O Casamento Da Minha Mãe escrita por Devoradora de Livros


Capítulo 3
Estamos Na Caralholândia Ou Algo Parecido


Notas iniciais do capítulo

Hey Guys!

Eu pessoalmente não acho que esse foi o meu melhor, mas fiquei pra baixo com o número de reviews. Eu tive 5 no primeiro capitulo. No segundo só 2.

Eu também quase não postei hoje. Eu perdi o capitulo e quando fui rescrever, não me inspirei. Poxa, galera, só dois? Eu sei que tem 18 pessoas aí. E sei que tem mais um monte de leitor anônimo ou sem conta. Mas por favor. Serio.

Beijos!
/Ciça



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Ótimo. Simplesmente ótimo.

Seriamos eu, meu irmão e duas semanas no meio do nada. Sonho adolescente.

–-------------

Eu acordei com o barulho irritante (talvez não irritante assim) do meu celular tocando Boulevard Of Broken Dreams, Green Day.

Se quer um conselho, nunca use uma música boa como toque ou despertador. Você vai começar a odiá-la com todas as suas forças. Se possível não tenha um despertador.

Grunhi e agarrei aquela porcaria, nem mesmo ousando abrir os olhos. Deslizei meu indicador sobre a tela e desliguei o alarme. Mesmo sabendo o horário programado no sistema do meu celular, olhei as horas.

Que tipo de cretino faz dois adolescentes em férias acordarem as oito da madrugada num sábado?

Bem, aparentemente, Zack Grace.

Me espreguiçando, eu sentei na cama e olhei envolta. Tentei memorizar cada detalhezinho do meu quarto. Afinal, eu iria ficar duas semanas dormindo em um lugar estranho (que, diga-se de passagem, estou apostando ser uma boate).

O meu quarto consistia em um cômodo no lado direito do segundo andar. As paredes tinham a cor branca (que eram preenchidas com prateleiras, fotos, quadros, esse tipo de coisa), fora uma. Uma das paredes era preta com vários tons de verde, azul, vermelho, laranja e amarelo em forma de explosão por toda ela.

Eu lembro de ter pintado isso quando me mudei pra cá aos 13 anos. Minha amiga, Annabeth, que não morava muito longe daqui, havia vindo dar as boas-vindas a vizinhança e eu pedi sua opinião, já que no dia ela carregava um livro de design (aprendi mais tarde que era nos cômodos e na arquitetura que ela estava interessada). Passamos a tarde pintando de preto e quando Jason chegou da equitação, usamos balões de tinta para colorir algumas partes.

No meio dessa parede preta/colorida havia minha cama, king size, no momento com uma colcha verde escuro cheia de variadas almofadas (pelas quais eu mantinha uma estranha relação de amor e ódio). Um enorme janelão dava para o meu lado do jardim, e ao lado oposto a esse, minha escrivaninha bagunçada, pelo fato de eu não me sentar ali a um mês e meio (ferias, sweet ferias) e jogar toda minha tralha ali (Ah, depois eu guardo... 1 mês depois: Um dia eu guardo...).

No canto do janelão havia uma porta que dava para o meu closet (vulgo Nárnia, porque nunca encontro nada quando procuro), e ao lado ficava a porta que levava para o meu banheiro.

O chão de carpete cinza escuro contrastava com o tapete azul elétrico no centro do quarto, abaixo de um lustre de cristal, onde haviam mais algumas almofadas e meu material de desenho estava empilhado na cadeira móvel presa a uma corrente no teto que estava ali perto da mesinha de centro, que na verdade ficava mais perto da porta do que do centro.

Eu sentiria falta da minha bagunça.

Milagrosamente, consegui me levantar sem que nada de desastroso ou trágico acontecesse a minha pessoa. Também não ouvi nenhum estrondo no quarto de Jay, então:

A) Estamos sendo compensados pelo universo.

B) Jason ainda estava dormindo.

Provavelmente a segunda opção.

Ou seja, eu tinha três opções.

A) Ir acordar Jay, como uma boa irmã.

B) Deixar ele ser deserdado por perder o voo.

C) Entrar lá e acordar ele de um jeito prazeroso (pra mim, claro).

