Por toda a minha vida escrita por Elle Targaryen


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas... como prometido olha eu aqui no sábado. o/
Então.. esse capítulo tá bem diferente, diferente meeeesmo, espero que vcs não queiram me matar por eu estar saindo da nossa linha temporal, mas eu não queria mostrar isso pra vocês pela memória de um personagem, queria mostrar mesmo o que aconteceu e deixar algumas coisas meio obscuras. hehehe.
Vamos ao capítulo. Boa leitura!



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1978
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– Gostou? - Pergunta mostrando à irmã o penteado recém feito. A mais nova olha encantada. Sua euforia era tanta que seus grandes olhos azuis não paravam quietos mas órbitas enquanto suas íris explodidas de felicidade soltavam faíscas invisíveis. Aquela seria uma noite inesquecível para Rose. Desde que conhecera Henry Mills, o solteiro mais cobiçado de Storybrook, não acreditou que todo aquele encantamento a levaria ao noivado. Não haveria no mundo uma felicidade maior que aquela. Seu pai também se encontrava encantado com o futuro genro e pela pela sorte da filha mais jovem, além da prosperidade com aquele casamento se desenhava promissor. A família Mills era a mais rica de todo Maine, Henry era único herdeiro de um império digno de grandes reis e a pequena fazenda na qual as garotas viviam com o pai humildemente e de onde tiravam seu sustento, há muito já não era a mesma.

– Está lindo! Você é a melhor irmã do mundo, Cora! - Fala abrindo um sorrindo resplandecente para sua própria imagem no espelho do quarto. As irmãs eram extremamente unidas. Cora, em seus vinte e dois anos tratava Rose como uma boneca, ensinava-lhe milhares de coisas, e tinha um cuidado de mãe com a irmã mais nova.

– Ele vai mesmo propor hoje? - Pergunta sentando-se na cama enquanto a outra ainda apreciava os cabelos no espelho.

– Sim. Sei que ele já comprou o anel.

– Mas você tem apenas dezessete anos, Rose.

– Eu sei, irmã. - Rose vira o rosto contente na direção da irmã. - Vamos apenas noivar. O casamento sairá após meu aniversário de dezoito anos. Teremos quase um ano para organizar os preparativos. - fala ainda mais sorridente.

– Você o ama muito, não?

– Com todo meu Coração. Cora olhava a irmã pelo espelho. Tão jovem, tão linda, uma flor, o orgulho da família.

Cora era muito pequena quando Rose nasceu. Uma criança de apenas cinco anos, mas lembra-se com perfeição do crescimento da garota e de toda responsabilidade que lhe fora imposta durante todos aqueles anos. Rose era a flor da casa. Seus cabelos ruivos e olhos azuis encantavam a todos e ela vivia num mundo cor de rosa enquanto Cora servia-lhe de babá, cuidava, arrumava, penteava, passeava com ela, respondia a todos os seus caprichos, a princesa da casa.

Por anos apenas aceitou aquilo sem pestanejar. Porém, após a morte precoce da mãe, Cora ainda com seus quinze anos, recebeu um peso ainda maior: a responsabilidade da família passou para si. A irmã em nada ajudava e o pai se entregara a bebida após a morte da esposa. Para não ver a família afundar ainda mais, a garota se desfez de sua vida adolescente para sustentar a família. Fazia sozinha a cidra de maçã tão famosa por toda Storybrook, lavava, passava, arrumava, cozinhava, cuidava dos poucos animais e da pouca plantação que dispunham enquanto Rose crescia cada vez mais bonita, atraindo para si todos os olhares de todos os rapazes, sempre os melhores rapazes até um dia conhecer Henry.

– Você não se sente chateada com isso,né?

– Com o quê?

– Bem.. Eu sou sua irmã mais nova e vou me casar primeiro.

– Imagina... - fala levantando-se da cama e indo em direção a irmã. - Eu não me importo. Quero que você seja feliz. - estende-lhe a mão e puxando-a para cima iniciam uma dança silenciosa.

– Isso é um treinamento? - Rose pergunta sorrindo.

– Sim, para quando você tiver de dançar com seu marido no baile de casamento.

