Você pensa que em pleno século vinte e um não existem princesas? Bom, é aí que você está enganado. Porque uma delas sou eu.

Meu nome é Annabeth Chase Bittar e eu moro em uma arrea totalmente congelada onde não a um sol quente mas uma lua fria !

Em pleno século 21, eu tenho que usar corpetes, "gaiolas" de arame e vestidos longos e bufantes. Além disso, eu pareço uma Rapunzel. Meu pai não me deixa sair dos limites do castelo desde que eu nasci ou desde que a minha mãe morreu. Não foi em tempos tão diferentes. Minha mãe morreu quando eu tinha apenas um ano. Tenho poucas memória dela e nunca soube como morreu. Meu pai nunca quer falar disso. Ele sempre consegue desviar o assunto. Sempre. Minha única memória é o rosto da minha mãe cantando para eu dormir. Seus cabelos eram negros e seus olhos eram azuis como o mar. Sua voz era algo como o canto do sabiá. Sua voz era perfeita.

Eu sei que eu nunca conheci realmente minha mãe, mas às vezes ela faz uma falta. Meu pai é uma ótima pessoa, mas ele sempre parece que esconde alguma coisa.

Agora? Agora eu estou em meu quarto trocando de roupa para encontrar-me com papai. Rachel está apertando o corpete me deixando sem ar. Como sempre.

– Por que eu preciso me arrumar assim para me encontrar com meu pai, Rachel?- perguntei à ela enquanto terminava de apertar o corpete.

– O Rei Fernds irá fazer-lhe um anúncio muito importante, princesa.- ela disse enquanto pegava meu vestido- Seu pai encomendou especialmente para a ocasião.

Eu peguei o vestido e enquanto me trocava continuava a conversar com Rachel:

– E qual é a ocasião tão especial?

– Sigilo máximo, princesa.

– Odeio isso- eu disse antes de eu sair com um vestido azul claro com mangas bufantes e um pequeno salto prateado.

– Está linda, princesa.

– Obrigado, Rachel.

– Seu pai deve estar a sua espera na sala de jantar principal.

– Já estou indo, Rachel. Como sempre. Eu estou indo.

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Eu desci os dois lances de escadas do castelo e depois de passar pelo labirinto de corredores cheguei até sala de jantar. Quando consigo avistar papai no fim da mesa, vejo algo estranho.

Há mais três pessoas sentadas na mesa. Uma mulher de cabelos loiros e olhos azuis com um vestido longo vermelho parecendo ter por volta dos quarenta anos;um homem de cabelos pretos e olhos da mesma cor com aparência da mesma idade da mulher e um garoto de olhos azuis e cabelos loiros com a minha idade, provavelmente.

– O que está acontecendo?- pergunto logo que chego na sala.

Todos se levantam imediatamente quando me veem na sala. O garoto olha para mim e diz:

– Está linda, princesa.- eu olho para ele com uma expressão de interrogação e volto minha atenção para papai.

– Você sabe que seu pai está ficando velho, querida. Um dia você terá que assumir o trono. Mas para isso você precisa se casar.

– Me casar? Eu tenho apenas dezesseis anos.

– Isso é o bastante, princesa. Daqui a pouco não será hábil para engravidar.- disse a mulher com um brilho nos olhos.

– O que?- eu disse surpresa

– O que a duquesa está querendo dizer é que é preciso que você se case imediatamente. Eu e os chefes de estado decidimos que você pode começar a conhecer seus pretendentes.- enquanto ele falava minha expressão congelou. Eu só podia estar em um pesadelo. é, um pesadelo.- Esses são o duque e duquesa da família Gerald da Inglaterra. E esse é o seu filho, o duque Christian Gerald. Ele é o seu pretendente.

– Você está querendo mesmo dizer que você quer que eu case com um garoto que eu nem se quer conheço?- perguntei quase gritando.

– Bom, isso pode ser resolvido.- disse o garoto piscando para mim.

O que diabos ele estava pensando? Ele não ia tocar em mim! Muito menos ter filhos comigo!

– Christian, isso não pode ser resolvido. Porque eu não quero me casar. Muito menos com você. Um garoto que parece ser metido, mesquinho e um tremendo idiota.

– Annabeth Chase Bittar. Tenha modos!- gritou meu pai enquanto todos faziam uma cara de surpresa.

– Sabe, Rei Fernds, eu perdi meus modos quando você resolveu esquecer que tem uma filha, não um robô que faz o que você quer!

Eu saí correndo da sala sem me importar com a família Gerald ou qualquer outra coisa. Subi as escadas quase tropeçando em meu vestido e tranquei-me no quarto. Agora eu estou chorando. O que eles pensam? Que eu sou uma mercadoria? Um robô? Depois de alguns minutos, uma tempestade começa a cair, com direito a trovões e raios.

Comecei a ouvir uma agitação no castelo. Empregados andando de um lado para o outro, gritarias vindo de algum lugar lá debaixo. Eu abri a porta e segui lá pra baixo. Fui em direção ao escritório de papai.

Eu coloquei a mão na maçaneta mas algo me parou. Uma conversa.

– Você viu o que aconteceu com o menino, filho do duque e da duquesa Gerald!- ouvi a voz do principal conselheiro de papai, John

– Mas você acha mesmo que está começando?

– Claro que sim, Fernds. Isso é desencadeado com sentimentos fortes. Você mesmo ouviu da boca de Carlotta, que Deus a tenha.- Porque ele falou no nome de minha mãe?

– Mas, ela... ela não poderia estar fazendo isso. Ela me falou que bastava eu casa-la antes dos dezessete que podíamos nos despreocupar.

– Mas ela também disse que os sinais iam aparecer a partir dos quinze ou dezesseis anos, Fernds. Além de que não basta o casamento. E você sabe.

– Eu preciso pelo menos tentar, John.

Nesse momento vi que Rachel estava passando por ali com um balde de agua e um pano. Segurei seu braço.

– O que está acontecendo, Rachel?

– O seu pretendente. Ele estava saindo com os pais pela porta da frente e um cavalo desgovernado o acertou.

– Mas..como?

– Eu não sei, princesa. Preciso ir.

E ela se foi. Do que eles estavam falando? Que eu era a culpada? Como eu poderia ter feito uma coisa dessas? Como?