As Nações de Sidgar escrita por Maria Beatriz


Capítulo 6
Capitulo 6 - Subsídio


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente, muuitissimo obrigada todos os que comentaram, quem favoritou e os leitores fantasmas por lerem *-* Vocês são a maior inspiração o// Eu deveria ter postado esse capitulo antes, mas tive que sair sexta e não pude terminar então estou postando hoje o/



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/466379/chapter/6

Como poderia descrever aquela sensação? O ar faltava-lhe, tentava desvairadamente desvencilhar-se das mãos daquele ser que permanecia insistindo em puxa-la para o fundo. Estava começando a faltar seu folego, logo não iria mais aguentar ficar em baixo dagua por mais tempo.

Então, aquilo era o fim? Arrastada para o local mais profundo do oceano, por uma criatura atemorizante que agora esboçava uma aparência demoníaca? Sim, a sereia arrastara Alécia para dentro do mar, logo seria a janta da noite.

Nadava em direção a superfície, mas era praticamente impossível sair do lugar. Tentou chutar a criatura que agora puxava seus pés, mas não adiantou. Aquele ser era mais forte.

Estava em desespero, se pudesse iria gritar, mas se abrisse a boca, ficaria sem o pouco de ar que lhe restava. Sentiu seu pé ser arranhado pelas garras que agora aquele ser exibia, viu a água que se movimentava com força ser manchada de vermelho. Seu pé direito sangrava e ardia ligeiramente, devido à agua salgada do mar.

E não aguentou, acabou abrindo a boca como se algum som fosse sair. Como se pudesse gritar e ser ouvida. Contudo, apenas bolhas de água foram vistas, e sua expressão desesperada. Estava afogando-se e a cada momento que olhava para baixo, via que o fundo aos poucos ficava mais próximo.

E então parou de debater-se com os olhos azuis e estralados, narcotizados. Enquanto a sereia ainda a puxava para baixo. Não havia mais jeito. Não escutava seus pensamentos e sua mente estava distante, era o fim. E naquele momento, queria poder ter tido um pouco mais de tempo, arrependeu-se por ser tão mesquinha e querer ter algo que não poderia. Sempre teve tudo e reclamava.

Mas é ai, meus caros, que uma luz para salvação da pobre Alécia surgi. O que aconteceu a seguir foi, uma espécie de esfera de luz vermelha atingiu o animal que a puxava, fazendo com que o mesmo a soltasse. Embora sem entender de onde aquilo houvesse vindo, sentiu apenas uma de suas mãos serem puxadas para cima. Não pode ver quem foi, pois logo em seguida a pouca visão que ainda tinha fitou totalmente escura.

E então, a súbita sensação do ar voltando tomou conta de si. Cuspiu água e tossiu, seus pulmões doeram e, instintivamente arqueou seu tronco para frente. Alécia tentou sentar, ainda sem entender nada, mas não conseguiu e novamente caiu. Batendo a cabeça sentiu que estava em solo firme?

Sim, era de fato aquilo. Aos poucos sua visão começou a voltar ao normal, ainda sentindo os olhos arderem ligeiramente, pode ver onde estava.

Era a praia? Como havia chegado ali?

Estava distante do mar, mas pode ver que fora arrastada para fora da água. Ainda tossindo, Alécia finalmente conseguiu sentar na areia. Com as roupas todas molhadas, o vestindo grudando em seu corpo, olhou ao redor.

Não estava sozinha.

Q-quem é você? Disse, arrastando-se para trás, afastando-se ainda mais da garota que estava lhe observando.

Hm... Creta levou o polegar ao queixo, dando alguns passos e agachando-se para ficar da mesma altura que Alécia Então você é a tal de Alécia? Analisava-a.

Alécia ficou confusa. Não havia entendido ainda o que aquela estranha estava fazendo ali, embora, ao julgar pelas roupas molhadas, só poderia ter sido ela quem a salvara. Também, pode notar que nas costas da mesma, conseguiu ver parte de uma tatuagem que terminava em sua nuca, embora o corpete tampasse resto. E então se lembrou da luz que fizera com que a sereia a soltasse. Aquilo não era algo que uma pessoa comum poderia fazer. Era magia.

V-você é uma escolhida? Alécia disse, apesar de que não entendesse o porquê de dizer aquilo com ligeira certeza. As palavras haviam saído de sua boca sem pensar.

Sou... Correu os olhos ao redor, observando onde estavam. - E você também. Fixou os olhos escuros nos translúcidos.

Como sabe meu nome? E por que diz que sou uma escolhida? Como me encontrou? Disse atropelando as palavras.

