Por toda a minha vida escrita por Elle Targaryen


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olá, pesoas.. olha eu aqui de volta.
Quero pedir mil perdões pelo atraso da fic, minha vida tá uma loucura tão grande, estou com sérios problemas para organizar meu tempo, maaaaas.. fiquem tranquilas não vou abandonar a fic. Ontem consegui um tempo pra escrever e hoje entrei só pra postar o capítulo pra vocês.
Outra coisa muito importante, a fic será atualizada toda quarta-feira, talvez quinta, mas tentarei fixar na quarta mesmo.
Esse capítulo ficou meio pequeno mas ele é importante espero que vocês gostem e obrigada pela paciência.



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Segunda-feira - campo de Rugby do Instituto Mills

O apito soou.

–Muito bem, meninas, pausa de dois minutos! - fala a treinadora batendo palmas no meio do campo. - Parabéns, Swan!

–Obrigada, senhorita Dixon.

–Emma!! - Mulan chama a loira correndo em sua direção - Você é a carta na manga do time, hein! - Aproxima-se entregando-lhe uma garrafa com água - Já viu quem está na arquibancada? -Pergunta fazendo um gesto com a cabeça na direção da mulher de sobretudo sentada no segundo degrau. Emma sorri para a amiga apoiando a mão livre em seu ombro e se afasta.

–Hey! - fala apoiando os braços na barra de proteção.

–Hey...! – Regina responde.

Emma abaixa a cabeça sorrindo e volta a olhar para a morena:

–Nunca tinha visto você aqui.

–É a primeira vez que venho. - Regina responde demonstrando desinteresse.

–Suponho que veio me ver. - Emma fala sem esconder um sorriso feliz em uma expressão zombeteira.

–Não sei porque ainda me surpreendo com seu atrevimento. - levanta-se e desce pro primeiro degrau e aproximando-se da barra de proteção continua:

– Os jogos começam na próxima semana, isso vai dar uma boa visualidade pra escola e pra Storybrooke, se vocês conseguirem ganhar alguns jogos. - Regina para e, como se ainda não tivesse se convencido do verdadeiro motivo de estar ali, olha pra loira, não conseguia disfarçar a vontade de vê-la, repreende-se mentalmente e conclui tentando parecer convincente: - vim ver a quantas anda o treinamento, apenas isso.

–Sei.... você é uma péssima mentirosa, Regina.

–Henry está empolgado. Quer ir a todos os jogos. -fala a morena mudando de assunto.

–Você pretende levá-lo?

–Não sei. É um esporte tão bruto, não me agrada que ele goste desse tipo de coisa. Já não basta aqueles jogos e filmes brutos.

–Eu gostaria que você fosse.

–Por quê?

–Gostaria de te ver torcendo por mim, me deixaria feliz e inspirada. - sorri.

Regina tenta não parecer contente com o comentário, mas não consegue segurar um leve sorriso que logo se preocupa em desfazer e mudar de assunto mais uma vez:

– Sobre sábado, ficou tudo bem com seus pais? Você estava de castigo e saiu pra me ajudar, teve algum problema com isso?

– Nenhum. Quando cheguei meus pais ainda nem haviam voltado. Contei a eles o que houve, claro.. Eles entenderam e meu pai foi convencido de que eu sou uma ótima filha. - piscou triunfante. - Henry está bem?

–Sim, conversei com ele, acho que tenho um pequeno príncipe em casa, tão preocupado... - Regina volta seu olhar para Emma:

–Nem tive tempo de agradecer... Obrigada.

– Não precisa, você pode me procurar sempre que necessário... Eu sou seu cavaleiro branco. - fala enquanto faz uma reverência.

– É... e Neal é o seu, sempre salvando você.- Regina fala sem pensar.

– Regina... Não precisa todo esse ciúme. Tá certo que seu meio irmão tentou me beijar naquela noite...

– ELE TENTOU BEIJAR VOCÊ!? - interrompe de súbito.

