P.O.V Rapunzel

Acordei com a mente completamente limpa. Não me consegui lembrar de nada do que tinha acontecido, a única coisa que sabia é que estava numa casa. Numa casa simples, mas bonita.

Me levantei e dirigi-me ao banheiro. Avistei feridas pelo meu corpo, as quais curei com meu cabelo. Voltei ao quarto em que me situava antes e vi Jack e Merida em camas separadas. Jack na cama da esquerda, a onde eu tinha dormido, e Merida na cama da direita.

Por instinto, me dirigi à cama da esquerda e me sentei aos pés da mesma. Observei Jack por alguns minutos, contemplando a sua beleza. Meu coração batia mais rápido a cada olhar. Era estranho, eu nunca me tinha sentido assim, antes. Eu não sabia que sentimento me estava possuindo, mas ele era agradável, assim como Jack.

A seguir me limitei acordar Jack, que com apenas um toque abriu os olhos. "Humn?!" ele falou. "Onde estamos?". Eu apenas respondi olhando para baixo "Eu não sei...". Jack se levantou e se dirigiu até à cama direita, onde estava Merida.

– ... - ele ficou boquiaberto quando a viu. Merida estava diferente. Ela estava usando outras roupas e seu cabelo estava preso num rabo de cavalo. Tinha um sol vermelho no seu pulso e no centro de sua roupa.

– O que aconteceu com ela? - perguntei curiosa.

– Eu não sei... - Jack falou.

– Acho que teremos de procurar Norte. Ele certamente saberá. - disse.

– Mas onde ele está? - ele perguntou.

– Isso nós teremos de descobrir! - respondi com um sorriso. Jack sorriu de volta, com o rosto vermelho. Saímos do quarto e procuramos Norte pela casa toda. Achámos umas escadas e as decidimos descer. Nos encontrámos numa cozinha onde um família se situava.

– Já acordaram? - uma mulher que ali estava perguntou.

– Quem é você? - Jack disse com seu cajado nos protegendo.

– Eu sou a Naria. Eu vivo aqui. - ela falou com um sorriso.

– Onde está o resto de nós?! - ele lhe perguntou com uma voz séria.

– Você quer dizer o senhor idoso e o menino de cabelo castanho? Eles estão mesmo ali. - a senhora respondeu, apontando para a esquerda, com o mesmo ar feliz de antes.

Eu e Jack nos dirigimos para o local que a senhora tinha nos indicado, sem duvidarmos da mesma. Lá encontrámos Norte e Hiccup, que logo ficaram felizes por nos ver.

– Já acordaram?! - Norte perguntou, surpreso.

– Sim. - Jack respondeu por mim.

– Onde estamos? - perguntei.

– Bem, quando estávamos à procura de um local para ficar, esta família nos acolheu. - Norte respondeu.

– A Merida já está acordada? - Hiccup perguntou, preocupado.

– Não... - Jack respondeu. Hiccup nada mais disse, apenas se limitou a olhar para baixo.

– Então vamos acordá-la! - eu falei para animar Hiccup. Logo um sorriso surgiu na sua cara e concordou em ir. Todos nos dirigimos para o quarto onde Merida se encontrava alegres e com esperanças que ela acordasse.

Quando lá chegámos eu e Jack abanámos Merida repetidamente. Hiccup se juntou a nós e, milagrosamente, após muitas tentativas, Merida abriu os olhos.

– Humn? - ela falou. Todos ficaram preenchidos de alegria e Hiccup abraçou Merida, que logo ficou vermelha. "Depois me convidem para o casamento, ta?" Jack brincou com eles. Eu e Norte nos começamos a rir incontrolávelmente. Hiccup apenas ficou com a cara "não tem graça nenhuma", e Merida respondeu ao Jack com o mesmo humor de sempre.

– Digo o mesmo de você e a Rapunzel. - essas foram suas palavras. Norte continuou a rir e eu me calei, envergonhada. Jack respondeu e, a seguir Merida lhe respondeu de novo. Ficaram assim alguns minutos até que Norte falou "Tudo bem, chega de coisa de criança!". Logo eles se calaram e Norte continou.

– Temos de ir.

– Para onde? - Merida perguntou.

– Salvar o mundo. - Norte respondeu.

– Mas, nós já derrotámos o Medo. - Merida falou.

– Você achava que ia ser tão fácil?! - Norte soltou uma risada. - Ainda temos muito pela frente! - ele continuou.

– Espere! Primeiro, eu tenho uma dúvida. - disse. - Porque Merida está "diferente"?

– Ah, você está falando das roupas e do sol vermelho no seu pulso? É a transformação que acontece em você depois de os seus poderes despertarem. - Norte respondeu.

– Poderes? - Jack perguntou curioso.

– Bem, a longo dessa jornada, os seus poderes de Guardião despertaram em você. Acontecerá uma mudança na aparência, assim também nos objetos que você usa para lutar. Como por exemplo o seu cajado. - Norte respondeu.

– Então quer dizer que nós todos temos poderes? - Jack perguntou.

– Sim, basicamente. - Norte respondeu. - Bem, agora vamos. - ele continuou. Nos despedimos da família que nos tinha acolhido e saímos da sua casa. Nós dirigimos para Norte, com esperança que a guerra acabaria brevemente. "Quem me dera que o Banguela viesse connosco..." Hiccup falou.

– Você está falando daquele dragão negro que vinha com você naquele dia? - Merida perguntou.

– Sim. - Hiccup respondeu.

– Ele virá, de certeza. Eu pôde ver que ele gostava muito de você! - Merida lhe falou com um sorriso. O rosto de Hiccup se tornou vermelho e Jack voltou a falar piadas sobre o suposto casamento de Merida e Hiccup. Como sempre, Merida lhe respondeu e assim adiante.

Hiccup murmurou "Se eu tivesse Banguela aqui...", com um tom de voz perverso. Após algum tempo uma mancha negra apareceu no céu, tinha a forma de um animal, mas eu realmente não sabia o que era. A mancha negra se aproximava ainda mais e quando podemos perceber o que ela era, simplesmente desapareceu.

– Banguela! - Hiccup gritou alegre. O suposto "Banguela" veio à nossa direção e pousou bem na frente de Jack, que quando o viu soltou um grito caiu para trás.

– Ahahahahaha! - Merida e Hiccup se riram sem parar. Desta vez foi o Jack que fez a cara "não tem graça". Norte também se começou a rir e a seguir fui eu que soltei uma gargalhada.

Hiccup deu um grande abraço em Banguela. Merida e eu acariciamos o dragão, Jack nem sequer lhe tocou, sempre mantendo a distância de um metro. Continuámos seguindo para Norte, alegres e radiantes, sem sabendo o que nos esperava.