My Heart Is Broken escrita por Laura Ashley Redbird


Capítulo 9
Desabafando


Notas iniciais do capítulo

Nossa, faz muito tempo que eu não apareço né? :p Tava muito ocupada com a escola e tals, mas vou tentar postar mais agora!



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Assim que eu sai do banheiro passei na mesa e peguei a minha bolsa.

–Amy o que aconteceu?

Não parei quando Beth falou comigo, eu podia ver o olhar confuso e preocupado das minhas amigas sobre mim, ainda sim apenas andei até o caixa e parei na frente do balcão. Josh estava pagando a conta dele.

–Oi, eu to naquela mesa ali com aquelas garotas- apontei para a mesa na qual as minhas amigas estavam e vi que Beth e Lzzy estavam se levantando para vir na minha direção- mas eu realmente preciso sair então elas que iram pagar.

–claro. – o atendente disse olhando para mim com confusão

–Obrigada- eu disse e quando me virei pude ver que Josh estava olhando para mim com a mesma cara de confusão e preocupação das minhas amigas, mas com mais intensidade.

Fui andando o mais rápido que meu sapato permitia até um gramado na parte da frente do restaurante onde havia árvores e arbustos, sentei ali mesmo, tirei os sapatos, abracei os joelhos, apoiei a cabeça sobre eles e comecei a chorar.

Apesar de eu estar bem na frente da passagem de carros para a entrada do restaurante eu tinha certeza de que nenhuma das garotas iriam me encontrar ali por isso apenas me concentrei nos meus pensamentos.

PORQUE DIABOS A MINHA VIDA SÓ PIORAVA? Eu realmente queria muito resolver toda aquela situação, mas qualquer coisa que eu tentava fazer para consertar a minha vida só agravava mais ainda meus problemas! Eu sabia que não era tudo culpa minha, na verdade uma parte muito pequena daquilo era, mas eu era a mais afetada por tudo o que estava acontecendo. As pessoas simplesmente descontavam a opinião delas em mim e eu me sentia cada vez mais doente e destruída. Eu só queria uma coisa agora: alguém que me escutasse, mas que não tivesse um lado para o qual a opinião iria com mais facilidade! Alguém que estivesse fora dessa confusão!

Uma pequena parte do meu cérebro que estava prestando atenção no movimento dos carros á poucos metros na minha frente percebeu quando houve um som alto de freio, uma porta abrindo e fechando e passos vindo à minha direção. Argh! Não era para ninguém ter me percebido... E se tivesse era para terem me ignorado! Era apenas para eu parecer uma mulher chorando por causa da vida ruim! Mas os passos chegavam cada vez mais perto e tudo o que eu fazia era ficar ali encolhida chorando.

–Você esta bem?

Levei um choque ao reconhecer a voz. Levantei a cabeça devagar fungando e tentando parar de soluçar. Ben estava parado na minha frente. Pude ver que ele não tinha me reconhecido até aquele momento, pois o seu olhar para mim foi de surpresa.

–Amy! O que aconteceu?

Funguei mais uma vez e falei me atrapalhando no meio dos soluços

–Na-nada, eu s-só to com alguns pr-problemas.

O olhar dele ficou preocupado.

–Você não parece muito bem, vem aqui- ele disse me pegando pelos cotovelos e me puxando para cima- vou te levar para a sua casa.

– Não! –eu quase gritei - Eu não quero ir para a minha casa! Eu vou pra qualquer lugar menos a minha casa ou a casa de Beth!

–Ok, ok- ele disse com uma voz super calma- e se a gente for para a minha casa?

–Tudo bem- eu disse

Deixei que ele me erguesse e me guiasse para o carro. Eu me sentia mole. E entorpecida.

Ele abriu a porta do passageiro para mim e eu entrei. Sentei-me ali e fiquei encarando a frente. Ben entrou no outro lado e deu meia volta com o carro.

–Você sabe que não precisa me levar á lugar algum, não quero estragar seu jantar. - eu disse com a voz totalmente desprovida de emoção

–Tudo bem, afinal, essa não é a primeira vez que eu vou deixar de fazer algo só para amparar você, né?

Dessa vez a minha risada foi realmente sincera. Por um segundo foi como voltar á uns quinze anos atrás, como se tivéssemos uns 17 anos e Ben fosse meu melhor amigo novamente.

–Só espero que ninguém tenha ficado esperando por minha causa.

– Na verdade, eu tinha um encontro. Mas posso desmarcar qualquer coisa se for para fazê-la se sentir melhor Amers- ele disse e olhou para mim como se REALMENTE tivesse esquecido tudo o que aconteceu á dez anos atrás.

Respirei fundo e sorri me sentindo quase tão bem quanto quando acordei naquela manhã.

Durante o resto do tempo que ficamos no carro não foi dita mais nenhuma palavra.

Ben entrou na garagem de uma casa branca do Brooklyn e saiu do carro. Fiquei ali sentada, não sei por quê. Simplesmente não conseguia me mexer. Foi então que ele abriu a porta do carro para mim.

Só fiquei ali. Encarando-o.

Ele revirou os olhos.

– Vem Amy! Não vai passar ai a noite toda né?

Sai do carro e o segui para dentro da casa e sentei no sofá da sala.

–Quer chá de gengibre e mel?- Ben perguntou

–Ok, nesse aspecto eu não mudei nada mesmo... Quero sim- não pude deixar de falar.

