Passaram-se alguns anos:

Salazar estava começando suas viagens com Godric, mas, ultimamente os dois estavam reservados um do outro, o motivo? Rowena Ravenclaw. Desde o encontro dos três na floresta proibida muitos anos atrás,ela não saia de suas cabeças, estavam perdidamente apaixonados pela doce garota de olhos intimidadores. E mesmo tendo passado tantos anos, ainda trocavam cartas. Foi em uma destas cartas que estava a grande noticia.

“ Caros, Astuto Slytherin e o Valente Gryffindor:

Não recebo noticias vossas já faz alguns meses, sei que provavelmente estarão ocupados viajando muito, sei também que foi em uma dessas viagens que Godric conheceu Helga – sim, Hufflepuff é uma grande amiga minha – já que mencionei esta, ela vem me falando de algo à mais ou menos um ano, precisei de tempo pra pesar e acho que os senhores também precisarão, mas, esta noticia precisa ser repassada pessoalmente .Gostaria de perguntar se poderiam vir ao povoado de Hogsmeade, me mudei para cá novamente, Helga veio comigo. O resto falaremos quando chegarem.

Mandem-me a resposta.

Atenciosamente, Rowena.”

Leram e releram a carta diversas vezes naquele mesmo dia em que a coruja a havia entregue. Ainda rindo com a menção dos apelidos. Não pensaram duas vezes ou protestaram, apenas escreveram rapidamente uma resposta, mandaram por uma coruja qualquer e conseguiram encontrar as pequenas malas e colocar nelas algumas mudas de roupas e utensílios que poderiam precisar. Continuaram com as varinhas em punho e aparataram com destino à Hogsmeade.

Seus pensamentos naquele momento estavam voltados apenas à Rowena e em como estava ansioso para revela. Desta vez queria tocar seus longos cabelos negros, queria viajar pelo tom acinzentado de seus olhos, queria apenas olhar para ela até não poder mais, até que seus olhos se fechassem para sempre, queria tê-la consigo.

Godric estava perdido em pensamentos e não se concentrou ao aparatar, mudando o curso no último instante. Até que tudo ficou negro, logo após tudo o que ele viu foi o que pareciam árvores um pouco embaçadas. Estava caído, não conseguia se mover e todo o seu corpo exalava uma dor tremenda, estava morto – pensou ele – até que ouviu um voz ao fundo, uma voz que reconheceria em qualquer lugar. Era Salazar.

Salazar aparatou ao lado de ao algo imóvel, ao olhar para baixo notou que não era algo e sim, alguém. Godric estava caído e com feridas enormes em seus braços e pernas que estavam cobertos por sangue.

– O que fizeste Gryffindor? – apenas disse, sua face não expressava medo ou piedade, apenas surpresa. Godric sempre foi considerado um grande bruxo, já haviam lhe humilhado por esse motivo, não seria ele capaz de estrunchar.

Como esperado, Salazar não parou e nem ao menos olhou para trás, continuou seu caminho até a saída da floresta proibida, Rowena estaria esperando na clareira em que haviam se encontrado pela primeira vez. Gritos abafados pertencentes a Godric clamavam por ajuda às suas costas, mas, outra vez, Slytherin fingiu não escutar.

Rowena já estava na clareira a alguns minutos, vendo Helga andar de um lado pra o outro impaciente.

– Acalme-se Hufflepuff – disse

– Eu não poderia estar mais calma, Ravenclaw

– Certamente, o seu conceito de calma é diferente do meu

As duas escutaram galhos se quebrando e prepararam as varinhas. Mas, saindo de trás das árvores, estava Salazar. Helga olhava de um lado a outro procurando por Godric, mas ele nunca chegara.

– Onde está Gryffindor ? – ela perguntou

– Provavelmente Godric perdeu seus maravilhosos truques – disse fazendo aspas com os dedos e indo de encontro à Rowena para dar-lhe um abraço, mas este foi recusado pela moça que perguntou aflita:

– Como assim? Aconteceu alguma coisa?

– Apenas sei o que sei

– Pelo amor de Deus! Deixe de metáforas e diga logo o que aconteceu – disse ainda controlando a voz para não gritar

– Godric estunchou – disse seco – Está a alguns metros daqui, caído

Helga não o esperou terminar e correu. Rowena vinha logo atrás. Salazar estava atrás das duas, mas não estava correndo. Chegaram lá e viram o corpo inerte do amigo coberto por sangue, por seu próprio sangue.

As garotas sentaram-se envolta de Godric e cada uma não perdeu tempo. Rowena pronunciava algumas palavras enquanto Helga preparava um poção. Salazar não sabia de onde tinha vindo aquele pequeno caldeirão, mas não fez perguntas. Ao terminarem, limparam o sangue com panos úmidos e enfaixaram os braços e pernas de Gryffindor.

Godric abriu pesadamente os olhos, sentindo tudo à sua volta girar. Tentou levantar-se, mas não conseguiu e tornou a fechar os olhos. Sentiu sua boca sendo aberta e um líquido sem gosto descer por sua garganta, no mesmo momento, sentou-se e começou a tossir.

– Lembra-se de alguma coisa? – escutou alguém perguntar e abriu completamente os olhos. Em sua frente estavam sentadas Helga e Rowena , Salazar estava apoiado em uma árvore.

– Apenas lembro de Slytherin me deixando aqui ,sofrendo – disse com um pouco de ódio na voz

– Deveria me agradecer, fui buscar ajuda – mentiu

– Ora, então desculpe-me – Godric disse ainda desconfiado

– Bem, você precisa descansar, amanhã continuaremos com os assuntos pendentes – Rowena disse

– Ele não vai descansar em uma floresta, vai? –perguntou Helga

– Salazar, pegue-o, iremos para a minha casa – ordenou Rowena

Em meio a protestos, Slytherin colocou os braços do amigo em volta de seus ombros e seguiu as duas moças que olhavam a cada segundo para trás. Poderiam estar apenas preocupas com Godric, mas Salazar sabia que estavam olhando para ver se ele não havia deixado o amigo cair novamente.