Daddy escrita por Ster


Capítulo 1
Never Grow Up




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...

As suas mãos pequenas encaixadas ao redor do meu dedo

E o mundo está tão quieto está noite

Suas pequenas pálpebras estão agitadas, porque você está sonhando

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Eu nunca tive uma família.

Ok, eu fui extremamente ingrato agora. O que eu quero dizer, é que eu não tive natais onde nos reunimos ao redor da árvore e abríamos os presentes. Eu não tinha para onde correr quando os trovões me assustavam a noite e tive que aprender a andar, falar e comer sozinho. Isso são coisas básicas quando você tem uma família. Nunca tive jeito com as crianças, não sabia me comunicar com elas e nem agradá-las. Eu esqueço aniversários e datas importantes. Então quando Teddy veio... Eu fiquei terrivelmente assustado.

Ele era tão pequeno e delicado, que eu tinha medo de tocá-lo. Seus olhos constantemente mudando de cor e seu cabelo ora castanho, ora azulado, conseguia me deixar encantado. Eu não conseguia parar de olhá-lo. Eu tinha medo dele mudar só com um piscar de olhos. Sua mãozinha encaixava-se perfeitamente em meu dedo, apertando levemente. E ele parece ser o bebê mais perfeito do universo.

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Para você tudo é engraçado, você não se arrepende de nada

Eu poderia dar tudo o que tenho, querido

Para que você ficasse assim

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– Papai está aqui. – quando Teddy chorava a noite, eu ia acalmá-lo. Aquilo nunca me cansava, a rotina de ter que fazer a mamadeira, adivinhar qual é o problema da noite... E depois de semanas, eu já sabia cada detalhe de Teddy. Se seu choro era agudo, ele estava com fome. Se fosse manhoso, ele queria apenas ser embalado. Porém, se fosse alto, isso significa que estava doendo em algum lugar.

Tinha que admitir, detestava quando Gina o pegava no colo.

Queria Teddy só para mim. Eu passava horas o olhando, imaginando todos os lugares onde nós poderíamos ir juntos. Quantos jogos assistiríamos, em que casa de Hogwarts ele cairia e quais seriam suas bandas favoritas. Eram tantas possibilidades e sonhos que aquilo era o suficiente para morrer todas as vezes que a avó vinha busca-lo.

Estavam levando meu bebê!

Ele tinha seu próprio quarto e seus próprios brinquedos, por mais que nem soubesse falar. Eu não me cansada de brincar com ele. Eu simplesmente não me incomodava com as zombações de Rony e George, aquela criança estava roubando toda a minha atenção somente para ele.

E isso não me incomodava, definitivamente.

...

Oh querido, nunca cresça

Nunca cresça, apenas fique assim, pequeno

Oh querido, nunca cresça

...

– Gina, está tudo bem como estava há dez minutos atrás quando você ligou. – Teddy se espreguiçava no edredom que eu tinha esticado no sofá. Fiz cócegas em sua barriga, enquanto ele ria, olhando para toda a casa sorridente. – Sabe, estou começando a achar seriamente que você não confia em mim.

– Não é isso, Harry, é que...

– Eu sei cuidar muito bem do meu filho, Gina, muito obrigada pela... – foi apenas UM segundo, mas foi o suficiente para que Teddy simplesmente evaporasse. Meu coração parou. O mundo parou. Olhei para a sala desesperado enquanto Gina discursava no telefone. Continuei procurando, quase ofegante, quando debaixo do sofá, Teddy ria do meu desespero.

Deitei-me no chão, suando frio de alívio.

– Gina, adivinha quem acabou de rolar pela primeira vez. – Claro que eu ainda não fazia ideia de como aquela criaturinha do sofá para o chão e eu não ouvi um barulho sequer. Então eu esperei que ele chorasse ou ficasse irritado. Horas se passaram. Fiquei apreensivo, tanto que o levei urgentemente ao St.Mungus, onde a curandeira o avaliou superficialmente mesmo depois de todos os detalhes que eu dei.

– Ele caiu do sofá e...

– O senhor já disse isso. – cortou ela, seca. – Seu filho está bem, não se machucou.

– Será que não dá pra fazer uma tomografia? Ele pode estar com hemorragia interna, o baque pode ter quebrado alguma costela...