Creta suspirou, levantou-se e pegou o colete que estava no chão, havia o deixado largado ali para que não molhasse. Vestiu-o e logo em seguida voltou a olhar para Alécia.

Vi seu pai falando de você hoje, então, ao julgar pela aparência e pelas roupas que estava usando, cheguei à conclusão que você é Alécia, a princesa do reino de Tibéria. Respondeu a primeira pergunta. Eu disse que você é uma escolhida, por que um escolhido sempre vai saber identificar o outro, por isso você achou o mesmo de mim. E, em resposta sua última pergunta, eu estava vindo para a costa por que precisava ir a outro lugar. Vi a maldita sereia arrastar você para dentro do mar e resolvi intervir.

Mas por quê?

Sabe que eu não sei? Creta olhou para o mar, ao longe, pode ver a sereia ainda as observarem, apenas com o rosto fora da água. Mas que merda! Esses seres desgraçados não morrem?!

Aproximou-se correndo do mar, a criatura a encarava com uma expressão demoníaca, totalmente diferente de como Alécia a vira antes. Agora exibia três fileiras de dentes pontudos e a pele do rosto distorcido. Creta imediatamente apontou a mão direita em direção à sereia, lançando lhe mais uma forte rajada de luz, o branco misturado com o vermelho, atingindo a sereia e a fazendo sumir de suas visões apenas com um urro de dor.

Como você conseguiu fazer isso? Alécia perguntou, enquanto começava a levantar, com certa dificuldade devido o ferimento.

Já disse, sou uma escolhida, posso usar a manipulação da magia como eu bem quiser. Creta retirava os curativos que tinha sobre os pontos no rosto, estavam molhados e resvalando da face, o que lhe incomodava. Aliás, o que fez você ir falar com aquela coisa?

Ela disse que, poderia me ajudar... Alécia estava entristecida, não sabia dizer o porquê, mas aquele tumulto a deixara assim, sentia-se ligeiramente culpada. Mas não sabia dizer o motivo Qual é o seu nome?

Creta.

Alécia sorriu.

Muito prazer em conhecê-la, Creta. Após isso, ficou pensativa por um instante, já havia ouvido aquele nome naquele dia. Ei, é você quem vai viajar com o meu irmão a mando de nosso pai? Vocês vão atrás dos escolhidos? Meu pai comentou isso, mas não disse o que exatamente...

Creta suspirou e virou-se para falar com Alécia.

Parece que trinta por centro do trabalho está feito disse caminhando na direção da outra Um escolhido já foi encontrado. Falta apenas um e o negligenciado.

Alécia hesitou. Aquela ideia toda parecia tão, inesperada? Bem, meus amigos, talvez fosse aquilo mesmo. Apesar de que, nossa querida princesa já imaginara nas possibilidades de tal acontecimento, apenas ao ter provas, parecia-lhe algo improvável. Mas era real, de fato.

O negligenciado... fez uma pausa. Nem sempre as consequências são boas depois que ele se manifesta, não é?

Quase todos os negligenciados foram criados em um local onde, não teve tempo o suficiente para moldar algo bom em si. São ruins por que algo os impulsiona a fazer isso, não significa que desta vez será pior, mas também, não significa que será diferente. Fez uma pausa, pela primeira vez em certo tempo, havia falado alguma coisa que não fora tão grosseira. Mas agora ande, irei ajudar você ir para a cidade, ainda mais com esse seu pé.

Alécia fez o que a outra pedira, sendo assim, logo começaram a caminhar em direção as ruas da cidade. Enquanto Creta ajudava Alécia como apoio.

Então você acredita que o negligenciado pode não ser tão ruim assim?

Na verdade, não. Mas já me disseram aquilo uma vez, há muito tempo.

Quem?

Uma pessoa importante Creta pronunciara-se pesarosa, algumas lembranças haviam invadido sua mente, tais coisas não deveria lembrar-se facilmente, não fazia bem. Mas nossa, garota, como você faz perguntas! mudou completamente o assunto.

Desculpe. Alécia riu, apesar de ver que Creta não estava brincando, ela realmente reclamava. Contudo, meus caros, poderíamos dizer que Alécia acabara ver um lado em Creta que não transparecia tão facilmente, por dentro da garota birrenta e brigona, pode ver alguém que salvara a sua vida. Estava agradecida, afinal. Fora ela quem lhe dera o subsídio que precisava no momento.

Mas agora, não tão distante, era possível ver certo príncipe andando pela rua, com pressa e passos largos em direção à praia. Enquanto podia sentir a chuva que começava a cais com força sobre si. Demeter apenas suspirava. Sempre mantendo a bendita calma! Atravessou a rua, logo mais a frente estaria na costa, onde Alécia deveria estar.

