Just Breathe escrita por Wonderland


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Gente desculpa se a fanfic está fraca ou entediante...



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Ele acena para me sentar em seu colo e o faço. Abraço o corpo frágil porem ao mesmo tempo forte. Beija meu pescoço até chegar finalmente em minha boca. Ele se levanta e vamos para o balcão.

– Para. – jogo um pouco de farinha nele.

– Ei, o que é isso? - ele diz me olhando enquanto arrumo seu cabelo.

– Não podemos ter esses acidentes toda vez.

– Você que começou. E você sabe que eu não tenho tanto controle a ponto de resistir a você.

– Peeta... - sinto-me ficar vermelha e abaixo minha blusa. Ele tira a farinha do cabelo e joga um pouco no meu rosto e assim começa a guerra de farinha. Os dois descalços, ele sem blusa e a minha ainda aparecendo minha barriga já que ele a levantou novamente, ele descabelado, eu também, sua blusa preta junto com meu sapato no chão e sorrisos perambulando o ambiente.

E assim foi, essa felicidade repentina, pelo resto da tarde. Ficamos deitados no chão um de frente para o outro de lado, rindo de bobeiras e falando de amor, diria que era um doce sonho, um daqueles que temos em uma tarde de domingo, mas não, é real. Isso está acontecendo mesmo. E percebo como é boa a presença humana, como é bom a presença dele. Deito sobre ele e nos beijamos, sua mão acaricia meus cabelos e quando bateu a fome, comemos croassaint que ele me ajudou a fazer. Alguns ficaram horríveis já que no meio de um ele me fez cócegas e comecei a rir e estraguei tudo. Outros ficaram perfeitos. Você já deve saber quem os fez.

– Essa é a melhor tarde que já tive. - ele diz com um sorriso bobo olhando para cima.

– É. – concordo.

Já a noite, voltamos para casa embaixo da neve.

– Você está mais doce que o normal. - ele diz e me beija.

– Coincidência. - falo e saio de perto dele. – Aonde você vai?

– Tenta descobrir. – ele diz indo na minha frente com esforço.

Balanço a cabeça e vou indo atrás dele. Ele aperta o passo indo para as costas de nossa casa. Nossa casa... Há um ano diria que isso seria impossível. Mas... Certas coisas mudam. Chego ao jardim abarrotado de neve e vejo um banco de madeira com uma coberta grande contra a neve em cima do deck que dá para a porta de trás da casa. Do lado dela, uma casa de pássaros, especificamente, de tordos. Um, dois, vários vêm experimentar a comida que para eles é tão disputada de se achar na floresta consumida pelo inverno. Começam a cantar sozinhos e então param.

– Estão esperando. Cante. – Peeta diz se sentando no banco.

Sopro as notas de Rue e eles a copiam. E voltam para a floresta, outros vem e vão.

– Você que fez isso? – pergunto me sentando ao seu lado.

– Sim. Enquanto você não estava junto. Acordei algumas noites, não sou bom marceneiro, mas a pintura ficou boa não é?

– Ficou lindo. – levanto e passo os dedos sobre a pintura de um tordo em um galho. Embaixo está “12, onde os pássaros ainda cantam”.

– Obrigado. – ele sorri de lado me olhando.

– Porque fez isso? – pergunto me sentando novamente.

– Queria te ver feliz. – A frase ecoa na minha cabeça. Me fazer feliz... Abraço-o.

E aprendi então, que a melhor coisa da vida, talvez seja ficar feliz por coisas simples. Desviar a tristeza tendo no lugar dela uma coisa a mais para fazer os dias valerem a pena.

– Me fazer feliz... - digo saboreando a frase. Ele me olha confuso e meus olhos avistam os dele - Peeta eu estou feliz, não nesses dias... Já que... Mas hoje... Eu estou... Realmente feliz, estou feliz como nunca estive. Alguma coisa me diz para falar isso para você. A morte bateu a minha porta e eu abri sem saber quem era. Porém você foi o único que conseguiu tranca-la. E você não sabe o quanto eu sou grata por isso. Esse foi o primeiro dia que eu não chorei por motivos ruins, lembranças ruins, minha mãe, Prim, todos.

– Katniss você nunca me falou coisas desse tipo.

– Eu sei, estou nervosa por ser a primeira vez que digo. - falo olhando os abismos azuis em minha frente, lindos e profundos. Juro que cairia apenas se olhasse por mais tempo.

Ele começa a rir docilmente e passa a mão em meu rosto.

– Me apaixono mais por você todos os dias.

– O que?

– Desde o dia da escola. Até hoje. Mesmo com tudo. Me apaixono mais e mais. Como se todos os dias, você me mostrasse uma pequena parte sua, que para você não é nada, mas que para mim, é uma importante peça de um quebra-cabeça. Sem uma delas, ele está incompleto. Mas com tudo isso, parece que ele não tem fim e que as peças são infinitas. Obrigado, por me mostrar um jogo que a pior coisa que pode acontecer é eu ter uma peça repetida. Mas mesmo assim, isso seria um privilégio.

