Our Promise escrita por Daughter of Universe


Capítulo 32
Capítulo XXXI. Austin Moon: Fakes Feelings


Notas iniciais do capítulo

Lumus*
Como prometido, o capítulo do Austin, e sobre o Sammy... Bem, explicarei sobre ele outro dia hehehe
Aproveitem, hein?
Nox*



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Austin Moon,  03h30min,  Na estrada de Los Angeles para Miami

Sentimentos falsos

O céu estava nublado, talvez devesse ser por que todos olhavam para mim com desprezo. Todos os que trabalhavam comigo ou para mim, que me ajudavam. Os que eram meus amigos... E ela. Ela estava delicadamente vestida de branco, e chorava, suas lágrimas escorriam por sua face graciosamente como pedras que rolam. Suas pequenas mãos estavam juntas e seu olhar esbanjava decepção. Os cabelos castanhos com pontas loiras caíam por suas costas como cascatas que me atraíam cada vez mais para ela.

Ela era meu hipnotizante desejo mais profundo. Que agora eu abandonei para correr atrás de meu sonho. Espere... Mas... Ela era meu sonho...

Mas ela quis. Ela se despediu. Foi a sua decisão, e eu tomei a minha. Ela então se tornou o sonho mais verdadeiro que já tive. A sensação que ela me passava... A coragem que nós passávamos um para o outro, a amizade, o amor...

Mas, mesmo assim, ela ainda estava chorando. Seria por mim? Seria por quem? Ally Dawson era um mistério que eu gostava de desvendar. Mas nunca quisera vê-la chorar. De todos, ela era a única que me olhava nos olhos. Eu sabia que a culpa daquele olhar de desgosto era inteiramente e completamente minha.

Ignorei-a. Ela sussurrava meu nome, perguntava e chorava. Então era assim que ela estava? Destruída e quebrada por dentro? Pois bem. Foi desse jeito que ela me deixou quando me deixou partir com palavras falsas.

Papai, como sempre, apenas me ignorou como sempre fez depois da morte da mamãe, agora estava bem longe dos Estados Unidos, morando com sua nova namorada. Até mesmo minha mãe estava ali, me encarando, porém aquele olhar não passava amor e segurança, e sim, desconforto e frieza. Trish e Dez, meus velhos amigos, até me deixarem na mão também. Trish acabou sendo jogada pelo meu produtor, que me pediu para fazer o mesmo com Dez. Disse que eu precisava de pessoas mais profissionais. Eu apenas concordei, pois ele tinha razão.

Eu até via Kamy, Lucca, Britanny, Paul, Arthy, Marthy e Cássio, os meus amigos, que morreram pelas mãos de Daniel Costa, um psicopata louco obsessivo e sanguinário.

Eu havia me formado em uma escola de Orlando, há dois anos, e não havia ninguém naquela escola que não me conhecesse.

Foi então que eu o vi. Ele me era familiar. Seu nome era Sammy Albert. Tinha cabelos claros curtos, barba rala e olhos verdes. Eu não sabia se eram lentes, pois nunca tocara nesse assunto. Ele era muito pálido e se vestia de forma estranha, bem parecido com Dez. Porém, sua personalidade era muito mais macabra e sinistra. Quando lhe contei sobre Ally, minha família e meus amigos, ele riu.

— Não o amam de verdade, Austin! Se essa garota o amasse mesmo, estaria junto de você, e não deixaria você. Se sua família gostasse de você, seu pai não teria te abandonado, se seus amigos o amassem mesmo... Ainda estariam aqui. Ally mentiu o tempo todo! Você não disse que ela amava este tal Costa? Talvez ela se divertisse vendo você ir embora magoado. Talvez os únicos que te amavam eram Lucy e sua cadela. Por que ainda chorar por elas, Austin? Esqueça-as! Ela quis assim quando você deu o primeiro passo para fora da casa dela antes da turnê.

Ele tinha razão. Sammy era o único que o acompanhou a turnê toda, o deu conselhos e o ajudou a esquecer de Ally Dawson e todos aqueles que um dia chamou de amigos.

Era o único que sorria para mim no meio de todas aquelas pessoas.

Sammy me acompanhou todos os dias, em todos os lugares. Mas, quando falei que iria para Miami, ele disse que tinha que voltar para casa. Eu compreendi, ele já tinha me seguido para todos os lugares, devia ter que voltar alguma hora para cuidar de seus assuntos pessoais.  Sua família, por exemplo.

Mas, em todos aqueles meses, ninguém ligou para ele. Sammy nunca contara para mim sobre sua vida ou sobre de onde veio, ou quem era. Ele era misterioso demais, porém, continuava confiando nele.

Agora, no meio daquele mar de olhares de decepção e ódio, Sammy olhava para mim com orgulho. Ele se virou e andou para alguma direção que eu não sabia qual era, apenas segui.

Ele falava consigo mesmo, como se estivesse tentando decidir o que fazer. Quando toquei seu ombro ele se virou e gritou.