Contudo, o que viu não fora o que esperava. Creio que você já deva imaginar o que, mas nosso querido Demeter não. Do outro lado da avenida, viu Creta e Alécia. Por um momento, quase parou de caminhar. O que Creta fazia ali? Fora a primeira coisa que veio em sua mente, quase que se esquecendo de Alécia.

Alguma coisa havia acontecido.

Creta deveria ter ficado no palácio. Apesar de ser uma ideia meio tosca, fora o que rei decretara. A murky deveria ficar no palácio, não deveria sair e ainda tinha de ser monitorada.

As duas do outro lado da rua o avistaram, sendo assim pararam de caminhar, enquanto Creta fazia uma careta e olhava para outro lado. Demeter atravessou a rua.

Mas... O que está acontecendo?

Pergunte para a sua irmã. Revidou ríspida.

Não Demeter disse sério. Pergunto as duas.

Está bem, respondo primeiro. Creta pronunciou-se novamente, desta vez, fingindo bom humor. Eu fui até a costa com a esperança de avistar algum navio murky, se fizesse isso, iria mandar um sinal, fugir e dar um jeito nessa pulseira levantou o pulso mostrando o objeto que piscava. Mas, antes disso eu encontrei a sua irmã, o que aconteceu depois acho melhor você perguntar para ela. Aliás, nosso trabalho já está com uma parte concluída. Iria sair dali, voltaria para onde estava antes e ficaria lá até o dia em que fossem partir viagem. Embora, não pudesse garantir que não fosse tentar fugir novamente.

Espere. Demeter disse e Creta parou de costas para ele. Então você fugiu do palácio? E por que diz que nosso trabalho está com uma parte feita?

Fez-se um rápido silencio.

Eu fugi por que não aguento me sentir presa e monitorada. Pronunciou séria, com a voz menos alterada do que antes e mais lenta, quase melódica. E sua irmã é uma escolhida. Acredito que não vai ser fácil explicar para o seu pai, espero que tenha isso em mente. Após isso saiu, deixando apenas os dois irmãos Dilzian em baixo da chuva pesada que caía.

***

Charles! Eu não acredito que você continua fazendo isso?! Um fato interessante sobre esse navio voador e seu capitão, é que, existe apenas uma pessoa que mandava mais do que ele. Essa pessoa denominava-se Adrhyan e era a sua esposa. Quer morrer eletrocutado por acaso? Bateu na mesa a sua frente, estava irritada. É serio, ainda sou muito nova pra ficar viúva!

Você é muito novo pra deixar a mãe viúva, pai. E ela também é nova e bonita, não seria uma boa ideia deixar assim sozinha, sabe? Camel brincou, Charles apenas engoliu em seco. Era interessante como as brigas deles, normalmente tornavam-se engraçadas. Adrhyan irritava-se facilmente, ela irritava ficava histérica, sem exageros, claro, Mas ficava. Enquanto Charles apenas permanecia em silêncio, por vezes argumentava e engolia seco como acabara de fazer. Uma pose totalmente diferente da de quando estava falando com seus marujos. Suas discussões tornavam-se gracejadas, às vezes.

Está vendo o que o seu filho diz? Gesticulou freneticamente na direção de Camel. Ele está certo. E quando digo que deve usar luvas de borracha para pegar raios, você deve usar luvas de borracha para pegar os raios! Abriu uma das gavetas da escrivaninha e retirou duas luvas, jogando-as por cima de Charles que as pegou desajeitado.

Eu esqueci, irei usar da próxima vez. Eu garanto. Defendeu-se com as palavras.

Você disse isso nas últimas cinquenta vezes. Adrhyan disse séria, com os olhos ambares fixados nos de Charles. Prendia seus cabelos platinados em um trança para o lado, eram longos e da mesma cor da do filho. Sua pele era bastante clara. Alta vestia uma blusa branca com babados, com a calça de cintura alta preta e o colete cinza. Calçando as típicas botas de o couro.

Você contou? Camel perguntou e sua mãe pegou um caderno, mostrou a página com as marcações. Nossa... Estralou os olhos, sua mãe era louca, mas era uma boa pessoa. Fazia aquilo por que se preocupava.

Eu sempre estou fazendo contas, se dependesse de seu pai, esse navio já havia falido e os raios nem mesmo seriam pegos direito. Uma coisa era fato, Adrhyan era ótima em cálculos, a mesma por sua vez, havia criado a ideia de guardar os raios em recipientes. O mercado de venda de produtos como aqueles era complicado, perigosos de se conseguir, mas poucos rendiam uma boa quantia de dinheiro. E as utilidades eram muitas. Aliás, quantos Puxadores de Raios estão cheios? Referia-se aos barris que guardavam as descargas elétricas.

