Bem-vindo ao Colégio Van Helmont escrita por Clara Cristiane


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/467029/chapter/1

*25/03 - Domingo*

Ok, primeiro vamos esclarecer algumas coisas:

1- Eu não sou a culpada.

2- Sim, eu já fui culpada.

3- De hoje em diante eu só ajudo nos crimes.

Meu nome é Nadia Romanov, e bem, digamos que eu passei minha adolescência em um centro de detentos altamente dotados... Se você procurar nos jornais antigos de sua cidade, talvez ache algo sobre mim.

“Jovem de 13 anos assassina friamente pais e irmão” – Tribeca

“Família normal tem nada mais do que um triste fim” – Holofote

“Assassina de apenas 13 foi detida essa manhã” – Folha

Fiquei conhecida por todo o país e até fora dele se quer saber... O fato é que eu não me lembro muito daquele verão, e não acho que estava louca o suficiente para matar minha família, na verdade desconfio que foi Rebekah, meu alter ego. E que eu fiz o favor de esconder muito bem nas sessões terapêuticas. Já fazem 4 anos desde o incidente, e acho que só estou viva pelo fato de ter um grande cérebro...

Já que não tinha mais nada para fazer, eu “colaborei” com o sistema e aperfeiçoei minhas habilidades, ainda sou considerada uma pessoa “perigosa”, mas quem liga? Ainda tenho meus quebra-cabeças! Hoje o governo precisa de mim, e aqui estou eu, relatando todos os eventos que ocorreram no Colégio Van Helmont desde a minha chegada.

Estou infiltrada como aluna, e acho que você entendeu que preciso “ficar quieta” para não estragar meu disfarce. Até fiz plástica, pintei meu cabelo e tive que me acostumar com maquiagem, que merda!

Vamos aos fatos:

O Colégio Van Helmont é um daqueles colégios para riquinhos, e mesmo estando no ano de 2030, onde qualquer pessoa que tenha um robô É rica, eles conseguiram bater essa categoria e alcançaram a estaca de “melhor colégio de todos” e quem é importante definitivamente está aqui.

O problema é que está ocorrendo assassinatos e sequestros por aqui, então eu e alguns colegas gênios/detentos fomos contratados. Computador: Acho que se você pudesse responder diria que eles não foram muito espertos para contratar detentos, mas quem melhor para analisar um crime do que quem já participou de um?

É óbvio que o governo tomou precauções, tornozeleiras de choque! Eu sei que é antiquado, mas é muito eficiente com alguns daqui, exceto comigo, eles preferiram instalar um chip GPS. Que merda, de novo!

Fomos distribuídos pelo campus. Fiquei na ala D, Mags na F, Roger na A, e assim por diante. Cada ala acabou de ganhar seu próprio “monstrinho”, viva! Não que eu esteja reclamando de algum ar fresco e liberdade de me locomover por uma propriedade de incríveis 20 quilômetros quadrados, mas alguém não está exagerando não? Digo, são apenas riquinhos desaparecendo! O país deveria agradecer por isso e investir dinheiro em quem precisa.

Opa! Minha colega de quarto acabou de voltar, e essa é minha deixa para te desligar, até daqui a pouco.

*26/03 - Segunda*

Na verdade eu não voltei “daqui a pouco”, me desculpe, o dia de ontem foi corrido, e ante ontem eu já lhe relatei, então vamos aos fatos:

Como eu não podia ir para meu novo colégio com o nome de uma assassina, tive que mudar meu nome de Nadia Romanov para Serena Black, pelo menos para a minha sorte minha colega de quarto é uma pessoa amigável, Milla.

