" Leon.

Eu sei que você deve está surpreso,até eu mesma estou surpresa com o meu ato,sempre que dormia com alguém só ia embora e não dava nenhum tipo de explicação,mas como eu disse enquanto acariciava seus cabelos você é diferente,diferente de um jeito que eu não sei explicar.

Acho,ou melhor,tenho certeza que essa noite ficará para sempre na minha memória,tenho minhas dúvidas se com você irá acontece o mesmo,mas não importa até porque o melhor que pode acontecer é que você me esqueça,pois com certeza não é nenhum motivo de orgulho estabelecer qualquer tipo de relação com a "Dama da noite"

A parti de hoje não nos veremos mais,mas saiba que sempre te guardarei na minha mente,quem sabe nos encontramos em nossos sonhos.

Como você percebeu eu não sou a melhor para me expressar,mas dei o meu melhor,espero que seja muito feliz,um beijo da...

"Dama da noite".

Essa foi a pequena carta que escrevi para o Leon antes de sair da sua casa por volta das quatro horas da manhã.— é costume meu sair bem cedo,pois a possibilidade de encontrar alguém que me reconheça a essa hora é mínima.— Apesar de ser pequena,nessa carta expressei tudo que sentia,— ou quase tudo,como disse não sou boa para me expressar.— Cada palavra que escrevi era como uma faca que eu penetrava em meu coração.

Resolvi deixar logo a casa do Leon antes dele acordar,mas antes de sair fui até a cama,sentei do seu lado e lhe dei um selinho. — Pelo contato de nossos lábios ele mexeu-se um pouco o que me assustou,assim que tive a certeza que ele voltara a dormi,caminhei em passos lentos até a porta de saída,assim que cheguei na mesma coloquei as minhas mãos— que estavam geladas.— na maçaneta e a girei vagarosamente,pois no meu coração havia um pingo de esperança de que alguém ou algo me impedisse de ir embora.Mas não,nada me impediu e quando me dei conta já estava do lado de fora observando a rua pouco movimentado e bem silenciosa.

Caminhei até a parada de táxi,que para a minha sorte era longe da casa do Leon,não demorou e um táxi passou por ali e eu o peguei.

— Rua das flores,número 530 por favor.— Dei o meu endereço para o taxista que assenti e voltou sua atenção para o volante. — Direcionei os meus olhos para a janela do carro que estava aberta até o meio e fiquei admirando as ruas de Buenos Aires,o sol estava começando a dar sinal de vida,mas ainda estava um pouco escuro. — Desviei minha atenção das ruas para a minha mão que estava pousada no meu colo,e lembranças da noite anterior invadiram a minha cabeça.— Porque eu não esquece-lo? - me perguntei e não pude conter que uma lágrima rolasse pelo meu rosto.

— Chegamos moça! — alertou o taxista tirando-me dos meus devaneios.— Foi sessenta reais.

— Tudo bem.— tirei o dinheiro da minha bolsa e o entreguei.— Obrigado e tenha um bom dia.

— Obrigado,para você também. — respondeu simpático,sorri,abrir a porta e saí do carro.

Entrei desanimada em casa,passei pela sala e fui direto para o meu quarto.— Joguei-me na cama e mais lembranças do Leon vieram a minha cabeça.

— Tenho que esquece-lo!— disse para mim mesma,eu tenho esse costume de falar sozinha.— Quem sabe um banho não ajuda?— Levantei-me da cama e fui para o banheiro,liguei o chuveiro e deixei as gotas de agua escorrer pelo meu corpo,o mesmo corpo que esteve nas mãos do Leon,o homem que fez com que eu me sentisse mulher.— Que droga!será que nem no banho paro de pensar nele? - praguejei.

Terminei rapidamente o banho e tentei ocupar a minha mente com outras coisas fúteis na tentativa de esquece-lo,mas essa técnica não surtiu muito resultado.— Sair do banheiro e coloquei a roupa mais confortável que eu tinha no meu guarda-roupas.— uma calça bem folgada cinza,uma blusa com estampa de flores e pantufas.— Desci para a cozinha peguei um pote de sorvete e uma colher e fui para a sala,procurei o filme mais triste que eu tinha e o resultado foi Titanic.— pus o DVD no aparelho,sentei no sofá com o pote de sorvete em mãos e assistir aquele triste filme.— Porque ele tinha que morrer?— eu me perguntava,até que a campainha toca.