Beijo-o demoradamente. Um jogo. Para mim sempre foi uma espécie de tentar suportar tudo, de aguentar e ficar impaciente pensando o que iria acontecer no dia seguinte. Nunca pensei que para Peeta eu fosse... Bom... Tudo isso. Imaginava que já que desprezei quando ele mais me amou, ele me amaria menos, mas não, ele continua me amando. E eu me odeio por só ter percebido isso agora. Também descubro mais dele a cada dia. Quem se quer pensaria que eu estaria morando na mesma casa que ele? Quando Greasy Sae saio de casa e eu melhorei, pensei que continuaríamos na mesma vida insuportavelmente detestável e cansativa. Sem nada mais que a paz nos rodeando. Sozinhos. Porém veio Peeta... Dias depois que a guerra acabou. Plantando flores e me proporcionando comida como ele fez com os tordos. O que me garante mais ainda que sou um. Dias passaram e fomos sorrindo mais. Havia momentos em que eu gritava sozinha e ele escutava de sua casa, ou então ele dormia na minha cama quando eu estava muito mal. Um ano doloroso, lagrimas e lagrimas... Presa em meu próprio mundo. Imagina varias e varias vezes ver Prim no corredor correndo atrás de Buttercup. Via vultos e acabei um dia caindo da escada e Peeta me ajudou. Desde então ele ficou na minha casa me ajudando. Haymitch estava ainda mais bêbado nessa época, até que Effie veio e ficou alguns dia aqui em casa. Ele parou de beber e começou a vir mais em casa. E então ela foi embora e ele voltou a ficar só na casa dele. Não sou apenas eu que preciso de alguém por quem valha ficar vivo.

Entramos e fomos para o quarto. Ajudo Peeta a ir para a cama e trocar de roupa. Quando deito, me deparo com a caixa. E por um estante, toda a felicidade passa.

– Vamos deixar para amanhã. - diz ele. Aceno que sim com a cabeça juntando as sobrancelhas. - Vamos, não quero que você esqueça de como sorrir. – continuo séria e me junto a ele que me abraça e me beija. E a noite caiu adentro sem pesadelos, sem lagrimas. Apenas o frio e as cartas de companhia.

No dia seguinte acordamos e logo pego a caixa, se fosse para ler, queria ler agora para absorver bem a ideia e tentar me livrar de pesadelos.

– Quer que eu leia primeiro? - Peeta pergunta acordando.

– Não. - pego uma de Coin para Gale e uma de Gale para Coin. Ele lê a primeira e eu leio a segunda na mesma hora.

"Coin,

A ideia das bombas foi genial pelo fato de acontecer na Capital, no centro dos problemas. Estaria tudo bem se você não fosse pelo fato de Prim também estar lá. É muita responsabilidade acontecer tudo assim tão rápido. E se houver algum problema? Estamos arriscando muito para pouca coisa. Algumas crianças? Do que adianta matar crianças para nada? Pense na possibilidade de matarmos apenas Snow e não a Capital inteira. Do que adiantaria você ser a assassina de mais pessoas? Já não foi o suficiente? Coin, o real problema é Snow, não coloque toda a população junto, eles não fizeram nada.

Gale."

– Ele sabia. - murmuro. - E mesmo assim aceitou joga-las.

– Katniss... Tenho medo do que esteja escrito na sua.

Trocamos de cartas e começo a ler a dele.

"Gale,

O problema é uma coisa que talvez aconteça ou então não. Desculpe, mas pouco importa a opinião de uma pessoa apenas. Boggs concordou com isso antes mesmo de você saber. Sim, será satisfatório matar mais pessoas. E se eles se rebelassem contra nós? E se eles acharem que nós somos os culpados e houver outro levante? Você se basearia em que para conter outro igual a esse? Perdão, mas como assim não fizeram nada? Os Jogos apenas continuaram, pois havia alguém para assistir. Sim eles fizeram muitas coisas. A culpa de estar esse inferno em toda Panem é deles. Do que você acha que Snow estava falando quando disse que "é assim que relembramos nosso passado e é assim que guardamos nosso futuro"? Era disso! O ibope! Relembram o passado com os Jogos e guardam o futuro ainda assistindo-os. Todo o sistema rodava através deles. Você é só mais um tolo se acha que eles não têm nada a ver com isso ou então acha - como você diz - que eles não fizeram nada.

Espero que entenda que é mais que palavras.

Coin."

– Foi culpa dela! - grito. - Sanguinária! Era ainda pior que Snow.

– Calma, olha, ela disse que Boggs já sabia que a decisão já foi tomada. E concordou. Então tem outra carta antes dessa, dela para ele explicando isso e uma dele para ela dizendo que aceita.

– É verdade, vamos ver. – digo me acalmando. Estou apenas atenta como era na floresta. Como eu achei que nunca estaria novamente.

Vasculhamos as cartas e vejo uma de Boggs para Gale. Mas pego a de Coin para Boggs e abro-a.

– É aqui. Ela falou nessa que iria jogar mesmo as bombas. "Sua família poderá morrer caso você não faça nada. Pense bem, o que vale mais a pena, salvar a vida de quem você ama, ou arriscar em salvar a vida de uma pessoa só?"

– Ele não teve escolha. – explica Peeta para minha mente aparentemente irreconciliável. – era a família dele ou sua irmã.

– Eu sei... Ninguém escolheria ela.

Seria mentira se eu dissesse que Peeta não pensou na possibilidade de falar que escolheria.


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