–Sim, mas não aconteceu nada. Meu coração é todo seu, minha rainha!

Regina repreende-se mentalmente mais uma vez. Por que não conseguia segurar a ansiedade? Por que não conseguiu segurar a expressão surpresa ao ouvir Emma falar sobre Neal? Sentiu ciúmes? sim, sentiu, mas não precisava expressar isso assim tão abertamente. - O que você está sentindo, Regina? Ela é uma criança, poderia ser namorada do Neal, já parou pra pensar que ela tem apenas cinco anos a mais que seu filho?

–Isso não me importa, Swan...

O apito soa novamente, interrompendo a morena.

– Meninas, voltando pro campo! Ainda temos mais uma hora de treino!- grita a treinadora.

– Eu tenho de ir, vejo que vocês tem boas táticas de jogo, até mais, Swan! - diz Regina em uma expressão confusa, era visível que a morena não sabia exatamente do que estava falando.

– Regina, espera! - pede a loira. Regina dá um passo pra trás e volta a encarar a garota.

– Sim?!

Emma sente um leve embaraço, como se não fosse capaz de pronunciar direito as palavras. Não queria parecer nervosa, mas precisava daquilo. Desde que contou a Regina de forma impulsiva e desajeitada sobre seus sentimentos vinha planejando um momento em sua cabeça, um bom momento, para convidar a morena para um encontro, não precisava ser necessariamente um encontro, bastava que fossem para algum lugar em que pudessem conversar a sós. Aquele lhe pareceu o momento perfeito para o convite. Regina não estava mais fugindo dela, não se escondeu desde aquela noite de sábado e era óbvio que a morena também ansiava por uma aproximação. Queria conversar com ela a respeito de tudo que foi dito, sentido, acontecido, mas nunca conseguia ficar próximo dela sem ninguém por perto. Aquele era o momento, e mesmo atrapalhando-se na escolha das palavras, tinha que tentar.

– E-eu quero conversar com você.

– Não era o que estávamos fazendo aqui? - fala

– Sim, mas... Eu quero conversar com você direito. Sobre ou..outras coisas. Você sabe que precisamos conversar, só nós duas.

– Você está me chamando pra um encontro, Swan? - Emma corou com a pergunta da morena.

– N-não, não um encontro... encontro, sabe? Podemos sair pra conversar ou podemos conversar na sua casa, não sei. - Emma solta o ar, tenta respirar tranquilamente, se pergunta onde está aquela Emma que conseguiu ser tão segura naquela noite de sábado? Aquela Emma havia a abandonado ali totalmente sem defesas encarando o olhar profundo daquela mulher.

– Por favor, Regina. - fala fazendo bico.

A diretora respira fundo. Olha pra baixo quase por um minuto interminável como se procurasse a solução de um grande dilema num oráculo em seus sapatos de grife e diz:

– Tudo bem... Eu aviso você, até mais. Bom treino. - sorri timidamente.

– Até... - Emma sorri dando as costas pra arquibancada. Volta ao treino com os pés no chão e a cabeça nas nuvens, uma nuvem morena e quente com um cheiro inebriante de maçãs maduras.

****

Regina andava de um lado pro outro em seu escritório, pensativa.

"Por favor, Regina..."

A voz de Emma ecoava em sua cabeça. Seus intensos olhos verdes e seu bico pidão ocupavam todo seu espaço visual sempre que cerrava os olhos: Teria feito a coisa certa aceitando encontrar-se com a garota? Passara todos aqueles dias com essa pergunta fixa, pensara em enviar uma mensagem desmarcando o que ainda nem havia marcado, dizendo que não estaria disponível tão cedo, que viajaria, que... Não precisaria dar explicações, para que desculpas? Simplesmente poderia dizer que não iria.

O problema é que Emma parecia conhecê-la tanto a ponto de sentir-se ridícula ao se ver fugindo. Precisava dizer a ela que não podia, que não devia, que não queria... Mas como se o querer era o que movia todos os seus sentidos naquele momento?

