Bem-vindo ao Colégio Van Helmont escrita por Clara Cristiane


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

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Era para ficar parencendo como se ela tivesse escrito.
^3^



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*31/03 – Sábado*

Rosas são vermelhas, o céu é azul e Roger é meu chefe. Sim, aquele bastardo conseguiu ganhar várias promoções em apenas 5 meses... O máximo que eu consegui foi o cartão “apta para sair”! Se bem que o cara cometeu um crime passional e outro de moda ao pintar tudo na cor “vermelho psicopata”, então creio que eles acharam que ele fosse mais “controlado” do que todos nós... Me poupe.

Por mais que tentasse disfarçar seu “ar de superior”, Roger ainda o transparecia, e muito por sinal, a começar pelo jeito que se vestia. Acredito que eu tenha esquecido de descrever como está o físico e aparência dele no momento... Então vamos lá: Estatura média a alta, como era filho da boneca de porcelana e do Mikael Jackson ele é mais um branquelo do “time”, cabelo azul. Sim, cabelo azul. Removeram as tatuagens dele, deve ter doído... Pelo menos ficou decente, pensei que poderia ficar marcas ou coisa do tipo. Usa lentes de gato para se amostrar, piercings e uma touca na cabeça a maior parte do tempo, ou seja, ele é um amostrado.

Hoje eu acordei um tanto quanto disposta a organizar informações e colocar as coisas em dia. Sem uma companheira de quarto para ter que me preocupar, eu podia jogar a papelada por ai e não precisaria ser incomodada. Decidi começar fazendo uma tabela com as informações básicas que eu estava sabendo.

Colei-a na parede do quarto, assim poderia ficar vendo toda hora e não esquecer de nada. A partir do momento em que eu fosse descobrindo mais coisas era só vir com um marcador e escrever na própria parede, eis a vantagem de ter um quarto em branco! Na verdade, eu tinha dado uma olhada por ai, esse deveria ser um dos poucos quartos (se não for o único) livre das parafernálias tecnológicas... Era simples e discreto, ótimo!

A segunda coisa que fiz foi voltar a cor de meu cabelo para castanho, chega de rosa para toda uma vida. Depois eu acomodei minhas armas na roupa, como era bom ter um punhal e uma pistola, a central não liberaria nada mais do que isso, mas também não poderia nos deixar desprotegido.

Peguei minha mochila e fui em direção ao campus perto da floresta encontrar com Ryan, combinamos de ir atrás dos suspeitos.

– Está atrasada. – Declarou Ryan.

– Me desculpe gato... Tinha que me produzir para vir te encontrar. – Dei uma piscadela para ele.

Ryan era o nosso “negão”, uma ótima pessoa de se conviver e um ótimo escudo também...

– Trouxe a lista de nomes? – Continuei.

– Quem você acha que eu sou? Claro que sim! Por sinal, belo cabelo, está mais parecida com antes...

– Obrigada! Vamos começar.

Ele me entregou uma lista com 16 nomes. Era muita gente, mas a gente dava um jeito, ou melhor, meio difícil algum riquinho não abrir a boca quando se tem um armário e uma gângster lhe ameaçando. Era hora de jogar duro.

Nesse sábado teria um churrasco perto do ginásio, então nós dirigimos direto para a ala C e começamos a abordar os suspeitos.

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Ok, o que vou relatar aqui é um pouco chocante, até para mim. Não achamos nada, de novo.

Essa história de correr em círculos está começando a me irritar. Se me dissessem que existem fadas ou bruxas eu provavelmente as culparia por todos esses crimes, porque simplesmente não existe pista nenhuma! Isso é um caso de mágica?

As cenas dos crimes são perfeitas. Nenhuma digital, nenhum fio de cabelo, nenhum pingo de suor extra! A vítima simplesmente aparece no canto em que foi achada! Estou me segurando para não dar um murro em alguém e ver o que acontece, porque isso é impossível!

Na maldita festa, todas as pessoas que abordamos e ameaçamos não sabiam de nada! Isso não é possível! Tudo bem que elas não fossem as culpadas, isso é possível afinal, mas não se lembrar ou conhecer ou simplesmente ter ouvido falar de alguma das vítimas já era um absurdo. Não falamos com 16 pessoas, mas provavelmente 160!

