Secrets escrita por Brends


Capítulo 3
Completely Mad


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, deu problema no meu notbook e não deu pra postar antes



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Enquanto andava em direção a aula de psicologia os olhos de Peter me vieram a cabeça, parecia um olhar familiar, como se eu o já tivesse visto a muito tempo só que em outra cor. Uma ideia insana passou pela mente mas eu só poderia estar enlouquecendo pra pensar em algo como aquilo, mas não poderia ser só conhecidência, Peter carregava o mesmo olhar que Jared, obcessivo e gentil ao mesmo tempo. Eu só poderia estar tendo alucinações novamente, como eles poderiam ter alguma ligação? A ideia parecia loucura mas enquanto mais eu pensava mais a ideia parecia provável.

– Srta. Anderson poderia por favor fingir que esta participando da minha aula – a voz do professor Hale me despertou, só então percebi que estava em aula a mais de meia hora – Se tiver se sentindo indisposta lhe darei um passe para que vá até a enfermaria!

Todos os olhos se voltaram para mim, a maioria ali não me conhecia mas alguns sim e os professores estavam ciente do meu tratamento psicológico. Sr. Hale arqueoou uma sombrancelha esperando pela resposta da pergunta que não fora feita.

– Peço desculpas professor, mas vou aceitar o passe para a enfermaria – respondi recolhendo minhas coisas, perto da porta havia uma garota que me observava a vários dias no começo pensei que era só curiosidade por ter ouvido os boatos sobre minhas alucinações mas agora parecia algum tipo de perseguição – No final da aula passo para pegar o dever de casa.

– Estarei esperando!

Professor me entregou um pedaço de papel que explicava o porque de estar andando pelos corredores em horário de aula, apenas um inspetor me parou durante o trajeto até a infermaria. A enfermeira, Sra. Marques, já me conhecia e também sabia que todas as vezes em que aparecia não era nenhum problema fisíco e sim psicológico, mas como mandava o protocolo ela tirava minha pressão e conferia os batimentos cardíacos.

– O que aconteceu dessa vez, querida? – perguntou enquanto guardava os equipamentos – Alguma alucinação ou apenas se perdeu em pensamentos novamente?

– Me perdi em pensamentos, mas tenho quase certeza de que estou enlouquecendo – falei soltando um sorriso fraco e pegando minha bolsa – Mas estou bem, e falar com você me ajuda um pouco.

Sra. Marques já tinha uma certa idade e até lembrava a gorvenanta de minha casa, Beth, uma senhora adorável que mais parecia minha avó. Minha mãe tinha dito que Beth foi uma peça importante em sua criação por isso manteve o emprego dela depois que meus avós faleceram. Até parece uma coisa triste, quase toda a minha família já estava falecida, sobrando apenas alguns tios, minha mãe e a mim mesmo, eu não me importava muito com isso afinal não sou muito sociável. Assim que cheguei na área de estacionamento liguei para Jorge pedindo para que ele fosse me buscar imediatamente, como eu disse antes Jorge não é uma pessoa que fala muito mas é muito gentil. Em apenas 15 minutos estava dentro do carro indo em direção ao consultório do meu psicólogo, Dr. James.

A sala de espera não era um local muito agradável, as paredes tinham uma cor de verde musgo, a pequena mesa da recepcionista era de madeira e todas as cadeiras eram pretas, provavelmente os paciêntes com depressão entravam ainda mais depressivos no consultório. A única coisa que separava a sala de espera do consultório era uma porta de vidro fosco com as bordas de madeira, era possivel ver o nome Carter James entalhado no vidro. O cunsultório era mais agradável com suas paredes pintadas de branco e um sofá preto fazendo contraste com a cor da parede, a frente do sofá, próximo a janela ficava a poltrona de couro preto que Carter ocupava orgulhosamente, do lado esquerdo havia uma prateleira de madeira envernizada repleta de livros tanto de psicologia quanto os livros que Carter costumava ler.

Carter me observava enquanto eu analisava a sala mais um vez, seus olhos azuis seguiam cada movimento meu enquanto seus dedos brincavam distraidamente com a caneta, ele usava uma calça social e uma camisa listrada e seu velho sapato preto completava seu conjunto “perfeito”. Em muitas sessões conversavamos sobre o meu dia-a-dia e geralmente sobre os pesadelos que eu tinha mas ele sabia que quando eu aparecia sem avisar era porque tinha algo acontecendo.

– Lucy, vai se sentar ou prefere ficar olhando os livros? – perguntou com sua voz levemente rouca e seca – Não me importo, desde que fale algo!

