Por toda a minha vida escrita por Elle Targaryen


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas... mais um cap. não temos tanta coisa aqui ele é mais uma transição pro que está por vir, ainda temos alguns capítulos até o fim, não tentei calcular quantos e espero não passar do 50, mas ainda tem bastante coisa então não sei. Mas vamos lá. Boa leitura.

ps. editei esse cap só pra avisar que tenho uma fic nova:

http://fanfiction.com.br/historia/513500/Coracao_de_Gelo/

*_____*
Agradeço quem puder ler desde já.



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Henry ganha seu beijo de boa noite. Era um rapazinho. Dali a pouco tempo faria treze anos, mas ainda era seu garoto, seria sempre seu garoto e ela o protegeria sempre, como prometera à sua outra mãe, sempre...

Regina fecha a porta do quarto atrás de si sorrindo ao ouvir um “Boa noite, mãe”. Desce as escadas com os pensamentos vagando em sua cabeça. Senta no degrau de baixo e retira os saltos lentamente enquanto encara a parede branca ao seu lado. Fora ali que ele caiu. Foi por aquele pedaço de parede que suas costas deslizaram até seu corpo tombar lentamente no chão e ela não pudera fazer nada, nada para impedir, apenas pôde continuar a memória do pai no nome do filho. E se ela não fosse capaz de proteger as pessoas que ama? E se ela fosse fraca toda vez que precisassem dela? Sentia medo. Um medo que nunca sentira antes. Continuava olhando a parede absorta. Os pensamentos caídos num abismo procurando uma letra, uma música que sem cantara toda vez que saía correndo de seu quarto até o quarto dos pais, tinha um fantasma no armário, ela tinha certeza e não dormia até seu pai deitar com ela na pequena cama e cantar... como era mesmo a música?

'Heroes'

"I, I will be king and you, you will be queen. Though nothing will drive them away. We can beat them, just for one day..."

Sim, era essa a letra. Explodia devagar trazendo à memória a tentativa de manter-se forte. "Não há fantasmas aqui, Gine, sabe por quê?

"We can be Heroes just for one day, we can be Heroes...".

–Regina?! – É interrompida pela voz do noivo que se aproximava.

–Rob, você não avisou que chegaria hoje. – Fala sem levantar do degrau da escada. Os olhos meio marejados. Uma expressão de cansaço no rosto.

–Desculpe, querida. Eu vim de última hora e resolvi passar aqui. Bati na porta mas ninguém atendeu. Você está bem?

–Não sei... – Fala olhando a parede novamente.

Robin senta ao lado da amiga. Passa o braço direito em seus ombros puxando levemente a cabeça da morena para seu peito.

–O que te fez lembrar disso?

–Cora foi me procurar hoje. Continua insistindo na ideia maluca de eu assumir a prefeitura.

–Não me diz que você aceitou!

–Não, nunca.

–Foi só isso que te deixou assim?

–Não. Foram as lembranças, os erros irreparáveis. Foi tudo que eu podia ter feito e não fiz, foram as pessoas que eu poderia ter protegido e não protegi.

–Regina, você não é a mulher maravilha. Não tem como proteger todo mundo.

–Eu sei, mas..., meu pai morreu bem aqui, nos meus braços. Danielle morreu, nos meus braços eu me pergunto: quantas pessoas que amo ainda irão morrer nos meus braços?

–Ai, credo, Gina! Que pensamento macabro. Eu não vou morrer nos seus braços. Você é linda, sempre te digo isso, mas quero morrer nos braços de um homem forte, lindo, musculoso e inteligente.

Regina sorri enxugando as lágrimas.

–Hey..., - Robin pega o rosto da amiga com ambas as mãos. – Ninguém mais vai morrer assim, de súbito.

–Eu tenho medo, não por mim, por Henry. Cora nunca o aceitou como família, e mesmo que aceitasse, você sabe o que ela fez à própria irmã. É uma mulher sem escrúpulos, sem piedade, sem coração e o pior de tudo, é minha mãe. Tenho medo de não conseguir proteger meu próprio filho..., e Emma.

–Você e ela estão...

–Estamos tendo alguma coisa. Alguma coisa muito boa. – Sorri novamente. Pensar na garota a acalmava, mesmo sabendo que tinha ignorado suas ligações durante a tarde inteira, provavelmente a deixado preocupada e frustrada, ainda assim, pensar nela a levava à uma outra dimensão. – Sabe o que Cora me disse hoje?

–Hum?

–Que eu não deveria deixar os alunos de namorico. Ela acha que Zelena tem algo com Emma e estaria pronta pra mostrar o quanto é baixa, indo fofocar isso nos ouvidos do xerife Swan.

–Nossa..., esse é o cúmulo da baixeza. Sua mãe já teve mais dignidade. – A morena sorri mais abertamente.

–Mas me diz. Emma e sua irmãzinha tem mesmo algo?

–Claro que não. Talvez por parte da Zelena tenha algo. Ela é uma garota carente, não tem ninguém e, como eu, tem uma mãe horrível, e Emma, bem..., Emma é um príncipe num cavalo branco, é impossível que Zelena não se apaixone.