Escolhi a que poderia me dar um pouco de diversão antes de eu embarcar para o inferno. Opção C.

Fui até minha escrivaninha e procurei algo que Annabeth usara para me acordar alguns dias atrás (E que sim, eu havia jogado ali também, me julgue sociedade).

Se eu conseguisse achar alguma coisa ali.

Depois de escancarar algumas gavetas (estava bem mais fácil, eu precisei procurar minha maleta de pincéis chineses então a situação estava um menos terrível do que ontem) jogar algumas coisas por aí e vasculhar o meu quarto por meia hora (3 horas até o embarque dos infernos) encontrei a bendita lata (eu havia jogado no banheiro quando ela soltou a trava sem querer).

Como eu sou muito madura, profissional e eficiente, caminhei calmamente pelo corredor até o quarto do Jason.

Só que não.

Eu segurava a lata com uma mão e tapava minha boca para me impedir de gargalhar enquanto corria pelo corredor as 8:35 da manhã de pijama de caveirinhas.

Logica? Maturidade? É tipo sabor de sorvete?

Enfim. Depois de um momento de concentração e foco, abri a porta do quarto silenciosamente. Peguei a fita adesiva e eu ia prender a trava, mas algo me chamou atenção.

O celular de Jason tremia como se estivesse possuído pelo demônio, mas meu irmão continuava em seu mundinho sonolento.

Peguei o aparelho com cuidado e olhei o identificador.

"Pips" e logo abaixo uma foto que eu penso ser no cinema de dois de atrás, ou o cinema do dia em que eu quase cometi um homicídio contra Luke Castellan (aquele cretino imundo, argh).

45 ligações.

Ah, Jay Jay, você está completamente lascado.

Deixei o celular onde encontrei e me dirigi a porta. Contei até três no temporizador e prendi a fita.

3...

Fechei a porta.

2...

Corri até o meu quarto.

1...

Fechei a porta prateada do meu quarto e esperei um segundo.

FFOOOOOOOOOOOMMMMM!

E em seguida o berro de Jason:

–- THALIA! EU SEI QUE FOI VOCÊ SUA VACA! -- Ele berrou e acho que no Canadá ouviram ele.

E seu pai, Thalia?

Meu pai já cansou de acordar no meio da noite por nossa causa, então o quarto dele é a prova de som. Que simpático, não acham?

De qualquer modo, eu gargalhei como uma hiena, e fui no banheiro tomar um banho.

Pode-se dizer que meu banheiro era bem humilde.

No canto tem uma banheira com capacidade para três pessoas no máximo (geralmente eu e Annabeth preferíamos ficar ali do que ir a piscina lá fora, já que geralmente estava frio demais lá fora quando tínhamos animo e só fazia sol quando não tínhamos). Acima dela tem cremes e produtos (muitos dos quais eu não faço ideia da serventia). Em frente a porta uma penteadeira enorme, onde haviam minhas tinturas de mechas azuis (que eu fazia eventualmente) e outros apetrechos para cabelo, além é claro da minha maquiagem.

Havia também um chuveiro, mas eu quase nunca o utilizava num banho convencional (sem lavar o cabelo), porque sim, se eu tenho uma banheira, obrigatoriamente preciso usa-la.

Alguns armários acima da pia e da privada, onde eu guardava roupas intimas, pois eu geralmente esquecia de pega-las no closet e odiava fechar as cortinas do meu quarto.

E um sofá que eu não tinha ideia da serventia estava lá também.

Não acharam a cara da humildade?

Entrei na minha banheira após me despir e chequei meu What's App.

Annie:

"Thalssss!”

“Você não tem noção. Consegui dar um jeito de ir no show. Aquele que eu te falei.”

“Connor deu um jeito de me vender o ingresso do Travis e o Nico está na Sibéria, ele não vai precisar do dele.”

“Aí você tem que vir junto. E se o Connor achar que é um encontro?"

Respondi a mensagem.

"An, não vai dar. Daqui a pouco embarco numa viajem só de ida pra puta que pariu com volta daqui a duas semanas. Não é ótimo?"

Annie:

"Duas semanas? O que você fez dessa vez? Explodiu sua casa?"

Quem me dera, cara Annie.