— PODE ENTRAR!TÁ ABERTA!— gritei,pois não estava com a mínima vontade de me levantar e ir até a porta,sim,eu sei que pode ser um ladrão,mas quem sabe ele me mata e eu ponho logo um fim nessa vida inútil.— Ouço passos se aproximando,viro-me para ver quem teve a ideia de vim me visitar e vejo que era a Fran.

— Então Vilu?Como foi sua noite? — Só a Francesca mesmo para me lembrar de uma coisa que eu estou lutando para esquecer.

— Péssima! — respondi,claro que menti,essa foi a melhor noite da minha vida,mas eu preferia nunca ter tido essa noite.

— Porque?Ele abusou de você? — perguntou preocupada e sentou-se do meu lado.

— Não,claro que não Fran. — respondi. — Mas se eu pudesse tira-lo da minha cabeça tudo séria mas fácil!

— Não entendi vilu,me explica isso direito. - não estou a fim de dá explicações,eu sei que a Fran é a minha melhor amiga,mas relembrar disso me doí e eu não quero me magoar de novo.

— Vamos deixar isso para outra hora Fran. — respondi. — E você?Tem algum namorado?

— Claro que não Vilu! — ela disse nervosa e eu a olhei desconfiada. — Até porque se eu arrumar um namorado o meu pai me degola.— essa é a parte boa de não ter um pai,mas apesar disso eu daria tudo para ter um pai como o da Fran. — Por falar nele,tenho que ir para casa,hoje vou mais cedo para o club. — o pai da Fran obriga ela a trabalhar no club,ele diz que o trabalho vai amadurece-la.— E você vai no club hoje a noite?

— Vou.— respondi.— Mas para avisar ao Pablo que não frequentarei mais o club.

— Fico muito feliz Vilu.— ela disse e eu sorri.— Essa vida que você levava não me agradava em nada.—isso não é novidade,eu já perdi as contas de quantas vezes a Fran me alertou sobre os riscos de ser a "Dama da noite".—Você não sabe o quanto eu ficava preocupada em ver você sair com caras que você nem conhecia.—Como a Francesca é exagerada.—Mas o que causou essa decisão repentina?

—Motivos que talvez depois eu te conte. - fiz isso só para provocar a Fran,sei o quanto ela é curiosa.

—Vai me conta,você sabe que eu sou curiosa,vai me conta!—ela disse eufórica,mas eu neguei.—Sorte sua que eu tenho que ir agora,senão iria te obrigar a me contar.—ela disse e logo em seguida saiu.

Voltei minha atenção para os meus pensamentos que estavam a mil.—Como vou explicar ao Pablo que não vou mais frequentar o club? Ele vai pirar com toda a certeza.—Mas eu preciso pensar em mim primeiramente,a parti de hoje quero apagar o histórico da "Dama da noite" e começar a pensar em mim,começar a pensar na Violetta.

(...)

Aqui eu,em dentro do club,músicas,bebidas,drogas,pegação,—Não sei se tudo isso vai me fazer falta,mas eu já entendi que essa vida não está me fazendo bem.—Caminhei até o escritório do Pablo,assim que cheguei na porta de seu escritório respirei fundo e entrei.— Pablo estava conversando animadamente no telefone,com certeza algum negócio que deu certo,tomare que nesses "negócios" não inclua o nome da "Dama da noite".—Assim que me viu,Pablo se despediu da pessoa que estava no telefone e voltou sua atenção para mim.

—Minha mina de ouro!—disse ele e veio até mim.—Ao que devo a honra da sua presença em meu humilde escritório?

—Pablo precisamos conversar. — disse me sentando numa cadeira.

—Claro!Pode me pedir o que quiser princesa. — ele me bajula porque quer me manter no club,até que ele é legal,mas infelizmente vou ter que desaponta-lo.

—Pablo,tomei uma difícil decisão.—respirei fundo.—Pablo eu vou sair do club.

—O quê?Mas porque?