–Isso te deixa apreensiva?

Regina olha o amigo com um sorriso de lado nos lábios.

–Nossa, quanta confiança, hein, morena?

–Não é isso. E nem sei porque, mas confio nela.

–Ok. Olha, eu não serei um semeador de discórdia, mas, você já pensou em como vai ser quando todo mundo descobrir? Por que uma hora irão descobrir essa brincadeira de vocês. E Cora? E Henry? E os pais de Emma? E o instituto? Como vai ficar tudo isso? Eu diria pra vocês fugirem pras montanhas, mas você não deixaria sem filho aqui, certo?

–Certo. – Regina respira fundo. Não que nunca tivesse pensado nas consequências, pensava, todos os dias, mas tinha um sério problema com aquela questão: estava cada dia mais apaixonada pela garota, não conseguia imaginar que um dia teria de acabar com tudo aquilo, que seria apenas uma aventura passageira, mas não podia negar que existia um abismo entre elas, um abismo de dezessete anos que envolvia sua mãe maquiavélica, os pais de Emma, seu filho que não estava sob sua guarda, o futuro do instituto, seu futuro, o futuro de Emma o futuro de seu filho. Era tanto que poderia perder com aquela loucura e ainda assim não conseguia simplesmente pensar em dar um fim aquilo. Ficava apavorada só de pensar que um dia tudo aquilo viria à tona, que talvez tudo desabasse e ela não conseguisse aparar a queda. – Não quero pensar sobre isso agora.

–Tudo bem. Que tal subir, tomar um ótimo banho e dormir? Amanhã é sábado. Pode passar o dia inteiro descansando. – Fala sorrindo.

–Você seria um excelente noivo.

–Eu sei – confirma gabando-se enquanto ajuda Regina a levantar da escada.

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–Emma, você passou o jantar inteiro olhando pra esse telefone. Está tudo bem? – Mary Margaret pergunta à filha enquanto a garota termina de lavar a louça do jantar com o celular ao lado da pia da cozinha.

–Tudo bem, mãe. Eu..., só estou esperando uma ligação.

–Espero que não seja de nenhum garoto metido a besta. – David fala da sala se intrometendo na conversa das duas.

–Não pai, não é um garoto metido a besta. – Emma fala tentando parecer divertida.

–Não liga pra ele, querida. Me diz, é um garoto? Ele é bonito?

–Eu estou ouvindo Mary, não ensine essas coisas pra menina.

–Por Deus, David, ela não é mais uma menina! Pode falar, Emma.

–Não é um garoto, mãe. – Fala terminando de lavar a louça e sentando em frente à mãe no balcão.

–Então é uma garota? – Mary pergunta baixinho, sussurrando, para que o marido não ouvisse da sala.

Emma arregala os olhos enquanto Mary sorri do desconserto da filha.

–Pode falar. Se você quiser posso ir até seu quarto depois que seu pai dormir e nós conversamos melhor sobre ela, o que acha?

–Mãe... – fala de boca aberta.

–Terminei! Tudo pronto para vermos os jogos de inverno. – Davi fala entrando na cozinha sem perceber o clima entre mãe e filha.

–Ok, vamos para a sala! – Mary fala empolgada enquanto David a ajuda a levantar do banco. Sua barriga crescia numa velocidade absurda. Emma até chegava a pensar que talvez tivessem dez irmãos ali dentro, ao invés de um.

Os pais passam a noite assistindo aos jogos enquanto Emma divide sua atenção entre a TV e o celular, mas nada, em um sinal de Regina, nem uma mensagem de boa noite, nada, quando de repente ele vibra. Emma sorri e se apressa em ler a mensagem:

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Boa noite, Swan. Gostou da maçã?

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Emma faz uma expressão de decepção antes de enviar a resposta:

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É realmente diferente e como vc disse, deixa a boca meio travada, + se prestar bastante atenção, antes de engolir, tem um sabor levemente doce, é muito bom. ^^

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Que bom que gostou. É a minha fruta favorita

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Vc é realmente estranha. Vou dormir agora, boa noite. ;)

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Boa noite.

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Disse a Zelena que iria dormir, mas não conseguiu. Retirou-se da sala, deu boa noite aos pais, subiu pro quarto e ficou rolando na cama com os olhos secos. Algo acontecia com Regina, tinha certeza disso e devia ser uma daquelas coisas que a morena não gosta de falar, algo sobre a família, o passado. Ela queria saber, queria confortar a morena quando precisasse, queria protegê-la, mas com ela se esquivando assim, tudo se tornava mais difícil.

Ouve o toque leve na porta do quarto.

–Emma? – Mary Margaret põe a cabeça pela porta. – Posso entrar?

–Claro!

Entra e senta na cama com a filha.

–Está tudo bem?

–Sim. – Responde sentando-se na cama.

–Então, sobre aquela nossa conversa.

–Mãe, eu não sei...

–Hey..., tudo bem. Não precisa falar nada se não estiver à vontade. Ela é legal com você?

Emma olha pro chão em total desconcerto.

–É. – responde timidamente

Mary pega a mão da filha entre as suas.