"Não. Minha mãe. Te explico quando voltarmos."

Annabeth ficou me mandou um “?” e ficou off.

Eu continuei o meu banho.

Estou exagerando as coisas. Qual a pior coisa que pode acontecer nessa viajem?

–--------------

Okay, quando eu pensei no "qual a pior coisa que pode acontecer nessa viajem?", eu definitivamente não estava esperando isso.

Voltemos para o momento em que eu e Jason estávamos no portão da frente da mansão Grace, com outra estranha situação onde meu pai demonstra sentimentos aos quais não sei exatamente como reagir, já que tais sentimentos me eram desconhecidos até dois dias atrás.

Eu observava alguns rapazes, de talvez 23 ou 24 anos carregarem minhas 4 malas gigantes para o carro.

Não se espante. Duas delas continham meu equipamento de pintura. Afinal, o que eu faria por duas semanas sem internet?

Voltando ao assunto, Jason desceu a escada seguido por mais três rapazes carregando três malas.

Jay murmurava um "maldita viajem" a cada cinco segundos, bufando e checando o celular. Ah, mas é claro. Piper.

Eu estava numa seria discussão comigo mesma sobre rir da cara dele ou consola-lo, porém quando eu finalmente decidi fazer os dois, meu pai apareceu na sala.

Ele não parecia exatamente triste. Talvez fosse sentir saudade das suas pestes, mas eu quase vi alivio na sua expressão. Cretino do caralho.

–- Então... -- Ele começou me encarando.

–- Então... -- Repeti cruzando os braços e revirando os olhos, enquanto encarava de volta.

Jason continuava encarando o celular como se não tivesse notado o fato de eu estar à beira de cometer meu segundo quase homicídio em três dias.

–- Sentirão falta de casa? -- Zack perguntou, como se perguntasse qual sabor de sorvete eu queria.

Eu realmente queria gritar, chorar e espernear. Respirei fundo, me centrei e encarei ainda mais fundo os olhos do meu pai com o meu olhar mortal evoluindo de número 12 (para mortes rápidas e quase indolores) para o olhar mortal número 27 (para uma morte lenta e dolorosa).

–- Posso viver com isso. -- Alfinetei de volta, não permitindo meu rosto a transparecer nenhuma emoção.

Meu pai desviou os olhos para o chão, absorvendo minhas reações.

Ah, o doce cheiro da vitória.

Meu pai olhou para mim como se fosse a primeira vez que me visse. Olhei para Jason em busca de ajuda, mas Jay já estava encarando seu telefone dentro do carro (não que fosse muito útil tê-lo encarando o telefone do meu lado).

Bufei e abri a porta da frente.

Entrei no maldito carro e meu olhar pousou no rosto do meu pai, escuro por causa do fumê.

É, talvez uns tempos longe de New York sejam até bons.

O caminho todo até o aeroporto foi tranquilo, até. Fomos encaminhados para o jatinho. Previsão de pouso para seis da tarde. Que sorte.

–-------------

Eu estaria mentindo se dissesse que o voo foi ótimo.

A questão é que talvez eu fique um pouco alterada quando estou em grandes alturas.

Quem eu estou querendo enganar?

Eu surto completamente.

Minhas mãos suam, eu tremo, meu rosto fica meio esverdeado, me sinto nauseada, parece que meu coração vai sair pela boca e minha cabeça dói. Além da sensação constante de que eu vou cair e morrer, que não é das melhores.

Então é completamente compreensível que eu agradecesse a Deus por chegar em terra segura, e saísse berrando “Amada terra de Jesus!”.

Aparentemente Jason não pensa assim, porque virou o rosto e fingiu que não me conhecia.

E não sei se posso culpa-lo por isso.

De qualquer maneira, saímos do aeroporto onde um taxi esperava por nos. Mais duas horas de carro.

Quem diria que o inferno era tão longe assim? Onde estávamos? Alabama? Texas? Califórnia? Eu não saberia dizer nem se ainda estávamos na América.

De qualquer modo, Jason acabou por dormir quando o celular ficou sem sinal, por volta de uma hora de viajem.

