Como Romeu e Julieta escrita por C0nfused queen


Capítulo 2
Capítulo 2.




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Primeiramente eu não falei nada apenas fiquei ali chorando em seus braços e tentando entender o que eu quase havia feito se não fosse por aquele desconhecido que agora tratava de me puxar para fora do campo de visão dos outros convidados que aparentemente já começavam a notar o que eu quase havia feito, porém nem um deles abandonaria o salão enquanto houvesse vinho e caviar disponíveis.

Ele me levou para um lugar mais afastado e tentou falar comigo em vão, é claro, pois as lagrimas não deixavam de cair. Não, eu não sabia quem ele era mais algo em mim dizia que eu deveria confiar nele pelo menos naquele momento. Ele murmurava palavras reconfortantes e eu tentava absorvê-las mais eu queria ao mesmo tempo extravasar tudo àquilo que eu estava sentido, aquele turbilhão de emoções.

Quando eu finalmente já estava mais calma eu o olhei e abaixei o rosto, tentando evitar olhá-lo, talvez por que agora mais ciente de meus atos eu vi que o que eu quase fizera era loucura.

–Mais calma? – ele perguntou.

Eu apenas balancei o rosto, ele, porém me fitava intensamente, como se tentasse entender o porquê de minhas atitudes.

–Você pode me explicar o que foi tudo aquilo? – agora sua voz possuía um tom mais debochado o que despertou em mim uma ponta de raiva.

–Eu não quero falar sobre isso – o cortei rapidamente.

–Eu salvei a sua vida e acho que eu mereço alguma explicação.

–Merece? – falei incrédula, porém ciente de que ele tinha razão – Quem você acha que é?

–O cara que acabou de salvar uma garota evidentemente desesperada e que parecia ter certeza de que não havia mais chances para ela.

–Mesmo? – falei irritada – então posso saber o nome do meu salvador?

De repente a cor sumiu de seu rosto e ele ficou sem reação.

–Eu ah... – agora já mais ativa pude reparar em meu “cavaleiro de armadura reluzente” ele era loiro, alto, possuía a pele bem clara e olhos bem azuis que sobressaiam em sua mascara preta, ele usava terno e seus cabelos estavam altamente rebeldes, porém antes que ele terminasse sua frase seu telefone tocou e no visor do mesmo eu pude ver o nome de quem o ligava – Agora não Rosalina.

–Rosalina? – eu falei descrente – Ela não é a namorada de Romeu Montecchio?

Ele me fitou desesperado seus olhos azuis exalavam pânico. De repente ele me puxou para mais longe da festa.

–Você não pode falar a ninguém que eu estou aqui, sabe a confusão que isso causaria?

–Você quer que eu encubra você? – Eu quase gritava – Eu não posso...

–Eu... – ele falou como se a idéia o torturasse – Vou... Contar o que você quase fez se não fosse eu é claro.

–Não pode – eu quase chorava – Por favor, não.

Mas algo me veio à cabeça.

–Você não me conhece – eu falei o desafiando.

Eu já virava para contar ao meu pai que ele possuía um convidado indesejado, embora eu não estivesse disposta a ajudar meu pai pensei que se pudesse agradá-lo de alguma forma, como por exemplo, denunciar seu maior inimigo eu poderia fazê-lo reconsiderar sobre o casamento, porém Romeu falou algo que me pegou de surpresa.

–Eu esperava mais de você, o que você ganharia ajudando seu pai, ele já cansou de dar provas de que não se importa com a sua felicidade ou com outra coisa que não seja essa imagem de executivo perfeito que ele tenta manter assim como o meu pai, mas de qualquer jeito eu realmente cheguei a esperar mais de você Julieta Capuleto.

–Como você sabe...

–Além da sua “mascara” não ajudar você a manter a sua identidade secreta – ele disse fazendo aspas com os dedos – Eu vi o pingente amarrado no seu tornozelo e já vi fotos suas em revistas e você sempre o usa.

Estávamos em uma situação bastante delicada isso era obvio.

–acho que devemos esquecer isso, não é?

–Talvez – ele falou com o olhar perdido.

–Bem foi um prazer conhecê-lo – disse estendendo a minha mão. – E muito obrigada por me salvar.

–O prazer foi todo meu em te salvar e te conhecer, é claro – ele riu e pegou minha mão.

Segui para o salão e senti todos os olhares em mim como se as pessoas tivessem notado a minha ausência.

O resto da festa correu normalmente Romeu continuou andando pelo salão e às vezes lançava olhares para mim, até um determinado momento, o momento mais odiado por mim a dança, a dança em pares. Desde muito tempo essa era uma das tradições, eu fiquei apavorada não queria de maneira alguma dançar com aquele rapaz que papai me apresentara como meu futuro marido então eu precisei novamente dele, de Romeu, ele precisava me salvar de novo.

Corri disfarcadamente em sua direção quando a musica secou indicando o inicio da nova dança, ele parecia tão perdido quanto eu e a maioria dos casais agora se organizava no centro do salão. Peguei sua mão e lancei a ele um olhar desesperado ele graças a Deus entendeu o que eu queria e me conduziu para o salão junto com os demais e me levou para mais perto dele encostando minha cabeça em seu peito no exato momento em que a musica iniciava.

Ele me conduzia, eu mantinha os olhos fechados e aspirava seu cheiro doce, eu realmente entendera o que ele havia dito, era como se agora eu tivesse encontrado novamente a minha razão graças a ele.

Porém com toda essa felicidade eu não notei os olhares revoltos de meu pai que com toda certeza desaprovava a minha atitude assim como meu noivo que parecia não gostar de sua companhia.

Quando a musica parou, Romeu pareceu perceber que havia ultrapassado todos os limites e saiu em direção a saída deixando-me ali rodeada pelos demais casais que já começavam a se dissipar, mas eu não podia deixá-lo ir assim e o segui ao me aproximar ele me lançou um olhar implorando para que eu não dissesse nada, quando viu que seu carro se aproximava, uma Ferrari vermelha, ele me puxou para mais perto e me beijou. Seus lábios eram quentes e suaves nos meus e eu senti como se nada mais no mundo realmente importasse, naquele momento só existiam nós dois. Separamo-nos quando o ar se fez necessário ele olhou para o seu carro como se quisesse permanecer mais um pouco, porém ele não me soltara eu continuava ali em seus braços experimentando minha nova felicidade então ele beijou minha testa e entrou em seu carro dirigindo para algum lugar desconhecido e me deixando parada na porta com um único pensamento.

–Você ainda não havia ultrapassado todos os limites não é mesmo Montecchio? – falei para a escuridão como se alguém pudesse me ouvir e entrei novamente contando os minutos para o fim daquela exibição de riqueza e poder extremamente irritante.


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