Fazia 18 dias que eu havia saído do hospital. Desde esse dia eu estava presa em um quarto de observatório e não havia saído de lá por razão alguma.

O quarto era um cômodo de 10x15 metros todo preto que tinha um vaso sanitário, uma pia, uma pequena cama e apenas uma pequena fresta onde passava a comida que traziam para mim.

Eu passava o dia inteiro ali sentada ouvindo os ruídos das gotas caindo da torneira até chegar na pia, eu conseguia contar até 14 para mais uma gota cair. Quem estava lá fora parecia estar zombando de mim eu não entendia o porque disso .Eu não conseguia ouvir mais nenhum som além das gotas caindo. Eu estava começando a me sentir louca... Eu não conseguia parar de pensar em tudo... Não parava de pensar em como meu pai abandonou minha mãe, como minha mãe não teve condições de me criar, quando ela me deixou no Instituto quando eu tinha 7 ano, e como eu tive que cuidar de mim mesma.

Estava vestindo apenas uma camisola de hospital, e isso até que era bom, já que ali era um local bem quente. Não parava de olhar as faixas enroladas por volta de meu busto, mesmo ali sendo bem escuro eu podia enxergar se eu olhasse com cautela. A dor não era tão grande como antes, era como se já houvesse sarado .

Estava tudo bem até aí. Então eu ouvi algo metálico se movendo, e o quarto começou a ficar gelado e consegui ver duas luzes vermelhas brilhantes focarem em mim. E quando percebi tinha um especem robótico em minha frente, o que era bem estranho pois dois segundos atrás não havia nada desse gênero perto da pia.

Levantei-me rapidamente da cama e fiquei olhando para aquilo, o que era bem fácil já que a luz vermelha brilhante era bem forte ao ponto de conseguir cegar uma pessoa.

Então ouvi alguns estalos e ele avançou mais rápido do que eu imaginava que uma máquina de mais ou menos 2 metros e meio poderia ser, e desviei-me o mais rápido que consegui.

Com o desvio do ataque acabei me batendo na pia. O quarto era pequeno então era muito difícil de desviar dos golpes.

Outro ataque, e me desviei pulando em cima da cama.

–- Tem que ter algum jeito de matar você... –falei com voz rouca.

O robô fez um som que parecia uma risada sarcástica e voltou a atacar com algo que parecia um facão, mas desta vez ele parecia mais lento do que a última vez, então isso era algo bom.

–- Ao menos eu não morro mais cedo que o previsto-Falo dando um sorriso.

Acho que isso o surpreendeu, pois eu ele ficou por um momento parado.

Mas estalos ecoaram pelo pequeno quarto, e o robô começou a afiar o facão na cama.

–- Sério isso?! Na minha cama?!-Falo chateada.

Mais estalos e por um momento eu vi o robô atrás de mim. O robô então olhou para as próprias mãos, e foi quando percebi que estava com um facão ensanguentado. Foi quando olhei para minha perna.

–-Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah-Gritei de dor.

Como? Eu dormi por alguns segundos? Como aquilo aconteceu?

O robô começou a fazer o mesmo som de riso.

–-Minha... Minha perna.

Ele havia cortado minha perna! E ainda estava rindo.

–- ISSO NÃO FICA ASSIM!!!!

Uma onda de caveiras começou a submergir do solo e atacar o robô. Mas eu comecei a me sentir cada vez mais fraca. Mas conseguia me suportar ficar em pé, mesmo com a perna machucada.

Então um grande buraco se abriu no chão, e as caveiras entraram nele e levaram junto com elas o robô.

Tudo havia acabado.

BUUUUM

A porta se abriu e um grande clarão invadiu o quarto, e uma silhueta masculina apareceu na porta.

–- Bem vinda,Mei. –Disse Bryan.