A arte da sedução. escrita por Vanussa Silva


Capítulo 22
Capitulo 22


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal voltei,comentem por favor,preciso de motivação.
Boa leitura



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A arte da sedução,capitulo 22 - A carta

O quarto estava em movimento,eu estava bastante agitada,a verdade é que nunca pensei que viajar me traria tanta ansiedade,nunca me empolguei com tal coisa,mas essa viagem era diferente,de qualquer maneira eu iria conhecer parte da família do León,meu coração pulava,eu não sabia como me expressar diante deles,e se...ai,deixa não quero pensar em possibilidades,não posso sofrer com antecedência.

– Amor! Vamos! - gritou o León de lá debaixo.

– Já vou,já vou! - gritei impaciente porque não havia sido a primeira vez que ele me chamava.

Fechei o zipér da mala,todavia algo em mim insistia que eu havia esquecido algo,mas o quê?Resolvi ir rapidamente até o quarto da mamãe,aquele local me trazia paz,comodidade e talvez lá me sentiria melhor.

Adentrei ao cômodo,meus olhos já marejados observava cada extensão do local,aquele lugar me trazia tantas lembranças.

A noite estava fria,mais fria que de costume,o barulho de raios ecoava por toda residência,as luzes eletricadas já não encontrava-se em funcionamento e o que iluminava o local era a claridade dos relâmpagos.

– Mamãe. - a garotinha de cabelos longos e castanhos arrastava sua mantinha pelo chão enquanto caminhava sonolenta até a cama de sua mãe.

– Oi meu amor. - disse em um sussurro a mulher que acabara de despertar devido ao chamado manhoso de sua filha.

– Tou com medo. - confessou enquanto se acomodava na cama grande. - o barulho dos raios não me deixam dormir.

– Tudo bem meu amor,deite-se e feche os olhos vai ficar tudo bem. - confortou a garotinha e logo começou a cantarolar suavemente uma melodia e não tardou muito seus olhos se fecharam e uma lágrima solitária rolou do rosto daquela mulher.

Minha face se encontrava totalmente molhada nesse momento,aquelas lembranças me confortavam,mas me faziam mal ao mesmo tempo.

– Ai mamãe como eu queria ter só alguns minutos com você!Eu iria te fazer tantas perguntas!Tantas perguntas que não têm respostas. - ela sentou-se na cama. - Mas também diria o quanto te amo,e como me arrependo de não tê-la valorizado.

Naquele momento uma suave brisa entrou no quarto,e eu senti como se aquela brisa tocasse levemente meu rosto.Todavia meus olhos se direcionaram a uma caxinha de se encontrava ao lado do guarda-roupas,na verdade desde que a mamãe morreu não havia mexido no quarto,somente entrava algumas vezes no local.Caminhei até a caxinha e a peguei em minhas mãos,aquela caixa não me parecia estranha.

– Mamãe! - a jovem gritava enquanto caminhava apressadamente até o quarto. - Vamos logo!Senão você se atrasa para sua droga de trabalho e eu para o inferno do colégio.

– Violetta. - ela disse em um tom de reprovação e a moça revirou os olhos. - Só um segundo. - ela disse fechando uma caxinha que estava sobre seu colo.

– O que é isso? - perguntou Violetta curiosa.

– Nada demais,é onde eu organizo algumas coisas. - explicou ela e pôs a caxinha sobre a cama. - Vamos. - ela pegou sua bolsa e saiu do quarto com a filha.

– Claro! - eu exclamei. - Era da mamãe,mas o que será que tem aqui? - me indaguei curiosa.

– Violetta. - virei-me assustada. - Amor,vamos,já faz um tempo que te chamo e não se esqueça que daqui a algumas horas terá reunião com o advogado e vamos ler o testamento da tia Matilda.

– Sim,tudo bem amor,é que eu precisava vim aqui. - eu caminhei até ele e o abracei de lado enquanto com o outro braço segurava a caixa.

– Está tudo bem? - ele indagou e apenas balancei a cabeça positivamente. - O que é isso? - ele indagou mirando a caxinha.

– Nada demais,mas...é...eu vou leva-la. - respondi.

–Tudo bem amor,então?Finalmente podemos ir? - ele perguntou.

– Claro amor,deixa só eu pegar minha mala. - disse e virei-me para caminhar até meu quarto,todavia fui impedida por mãos quentes rodeando minha barriga que já estava grande.

– Já está no carro. - ele avisou e me deu um beijo quente no pescoço.

– Hum... - virei-me e o mirei nos olhos. - Já disse que eu tenho o melhor noivo do mundo e que amo muito ele.

– Sim,mas nunca é demais ouvir isso. - ele respondeu e eu soltei uma leve gargalhada e em seguida depositei um selinho em seus lábios.

...

