Royals escrita por Lady Winter


Capítulo 4
Ice at Summertime


Notas iniciais do capítulo

Let it Go
Let it Go
Can't hold it back anymore (8)

Boa leitura!



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Bianca POV

Eu sai da enfermaria logo depois de ter escrito esse ultimo capitulo.

– Uma hora você ia ter que sair daquele buraco. - foi o que Arya disse, numa tentativa de me colocar para cima. Mas nós duas sabíamos que não iria funcionar. Encolhi os ombros e assenti, mas a única coisa que eu conseguia pensar era no que havia acontecido. Eu não sei se era loucura minha, mas parecia que todo mundo estava me encarando. Parecia que todos sabiam que eu havia desmaiado ali no meio, parecia que todos me encaravam. Eu odiava isso.

Eu odeio isso. Eu odeio ser encarada. Eu não sou fã de chamar atenção. E sentir que todos os olhares estavam sobre mim era terrível. Meus ombros encolhiam, minhas mãos começaram a soar. Eu estava ficando nervosa. Meus olhos passaram pela multidão. Julie. Eu precisava encontrá-la.

Entenda. Eu odeio me sentir inútil desse jeito, a ponto de não conseguir ao menos me controlar. Mas eu estava nervosa, e, de algum modo, assustada. Sabia que aqueles olhares não durariam para sempre, e talvez nem fossem reais, mas a ideia de ser vista desse jeito, de ser uma espécie de centro de atenções, me deixava louca. Me desvencilhei de Arya com uma desculpa qualquer. Ela sabia que eu não estava bem, e eu tinha certeza que ela iria me seguir, mas eu apenas segui em frente, tentando passar pelos cantos, tentando me camuflar. Talvez Pipes tenha me chamado, e Tina tenha perguntado o que houve. Eu nem me lembro de ter respondido.

Eu estava quase conseguindo chegar lá, chegar no meu chalé. Eu colocaria minhas luvas, me enfiaria na cama e não precisaria me preocupar com mais nada. Mas aí ele veio. Não sei o que Zeus tem contra mim. Sinceramente. Parece que ele sabe o ódio que sinto pelo Valdez, e resolveu ser troll comigo por motivos desconhecidos. Qual é, cara. Eu sou super legal. Ajudo velhinhas a atravessar a rua, dou comida para esquilos e tals. Tenho até uma amiga filha de Zeus, a Becca. Por que tanto ódio comigo? Enfim. Eu só lembro de ter dado de cara com o garoto no caminho. Não me culpe. O garoto é fogo, eu sou gelo, é claro que nunca nos daríamos bem.

– Ei. - ele disse, e respirei fundo, tentando manter meu foco no chalé, que estava a poucos metros.

Acho que nunca descrevi o chalé 24. Ele tem pilares brancos na entrada, decorados em gelo que nunca derrete. A porta é grande e alta, e as maçanetas também são de gelo. O telhado possui alguns flocos brancos, que o dá um ar meio natalino. As paredes de fora são de um cinza claro azulado, e as de dentro são de um papel de parede bonito, que dá mesmo um ar de "lar doce lar". Os móveis são em grande parte brancos e azuis. Eu gosto muito dele. Sério. É muito bonito. Enfim, voltando ao Valdez.

– Hmn... - ele não parecia confortável. - Você está bem? - que pergunta idiota. Eu bati minha cabeça e levei pontos por meu ombro esquerdo inteiro. Era óbvio que eu não estava bem. Eu queria mesmo dar uma resposta a altura daquela pergunta estúpida, mas eu sentia que iria explodir a qualquer momento.

– Sim. - me ouvi responder. - Agora, se me dá licença... - tentei seguir meu caminho, mas ele aparentemente havia tirado o dia para me irritar.

– É... Você caiu de uma altura grande. - ele riu de um modo estranho. Que tipo de pergunta era aquela? Em 2 anos de convivência obrigatória, eu achava que ele não poderia ficar mais idiota do que já era. Valdez, sempre me surpreendendo.

– Eu sei. Eu estava lá. - levantei minha sobrancelha e novamente tentei seguir meu caminho. E ai a anta colocou a mão no meu ombro. No meu ombro todo arregaçado. Fechei os olhos com força, na hora.

– Leo. - rangi os dentes, tentando manter a calma. Mas parece que ele resolveu negar minha súplica e continuou.

– Eu sei que você caiu por causa da Lindsay. Ela me disse o que houve. Mas não fique com raiva dela, ela estava tentando pegar algumas maçãs... - puta merda. Além de burro e idiota o cara ainda era lerdo. Juntei forças e me afastei. Ele levantou a sobrancelha.

– Tá, que seja. - voltei a seguir meu caminho. Mas ele me seguia.

– Você não pode culpá-la. - "claro que não, ela só se jogou na hora que eu estava passando" pensei, mas não me dei o trabalho de responder. - Você não pode me culpar.

– Não estou te culpando. - minha voz soou abafada. Eu estava ficando mais nervosa. "Não" pensava. "Agora não".

– Sim, você está. - quem disse isso foi Arya.

– Arya, agora não. - eu continuei a andar.

– Você realmente sente a necessidade de afastar todo mundo que se importa com você? - agora ele se achava no direito de me dar sermão? Não. Ouvir sermão de alguém como ele era demais para mim. E, novamente, não consegui segurar.

– Será que vocês não entendem? - sim, eu estourei. E vocês sabem o que acontece quando eu estouro. Eu só reparei os espinhos de gelo que havia feito no chão minutos depois, o que me fez arfar. Arya olhava o gelo com horror. A expressão de Leo era indescritível. Balancei a cabeça negativamente. É, isso havia sido quase pior do que congelar os estábulos, coisa que fiz no fim do ano passado, em casa.

– Mas o que... - Arya soltou, dando um passo a frente.

– Longe. - disse rapidamente, andando para trás no mesmo segundo. Julie passava nesse momento, rindo com Annabeth, até reparar no que havia acontecido.

– Bi? O que houve? - dei mais um passo para trás. As portas no meu chalé se abriram, escancarando, no momento que pensei que só queria estar em casa. As maçanetas de gelo. Minha mãe realmente queria que suas filhas fizessem entradas triunfais. É mãe, acho que de você só tenho esse negócio de gelo mesmo. A sorte é que meu chalé fica nos fundos do acampamento, uma área não muito movimentada. Deuses menores não tem tantos filhos como os outros.

– Nada. - a resposta foi instantânea.

– Nada? - Leo soltou uma risada sarcástica. - Isso é nada? - ele indicava o gelo freneticamente.

– Cala a boca. - ralhei. Arya saltou por cima dos espinhos com facilidade, e me olhou de um modo reprovador. Julie deu a volta neles, e correu para dentro do meu chalé, atrás das minhas luvas, enquanto Arya me dava alguma espécie de lição de moral. Aconteceram mais algumas coisas depois, mas estou com sono demais para citar, e elas não fazem diferença alguma. Então eu vou dormir agora. Queria poder esquecer o dia de hoje, porque ó: foi uma merda.

Até depois, galera, e boa sorte pra mim.


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Notas finais do capítulo

Amém, terminei esse.
Até o próximo!



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