Depois da vingança. escrita por Juliana Silveira


Capítulo 2
Capítulo 2 - Um brinde!


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bem com vocês?
to de volta ;3
Espero que gostem do capítulo, por enquanto tá tudo meio light. A coisa começa a pegar no próximo capítulo.
~Surpresas aguardam-os! hahaha



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–Nada me impede de querer o divórcio de você! -Minha mãe gritava no andar de baixo. Pedro estava jogando em seu computador enquanto eu tentava ler um livro, as parceiras da Lya Luft. Contava a história de uma família que estava unida pela desgraça e pela infelicidade.

–Não aguento mais esses dois! -Joguei o livro na cama de Pedro, não tinha condições de concentrar-me em algo com esses berros dos meus pais.

–Ah, é? Pede o bendito divórcio então!

–Então você quer mesmo? -Minha mãe questionou-o. -Vou tirar até essas suas cuecas se for preciso!

–Pra que você vai querer minhas cuecas? Pro seu próximo namoradinho?! - Meu pai disse com ciúmes. - Como é mesmo o nome dele? -Saí e fui até as escadas onde me sentei para ouvir a briga.

–Meu pau é o nome dele, Ricardo! Meu pau! - Minha mãe disse irritada.

–Já tive que te dividir com o Arthur, com o Rafael e agora vai ter um novo homem na parada?

–Para com esse ciúme, Ricardo! E para de desenterrar o passado.

–O cara quase te comeu com os olhos!

–É o máximo que ele pode fazer comer com os olhos mesmo.

–De outras formas, só eu? - Eu dei uma risada baixa. Meus pais pareciam não ligar que eu e o Pedro estávamos em casa. Eles simplesmente falavam coisas um tanto quanto indecentes e pareciam esses casais de adolescentes da minha escola.

–Quer o divórcio então? - Minha mãe disse encarando-o. Aproveitei e voltei pro quarto, Pedro continuava sentado no computador sem esboçar qualquer reação.

–Quero é te dar uns catas! -Meu pai disse alto, Pedro virou-se e sussurrou um "uou" e eu ri.

–Ricardo! As crianças!

–Tarde demais, mãe. -Eu gritei e sabia que o seu rosto havia ficado vermelho como um tomate.

Eu estava numa pilha de nervos, o listão do vestibular sairia às quatro horas da tarde. Ouvia sempre no cursinho para não me apegar ao número de candidatos por vaga, mas era difícil não se preocupar.

Minha mãe sempre dizia que se eu prestasse vestibular pra medicina, sofreria um ataque cardíaco antes mesmo de saber o resultado do listão.

Convidei minha amiga Natasha para irmos pessoalmente até a universidade vermos o listão.

Coloquei um short e uma blusa soltinha que tinha o desenho de um gato. Soltei meu cabelo e fiz uma maquiagem bem básica. A mãe da Natasha era bem doidona, disse que precisávamos passar para que ela fosse com nós curtir as festas. E ninguém se arriscava a duvidar que ela realmente fosse.

Descemos do carro e fomos em direção à reitoria da universidade, onde o listão seria colado exatamente ás dezesseis horas. Após a espera, finalmente o resultado que era positivo. Encontrei meu nome no listão, meu coração saiu pela boca praticamente, nunca havia ficado tão feliz.

–Passamos! Passamos! Futura engenheira e futura jornalista! -Natasha pulava ao meu lado e sua mãe deu-nos um abraço, nós três juntas pulando e chorando.

–Mamãe! Cadê as tintas? -Natasha questionou. Sua mãe em um segundo voltou ao carro para pegá-las.

–Ah, não... Não! Eu não vim com roupa adequada para isso, e eu amo essa blusa! -Reclamei.

–Tá, pintamos só o rosto, os braços e as pernas então.

–Não acredito que passamos! -Eu murmurei.