Acho que conseguimos encher apenas umas dez sogras ontem, mas posso verificar melhor depois. Camel respondeu fazendo as contas mentalmente.

Sogras? Esse apelido é novo para mim... Adrhyan respondeu, nesse momento estava quase se esquecendo da discussão e Charles agradecia por aquilo.

Acho que foi o Barret que começou com essa. O nome veio da ideia de que, são objetos grandes e gordos e se não tiver cuidado, podem te matar eletrocutado.

Nossa quanta maldade, mas é uma ideia interessante.

Muito interessante isso, mas acho que vou dar uma olhada em como está o trabalho dos marujos e depois verei como estão o Lan e o Den Charles disse já se preparando para sair da sala de Adrhyan.

Ah sim, talvez algo que ainda não tenha sido citado é que, Camel tinha dois irmãos caçulas. Gêmeos, o mais velho era Nolan, o qual fora apelidado de Lan. E o mais novo chamava-se Ogden, apelidado de Den.

Não. Ela interrompeu-o. Você vai ficar, precisamos acertar algumas coisas. E você, Camel, vai ver como estão os marujos e os seus irmãos.

Camel assentiu, saindo da sala e deixando os pais a sós. Já podendo ver o céu de manha cedo, há pouco tempo parara de chover.

Parece que ontem a noite rendeu um pouco de dor de cabeça ao seu pai. Barret disse aproximando-se, enquanto Camel saia com convés. Tinha seus vinte anos, pouco mais velho do que o outro. Os olhos verdes e os cabelos castanhos, moreno. Era mais alto do que Camel.

Ele sabe que todos escutam as discursões deles?

Antes que respondessem, viram apenas o vulto de uma silhueta pequena passar sobrevoando suas cabeças, pendurando em uma das cordas das velas. O garoto soltou-se e caiu rolando um pouco mais afastado. Tinha doze anos, baixo com os cabelos claros como os de Camel, mas os olhos escuros como os de Charles, a pele pálida contrastava.

Ei! Lan, era a minha vez, sabia disso?! Disse outro garoto com a mesma aparência, praticamente idênticos, as únicas diferenças eram as roupas.

I daí, Lan? O outro deu de ombros, enquanto levantava.

Não acredito com que eles estão com essa de novo... Camel comentou.

Com o quê? Perguntou Barret.

De tempos em tempos eles resolvem não se identificarem, ficam chamando-se pelos nomes trocados e dão um nó na nossa cabeça. Não sei se você percebeu, mas eles chamaram pelo menos nome.

Ah sim... Notei isso.

Mas voltando a perguntar, meu pai sabe que todos ouvem as discussões da mãe?

Sim, mas a maioria prefere ficar em silencio, a gente entende que o capitão não iria querer perder a pose que tem.

Pelos deuses... Camel desviava a atenção para os irmãos. O que eles vão fazer agora?

Eles vão brigar.

Nessa altura, os dois garotos rolavam no chão do navio. Camel rapidamente correu até eles e segurou o primeiro que conseguiu, Barret fez o mesmo com o outro. Afastaram-se enquanto os gêmeos chutavam o ar. Sim, meus amigos, poderíamos dizer que Lan e Den brigavam quase sempre, para não dizer todos os dias. Embora, os irmãos sempre mantivessem uma boa amizade entre si, apenas discordavam. Camel, sendo o mais velho, às vezes separava e às vezes deixava-os brigarem.

Para quieto Den! Por favor! Camel grunhiu enquanto os dois garotos ficavam parados.

Como sabe que sou eu? Perguntou ao irmão mais velho.

Por que você, Den, tem um olhar diferente do de Lan. Enquanto ele se parece com a mãe, você se parece com o pai.

Isso não é justo, Camel! Len gritou Barret ainda o segurava.

Pode não parecer justo, mas sou o único que consegue identificar vocês dois.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Duvidas? Criticas? Elogios? Comentem seus lindo *_*
O desenho é da Creta, o que eu tinha colocando o rascunho ainda não tá terminado, então resolvi colocar esse:) Ah, e eu queria colocar uma cicatriz nela, mas tinha que ter um porque, então ai está LOL Eu fiz um rascunho do Camel e da mãe dele(cara, eu adoro ela, não sei por que, mas me apaguei a ela :3), também fiz um da mãe da Alécia e do Demeter (as duas ficaram tri chiques XD), mas vou postar nos próximos capítulos :D Se alguém quiser ver antes, fale comigo que que mando o link do tumblr o/
Até o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Nações de Sidgar" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.