– Senhor, se ele estivesse com algo quebrado, pode apostar que não estaria calmo desse jeito. – a mulher sorriu para Teddy, brincando com suas mãozinhas, enquanto ele se divertia. Mesmo desconfiado, fui para casa. Aguardei o choro que nunca veio. Dois dias inteiro se passaram e Teddy não chorava nem na hora do banho. Entrei em pânico. Voltei ao St.Mungus.

– Tem alguma coisa errada com ele, eu tenho certeza. Já faz 48 horas que ele não chora! – a mulher girou os olhos, irritada.

– O senhor que saber porque seu filho não chora? Porque ele tem um ótimo pai e está feliz! Você quer que ele chore? – ela beliscou o braço de Teddy rapidamente, que mal levou um segundo para abrir o berreiro teatralmente. – Pronto, feliz?

Aliviado, eu diria. Embalei o pequeno bebê de um ano em meu colo, que balbuciava coisas inteligíveis, mas que eu entendia perfeitamente.

Ah, Teddy, que susto você me deu.

...

Nunca cresça, simples assim

Eu não deixarei ninguém te machucar, não deixarei ninguém quebrar seu coração

E nunca irei te abandonar

...

– Aquela mulher não para de olhar. – George agora também tinha um bebê, Fred II. Nós estávamos em um parquinho, brincando com eles, enquanto eu me sentia um peixe fora d’água quando as pessoas me olhavam como se eu fosse um psicopata ao ver o cabelo azul de Teddy.

– Somos homens bonitos com bebês, mulheres olham. – deu de ombros. Girei os olhos, ignorando George.

– Não, é por causa do cabelo de Teddy.

– É, ela deve pensar que você é sociopata ou sequestrou o bebê. – ajudando como sempre, George. – Talvez se fingirmos sermos espanhóis, ela pense que nossa cultura é diferente. Tipo: Oláááá, mi hijoooo, besame muchoooo.

– Você sabe que ele não fala espanhol, certo?

– Pero su papá hablas muchoooo espanõl, verdad Fred? – Teddy gargalhou com George falando outra língua. Com dois anos, ele começou a falar. Chamava Gina de mamãe, e a mim de papai. Mas Andrômeda disse que está errado, ele não pode pensar que somos seus pais. Agora ele chama Gina de Gi, mas a mim, ele continua a chamar de papai.

Porque eu não o ensinei meu nome. E não vou ensinar.

Vou continuar sendo seu papai até ele ter idade para entender que não sou (Infelizmente), mas ele pode continuar a me chamar de pai se ele quiser, ou de padrinho. Eu seria o melhor padrinho do mundo, assim como Sirius fora para mim. Eu nunca iria deixar Teddy.

Assim como Sirius nunca me deixou.

...

Você está no carro no caminho pro cinema

Você está mortificado, sua mãe está te deixando

Aos catorze não há muito que se possa fazer

...

Teddy era absurdamente independente.

Odiava quando respondiam as coisas em seu lugar, como se ele não estivesse ali. Vivia perguntando porque diabos seu cabelo muda de cor, deixando o azul para o castanho, finalmente se “enquadrando” aos padrões das outras crianças. Gostava de escolher o filme e que refrigerante iriam tomar. E o mais importante:

Odiava James.

Sempre que ele me via com meu filho no colo, simplesmente tinha um surto. Quebrava algo, chorava sem motivos, fingia estar doente, milhões e milhões de motivos para ter atenção. Andrômeda como sempre, desaprovava, dizendo que a culpa de ele estar mimado era toda minha, que o fiz pensar que era seu pai. Agora aos seis anos, Teddy estava começando a ficar confuso.

– Se você é meu pai, por que eu tenho o sobrenome Lupin e não Potter? – explicar a ele me cortou o coração. Ainda mais quando ele ficou desesperado, me enchendo de perguntas e dúvidas, visivelmente abalado. Quem são meus pais então? Por que eles morreram? E pra onde se vai quando morre? Como eles eram? O que eles falavam, o que eles achavam de mim? Isso fez o ódio de Teddy por James crescer. Estava apavorado. Tinha um medo absurdo de ser esquecido, e quase morreu quando Gina simplesmente o deixou sozinho no jardim quando James começou a chorar.

Foi a pior fase de Teddy.

...