– Hoje tive aquele pesadelo mais uma vez e quando estava indo para uma das minhas aulas uma coisa começou a martelar em minha cabeça, foi tão forte que não percebi quando cheguei na classe – falei enquanto passava os dedos pelos livros, pela milésima vez – Conheci um rapaz, ele me parece tão familiar mas eu só posso estar enlouquecendo ele não poderia ter algo a ver com o Jared, poderia?

– Teremos que estudar este pesadelo mais a fundo – se pronunciou – Me de mais detalhes sobre esse rapaz, foi ele quem te fez perder o foco da aula?

– Esbarrei com ele assim que cheguei na faculdade, ele parecia simpático mas na hora do almoço parecia que estava me perseguindo. Ele disse que seu nome era Peter, e quando olhei em seus olhos notei que poderiam ter alguma semelhança com os olhos de Jared, exceto pela cor é claro – assim que terminei de falar me virei para analisar a expressão de Carter e ele estava fazendo algumas anotações em seu velho diário de couro.

Ele fez mais algumas perguntas sobre Peter mas como não o conheço não pude responder a todas, ele me disse que teria que analisar essa minha comparação e voltamos ao tópico do pesadelo. Eram sempre as mesma explicações e eu já estava farta delas, não era apenas por causa do trauma tinha algo mais, eu sei disso, durante os dois meses em que Jared me manteve presa em ocasião alguma ele havia usado aquela coisa de ferro e segundo meu professor quando os pesadelos tem algo a ver com o trauma ele apenas recria todos os acontecimento e geralmente não acrescenta nada.

– Lucy suas visitas estão ficando cada vez mais recente, o que eu lhe disse sobre superação – falou massageando as tempôras – Você me disse que quer ser psicóloga, como pretende ajudar as pessoas se não consegue resolver os próprios problemas?

– É por isso que eu ainda me consulto com você! – eu tinha vontade de gritar mas se fizesse isso era capaz dele me banir de seu consultório, e sinceramente, Carter foi o melhor psicólogo que encontrei – Eu superei o meus medos, e todos os traumas mas só quero uma explicação para ainda estar tendo essas alucinações e pesadelos. Eu só quero que isso acabe, por favor me ajuda!

Eu não sabia mais o que fazer, tudo que eu queria era acabar com as alucinações, com os pesadelos eu poderia até conviver mas não conseguiria ter uma vida normal com aquelas alucinações. Carter concordou em me ajudar mas por hoje meu tempo já tinha acabado, passei na recepção para Amélia carimbar minha carteirinha de presença e desci até o estacionamento para encontrar com Jorge. Passei na faculdade e peguei o trabalho com o professor Hale e fui direto pra casa, afinal não tinha nada para fazer, não tinha amigos para sair nem mesmo gostava de sair de casa.

Eu não tinha o costume de entrar pela porta da frente, sempre usava a porta da cozinha o que me dava a oportunidade de falar com Beth antes de me recolher em meu quarto. Assim que abri a porta o cheiro de massa chegou as minhas narinas, Jorge deveria ter contado a Beth que tinhamos passado no Dr. James porque ela só fazia massa quando eu tinha consulta. Coloquei a bolsa em cima da bancada e ocupei um dos bancos de frente para o fogão, Beth mechia nas panelas com extrema precisão, fico me perguntando qual seria sua idade ela nunca revelara apenas dizia que tinha idade para ser minha avó.

– Como foi a aula? – sua voz delicada me trouxe de volta para realidade – Jorge me contou da consulta, estou fazendo sua massa predileta.

– Obrigada, Beth – falei recolhendo minhas coisas – Muito gentil da sua parte, sabe que não precisa fazer massa toda vez que me encontrar com Dr. James, não sabe?

– Eu sei querida, mas eu gosto – se virou pra mim com um sorriso doce – Você tem visita, está te esperando na biblioteca!

Visita? Provavelmente algum membro do corpo docente da faculdade vindo informar que terei que parar de sair no meio das aulas ou serei expulsa, assim que me aproximei da grande porta de madeira envernizada ouvi um som familiar, parecia algum tipo de jogo como aqueles jogos de guerra do video game. Empurrei a porta e não vi ninguém, provavelmente estria no segundo andar olhando os livros de ficção mas novamente ouvi o som do jogo, como uma pequena explosão, fixei o olhar em uma das poltronas viradas para janela e vi o topo de uma cabeça, só poderia ser minha visita e provavelmente estava jogando em seu celular o que denunciava o tempo que estava esperando.

Coloquei a bolsa em cima da mesa e me joguei na poltrona do seu lado direito o barulho da colisão fez com que ele levasse um susto e deixasse o celular cair, não me contive e soltei uma risadinha tímida, ele recolheu o celular do chão e ficou me encarando com cara de assustado.

– O que faz aqui? – perguntou

– Peter, isso é óbvio. Eu moro aqui!


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro de ortografia me avisem, não tive tempo de revisar



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