Eu realmente não sei como aconteceu. Eu juro. Só sei que quando eu percebi o que estava dizendo já havia contado tudo pro taxista (um senhor bem simpático, na verdade), e agora eu estava o ouvindo dizer coisas como "moça, vai ficar tudo bem" ou "não é pra sempre".

Quando eu fiquei tão dramática?

Ah, sim. Minha mãe me deu esse presente também.

De qualquer modo, eu já estava pra comentar com o Ted (apelido de Tedinson Kinight, o nome do taxista, meu novo bff) que planejava fazer faculdade na Califórnia, quando finalmente chegamos.

–- Tenha uma boa estadia, senhorita Thalia. -- Ele se despediu e Jason e eu retiramos as coisas do carro. Ele acenou e eu sorri. Um cara legal.

Olhei em volta. A nossa esquerda uma placa:

Hell. Fundada em 1834. População: 1.567."

Bem, aparentemente, não estávamos em nenhum estado, e a primeira coisa que eu estava vendo de civilização era o que eu penso ser um posto de gasolina a mais ou menos 500 metros.

Fomos andando, em silencio. Dos dois lados, só haviam rochedos e areia. Eu não sabia onde aquilo terminava, e se decidisse andar por entre os rochedos, acho que eu poderia andar pra sempre e nunca encontrar uma só árvore.

No posto, um cara chamou um taxi da cidade para nos.

Se é que se pode chamar aquilo de taxi.

Quer saber? Não sei nem se podia chamar de carro. Digo na cara mesmo, oh.

Era um veículo meio empoeirado, com bancos forrados do que eu espero ser jornal porque eu juro que senti algo se mexer, a bagaça se movia a 20 quilômetros por hora, e o tal taxista não era nem de longe tão legal quanto o Ted.

Em compensação, Hell não parecia assim tão ruim. Pelo centro da cidade haviam várias casas, alguns centros de compras, restaurantes, mas nada muito, hum..."NY", se é que você me entende.

Eu não sabia exatamente para onde estávamos indo, e Jason parecia meio adormecido, talvez Jet Lag, talvez Piper, mas ele estava bem quieto no geral.

–- Hum... Moço? -- Perguntei.

O cara olhou pra mim pelo espelho como se quisesse muito me largar fora do taxi, no meio da porcaria da cidade.

–- Hope Madison. Sabe onde ela mora?

Ele moveu a cabeça num sim e fez uma curva mega fechada, e Jason gritou assustado:

–- AHHHHHH EU JURO QUE NÃO FUI EU QUE MATEI A ALISON!!

Coloquei a mão no seu ombro, segurando uma risada.

–- Tudo bem, senhor Dilaurentis.

Me segurei para não rir do segundo que seu rosto mostrou horror.

–- Não me assuste desse jeito! -- Ele disse emburrado.

–- Senhor, senhorita? Chegamos. -- O homem disse mal-humorado.

Eu mereço.

Paguei o cidadão, e tiramos as malas.

–------------------

A casa era... Diferente.

Minha casa em NY é branca por fora com detalhes em azul e verde, além de prateado.

Essa casa era verde-piscina, com uma porta vermelho berrante, um telhado azul e um quintal que eu exploraria amanhã. Meio colorida demais. As cores estavam me deixando meio tonta, já que também emitiam um brilho meio neon.

Subimos uma pequena escada que nos levava a porta vermelho berrante.

Nos entreolhamos.

Jason tocou a campanhia.

Hope abriu a porta sorridente em roupas do que acredito ser tango argentino.

Ela e Jason falaram sobre algo, mas eu estava absorvendo a atmosfera da casa.

Tudo na casa parecia saído de um cassino de Las Vegas. Tudo mesmo.

Subimos as escadas. Havia um quarto com um beliche e uma cama. Me joguei na cama e Jason no beliche de cima. Bem, pelo menos isso, era um colchão de verdade.

Eu não tive tempo de olhar o quarto direito, me lembro de alguém colocar minhas coisas perto da minha cama e me cobrir com um cobertor.


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Notas finais do capítulo

Pra quem não pegou a referencia na hora que o Jason acorda, é de Pretty Little Liars, Alison Dilaurentis tem um irmão mais velho chamado Jason que em algum ponto do show foi acusado de mata-la (little liars do mundo, me digam: foi na segunda temporada?).

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