Flores e Montanhas escrita por Chiisana Hana


Capítulo 4
Capítulo IV




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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada. Com as minhas fics, eu não ganho nada além de diversão e novos amigos.

FLORES E MONTANHAS

Chiisana Hana

CAPÍTULO IV

25 de maio

Eu devia escrever com mais regularidade, eu sei. Mas é que nem sempre tenho tempo ou vontade. Ainda mais nesses últimos dias... Estive bem preocupada com Shiryu... As coisas lá em Saitama estavam bem difíceis e ele acabou resolvendo trazer a mãe para cá. Assim que voltou de lá, ele veio me ver. Estava bem abatido, mas assim que abri a porta do apartamento, ele me tomou nos braços e me beijou. Só então eu percebi o tanto de saudade que eu tinha dele, do beijo, daquelas mãos fortes me segurando de um jeito que eu não sei descrever...

– Eu senti tanto sua falta – ele disse depois de tomar fôlego, e completou: – Eu a amo tanto... Eu a quero na minha vida para sempre.

E, bom, essa foi a primeira vez que ele disse que me amava!

– Eu também te amo – eu disse, apesar de estar um tanto assustada. Era verdade, eu também o amava, também o queria por perto, embora não tivesse certeza da parte do ‘para sempre’. Eu preciso superar minha aversão ao casamento e ele terá que me provar que não será o tipo de homem dominador que me enoja. Espera. Eu disse ‘casamento’? Sério que eu pensei nisso? Mal começamos a namorar! Estou ficando com medo de mim mesma...

Bom, trocamos mais alguns beijos e sentamos no meu sofá de cerejeiras.

– E sua mãe, como está? – perguntei, segurando a mão dele.

– Está bem, na medida do possível – ele disse. – Pergunta toda hora onde meu pai está e na maior parte do tempo não sabe que tem um filho adulto. Ela só se lembra de quando me adotou e pergunta onde o garotinho dela se meteu. Aí sai procurando pela casa, dizendo para ele parar de brincadeira porque ela vai colocá-lo de castigo quando o encontrar. Então eu me aproximo, digo que o garotinho sou eu e ela grita que eu sou louco, que o filho dela tem oito anos.

Eu queria poder dizer que ela vai melhorar, mas não vai. Na melhor das hipóteses, ela vai continuar assim e isso seria muito bom, já que a tendência é piorar.

– Arranjei uma cuidadora para ela – eu disse. Dias antes, ele tinha telefonado e pedido para tentar arrumar alguém. – Chama-se Minu.

A Minu trabalhava no orfanato mantido pela Saori. Eu fui lá algumas vezes e a conheci numa dessas visitas. Conversamos brevemente poucas vezes, mas eu gostei dela de graça. Acho que apenas senti que era uma boa pessoa. Ela me contou que pretendia sair de lá, então eu ofereci o trabalho.

– Está bem – ele disse. – Confio no seu julgamento.

– Espero que dê certo – eu disse.

Ele entrelaçou os dedos e suspirou.

– Tudo tem sido tão louco. As coisas mudaram tão rápido. Meu pai estava bem e de repente se foi...

Juro que eu tentei ser durona, mas a expressão dele era tão desoladora, que eu não consegui...

– Posso imaginar – eu disse, e abracei Shiryu. – Você pode contar comigo para o que precisar.

– Obrigado, meu amor. Ainda bem que você apareceu na minha vida. Se eu não tivesse você, tudo seria muito pior.

Então ele lembrou que deixou algo no carro e saiu para buscar. Voltou com uma sacolinha e me deu. Era o presente que ele tinha comprado no meu aniversário: uma pulseira de prata com berloques de murano cor-de-rosa pálido. Cor-de-rosa. Minha cor favorita. A cor das flores de cerejeiras... Seria um sinal?

Trocamos mais alguns beijos e dessa vez ficou bem claro que não pararíamos nisso... É, nós acabamos fazendo amor e foi algo que eu não sei se vou conseguir traduzir em palavras. Talvez ‘sublime’ defina bem o que houve entre nós dois...

Não foi minha primeira vez, mas o que eu sinto por ele é tão diferente de tudo que eu já senti... Meu passado, de repente, pareceu insignificante. Fazer amor com ele foi muito especial porque ele conseguiu ser, ao mesmo tempo, intenso e carinhoso. Eu me senti amada como nunca antes. E eu também o amo muito...

Acho que estamos construindo algo muito bonito, mas sempre acabo pensando nas flores de cerejeira e em como são lindas, porém efêmeras. E então fico com medo de que tudo isso acabe tão rápido quanto a florada...

Mas vamos deixar isso pra lá... não quero pensar demais nessas coisas...

Ah, eu preciso mencionar o imenso dragão tatuado nas costas dele! É in-crí-vel! Toma toda a extensão das costas dele e desce um pouco mais... Ele tem me encorajado a tatuar um galhinho de cerejeira no ombro, com algumas flores pendendo e algumas pétalas voando. Ficaria lindo, mas ainda não levei a cabo essa ideia, estou pensando... Não sei se quero ter algo na minha pele para sempre, sabe?

Eu queria que ele dormisse aqui nessa noite em que fizemos amor, mas ele precisou ir embora para cuidar da mãe. A pessoa que ele tinha arrumado para ficar com ela naquele dia já tinha feito o favor de ficar um pouco mais para que ele pudesse vir me ver. Lamentei, claro, mas tudo bem, teríamos tempo no futuro.

É, futuro... Eu estou pensando num futuro com ele... De repente, parece que eu não tenho mais tanta aversão à ideia de me unir a alguém... para sempre.

Continua...


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