Uns dez minutos depois ele veio para sala com duas canecas e entregou uma para mim. Peguei-a e cruzei as pernas sobre o sofá.

–Então, quais são os seus problemas Amy?

Respirei fundo. Se tinha alguém que ia me entender apesar de tudo, eu sabia que era Ben.

–Todos- Respondi- Eu briguei com Josh e fui para a casa da Beth. Não. Na verdade tem muito mais do que só isso- coloquei a mão sobre o rosto e suspirei - minha vida ta de cabeça para baixo!

–Como tudo começou?- Ben perguntou.

–Foi á vinte dias atrás. Eu fui levar almoço pro Josh para contar umas coisas para ele, mas quando eu cheguei lá tinha uma... Mulher, eu surtei e fui para a casa de Beth, mas nas últimas semanas eu não to conseguindo comer ou dormir direito, então Beth me convenceu de ir jantar com as garotas hoje para me animar um pouco. Só que Josh estava no restaurante e a mãe dele surtou comigo!

Quando eu terminei de falar estava soluçando histericamente. Então Ben largou sua caneca no chão e me abraçou. Não pude deixar de colocar a cabeça no ombro dele e chorar.

–O pior dessa situação toda é que um dia antes eu descobri que eu to gravida! –eu disse em meio aos soluços

Percebi que Ben parou e afagar meu cabelo por um segundo provavelmente chocado com a noticia, então ele disse no meu ouvido:

–Ah Amy, parabéns. Mas o que você pretende fazer com essa situação?

Sai do abraço dele enxugando os olhos.

–Eu não sei! Por um lado eu só quero que isso acabe, que isso se resolva, mas eu tenho medo de que resolver tudo possa significar me separar do Josh ou algo do tipo... E de qualquer maneira, eu não quero estragar a vida desse bebê! Droga! Simplesmente não é culpa dela! Ou dele!- Quando eu terminei a frase coloquei a mão que não estava segurando a caneca na minha barriga.

Eu iria proteger aquele bebê a qualquer custo, eu queria poder manter ele ou ela longe daquele mundo cheio de dor e desespero, e eu tentaria isso com a minha vida, não importaria o que fosse preciso!

–E você tem certeza de que ficar com o Josh é a melhor opção?

Olhei para ele franzindo as sobrancelhas e com um olhar assustado.

–Claro, eu o amo, ele é o pai do bebê, por que ficar com ele não seria a melhor opção?

Em um minuto o olhar de Ben passou de sereno e normal para algo que pareceu um tanto psicopata. Por um momento aquilo realmente me assustou.

–Não sei, isso só me passou pela cabeça...

soltei um suspiro e tomei mais um gole do meu chá.

–Se bem que ultimamente eu não tenho nem mais conseguido cuidar nem da minha própria vida...

Houve uma pausa aonde tudo só ficou em silêncio, tomei outro gole e olhei para Ben.

–E você? Como vai a sua vida?

–Ah, bem... -ele disse distraídamente- acabei de me divorciar, sei lá ela não era a garota certa para mim. - então ele olhou bem nos meus olhos com aquele olhar profundo que eu conhecia tão bem- E eu sei onde essa gatora certa está. O único problema é que o coração dela já é de outra pessoa.

Foi como se todo o ar tivesse sido sugado dos meus pulmões. Por um momento uma força muito grande me atraiu para perto de Ben e começei me inclinar em direção a ele. E ele se inclinou para mim. Pude sentir a caneca ainda quente nas minhas mãos e a respiração dele perto de mim, eu sentia tudo a minha volta.

Nossos narizes se encontraram com um minímo toque e um sentimento mais forte do que eu poderia explicar tomou conta de mim, invadindo meu coração com algo que eu nunca tinha sentido antes. O mundo tinha parado.

E então eu parei com ele.

Respirei fundo e baixei a cabeça.

–Não posso fazer isso.

Vi o olhar confuso e surpreso de Ben sobre mim.

–Por que Amy? Até dois segundos atrás parecia que você me amava... - a dor nos seus olhos era alucinante.

–É por isso Ben! Você olha para mim como se eu fosse a coisa mais importante do mundo para você! E eu não posso te enganar dessa forma!

–Me enganar com Amy? Eu vi nos seus olhos. Vi algo que não era normal.

Suspirei e larguei a caneca quase vazia na mesinha de centro.

–Vai me dizer que eu to tendo alucinações agora Amy? Eu juro que eu vi.

–Não Ben, você não está louco ne tendo alucinações. O que você viu não era normal, -enquanto eu falava podia sentir que era verdade, estava somente admitindo para mim mesma o que havia acabado de acontecer- era eu tentando usá-lo para me vingar de Josh. Eu não sinto nada mais do que amizade por você Ben, sempre foi só isso.

Pude ver o olhar que por um segundo apareceu em seus olhos, não consegui identificar o que era mas em um milésimo mudou. A expressão no seu rosto era de desolação.

Me levantei.

–Não quero causar mais problemas. Acho melhor eu ir.

Me virei, mas antes que eupudesse dar dois passos senti a mão de Ben no meu pulso.

–Não vai. Não irei força-la a fazer nada que tu não quiser. Mas ainda pode dormir aqui. O quarto de hóspedes está vazio.

Me virei de frente para ele e sorri. ESSE era o Ben meu melhor amigo.

–Se eu puder ficar, adoraria.


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