Tire fotos na sua mente do seu quarto de infância

Memorize o som de quando seu pai chega em casa

Se lembre dos passos, lembre-se das palavras ditas

...

James era apaixonado por Teddy.

Logo não havia como o mesmo ignorar o bebê que o seguia por todos os cômodos da casa, balbuciando coisas. E o primeiro nome que James dissera, foi Teddy. O garotinho de nove anos gostou da ideia de ser um irmão mais velho. Teddy era dócil e paciente, e lembrava muito Lupin, mas quando estava com raiva, era mimado e extravagante como Tonks.

– Teddy, como faz. – perguntava James, com seus três aninhos, observando Teddy voar em sua nova vassoura. O quintal dos Weasley era infestado de crianças nos verões. Fred, Teddy, Molly e Victoire eram os mais velhos, logo comandavam a todos.

– Fica quieto, pirralha. – mandava Fred para sua irmãzinha Roxanne, recebem uma bolada na cara em seguida, o que arrancou gargalhadas do público. – Ah, sua pequena safada!

E corria na direção da pequena, a erguendo no colo e a girando, divertindo-se com seu riso. Mas Teddy e James eram cúmplices. O mais velho sussurrava coisas no ouvido do mais novo, fazendo-o ser mais esperto que todos os outros bebês. Estavam se tornando inseparáveis. Quando James faz drama, um olhar de Teddy o cala. Quando sente medo, é para Teddy que pede ajuda.

Irmãos.

...

E todos as músicas preferidas do seu irmão menor

Eu acabei de me dar conta de que tudo que tenho, um dia irá embora

...

Teddy estava morrendo de vontade de chorar, mas foi forte.

Prestes a ir para seu primeiro ano em Hogwarts, ele estava apavorado. Queria ser da Grifinória igual ao pai, mas pensava na Lufa-Lufa por sua mãe. Se sentia atraído pela Sonserina, mas desejava ir para a Corvinal, queria ser inteligente e importante como os estudantes dessa casa. Estava com medo de ficar sozinho, de não fazer amigos, das pessoas rirem dele por ser metamorfomago e órfão.

Mon Dieu! Ninguém vai rir de você, chéri, seu padrinho é Harry Potter! – dizia Victoire Weasley, girando os olhos. Ela vivia falando metade inglês e francês, o que irritava Teddy profundamente, que vivia me perguntando “Por que essa garota não fala normal?”. Um último olhar desesperado, Teddy encheu seus olhos de lágrimas quando o trem deu sua última chamada.

– Papa... Harry, eu não quero ir! Posso ficar em casa? – acabei rindo, apertando seus ombros. Fred II gritava Teddy pela janela, chamando atenção de toda a estação menos de Teddy.

– Não precisa ficar nervoso, você vai amar Hogwarts, é o melhor lugar do mundo. – ele respirou fundo enquanto Victoire girava os olhos, com Fleur colocando suas luvas brancas. Fred desceu do trem novamente e agarrou o braço de Teddy.

– Anda logo, chorão. – e ele foi. Meu coração apertou quando o trem virou. Um maldito ano inteiro sem vê-lo... Eu ia morrer! James e Alvo tentavam chamar minha atenção, enquanto Gina acariciava meu ombro, quase sentindo o mesmo que eu. E se ele não achasse o caminho da lavanderia? E se passasse mal no dormitório, sem ninguém ver? E se... E se... Respirei fundo e peguei James no colo, rezando para que nunca crescesse.

...

Queria nunca ter crescido

Eu queria nunca ter crescido

...

– TEDDY TEM NAMORADINHAAAAA! – debochava Fred por toda a lotada casa dos Weasley. – TEDDY E FLORENCE, FLORENCE E TEDDY.

– CALA A BOCA! – o grito de Victoire silenciou a casa. Seu rosto estava vermelho de raiva, que se tornou em vergonha em seguida. – Desculpe... É que Fred me irrita.

– Aham. – sussurrou Gina no meu ouvido. Acabei rindo. Ela tinha a incrível teoria que Victoire Weasley ama Teddy, sendo que os dois eram totalmente opostos e sequer se falavam direito sem brigar ou se estranharem. Agora com dezesseis anos, as coisas pioraram. Apesar, de que os observando bem, eram semelhante a Rony e Hermione.

– Então está namorando, filho? – ousei perguntar.

