Family Secrets escrita por Eduardo Mauricio


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Divirtam-se ^^



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O quarto estava escuro. Uma garota dormia. Apenas uma pequena luz que entrava pela janela da casa iluminava levemente o lugar.

A garota estava toda coberta pela colcha florida que a envolvia, o clima estava frio pelo fato de a janela estar meio aberta naquele momento, mas não estava quando ela foi dormir.

De repente, a colcha que envolvia a garota foi sendo puxada, apesar de não haver ninguém fazendo isso. O pé foi puxado rapidamente e ela acordou, assustada, não encontrando ninguém em seu quarto. Analisou mais um pouco o quarto e viu que a porta estava aberta, deixando a vista, o corredor escuro da casa do qual ela tinha medo. A garota deitou-se rapidamente e cobriu-se com a colcha novamente.

Depois de alguns segundos embaixo da colcha, ela começou a sentir calor e lentamente saiu debaixo da colcha, percebendo que havia quatro pessoas paradas perto do armário. Seus rostos estavam escondidos na escuridão, só era possível ver as silhuetas.

Eram eles novamente. Uma mulher, dois adolescentes e uma criança. Apareciam constantemente, à noite, por volta das duas e meia da manhã.

Eles ainda estavam parados. Uma das crianças estava limpando a mão no vestido, outra estava roendo as unhas, apesar de não dar pra ver seu rosto. Pareciam nervosos. Então, de repente, uma das crianças deu um passo à frente e os outros seguiram. Ainda era impossível ver seus rostos, eram apenas borrados negros. A mulher abriu espaço e caminhou mais um pouco. A garotinha estava aterrorizada. Eram estranhos dentro da sua casa. Ela voltou para baixo da colcha com uma lanterna que havia na mesinha ao lado da cama e acendeu. Podia ouvir sua respiração ofegante. Estava com medo de sair debaixo da colcha e encontrar aquelas coisas novamente, então outra coisa a fez sair. Gritos. Após um grande barulho como uma bomba. Ou como... Como... Como um tiro.

A garota saiu correndo pelo quarto e quando passou pelo corredor, encontrou algo aterrorizante. Pessoas. Várias mulheres e crianças, como as do seu quarto. Elas saíam dos quartos e do banheiro, ou então vinham da escada. De repente, algumas delas levantaram suas mãos em direção à garotinha, como se tentassem alcançá-las, como se estivessem lamentando aquilo, tentando evitar. Então no corredor, surgiu um homem vestindo uma máscara de pano com uma arma na mão. Ele se aproximou mais e apontou a arma para a cabeça da garota. Ela fechou os olhos e chorou. Então boom. Outro barulho.

***

Era outono em Marylin, uma pequena cidade localizada no condado de Suffolk, no estado de Nova Iorque. A família Clark chegava à nova casa em sua caminhonete, logo atrás do caminhão cheio de móveis. A mudança era necessária. A casa ficava mais perto do colégio dos filhos, o lugar era mais calmo, e a casa era muito boa, por um ótimo preço.

O caminhão parou em frente ao jardim da residência, os Clark pararam bem atrás e as crianças foram as primeiras a sair do carro, animadas com a mudança.

– Nossa, é maravilhosa! – Emma, a filha de quatro anos, disse, abraçando sua boneca de pano contra o peito.
– Está pronta para isso? – Matt, o pai, perguntou a Paige, a mãe da família.
– Sem dúvidas – Ela sorriu e abriu a porta do carro, descendo com a caixa cheia de fitas e álbuns de família.

Garotinha e Ethan já estavam brincando no jardim, Ella, a filha mais velha do casal, havia ficado para ajudar os pais com as caixas, enquanto os móveis eram carregados para dentro por alguns homens da transportadora.

– Vamos entrar – Disse Matt, carregando as últimas caixas que estavam no carro. Ella e Paige o seguiram.

O interior da casa era enorme, a sala de estar estava cheia de móveis desorganizados, e ainda assim parecia grande. Paige orientava os homens da transportadoras sobre onde queria que eles deixassem os móveis, enquanto Matt aproximava-se de Elle.

– E então? O que achou, querida? – Ele perguntou.
– Ah, pai, é enorme – Ela sorriu – É incrível – E lhe abraçou.

***

Na hora do jantar, as coisas já estavam quase organizadas em seus lugares, a família estava na cozinha, sentada ao redor da mesa, divertindo-se.

– O que vocês dois fizeram o dia todo? – Matt perguntou, olhando para Ethan.
– Brincamos – Ele respondeu, com aquele jeito sapeca que toda criança tem.

Garotinha começou a rir baixinho também.

– O que foi? – Paige perguntou, e as duas crianças começaram a rir mais ainda.
– Nós subimos na árvore no quintal – Garotinha respondeu.
– Que árvore? – Matt inclinou-se e olhou pela janela, percebendo a árvore que havia lá fora – Oh, sim, aquela árvore.
– O que? – Paige ficou preocupada – Não quero vocês subindo, é perigoso.
– Relaxa amor, ele não vai muito alto, né amigão? – Matt sorriu, bagunçando o cabelo do filho.

***

Já era tarde. Matt levantou-se da cama e olhou o relógio ao lado da cama, marcava duas e meia da manhã. Não conseguiu mais dormir.

Uns 15 minutos depois de acordar, ainda estava olhando para o teto, tentando dormir, então ouviu um som. Alguém estava andando pela casa. Deve ser alguma das crianças indo ao banheiro, ele pensou, mas então algo fez um ruído extremamente alto, algo caindo no chão, e Matt resolveu ir checar.

Caminhou até o corredor e encontrou a porta aberta e a luz acesa. Havia uma sombra pequena, de uma criança, então ele se aproximou mais e viu que era Ethan, urinando com dificuldade por causa de sua idade.

– Ah, é você, amigão – Matt disse – Precisa de ajuda?
– Não pai, eu consigo – Ele respondeu.
– Ah, então tá bem.
– Pai – Ele disse.
– O que?
– Não consigo dormir.
– Por quê?
– Não sei, só não consigo.
– Eu também não consigo.
– Quero água – O filho pediu, quando já havia terminado.
– Vamos descer e tomar – Matt estendeu a mão a Ethan, que prontamente segurou. Desligou a luz e eles foram até a cozinha.

Depois de beber um copo de água, Ethan já estava satisfeito.

– Pronto – Ele disse, colocando o copo sobre a mesa. Matt pegou o pôs dentro da pia.
– Vai tentar dormir agora?
– Sim.
– Então vamos subir.

Matt e Ethan subiram as escadas e estavam passando pelo corredor a caminho do quarto do filho, quando o pai percebeu que havia errado com o banheiro. A porta estava aberta e havia um som de água corrente. Matt acendeu a luz e viu que todas as torneiras do banheiro estavam abertas. A da banheira. A da pia. Todas elas.

Matt foi até lá e fechou todas, depois olhou para Ethan.

– Filho?
– O que?
– Você fez isso?
– Não.
– Ethan?
– Não fui eu pai, eu juro!
– Tá bom.

Depois de colocar Ethan para dormir novamente, ele checou o quarto das garotas. Estavam dormindo. Então voltou para o seu e Paige também estava lá, dormindo. Quem diabos abriu aquelas torneiras? Ele pensava, enquanto tentava dormir.


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