Quando acordei, já era dia.

Eu não estava mais no jato, estava em um quarto com enormes janelas e cortinas - que pareciam ser de um tecido de luxo - semiabertas, fazendo a luz do dia penetrar no cômodo. Olhei para os lados e não vi meu irmão.

_Nico! - gritei desesperada a procura de meu irmão. Sai do quarto rapidamente e vi um enorme corredor que ia em duas direções, eu não tinha ideia para onde ir, então fui para a esquerda, pois havia uma escada no fim, desci correndo até chegar em um grandioso salão repleto de máquinas de jogos, na verdade, milhares delas. Também haviam várias crianças um pouco esquisitas, olhando fascinadas para as telas dos fliperamas - pareciam estar se divertindo a beça.

Continuei desesperadamente a procura de Nico, até esbarrar em alguém que me parecia familiar.

_Nico! Onde você se meteu?!

_Ah, bem, desculpe-me Bianca, eu vi você dormindo e não quis acorda-la, então resolvi explorar. Olhe para isso, é incrível! - disse ele com seus olhos brilhando.

_Você não deveria ter saído assim sem avisar - disse eu, tentando soar irritada, mas, não conseguia ficar brava com meu irmão, e já era um alivio saber que ele estava bem, era só isso que eu me importava - humm, bem.. o que você de sair para vasculhar o hotel?

_Oh, sim sim! - disse ele com entusiasmo - Vamos!

Saímos correndo pelo salão, realmente era tudo muito legal e divertido, existia uma infinidade de jogos, um aperitivo surpreendentemente delicioso que chamavam de "Flor de Lótus", serviço de quarto completo, entre outros. Descobri que aquele hotel, era na verdade um cassino, pelo nome de "Cassino Lótus", sim o mesmo nome daquele aperitivo delicioso, bem, descobri o nome pois ele estava bordado em todas as toalhas e escrito em todos os objetos do hotel, então calculei que era esse o nome.

As duas horas que se passaram - pelo menos foi o tempo que imaginei ter ficado ali, não haviam relógios, ninguém sabia a hora e o tempo parecia ficar um pouco confuso - foram as mais divertidas da minha vida, eu não lembrava de ter vivido algum momento divertido, na verdade, eu não lembrava de mais nada de meu passado, somente do advogado que nos havia trazido ali, antes disso, parecia que algo havia me deixado sem memória, e aquilo estava me assustando um pouco agora que tinha parado para analisar. Resolvi perguntar a Nico.

_Ãn, Nico.. você se lembra do que aconteceu antes daquele homem ter trazido a gente aqui?

Ele fez uma cara pensativa, parecia estar se esforçando para lembrar algo.

_Não - disse ele - isso é estranho..

_Sim, isto é bem estranho - respondi.

_Você acha que alguém roubou nossa memória, tipo, isso seria... muito legal!

_Não sei não Nico, não parece ser tão legal assim. Venha, vamos voltar para o quarto e deixar isso pra lá, talvez seja só uma impressão.

Bem, eu sabia que aquilo estava errado, mas achei melhor esquecer.