O primeiro dia de aula foi relativamente bom, eu era uma aluna exemplar antes daqui, e bem, minha tendência é manter padrões, então vou tentar continuar sendo exemplar, mesmo isso sendo no tempo livre da minha “vida dupla”. Fiquei nas aulas de microbiologia avançada, matemática avançada, e mais algumas coisas avançadas. Ou seja, estou lidando na maior parte do tempo com gente do mesmo nível intelectual que o meu. Acho que estou começando a achar que alguns riquinhos realmente podem servir de alguma coisa para a nação...

Nada estranho, exceto que a pessoa que ficou na minha frente tinha sérios problemas com se esticar...

Depois das aulas fui para a cena do crime número um: Algum lugar perto da floresta. Sem pistas, então fomos ao local onde o corpo estava.

Garoto de 17 anos, sem marcas no corpo. Espera, erro meu, marcas de animais, mas não foi a causa da morte. Foi-se concluído que morreu por envenenamento, e que seu corpo foi arrastado até ali. Meus equipamentos não chegaram ainda, então por enquanto nada de saber a substância.

– Que garoto bonito! Nem creio que mataram alguém assim... – Falou Mags.

– Bem, venhamos e convenhamos, a pessoa aqui que entende de envenenamentos é você mesma, é preciso recordar que acharam em sua casa 15 corpos envenenados? – Retruquei.

– Não pega duro, little bitch, pelo menos os que eu matei não eram tão lindos assim...

– Se você diz... Quem sou eu para ir contra a sua palavra?

– Uma assassina familiar?

– É, isso me rendeu um belo GPS, ainda estou surpresa que colocaram um desses em mim enquanto a “sangue frio” aqui só ganhou uma tornozeleira...

– Pelo menos não fui eu que bati o recorde de tentar fugir da nossa bela casa...

– E você chama aquilo de casa? Ok, eu deveria bancar a mais comportada mesmo, mas o brilho do sol era tentador demais... E ai? Alguma suspeita de quem possa ser?

– Namorada? Professora mal comida? Talvez um invejoso? Pelo que está na ficha, nosso espécime aqui era capitão do time de futebol.

–Era mais uma pergunta retórica, fim do trabalho por hoje. Você poderia tentar ligar para a central para conseguirmos nossos equipamentos?

– Bem, segundo eles, demorará algo que uma semana. Eles estão robotizando o departamento todo... Então paciência.

– Alguém quer provocar um colapso coletivo, só pode! Como eles querem que a gente faça algo com os outros 5 corpos sem equipamento? Are they high?

– Bem, eu não sei, o jeito é ir trabalhando no estilo antigo mesmo. O velho “perguntando” serve, afinal, olha o tamanho desse local! Muito grande e pouca gente, uma hora a gente chega na pista.

– Boa noite Mags. Nos vemos amanhã.

– Boa noite Nadia, ou melhor, Serena. Acho melhor nos acostumarmos com o novo nome.

– Ok, boa noite doida!

É, eu me dou bem com meus colegas de trabalho, eu acho. Mags é aquele tipo de garota que ninguém imaginaria que poderia cometer um crime, baixa, branca, cabelos castanhos, óculos e franjas! Que pessoa adorável! Como foi que 15 pessoas morreram mesmo? Lembrei... Ela fez plástica também.

Quanto a mim, meu novo visual é o de uma pessoa normal, ou quase. Não estava lembrada que o padrão de beleza era um cabelo rosa-shock... Pelo menos estou mantendo meus 1,70, tenho pena de um pobre coitado que foi submetido a uma cirurgia de redução de tamanho. Deve ter doído... E também mudaram a cor dos meus olhos, acharam que o verde não combinava com esse corpo, então mudaram para castanho. E preciso lembrar que a próxima coisa que preciso providenciar é uma tinta de cabelo, estamos no futuro, não num show de miss espantalho!

Para terminar, tenho que dar o braço a torcer e dizer que esse local é realmente impressionante, construção antiga, porém modernizada de cima a baixo. Tudo por aqui faz jus ao que diziam...

Indo para a aula, até depois.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Bem-vindo ao Colégio Van Helmont" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.