– Teddy não namora porque é meu namorado! – gritava Lily para o universo, pendurada no pescoço do irmão. James fitava Lily morrendo de ódio, tinha ciúmes de Teddy. James sorri, e eu vejo que aquele sorriso não foi herdado de mim ou Gina, mas de alguém do passado. Mas Alvo tinha ciúmes de James, que não era muito amigável com o irmão. Eu era tão obcecado por Lily que às vezes também tinha ciúmes dela com Teddy.

– Quem é ela, como ela é, me conta! – exigia Gina, inclinando-se na mesa. O garoto de dezesseis anos dava de ombros, com suas madeixas azuis. O garotinho que se esforçava para manter seus cabelos em cor castanhas, morreu há três anos atrás. Simplesmente morreu, dando lugar ao verdadeiro Teddy, que tinha orgulho de ser metamorfomago.

– Ela não é minha namorada. – Gina enfiou o cotovelo nas minhas costelas quando Victoire respirou TÃO aliviada que a casa toda ouviu. Claro que ninguém estava prestando atenção nisso, só Gina. – É só uma garota.

– Da sua casa? Ela é da Grifinória? – quis saber Rose, a mais velha de Rony e Hermione. Ela era idêntica a Mione, talvez tirando o cabelo, que era ruivo.

– Ela é da casa de Vick. – respondeu ele. Gina sorriu e ergueu uma sobrancelha.

– Ahhh é? E como ela é, Vick? – Gina nem conseguia disfarçar. Estava morrendo de vontade que a menina se declarasse, isso se ela realmente gostasse dele, coisa que eu duvido. A garota ajeitou seu cabelo e deu de ombros.

– É burra. Burra demais para estar na Corvinal. – Gina dava uma piscadela para mim, erguendo as sobrancelhas. Mas ver Teddy maior do que eu me apavorava. Só mais um ano, e ele seria maior de idade. Acho que ele esqueceu que enquanto ele sonhava com a vida adulta, e seus números cresciam, os meus diminuíam. Ele crescia e eu envelhecia.

Meu garotinho... Pare de crescer.

...

Oh querido, nunca cresça

Nunca cresça, isso poderia continuar assim, simples

Eu não deixarei ninguém te machucar,

Não deixarei ninguém quebrar seu coração

E mesmo que você queira, por favor, tente nunca crescer

Oh, nunca cresça

...

CAT POWER - SEA OF LOVE

Teddy e Victoire vão se casar!

Dá pra acredita nisso? Eu me lembro de cada briga daqueles dois, enlouquecendo a todos com os gritos e as batidas de porta. Meus quarenta e cinco anos gritava em minhas rugas e miopia cada vez pior. Eu estava mais nervoso que o noivo... Queria que Lupin estivesse aqui.

– Eu queria que eles estivessem aqui para ver... Para ver o incrível homem que você se tornou. – Teddy sorriu, olhando para baixo. Dez centímetros mais alto que eu.

– O homem que você criou... Papai. – Eu queria chorar. E talvez eu chore. Teddy é... O presente mais especial que eu ganhei em toda vida. Lílian manipula, e eu sei que ela herdou isso de Gina. James tem sérios problemas com hiperatividade, talvez herdou dos dois. Alvo é quieto, isso ele herdou de mim. Mas Teddy... Eu aprendi cada detalhe sobre ele. Tive que desvendar todos os mistérios de sua personalidade, aprender a compreendê-lo e amá-lo. Foi um presente para a maturidade.

– Não quero que se atrase. Vamos, vá! – ele sorriu enormemente e atravessou a porta, deixando-me sozinho. Subiu ao altar, chorou de felicidade ao ver sua noiva. Trocou votos, deu seu sobrenome a Victoire. Um completo homem. A serenidade traçada pela ansiedade, a inteligência compensada pela curiosidade, a timidez acompanhada da alma marota. Estão orgulhosos, Tonks e Lupin? Eu fiz um bom trabalho? Espero que sim...

Espero que sim.

Lots of love,

Your daddy.


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Notas finais do capítulo

O trechos são da música da Taylor Swift - Never Grow Up.

Eu gosto das relações dos novos papais e as crianças da nova geração. Meu preferido é o James, acho que isso já ficou óbvio.

MAS E AÍ MEU POVO, VOCÊS GOSTARAM?

Até ♥