A primeira é da Paylor quem abre é Peeta. – é sobre a ida para dizer que está “tudo bem” no país, irá ser na Capital. – ele explica. As outras era uma da minha mãe dizendo que está tudo bem e a outra dela era informando sobre o novo hospital que abrirá em todos os distritos. As da Effie era sobre a nova roupa da Capital que ela guardará para mim e a outra era para Peeta, dizendo quase a mesma coisa. Mas logicamente a que chama mais a atenção é a qual discutimos.

– Eu realmente não gostaria de ir. – começo.

– Porque não?

– Pr.. Porque você vai lembrar de sua tortura, Peeta... – falo com pena dele e preocupada se ele percebeu as primeiras letras do nome de Prim. Ela sim seria uma das razões para eu não ir para lá.

– Por mim não tem problemas... – fala ele olhando para baixo. – vamos, se é só esse problema, vamos! Não temos o porquê de deixar todas aquelas pessoas esperando por nós e não aparecermos.

– É... – falo e ele se levanta bruscamente da cadeira soltando as cartas em cima da mesa e vem na minha frente, ele coloca suas mãos no meu ombro e fala suavemente, mas ao mesmo tempo rigidamente.

– Você pode conseguir mentir para Panem inteira, Girl on Fire, mas não para mim.

Me levanto e fico de pé na frente dele. Ele espera um segundo e fala:

– Não precisa ter medo. Eu ainda sou eu. – ele sorri de lado de modo doloroso. Não aguento ficar parada na frente dele e o abraço forte, ele parece tão surpreso e necessitado quanto eu, pois seus braços me abraçam firmemente enquanto ele enterra seu rosto no meu ombro fechando os olhos.

– Eu... Sinto tanta falta dela. – falo chorando desesperada e reproduzindo um terrível som que faço quando choro e estou nervosa ao mesmo tempo. – Eu não... Consegui salvá-la! Peeta, isso me atormenta todos os dias! Eu vi ela morrer e não pude fazer nada! Eu... Não... Pude fazer nada.

– Sei como é isso... – ele responde sussurrando em meu ouvido onde apoiara.

– Me desculpe, eu não queria! Eu não queria te lembrar disso! – falo me soltando e ao mesmo tempo saindo de perto dele. – Eu só sei magoar as pessoas. Eu estou desesperada! Eu não sei mais o que faço! – as palavras saltam da minha boca. – Me desculpa, eu não sei mais... Ela era tão jovem! Ela merecia viver! Ela estava lá para ajudá-los e acabou morta! Ela...

Nesse momento corro em direção a Peeta e o abraço novamente. Não sei exatamente o por que de eu fazer isso, mas eu precisava. Eu precisava dos braços dele em volta de mim para me dizer “eu estou aqui, estou contigo. Não tem o que temer. Não vou deixar ninguém machucar você.”. Ele me abraça ainda mais forte e sinto seu coração bater, rapido e forte, o coração que um dia foi lento e fraco, mas que suportou tudo e voltou a seu estado normal.

– Precisa tanto assim de mim? – ele pergunta com os olhos úmidos. Encaixo minha cabeça em seu ombro querendo esconder meu rosto de tão corada que estava. Pensamentos sobre Prim, Peeta e sobre o que aconteceu na Capital passam pela minha cabeça rapidamente. Vejo Peeta acariciar meus cabelos e ir me soltando aos poucos. As lágrimas cessaram um pouco. Ele tira uma madeixa que havia na frente do meu olho e coloca-a para trás da orelha. Suas mãos vem em meu pescoço me puxando para perto.

– Não posso... – digo chorando.

– Como assim não pode? – diz ele chateado.

– Não posso perder mais um. – falo chorando e começo a bater em seu peito com os punhos fechados. Sinto raiva de mim por esses surtos, mas não há como evitar. Vejo Prim me perguntando: “Estou bonita?” e eu respondendo: “Esconde a cauda patinha.”. Penso se um dia eu estiver sozinha e lembrar-me de duas pessoas falando ao invés de uma. Não sei se suportarei que essa nova voz seja a de Peeta.

– Sai. – ele fala e depois grita. – Sai!