Eu estava extremamente puta e decidi sumir dali antes que fizesse burrada, fui caminhando em direção ao prédio principal me distanciando da música, das pessoas e fazendo com que minha cabeça começasse a funcionar. Foi quando eu vi alguém mexendo num corpo e comecei a correr e gritar ao mesmo tempo.

– Você ai! Largue esse corpo agora!

Fui reparando a medida que me aproximava que se tratava de uma mulher na casa dos 40 anos. Ela tinha tirado o corpo de uma jovem da parede e começado a arrastar pelo corredor até que notou a minha presença. Era a minha chance, mas ela começou a correr.

– Ei! Você não vai fugir. – Gritei em quanto apertava o passo, todo o local estava deserto. Ela corria por um longo corredor sem saídas, apenas uma reta. – Pare ou eu atiro em você, e não duvide porque eu atiro mesmo. – Ameacei logo após ter tirado a arma do cós da calça.

Ela parou e lentamente se virou para mim.

– Quem é você? Responda. – Exigi.

– Sou quem te chamou aqui.

– Ótimo, já é um começo. Nome. – Continuei a exigir ainda com a mira da arma direto em seu peito.

– Doutora Helena Goldin, professora de paleontologia.

– Muito bem Doutora Helena, de quem é aquele corpo que está ali? E porque você estava mexendo nele?

– Eu estava levando o corpo para vocês... – Nos seus olhos começaram a aparecer lágrimas.

– Eu perguntei de quem era o corpo. Responda. Agora.

Ela começou a chorar enquanto falava.

– E-era de m-minha f-filha, a-algué-ém matou m-minha f-filha.

– Sua filha? Você tem uma filha aqui? Qual o nome dela?

E dai as lágrimas se transformaram em um acesso de raiva...

– VOCÊ MATOU MINHA FILHA!

– Senhora, eu cheguei agora e eu estou te apontando uma arma, não acho que tenha matado ninguém. Agora me responda quem é sua filha.

– ERA PARA VOCÊ TER PROTEGIDO ELA, EU TE TROUXE AQUI PARA ISSO!

– EU VOU AUMENTAR MEU TOM TAMBÉM, QUEM É ELA?

– MILLA, MILLA GOLDIN.

Ou um raio, ou uma bala ou até mesmo uma faca me atingiu e eu fiquei sem reação, como assim Milla? Milla estava morta? Milla era filha dessa mulher? Hã? Quando isso ocorreu mesmo? Aquela guria não estava fugindo de Rebekah?

– Você a deixou desprotegida... Ela estava só essa manhã. Porque?

– Me desculpe, sinto muito, ela saiu do quarto ontem. Não deixou nota, aviso, nada. Simplesmente saiu. Como você nos chamou?

– Sinceramente pensei que vocês fossem mais inteligentes, ela não teria saído do quarto, ela não tem motivos... – Pensei enquanto ela falava que ela tinha alguns motivos. – Vocês não estão fazendo seu trabalho direito.

– E você está? Se é a única por aqui que sabe dessas mortes e aparentemente liga para elas, porque nessa altura do campeonato não sabe quem é o culpado?

– Foram coincidências, apenas encontrei o corpo antes dos alunos antes que apodrecesse no local.

– Isso não explica porque ninguém sente falta deles.

– São pessoas ricas, não precisam de sentimentos.

– Sentimentos é uma coisa, indiferença é outra.

– Eu não sei, sei que minha filha está morta, explique isso.

Recolhi a arma e fui em direção ao corpo de Milla, não sabia porque ela morreu e nem estava perto de uma resposta. Havia uma lança de ferro atravessando seu coração, morte instantânea, quem fez isso?

– Olha, precisamos levar esse corpo para o QG, está ficando tarde. Não queria ter que deixar a cena do crime, alguém deve vir limpa-la antes da gente conseguir notar e estou sem nenhum kit comigo aqui. Ou melhor, não posso abrir mão dessa cena, tem algum celular? Não posso ter um.

– Aqui.

Peguei e liguei para o número de Roger. Que ele atenda!

– Quem é? – Perguntou.

– Nadia. Você precisa vir ao prédio central agora. Temos um corpo.

– Entendi, levo a galera em 5 minutos.

Desliguei e ficamos esperando.


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