–Emma, olha pra mim.

A garota levanta o rosto encarando os olhos verdes da mãe que pra ela um sorriso sincero.

–Eu te amo, Emma. Independente das escolhas que você faça na vida a única coisa que não quero é te ver ao lado de alguém que não te faça feliz. Não vou conseguir gostar de alguém que tire o sorriso lindo da minha filha. E nem quero que você deixe alguém algum dia te tirar esse sorriso lindo, ok?

–ok. – Responde sorrindo. – Obrigada, mãe. – Encerra a conversa em um abraço. Já havia ensaiado a maneira como falaria com os pais. Felizmente sua mãe parecia confortável com a ideia de ela namorar uma garota, só não sabia como reagiria quando soubesse que essa garota na verdade era uma mulher, a diretora da escola, a filha da prefeita, quanto ao seu pai, tinha certeza que ele jamais aceitaria nada daquilo, se é que aquilo ainda existia. Olha para o celular mais algumas vezes antes de adormecer. “O que acontece com você, Regina?”.

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–Emma acorda, você tem visita. – David batia insistente na porta do quarto de Emma.

–Já ouvi. Tô descendo. – Responde sem se levantar da cama. Seu primeiro ato é pegar o celular: nada. Respira fundo e levanta.

Lá em baixo Ruby a esperava numa conversa divertida com Mary Margaret. A garota treme da cabeça aos pés e logo se apressa para interromper a conversa.

–Bom dia. – Fala meio desconfiada olhando para a amiga e em seguida para a mãe.

–Bom dia, querida. Ruby está esperando você para fazerem um trabalho da escola.

–Exatamente. – a garota confirma.

–Não vai tomar café?

–Tomamos no caminho. Vamos Rub?

–Eu trouxe panquecas com geleia de maçã pra você, da vovô, não vai recusar, né? – Ruby pergunta divertida.

–Ah, não. Vamos comer. – Concorda sorrindo.

Meia hora depois e estavam na rua a caminho da biblioteca.

–Sério? Sua mãe disse isso mesmo? Meu Deus, ela não existe. Onde compra uma mãe assim? Tem na App Store?! – A morena fala empolgada enquanto Emma ria.

–Como você é boba. Agora minha mãe deve pensar que estamos tendo algo.

–Isso não seria muita novidade pra mim. Todo mundo pensa que tenho algo com Mulan.

–Mas vocês tem.

–Tecnicamente só amizade.

–É, mas vai explicar isso, né?

–É. – Confirma sorrindo e continua depois de alguns segundos: - Resolve logo sua situação com Mulan. Não aguento mais ver isso. Vocês são minhas melhores amigas, não podem ficar brigadas desse jeito. Não posso me dividir em duas, poxa. – Reclama fazendo bico.

–Ok, lobinha. Vou tentar, mas aquela sua amiga é muito cabeça dura. – As duas sorriem e entram na biblioteca numa risada estrondosa. Logo são repreendidas na recepção por uma jovem bibliotecária.

–Sem barulho. Mocinhas. – Fala a ruiva de olhos azuis e um belo sorriso meigo no rosto.

–Perdão, senhorita French. Minha amiga aqui extrapola nos modos de vez em quando. – Ruby fala de modo educado e galanteador enquanto Emma abre bem os olhos estranhando toda aquela situação.

–Você não é a Lacey? – A loira pergunta de forma direta olhando bem a expressão da bibliotecária.

–Não, mocinha. Sou IsabellaFrench e fale baixo, por favor. – Responde ríspida, visivelmente irritada.

Ruby pega a amiga pelo braço e arrasta até uma das mesas de estudos. Sentam-se.

–Pensei que ela fosse a Lacey, não quis ofender.

–Ela é, mas não aqui.

–Como assim? – Emma pergunta retirando o material escolar da mochila.

–É uma longa historia. Até onde eu sei Bella teve problemas psicológicos quando era adolescente. Foi internada por um tempo no hospital psiquiátrico. Ela tem dupla personalidade, de dia é Bella e de noite é Lacey e não gosta de falar sobre isso. Foi o jeito que encontrou para viver a vida de forma normal.

–Chama isso de normal?

–Não, mas não julgo. Cada um tenta levar a vida do melhor jeito, né? E acho isso tudo muito sexy.

Emma levanta uma das sobrancelhas.

–Ela é muito sexy quando é Lacey, acredite.

–Eu acredito. Você sabe algo sobre ela e Regina?

–Não.

–Será que ela diria se eu perguntasse?

–Provavelmente não aqui, mas como Lacey, acho que pode ser.

–Onde a encontro nessa outra personalidade?

–No bar, “Habbit Hole”, está lá todo final de semana.

A loira olha maliciosamente para a amiga.

–Tem algo pra fazer hoje à noite?

–Não e mesmo se tivessem largaria qualquer coisa só pra entrar escondido num bar para maiores de 18. – As duas riem alto e mais uma vez são repreendidas pela bibliotecária.


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Notas finais do capítulo

Espero que vcs tenham gostado. Críticas e sugestões é só comentar. Até quarta.