Rose sorri mostrando todos os seus dentes perfeitos.

– Você o ama o suficiente para já ter ido pra cama com ele? - Cora pergunta fingindo inocência.

– Não, por deus, não! Apenas após o casamento e também, não teria como acontecer nada, nunca ficamos sozinhos, tem sempre alguém entre nós quando estamos namorando.

– Você chama isso de namoro? Vocês não podem nem dar um beijo. E se quando vocês se casarem você não gostar dos beijos dele? Como vai ser? Você tem de experimentar antes. Não precisa chegar nos finalmente, mas apenas... Sentir.

– Não sei, Cora. Isso não me parece muito certo.

– Que nada, irmã. Eu nunca falaria nada de errado pra você. Não tem nenhum problema em você ficar um pouco sozinha com seu noivo, não acha? Eu poderia te ajudar com isso. - rose abaixa a cabeça pensativa, olhando para os pés de Cora que a conduzia firme na pequena dança. Gostaria sim de sentir Henry mais perto de si e qual seria o problema se naquela mesma noite os dois amantes de noivariam?

– Você me ajudaria mesmo? - Pergunta num misto de inocência e medo. Cora segura as mãos de Rose nas suas enquanto olhava-a nos olhos, seus olhos tão inocentes de menina apaixonada.

– Claro que eu ajudo você. Com o que você precisar sempre que precisar. Já tenho até um plano. Quer ouvir?

– Claro! - a garota sorri batendo palmas entusiasmada. A confiança com a qual a irmã lhe falava era tamanha que Rose não consegue resistir. Sentia-se protegida por Cora. Se ela havia lhe dito para deixar tudo em suas mãos, se ela lha disse que ajudaria é que nada de mal lhe aconteceria, Rose tinha total e absoluta certeza que nada de ruim poderia acontecer.

– Vamos fazer assim. - fala conduzindo a irmã até a cama. Ambas sentam-se e enquanto Cora continua: - Você vai escrever um bilhete pra ele dizendo que quer vê-lo as dez horas próximo ao lago e eu entrego quando ele estiver saindo daqui. Daí você vai se encontrar com ele e não se preocupe eu vou com nada, eu fico de vigia e te protejo caso aconteça qualquer coisa. O que você acha? - pergunta abrindo mais os olhos, seus olhos castanhos de mistério profundo e candura reversa.

– Isso é tão emocionante! - rose fala empolgada com o plano da irmã.

– Isso significa que você topa? -

–Sim, sim... - Confirma balançado a cabeça positivamente. - Com você lá sei que nada vai dar errado. - Abraça a irmã. - Eu amo tanto você minha irmã. Quando casar vou sentir sua falta e espero que você arranje um ótimo marido assim como o Henry.

– Não se preocupe comigo,eu vou arranjar, será um marido tão bom quanto o seu. - fala num sorriso dissimulado.

****

O jantar de noivado havia sido um sucesso. Apesar da casa humilde souberam dar um jantar perfeito graças a Cora que era imbatível na cozinha. O pedido de noivado veio logo em seguida junto de um anel de brilhante que exaltava o quanto Henry Mills se encontrava apaixonado por Rose Miller.

– Uma lástima seus pais não virem ao jantar. - Fala o pai das garotas. Jamie Stevens, o tipo de cara durão, carrancudo que já teve muito da vida e que muito dela já perdeu.

–Sim. Infelizmente meu pai tem muitos compromissos e minha mãe não se sentia bem disposta, esteve internada por uns dias num hospital em Boston, não tem estado bem de saúde. - Henry responde levando aos lábios a famosa cidra de maçã. O noivo se encontrava sentado ao lado de Rose no sofá da sala. Sua expressão era meio nervosa, nunca tinha estado tão cara a cara com o pai de sua noiva como naquele dia. Sabia do problema de Jamie com a bebida mas também sabia que ainda assim o homem era muito ligado as filhas e por esse motivo nunca havia tentado nada com Rose além de uns pequenos toques em seus lábios.

–E quando Rose conhecerá seus pais? Já tem seis meses que vocês namora e nada. Acho até tudo isso precipitado demais.. esse noivado, está muito rápido não acha, papai? - Cora fala também levando o copo com cidra aos lábios.

