O Império dos Titãs. escrita por Martinato, Monsieur Noir


Capítulo 6
Jogada de mestre.


Notas iniciais do capítulo

Deixei esse capítulo um pouco mais curto porque quero deixar o clímax para o próximo. Hahahaha



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Antes de começar qualquer ataque ou movimento, vasculhei o recinto peculiarmente em busca de quaisquer vantagens que o âmbito pudesse me favorecer. Desde um pequeno relevo em sua estrutura, até uma raiz sobressaísse das demais, onde ela pudesse, digamos que tropeçar - o que seria bastante difícil vindo duma fera com calda ao invés de pernas -.
Tudo estava dificultando mais as opções. Inúmeras jogadas, deveria dizer, mas ambas com uma porcentagem especificamente baixa para oferecer um dano favorável. —— Onde eu fui me meter...? —— Sussurrava, o espaço entre as pessoas como eu e as mulheres-cobras já existia e não demorou para que fosse feito. Deveria dizer que no meio de tanta tensão, as pessoas se tornam mais obedientes, pois tudo ocorreu de modo tão organizado que chegou a me surpreender. Será que estariam aflitos ou empolgados com o que veriam? Bom, pouco importava agora.
De repente, algo me cogitou. Intrigado, avaliei as questões e se os padrões estariam cabíveis a concretizar o pensamento inesperado. Foi como uma voz máscula, até mais do que o normal, invadisse meus pensamentos e dissesse aquilo. Deveria interpretar como um sinal? Bom, seja como for, era uma saída bem apropriada, deveria dizer.
A chefe delas passava sua língua bifurcada entre os dentes pontiagudos, e ainda esbanjava um sorriso de excitação. Seu olhar vagamente me lembrava ao meu quando estava faminto e colocavam uma bela picanha quente e com o sangue escorrendo da carne ainda. Definitivamente ela iria me devorar depois de enfiar aquela espada na minha barriga.
O arrepio foi tão rápido e intenso que estremeci, quase deixando a espada cair, demonstrando fraqueza a adversária, que por sua vez, começou a gargalhar.
Ela se aproximou o equivalente a três passos, rastejando. Eu apenas me distanciei um. —— Chega de preparativos! Está na hora! —— Ela exclamava convicta. —— Me dê mais um minuto. —— A mulher bufou e assentiu com desdém. —— Um minuto e nada mais! —— Berrou e afastou-se, empurrando com suas garras a cara de uma das suas cobaias. Repousou finalmente suas costas numa árvore, que pelo peso rangeu, e começou a contar. —— 1... 2... 3... —— Desviei o foco e a primeira pessoa que vi na minha frente foi Vinicius, o meu xará. —— Vini, vou precisar que me ajude. —— Disse do modo mais sério possível. De longe, ainda podia ouvir. —— 10... 11... 12... —— O garoto rapidamente se focou e pediu para que prosseguisse. —— Certo, houve uma falha no juramento dela. Ela jurou que as tropas dela não iriam intervir, mas não fez com que eu jurasse isso, e mesmo que o duelo seja um a um, intervenção seria um termo a ser tratado, como somente ela fez o juramento que não o faria, então eu poderei ter uma ajuda de todos. —— Ele arregalou os olhos. —— Mas cara, isso é bobagem. São apenas palavras... —— Mesmo concordando com ele, sabia que ambos não podiam negar a sensação que tivemos quando ouvimos a jura. Possivelmente algo terrível aconteceria se ela não cumprisse com o acordo. —— 34... 35... 36... —— Ela continuava. —— Enfim! Por favor, quando começarmos, peça para que os que tiverem com lanças e arcos acertarem as costas dela, conforme eu for me esquivando. Eu não terei como vencê-la sozinha. Passe essa mensagem para todos, especialmente para o Lyu, ele, pelo que vi, está com a pontaria excelente hoje. —— Ele engoliu seco. —— Tudo bem, e não morra. —— Após os dizeres, saiu correndo transmitindo a mensagem. —— Tentarei... —— Respondi à mim mesmo.
Me virei, ainda trêmulo, as penas pareciam chocalhos e os dentes rangiam como se estivesse com frio. Nunca havia sentido isso. O medo. O medo verdadeiro. Assim era ele. —— Lhe restam vinte segundos ainda, menino. —— Me informou, e apenas consegui rir, mas uma risada curta e ríspida. —— Me dê esses vinte segundos para respirar então. E me diga, qual o seu nome? —— Indaguei, não desviando o olhar daqueles orbes amarelos cintilantes. —— Adrastea! Aquela que ninguém pode escapar! —— Adrastea sentiu orgulho ao ponderar seu nome e de brinde o significado dele. —— Hm... Interessante. Desta vez, quem não vai escapar de você é a morte! —— Bradei, irritando-a tão significativamente que ela urrou e partiu brandindo sua lâmina aos céus, prestes a me atacar, e meu primeiro e mais inteligente movimento do dia, foi me jogar para a esquerda e do modo mais rápido que pude, me levantar e começar a perfurar seu braço.


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