–Nem eu. -Natasha disse contente, parada ao meu lado enquanto dávamos um olhar geral pela reitoria. Várias pessoas saiam decepcionadas enquanto outras gritavam de felicidade.

~*~

No ralo do banheiro, uma mistura de cores escorria. As tintas aos poucos saiam de minha pele, enquanto minha mãe preparava um jantar especial para comemorarmos a nova etapa da minha vida.

–Nosso bebê entrando na faculdade. -Meu pai disse.

–Eu sou o bebê aqui! -Pedro reclamou sempre ciumento.

–Acho que precisamos ter mais filhos. O que acha Cinderela? - Meu pai questionou-a, que surgiu da cozinha com uma lasanha de frango nas mãos.

–Fala isso porque não é você que vai ficar sofrendo no parto e vai ficar cheia de estrias. -Minha mãe reclamou.

–A dor compensa, e você é gostosa de qualquer jeito. -Meu pai mordeu os lábios.

–Meu Deus, parece uma família pornô! -Eu coloquei as mãos em minha testa e minha mãe ergueu as sobrancelhas em minha direção.

–Acho que você puxou ao seu pai. -Minha mãe deu os ombros.

–Mas o gênio é todo seu.

–Vocês não podem fingir amores um pelo outro pelo menos um dia na vida? - Meu pai reclamou.

–Crianças. -Minha mãe revirou os olhos. - Porque eu decidi ter filhos mesmo? - Questionou brincando.

–Porque você e o papai foram uns tolos. - Pedro mostrou a língua.

–De ter parido você, só se for. - Bufei e ele riu.

–Nós, maninha linda. Nós. -Pedro debochou.

–Vamos brindar! - Minha mãe disse entregando-nos as taças.

–Oba! Quero espumante! -Pedro disse sorrindo.

–Sonha! Daqui uns anos quem sabe. - Meu pai disse e eu dei uma risada debochada.

–Mas eu posso! - Murmurei enquanto pegava a taça.

–Preferiria que você voltasse a ser um bebê, pelo menos não teria que me preocupar com caras safados tentando amar a minha filha. - Meu pai murmurou.

–Ricardo! - Minha mãe advertiu e deu uma risada.

–Você pode ser amada por mim, Windy. Você pode. E é. - Ele riu.

–Que azarada eu sou. - Ela revirou os olhos.

–Mais tarde eu te mostro o que é ser azarada.

–Pornografia de novo! - Pedro abaixou a cabeça e a balançou.

–Achei que já estivessem acostumados com isso, esses dois se amam.

–Sempre. -Meu pai disse e beijou a minha mãe. Pedro tapou os olhos e, quando eles se depararam com a cena sorriram.

–Bom, temos um presente para você. – Meu pai disse abraçado em minha mãe. Minha mãe estava com a mão sobre o peito dele enquanto segurava a taça com a outra. Ela estava com os olhos meio fechados, como se estivesse em paz.

–Posso saber o que é? – Sorri de canto.

–Claro. Mas antes um brinde! –Ele propôs e todos nós brindamos.

–Um brinde aos nossos filhos! – Minha mãe disse.

–Um brinde ao nosso amor! – Meu pai completou e brindamos.

–Agora eu quero meu presente. –Sim, eu era curiosa. Sempre fui, e ansiosa demais.

–Tá... – Meu pai largou a taça sobre a mesa e mexeu em seu bolso. Tirou uma moeda de dez centavos e me entregou.

–Pai... – Eu reclamei.

–Tá bem... – Ele riu, mexeu novamente e entregou-me uma chave. Uma chave de carro.

–Meu Deus!

–Seu carro está na garagem, parabéns. – Minha mãe disse sorrindo. Eu abracei-os e quase chorei de tanta felicidade. Corri até a garagem e lá estava ele, era preto e lindo! Agora eu tinha o meu próprio carro, a minha liberdade de ir e vir. Com certeza esse era um ano de mudanças.


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