–Acho.. mas, se ele quer casar logo isso é muito bom, ao menos não fico com mais uma filha encalhada em casa. O que pensariam de mim? Olha lá o velho pinguço do Jamie, depois da morte da esposa não conseguiu por ordem na família, suas filhas são duas encalhadas. - faz uma pausa. - já me basta você, Cora!

O silêncio se abate entre os quatro. Cora sente um nó descer por sua garganta, um nó pesado, amargo. Era visível que o pai já estava meio bêbado mas aquelas palavras lhe batiam cortantes como uma chuva de navalhas. Nada naquela noite perfeita lhe havia passado despercebido: os sorrisos, os olhares, o brilho nos olhos dos noivos, o anel de brilhantes que a irmã exibia no dedo, tudo contribuía para que a noite se tornasse cada vez mais gloriosa e se tornaria.

Rose sorria o tempo todo e mal aguentava de tanta ansiedade. Ao final de tudo aquilo iria encontrar seu noivo no lago sob a proteção de sua adorada irmã e finalmente teriam um tempo juntos, um tempo para sentir aquilo que sua paixão tanto ansiava. Cora percebia cada expressão da garota. Sua inocência se mostrava ao caçador faminto como um banquete saboroso. Uma pequena flor facilmente arrancada pelo vento. "Do que adianta ser uma rosa e não possui espinhos?", Cora pergunta-se sorrindo discretamente.

***

–Henry... - Cora aproxima-se do homem antes de ele atingir a porta de entrada da pequena fazenda e discretamente estende-lhe o braço com um pequeno bilhete em mãos. - Rose pediu para te dar isto. Espere por ela. - uma piscadela e vira as costas para o rapaz.

***

No quarto as irmãs conversam sobre os planos da noite.

–Tome isto. É para acalmar seus nervos. - Cora dá um copo com água à irmã que aceita eufórica.

–Vamos apenas esperar papai dormir e saímos, certo?

–Certíssimo. Apenas esperar um pouco... - Cora confirma.

Esperaram Jamie beber e ir cambaleando para o quarto como fazia todas as noites. Enquanto isso, Rose, que esperava deitada em sua cama acabou dormindo. Cora olha a irmã mais uma vez para se certificar que a garota não vai acordar tão fácil. Sai do quarto medindo os passos para não fazer barulho. Entra na cozinha e pega uma garrafa de cidra de maçã estrategicamente guardada em baixo do balcão da pia, uma toalha de mesa, dois copos, põe tudo dentro de uma cesta e sai silenciosamente pela floresta.

****

Enquanto isso o jovem Henry esperava Rose encostado numa árvore em frente ao lago. Não estava muito longe da fazenda, pensava no motivo de Rose demorar tanto quando ouviu o barulho de pequenos galhos se quebrando.

–Rose? - pergunta ao vulto que se aproxima rápido em sua direção.

A garota tira a capa da cabeça.

–Não, sou eu. - Cora sorri. - Rose se sentiu indisposta, pediu para eu vir aqui pedir perdão por te fazer esperar. - Sorri novamente.

–Oh... então eu já vou. Boa noite, Cora. - fala dando as costas para a garota.

–Espera... - Cora segura-o pelo pulso gentilmente. - Eu trouxe um pouco de cidra e copos e uma toalha - sorri baixando a cabeça e levantando-a logo em seguida.- pensei que talvez pudéssemos conversar um pouco como amigos.

–Cora eu... eu não sei se isso seria certo.

–Por que não? Em menos de um ano você se casará com minha irmã. Seremos da mesma família. - Fala pegando a toalha que dentro da sesta no chão aos seus pés e estendendo a no chão próxima a árvore - não vejo problemas em conversarmos como cunhados. - olha para Henry sorridente indicando a toalha com as mãos para que o rapaz se acomodasse.

O rapaz sente-se meio confuso e sem pensar muito apenas senta-se. Rose senta ao seu lado retirando a capa, deixando visível seu vestido vermelho que agora possuía um decote um pouco mais ousado para uma garota da época.

