachorrinho não emitisse nenhum som. Um grupo de homens usando um tipo de armadura dessas que só se vê em histórias para dormir passou correndo pela estrada, sem nem parar para conferir se havia alguém se escondendo por perto. No momento em que não havia nem mais sinal deles, a mulher saiu de trás da árvore.

– Não vou te machucar.- Ouvi, e olhei de relance para ela. Com um sorriso, a moça se aproximou. – Sou Branca. Prazer em te conhecer. – Muito educada para alguém considerada traidora. Levei alguns segundos para perceber que “Branca” não era uma descrição, e sim um nome. Saí, discretamente, de trás da árvore.

– Dorothy. Dorothy Gale. - Fiz uma pequena reverência e me abaixei para deixar o cachorrinho sair de meu colo. Voltei a olhar para Branca.

– Um nome bem diferente. Vem de que reino? Nunca vi roupas parecidas com essas. – Ela disse, gentilmente.

– Reino? Eu venho do Kansas. – Respondi, confusa. Ao perceber a face também confusa da recém-conhecida, fui obrigada a explicar tudo que acontecera até ali. Terminamos sentadas numa raiz de árvore, pois a história era grande.

– Uau. Magia realmente não tem limites.

–---Flashback Off----

Abri os olhos. Me vi em uma cama baixa, e tive a sorte de acordar com o estômago e a cabeça doendo. Me levantei, com as mãos na barriga e uma careta de desconforto.

–- Esqueci que estávamos em um barco. – Disse, enjoada, vendo que Rachel também acordara. Retomei a postura, e me vi com a mesma expressão da loirinha: confusa.

–- Você também viu? – Ela perguntou. Assenti, levando a mão ao estômago mais uma vez, agora sem me curvar totalmente. Após ela tagarelar sobre o “sonho” que ela presenciou, tentei contar de um jeito resumido, o que eu tive. ( Ah, para de me xingar, você sabe que nem tentou resumir. )

Saímos do barco. A primeira coisa que vi, foi o mar. Quão longe havíamos ido? Melhor, por quanto tempo eu fiquei...desmaiada?

Após ver o mar, olhei para frente.

Eu sei que Rachel é exagerada as vezes, só que não posso me dar ao luxo de negar que o homem que conduzia o navio era muito bonito. Assim, bonito mesmo, sem efeitos de celular. Ele possuía cabelos e barba preta, usava um sobretudo preto e muitos aneis e coisas do tipo. Ah, e seus olhos era de um azul muito bonito, hipnotizante. Fiquei de boca-aberta, mas não com a cara de retardada de Rachel, eu incluí um sorriso em minha expressão de surpresa.

– Bem vindas a bordo do Jolly Roger, madames. – Ele disse, estendendo a mão, o que fez a loira ao meu lado acordar de seus devaneios.

– E você é...? – Perguntei, um pouco antes de Rachel perguntar o mesmo só que com outras palavras.

–- Meu nome é Killian. Killian Jones. Mas as pessoas tem preferido me chamar pelo meu apelido mais reconfortante. Hook. – Ele respondeu, com um sorrisinho de deboche.

– Gancho. – Eu e Rachel falamos ao mesmo tempo. Killian assentiu.

– Sim. Sintam-se a vontade para bisbilhotar meu navio e conhecer os outros. – O homem completou, e voltou a navegar.

( Sim, loira, foi isso que ele disse, você só estava chocada demais para ouvir direito ).

Não prestei muita atenção nos outros, estava indisposta. Emma, uma mulher loira de personalidade forte. Henry, garoto de mais ou menos nossa idade que dizia ser filho de Emma, a loira citada anteriormente. Mr.Gold, um homem de uns 50 anos que usava um terno e era sustentado por uma bengala. Neal, cara que parece ser gente boa e se diz pai de Henry. David vocês já conhecem. Mary Margaret, esposa de David que se parecia muito com a mulher de meu sonho, mas como eu disse, estava indisposta e não consegui prestar atenção, Regina, a mulher que me paralisara quando entramos no navio e por fim, Belle, uma moça de olhos azuis tão bonitos quanto os de Gancho que Rachel havia esquecido de citar. ( Sim, você se esqueceu. E eu que sou a anta aqui, não? )

No final, Rachel e eu acabamos por contar o que vimos em nossos sonhos, o que causou muitas surpresa por parte dos outros.

– Bem... Isso é verdade. – Mary Margaret disse, dando um sorrisinho. Espera, acho que ela nem tirou o sorrisinho do rosto.

– Mas como elas não foram para Storybrooke depois da maldição? – Emma sussurrou para David, ficou confuso. Rachel não ouvira isso, mas eu ouvi, já que estava mais perto deles. Dei um passo para ficar mais próxima.

– O que é Storybrooke? O que é essa coisa de maldição? – Disse, baixo, para que só eles ouvissem. A última coisa que eu queria naquele momento era muitas pessoas falando juntas em minha cabeça.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!