A viagem seguia tranquila,León dirigia atentamente enquanto eu permanecia com meus olhos fixos na caxinha,não sei explicar,mas ele representava para mim a mamãe,eu senti que eu precisava abrir aquela caixa,mas era algo meu,algo que eu deveria fazer sozinha.

– Amor? - o León me chamou tirando-me do tranze. - Já chegamos. - ele anunciou enquanto estacionava o carro em frente a uma casa enorme em frente a um lago de agua cristalina que encheu meus olhos. - Tem certeza que está bem? - ele indagou. - desde que saímos de casa você não para de encarar essa caxinha.

– Não,não é nada amor,estou bem. - voltei minha atenção para ele que me mirava preocupado. - Só estou um pouco nervosa,eu vou conhecer sua família e não sei como me expressar diante deles.

– Só seja você. - ele disse e eu sorri.

Saímos do carro,o León segurou firmemente minha mão enquanto a outra segurava a caixa,caminhamos por um caminho trilhado por pedras mas com gramas verdes,tão verdes que pareciam brilhar,logo chegamos a porta da casa,o León pressionou a campainha e não demorou muito para uma figura ruiva abrir a porta.

– León!Até que enfim pensei que não viria mais! - disse ela animada e abraçou o León,eu não senti ciúmes,mas me senti um pouco desconcertada. - Só estava faltando você! - disse ela e deu espaço para entrarmos,meus olhos percorreram toda extensão da casa,e sinceramente era uma das casas mais lindas que já havia visto na vida,cada detalhe pareciar ter sido feito com tamanha delicadeza que parecia obra de arte,a decoração apesar de não ser tão moderna,era incrivelmente fabuloso. - Quem é ela? - ela perguntou referindo-se a mim com um singelo sorriso nos lábios.

– Verônica,essa é a Violetta,minha noiva e Vilu essa é a Verônica,minha prima. - ela me abraçou e sussurrou um "prazer em conhece-la" apenas sorri como resposta.

– É León,ainda existe esperança. - León riu. - Você é muito bonita Violetta.

– Obrigada,você também é. - respondi.

– Obrigada,desculpa perguntar,mas eu sou um pouco indiscreta mesmo,você está grávida? - ela perguntou olhando para minha barriga.

– Sim. - respondi com um enorme sorriso nos lábios.

– Que lindo,parabéns. - ela felicitou. - Espero que puxe a você Violetta.

– Ai Verônica,você nunca vai mudar. - disse o León.

– A cada dia fico mais maravilhosa. - ela respondeu. - Mas vamos logo para o escritório,pois o advogado já está lá,só estavamos esperando você.

– Quer nos acompanhar meu amor? - o León perguntou.

– Não,estou muito cansada e um pouco enjoada,vou subir e tomar um banho e descansar um pouco. - eu respondi e ele apenas acentiu.

– Vilu,o quarto de vocês é o segundo a direita,um que tem ao lado da porta um quadro super intediante. - disse a Verônica.

– Obrigada Verônica. - agradeci

Assim León e Verônica seguiram para o escritório e eu subi as escadas que deram a um corredor que havia seis portas todas das mesmas cores,todavia somente um tinha a seu lado um quadro que eu não conseguir descifrar ao certo o que estava registrado ali.

Adentrei ao quarto e pus a caxinha que ainda estava em minhas mãos sobre a cama,abrir o armário e peguei um robe que havia ali dentro.Entrei rapidamente no banheiro e tomei um banho morno,vesti o robe,como não havia trazido minha mala ainda,e deitei sobre a cama.A curiosidade e a dúvida paerava em minha mente,olhei novamente para a caxinha e me sentei sobre a cama.

– Eu preciso saber o que tem aqui. - disse e abri a caxinha.

Papeís,sim papeís era o que havia naquela pequena caixa,vários papeís e algumas fotos,peguei uma das fotos e me espantei com o que vi,na imagem estava a mamãe e o Germán,estavam abraçados,pareciam ainda muito jovens,provavelmente quando ainda namoravam,em outra estava a foto do casamento da mamãe,ela estava tão linda,com um vestido branco enorme,seu cabelos estava preso em um perfeito coque e na imagem registrava o momento mais incrível do casamento,o momento "pode beijar a noiva",o German estava com os lábios entrelaçados nos da mamãe.

Peguei outra foto,e vi a mamãe e a Angie,ambas estavam sentadas em um gramado,parecia o jardim e ambas encontravam-se grávidas,sim,a história da Angie se confirmou.

Finalmente acabaram-se as fotos e eu peguei um papel que estava dobrado,o abri e li em silêncio.

Querida irmã

Me perdoe por tudo,nos meus planos não estavam me apaixonar pelo seu marido,irmã não foi algo que planejei,eu tentei me afastar,eu juro por meus filhos que tentei me afastar.Todavia eu estava muito sozinha,ele também estava abalado por sua viajem e pela perda do bebê.Eu estou disposta a deixa-lo,eu abandono ele Maria,mas por favor me devolva a minha filha.

