Uma fraca luz iluminava a sala escura. Era bem difícil de enxergar algo ali, mas eu conseguia ver aquela sala, que parecia ser de algum hospital.

Havia cinco formas humanas ali, e parecia que estavam preocupadas com a pessoa que estava na maca... Eu não conseguia ver quem era, mas estava envolta por panos para estancar o provável sangue.

Eu entrei ali naquela sala, mas pareceu que ninguém me notara. Estava frio e eu ouvia zunidos ao pé do ouvido.

–- Mei Darlen... Deveria estar morta...

Aquela voz falara com um tom de angustia e desprezo, uma voz de uma garota que talvez já tivesse vivido muita angustia. Eu olhava em volta daquele quarto, mas não via ninguém que pudesse ser a dona da voz.

–- Quem é você? –falei com um tom calmo e sério.

Então, uma garota levantou-se da poltrona que estava ao lado da maca. Ela era uma garota baixa, acho que tinha no máximo 1,45 de altura, tinha cabelos alaranjados e lisos presos em um lindo penteado de Maria Chiquinha, com alguns prendedores de pedrinhas brilhantes. Usava uma vestimenta militar, com direito a coturnos. E carregava uma espada que era maior que ela.

–- Sou uma Ronin qualquer. Prazer em lhe conhecer Mei Darlen. – Sua voz era um tanto infantil ao se apresentar.

–- Como sabe meu nome? E... Por que esta aqui?

–- Calma calma. Eu vim em missão de paz. – ao falar isso ela deu uma pequena risadinha, que a fez parecer menos perigosa do que aparentava. – Bem... Mei... Posso lhe chamar assim? Eu sou amiga do Bryan, e eu...

–- Você é amiga do Bryan?! – Falei tão rápido quanto meu coração podia bater.

–- Bem... Sim...

–- Ele esta bem? Eu... Não sei o que aconteceu com ele... Por que... Bem.

–- Porque você foi morta por mim? –Ela falou friamente.

Aquilo foi bem estranho para mim. Como assim ela me matou? Ela aparenta não ter mais que 10 anos!

–- O que foi? Surpresa? Assustada?

Eu não tinha percebido, mas eu estava imóvel, não sabia o que fazer o que pensar, ou se deveria agir.

–- Calma Mei. Não conte para ninguém tá? Esse vai ser nosso segredinho - Ela falou em um tom de ironia.

Eu não consegui me mexer, literalmente, era como se eu estivesse presa ao chão com super cola.

–- Por que logo você Mei? Acha que eu não sei que você é a Necromancer? Acha que vou agir como uma boba mais uma vez por causa de você? Não!

Eu não compreendia o que ela falava. Eu nunca a tinha visto antes.

–- Por ora, volte para o seu corpo.

Para o meu corpo? Eu estou fora do meu corpo? Pareceu que ela tinha entendido que eu estava perguntando-me isso...

–- Sim, você esta fora do seu corpo. Mas na verdade esse não é seu corpo em si, é apenas uma capsula para sua alma... –Ela bufou e se jogou na poltrona.

Então meu corpo voltou ao normal. E eu peguei um jarro e joguei na direção dela, mas o jarro travessou-a.

–- Ei! eu sou apenas um sonho!

–- Como posso voltar? –Mesmo com raiva dela por ter “me matado” e ainda fazer com que meu corpo não me obedecesse, eu tinha perguntar isso. Já que eu não sabia como fazer tal ato.

–- Você sabe, Mei Darlen –Falou com um grande bocejo.

Então fechei meus olhos. E senti como se estivesse sido transportada por pequenas partículas e estivesse se dissolvendo. Aquela sensação era estranha. Era como se eu estivesse em uma montanha russa, indo para o alto bem devagar, e do nada eu descesse a toda velocidade em queda livre eu não pudesse frear. Então eu abri meus olhos...