—Motivos pessoais Pablo.—ele fez uma cara de decepção.—Me desculpe Pablo,sinceramente sinto muito. — levantei-me da cadeira,fui até a porta e dei uma última olhada para o Pablo que permanecia com a mesma cara de decepção,eu não queria que fosse assim,mas é preciso. Sair do escritório do Pablo e voltei para o salão onde encontrei a Fran servindo uma mesa,a mesma quando me viu fez um sinal para que eu esperasse e assim fiz.—Assim que terminou de servi a mesa ela veio até mim.

—Falou com o Pablo?—ela perguntou e eu assenti.—Já imagino a reação dele,mas e você?Tá bem?Imagino como vai ser difícil arrancar assim de vez de você a "Dama da noite".

—Eu sei,mas é o melhor.—disse.—Tenho certeza que um dia ela vai sair totalmente de mim.

— Assim espero.—ela tirou seu olhar de mim e os desviou para a porta do club.—Aquele não é o cara que você estava ontem? - ela apontou para o homem que entrava no club,assim que os meus olhos pousaram sobre aquele homem meu coração acelerou e minhas mãos começaram a soar.Sim,era o Leon,ele parecia está procurando algo,será a mim?

—Ah não Fran,tenho que ir. - disse preocupada.

—Porquê?

—Depois eu te explico! —disse e sair apressada de lá,assim que tive certeza que o Leon estava longe da porta do club,eu sair pela mesma.Caminhei até a parada de táxi,até que senti que um carro se aproximava,assim que percebi que o motorista era o Leon,apressei mais os meus passos,mas não tinha como competi com um carro,então comecei a correr,mas o salto dificultava.Então ouço passos apressados vindo atrás de mim.

—Por favor não vá embora. —pedia Leon praticamente suplicando,então resolvi saber o que ele queria.

—Tá,o que você quer Leon? —perguntei.

—Isso.—ele me mostrou a carta que eu tinha deixado para ele hoje cedo.—Porque você foi embora?—ele perguntou.

—Porque eu precisava leon,ou você pensou que eu ficar? - perguntei.

—Eu vejo em seus olhos que aquela noite significou pra você o mesmo que significou pra mim.

—O quê?só mais uma na minha lista?—perguntei mentindo é claro,mas eu preciso afasta-lo de mim.

—Você está mentindo.—ele disse confiante.—Eu sinto isso,eu sei que o que estou fazendo é errado,mas eu sinto uma coisa diferente por você.

—Não Leon,isso não pode acontecer. - eu disse indo embora,mas ele segurou o meu braço.

—Por favor fique,fique comigo.—ele suplicou.

—Não posso. — disse com os olhos marejados.

—Venha até aqui por favor.—ele me conduziu até um beco escuro e deserto.—Eu te amo! — ele disse e colou nossos lábios iniciando um beijo feroz e desesperado,então ele subiu o meu vestido até a minha cintura e eu desabotoei sua calça revelando sua ereção ereta,abaixei minha calcinha e ele me penetrou enquanto beijava o meu pescoço.Gemiamos no mesmo ritmo,não ligavamos para quem passava,o que iriam achar disso,só nos importavamos com o calor do nosso corpo.

—Eu te amo.—disse em meio a gemidos,até que me dei conta do que eu disse.Sim,eu o amo com todas as minhas forças mas não podemos ficar juntos.—Não posso Leon. — disse me separando dele e levantamos a minha calcinha novamente.

—porque?Porque não podemos ficar juntos,você mesma disse que me ama,porque não se rende?—ele perguntou abotoando sua calça novamente.

—Não posso Leon,não posso. — disse e sair correndo dali,pude ouvi o Leon gritando para que eu esperasse,mas eu não dei ouvidos e continuei correndo até que o perdi de vista.Então sentei-me debaixo de uma arvore e deixei as lágrimas rolarem livremente pelo meu rosto,naquele momento eu não queria me conter,ao contrário queria chorar para me aliviar.

—Porque eu fui me apaixonar por você?—me perguntei em meio a soluços,o que vai ser da minha vida se eu não esquece-lo,a chance de eu me esbarrar com ele pela rua é muito grande,mas creio que ele não me reconhecerá.