Abre uma gaveta na cabeceira da mesa, pega um porta-retratos antigo. Na foto uma Regina jovem, cabelos compridos, sorriso largo...

Há quanto tempo não se sentia assim?

"É possível amar outra vez, Regina... Ame novamente, seja feliz"

Não, não assim. Não desse jeito. Não nessa situação. Não com Emma, nem com ninguém.

Seus olhos salgam o vidro do porta-retratos enquanto uma moça loira sorri ao seu lado, seus olhos de menina travessa brilhavam tanto..

Uma noite, o clarão da lua combinando às luzes da cidade e às pequenas poças d'água na rua, umedecida por pingos preguiçosos desenhavam estrelas no chão. Tem um bar em Paris com vitrais brilhantes, pesadas cortinas verdes, mesas de madeira pesada com cadeiras acolchoadas em forro de veludo preto, meia luz e um piano... De lá se podiam ouvir as notas mais doces, a melodia mais triste, porque ela gostava de tocar com os dedos espaços infinitos de amor.

– É Debussy tocando,amor, sempre que nossos lábios tocam o céu, por que estar ao seu lado é viver no infinito e eu tenho um coração infinito só pra você..."

Existe algo mais infinito que a morte?

Regina guarda o porta-retratos, recompõe-se. O passado é capaz de ensinar o presente e nos poupar no futuro. Decidida, pega o celular e envia uma mensagem.

***

Sexta-feira - apartamento da família Swan.

– Chegou cedo da escola hoje, Emma. Não teve treino? - pergunta Mary Margaret ao ver a filha entrando em casa meio cabisbaixa.

– Não, a chuva atrapalhou.

– Você está bem? Passou a semana inteira com uma oscilação de humor tão estranha.

– Não é nada, mãe. Estresse pré-campeonato. - fala subindo as escadas.

Suspira pesado se jogando na cama para em seguida perder os olhos no teto do quarto. Nenhuma noticia, nenhum recado, nenhuma ligação, mensagem, sinal de fumaça, nada.... Ela devia ter esquecido ou estava esperando pelo final de semana, devia ser isso, o final de semana, uma chama pálida tremulante.

Como descrever aqueles dias em que seu coração se comportou de formas inusitadas: bateu apressado de ansiedade; desfez-se em sorrisos bobos, mesmo durante as aulas de física; ficou apertado de medo; saiu pelos olhos em desilusão. E agora... o que sentia?

"[...] Meu coração é um sapo rajado...

Meu coração é um álbum de retratos...

Meu coração é um mendigo mais faminto da rua mais miserável...

Meu coração não tem forma, apenas som...

Meu coração é um bordel gótico...

Meu coração é um traço seco...

Meu coração é um entardecer de verão, numa cidadezinha à beira-mar...

Meu coração é um anjo de pedra de asa quebrada...

Meu coração é um bar de uma única mesa...

Meu coração é uma sala inglesa... Meu coração é um filme noir...

Meu coração é um deserto nuclear...

Meu coração é um cálice de cristal puríssimo...

Meu coração é o laboratório de um cientista louco varrido...

Meu coração é uma planta carnívora morta de fome...

Meu coração é um poço de mel...[...]"

*

O bipe do celular corta seus pensamentos.

_______________

No cais amanhã. 22:00hrs, não atrase!

Mills

______________

Emma sorri.

*

"...meu coração é teu".


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Notas finais do capítulo

Tivemos trechos de um texto de Caio Fernando Abreu nesse capítulo, então.. quem quiser ler completo aqui o link:

http://caio-fernando-abreu.blogspot.com.br/2007/07/caio-fernando-abreu.html

Vale muito a pena, mesmo, eu amo esse texto e queria colocar na fic desde que tive a ideia de escrevê-la.
Então.. até a próxima quarta, espero que vocês tenham gostado, mais uma vez perdão pela demora e muito obrigada.