Devido ao processo judiciário ocasionado pela acusação realizada por você,eu não posso sair do país,eu te suplico Maria devolva a minha filha,por favor.

Angie.

Meus olhos quase não conseguiam enxergar o que dizia a carta,pois as lágrimas embaçavam a visão.Dobrei novamente o papel e abri outro.

Maria

Me arrependo profundamente por não ter podido cumprir com a promessa que fiz no altar,não pude ser fiel a você até que a morte nos separasse,eu te amei,nosso amor foi forte,ma

s não tão forte para conseguir superar a distância nem a perda do nosso filho.Eu também estava sofrendo,sei que fui eu que sugeri que você fizesse uma viajem,porém foi porque eu percebi que o fato havia lhe abalado demasiadamente,todavia eu também necessitava de conforto,também precisa te sentir ao meu lado e juntos reconstruirmos nossa vida.

Mas,não lhe culpando,pois o maior culpado de tudo isso sou eu,você se distanciou quando eu mais precisava e aos poucos a Angie tomou o teu lugar na nossa casa e não tardou muito em meu coração.Mas não premeditamos isso,eu nunca havia visto a Angie de outra maneira que não fosse como uma irmã minha.

Bom,você deve está estanhando porque não estou na casa,voltei para Madri,a Angie está muito doente,e apesar de não pôder levar nossa filha,sei dos seus sentimentos e sei que deixarei ela em boas mãos,mas a Angie precisa de mim,só te peço que algum dia reconsidere e veja que o que está fazendo não é o certo.

German.

Eu chorava praticamente em desespero,soluçava a todo momento,aquelas palavras,faziam aparentar que quem era a vilã da história era minha mãe,mas como?Ela era tão doce,tão carinhosa,como ela seria capaz de fazer tal coisa?

Outro papel me chamou atenção,ele estava amassado e não dobrado,abri o papel e o mesmo estava com as letras manchadas,pareciam ter sido molhadas.

Filha

Não é fácil falar isso,mas estou nos últimos dias da minha vida,o destino é justo e eu paguei por tudo que fiz.Violetta,sei que suas atitudes,seu mal comportamento,tudo de ruim que aconteceu com você,é culpa minha,eu sou culpada.

Sei que não me resta muito e por isso tenho que te contar algo,algo que não tenho coragem de dizer-lhe pessoalmente,não aguentaria de tanta vergonha e repulsa de mim mesma.

A muitos anos atrás eu fui casada,sim,com seu pai,nós eramos felizes,e eu estava muito feliz,todavia minha irmã Angie precisou morar comigo e ela também estava grávida de um sujeitinho que se aproveitou dela.Infelizmente eu perdi meu filho em um acidente,e quando o meu sobrinho nasceu a tristeza se apossou completamente de mim e não pude resistir,entrei em acordo com seu pai e viajei por um tempo.A viajem me fez muito bem,todavia quando voltei encontrei algo diferente na casa,meu marido e minha irmã se evitavam a todo custo,não permaneciam no mesmo cômodo de nenhuma maneira,eu estava estranhando,mas não ousei questionar nada a nenhum dos dois.Com o tempo as coisas ficaram ainda mais estranhas,a Angie tinha desmaios constantes,e sua barriga estava diferente,estava maior,e apesar dela tentar desfarçar com todos os metódos eu notei que aquilo se tratava de uma gravidez,me decepcionei pois mais uma vez haviam enganado minha pobre irmã.Todavia passado alguns meses,eu voltei de um dia de compras e me deparei com uma conversa que tirou meu chão,a Angie e o German discutiam e confessavam seu amor um pelo outro e finalmente o German deixou escapar na conversa que o bebê que a Angie estava esperando era dele.Movida pelo ciúmes,confessei a Angie que sabia de sua gravidez e no mesmo dia a mesmo entrou em trabalho de parto,a acompanhei ao hospital e quando a criança nasceu a robei do lado da Angie enquanto a mesma dormia,fugi para Buenos Aires e me encarreguei de que a Angie não viria atrás de mim.

Filha,eu te criei como a filha que eu perdi,sei que fui errada,mas me perdoa.Filha,eu não vou pôder reparar nunca meu erro,mas você ainda pode encontrar sua verdadeira mãe e ser feliz com a família que você sempre mereceu ter,até onde eu sei a Angie e o seu pai estão em Madri,Violetta procura eles e seja feliz.

Não sei se terei coragem de ter entregar isso,tão pouco se algum dia você chegará a saber da verdade,mas nada me deixaria mais satisfeita que te ver feliz.

Te amo filha e te suplico que me perdoe.

Maria


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Notas finais do capítulo

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