— CHEGA! CHEGA! CHEGA! CHEGA! CHEGA! SEU SANTINHO DE MERDA! EU VOU ACABAR COM ELES! TODOS ELES! ELA VAI MORRER! ELA VAI MORRER! ESTÁ ME OUVINDO BEM, DANIEL? CHEGA DE MOLEZA! VAI VOLTAR TUDO DE NOVO! E eu não vou perder ele de novo... – A última parte saiu como um sussurro.

O berro me assustou. O céu trovejou e as pessoas que antes olhavam para mim, desapareceram. Apenas Ally estava ali. Mas não tão serena quanto antes.

Seu rosto estava vermelho, e ela ainda chorava. Mas um corte se abriu em seu peito, cortando-a lentamente até o ventre. Ela murmurou um simples “Por que fez isso comigo, Austin Moon?”

— E-Eu não fiz nada!

Ela riu alto e tudo escureceu. A paisagem sumiu e a mesma imagem de Ally surgiu, dessa vez mais intimidadora do que antes.

— Acha que pode salvá-la, Austin Moon? Venha! Venha! Venha!

Caindo no chão em um baque, acordei prontamente. Era de noite. Não sabia se já tínhamos chegado em Miami. Quando saímos de Los Angeles era três da manhã, agora deveria ser 6 horas da noite, muito próximo do horário do show.

Saindo do trailer, percebi que já eram seis e cinquenta, mais do que em cima da hora.

— Você está atrasado! – Comentou alguém da maquiagem. Eles me carregaram e começaram  a passar todas aquelas coisas no meu rosto. Senti-me desconfortável até demais com aquilo.

Quando estava para dar 19h00min e começar meu show. Eu os vi. Trish, Dez e ela. Tão linda quanto eu me lembrava. Ela estava vindo com eles pela entrada dos funcionários, e estavam procurando justamente por mim.

— Olha só quem está aqui! – Disse Trish ironicamente. – Parece que sua carreira está indo bem com as músicas da Ally.

— Da Ally? – Respondi, gargalhando. – Não, Trish. Essas músicas são de mais qualidade...

— Qualidade? – Ally disse, apontando o indicador no meu peito. – Escute, seu machão metido a cantor, vou te falar umas poucas e boas. Você pode até me expulsar do seu grupinho de música, mas insultar as minhas músicas? Pelo menos eu sei compor alguma! E sim, eu ponho todos os meus sentimentos ali. E você? Talvez seja por isso que não sabe compor, pois é necessário ter sentimentos tão intensos a ponto de criarem vida e magia sozinhos  no papel. Você não tem sentimentos. Você é só um cara vazio e com um ego enorme dentro de si. Talvez se você não fosse tão egocêntrico, não seria tão frio. Se houvesse espaço para o calor do amor e para a amizade. Se você ainda fosse o mesmo de antes, algo poderia entrar nesse seu cérebro de minhoca e você perceberia que nenhum desses caras é seu amigo! Os seus únicos amigos de verdade estão bem na sua frente! E aquela promessa que você me fez? Por que você fez isso comigo? Por que você está agindo assim, Austin? Esse não é você!

— E aquela promessa de cuidarmos um do outro?

— Não deveria ter sido estúpida de acreditar nas besteiras que falei quando era um jovem adolescente que pensava ter amado.

— E não amou?

— Por um tempo acreditei que sim. – A encarei. – Mas ela me abandonou.

— Deixei você seguir seu sonho.

Gargalhei alto e a olhei de cima, demonstrando todo meu ódio por ela.

— Você era meu sonho, Dawson! Mas você... Ainda preferiu aquele Costa! – A palavra saiu de um jeito tão amargo na minha boca que tive de cuspir. – Sammy tinha razão quanto a você.

Ela pareceu perplexa e vi que algumas lágrimas ameaçavam cair de seus lindos olhinhos castanhos.

— Você mentiu para mim, Austin Moon. Mentiu sobre ter me amado, e sobre cumprir as promessas que faz. Você é tão quebrado quanto um prato lascado! Você racha um pouco e acaba por se quebrar inteiro. Achei que você era diferente. Mas é tão parecido com Dallas... Não. Você é pior que ele, pior que todos os babacas que já namorei.

A fala dela me pegou desprevenido. Minha boca escancarou-se e pude ouvir o grito de todos, me repreendendo para ir logo. Pude ouvir as fãs. Mas a única coisa que me importava era vê-la parando de chorar. Será que algum dia ainda a faria sorrir?

— A única promessa que tenho de cumprir é aquela de te esquecer.

Com isso, segui para o palco, tentando parar de pensar nela, e no quanto a expressão chorosa dela me magoou.

Não, nunca mais. Sammy me aconselhou e me avisou: Ela só quer te quebrar.

E ela mesma me disse. Sou como um prato lascado. E a qualquer momento acabaria quebrando. Mas quebraria sozinho, não deixaria ninguém me jogar.

— EAÍ GALERA! – Gritei para todos por trás da cortina. Quando a mesma se abriu, vi todos eles, sorrindo e pulando para mim. – I JUST WANT HAVE FUN DEAR, I’M YOUR FUN TONIGHT...

Mas também avistei Daniel Costa, espremido no canto, me olhando e sorrindo como um maníaco.


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