****

Corria desesperada pela floresta. Seu vestido vermelho contrastando com os arranhões que lhe subiam os braços. A cada passo pesado que dava sentia ainda mais um gosto de vitória na boca. Estava próximo de vencer sua primeira e principal batalha para alcançar a vida que sempre desejou. Corria rumo a uma vitória libertadora. Cora tinha asas nos pés, tinha o sorriso de Rose em seus lábios vermelhos.

Abre a porta da fazenda batendo-a pesada num barulho que acorda seu pai e irmã. Joga-se no sofá e começa a chorar compulsivamente. Seu rosto numa mistura de lágrimas, terra, sangue. Seu cabelo castanho todo jogado no rosto, o vestido mal arrumado no corpo, os pés descalços, sujos de tanto correr pela terra úmida. Ofegava, chorava e falava coisas sem sentido.

–Cora!!! O que aconteceu? - Rose corre ainda sonolenta em direção a irmã. Ajoelha-se a sua frente no sofá tentando tirar-lhe as mãos do rosto.

– Que barulheira é essa nessa casa? - Jamie chega à sala visivelmente irritado.

–Eu... eu não queria, foi horrível, horrível... eu, eu, me desculpe. - Cora fala levantando o rosto molhado de lágrimas para a irmã.

–O que aconteceu? - os olhos de Rose crescem cada vez mais vendo a face da irmã.

–Henry... eu... eu... eu fui falar pra ele que você estava dormindo e... e.. eu.. - Chora novamente. Cobre o rosto. Desmancha-se em lágrimas.

–Do que você está falando, garota? - Pergunta Jamie aproximando-se da filha raivosamente. Pega-a firme pelo braço levantado-a do sofá e sacudindo-a nervosamente. - O que aquele desgraço fez com você? FALA CORA!! - Grita.

Rose jogada no chão da sala já se encontrava em lágrimas. Não podia acreditar no que seu noivo fizera. Aquilo com certeza não parecia em nada com uma atitude de Henry.

–Ele... ele me forçou, perdão papai.. eu não devia ter saído a, a culpa foi toda minha. - abaixa a cabeça entre soluços.

–Não! A culpa foi minha. - Rose fala levantando do chão. - Eu marquei um encontro com Henry fora de casa e.. e acabei dormindo, Cora apenas foi avisá-lo eu, eu não sabia que isso aconteceria. - olha para o pai raivoso e recebe em troca uma bofetada.

–Eu não criei vocês para se comportarem como duas putas! - Aperta ainda mais o braço de Cora.

Nesse instante Henry entra na sala com uma expressão confusa, o rosto machucado, os cabelos desgrenhados.

–Seu covarde desgraçado! - Jamie larga Cora no chão de qualquer jeito e parte para cima de Henry. Rose se põe entre os dois.

–Rose, Rose.. eu não fiz isso. - Henry fala desesperado.

–Como você pôde? Você é um monstro, COVARDE! - grita entre lágrimas.

–Rose, acredita em mim.. ROSE!!!! - Henry grita quanto é atingido por um soco e apaga.

****

–Você vai casar com ela o mais rápido possível, está me entendendo?!

–O quê?

–Meu rapaz, não me faça perder a cabeça com você mais uma vez. Da última vez que isso aconteceu você veio parar aqui nessa cama de hospital. - para puxando o ar pesadamente. - eu disse, - aproxima-se do rapaz curvando seu corpo sobre a cama. - disse que você vai se casar com Cora o mais rápido possível e eu não aceito um não como resposta.

–Ro...Rose.. - fala meio perturbado.

–Esqueça Rose! Minha filha mais nova não é para você, seu aproveitador de merda!

Cora, do outro lado do vidro olhava a cena de seu pai com o jovem Henry. Sorria ainda toda machucada. Sorria sem mostrar os dentes e saboreava o gosto da vitória, saboreava o tato de uma rosa esmagada entre os dedos.




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Notas finais do capítulo

Então minha genteeeeeeeee!!! Espero que vocês tenham gostado do capítulo. Eu adorei escrever essa treta toda, espero também não ter bugado a cabeça de vocês. Isso que aconteceu é importante para nossa história e calma, vamos voltar aos dias atuais no próximo capítulo. Vou tentar postar amanhã (domingo) o próximo. Abraços.