Secrets escrita por Brends


Capítulo 2
Lindos olhos verdes


Notas iniciais do capítulo

Espero que tenham lido a nota da história!



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Era como se estivesse acontecendo tudo outra vez, só que dessa vez era pior. Meus braços estavam presos por uma corrente presa à uma parede de pedra e uma dor aguda vinha da minha cabeça e minha boca tinha um gosto forte de sangue. Minha cabeça começou a pesar e a dor só aumentou, eu estava sobre uma escuridão total sem poder saber qual era minha real situação todas as minhas deduções até agora foram feitas pelo tato. Como se alguém lesse meus pensamentos uma luz se acendeu e eu pude ver que estava certa sobre a corrente presa a uma parede de pedra, ao virar a cabeça para esquerda vi uma janela e nela pude ver o meu reflexo, minha cabeça doía por causa de uma aparelho de metal preso a ela e que fazia com que parafusos penetrasse meu crânio. O pânico tomou conta de mim e comecei a gritar.

Acordei em um pulo quase caindo da cama, era segunda vez na semana que eu tinha este sonho, ele não faz nenhum sentido pra mim já conversei com minha mãe e com meu psicologo sobre isso mas nenhum dos dois me deram respostas convincentes. Escutei um barulho na cozinha denunciando minha mãe, moravamos apenas nós duas mas as vezes ela arrumava um namorado. Era sempre a mesma coisa, eles vinham aqui e depois iam embora deixando minha mãe ainda mais infeliz, eu fico me perguntando porque ela faz isso. Ela é bonita e inteligente mas insiste em arrumar caras que não valem o chão em que pisam, eu só quero o bem dela mas parece que ela não pensa dessa forma.

Coloquei uma roupa qualquer, ainda tinha que ir a faculdade, para minha mãe isto era uma forma de mostrar para os outros que eu havia superado meu trauma, mas é mentira. Não importa quantos anos se passem, em quantos psicólogos eu vá, eu nunca vou superar este episódio da minha vida sei que pode parecer drama mas uma garota de 20 anos não merece passar pelo o que eu passei, na verdade ninguém merece passar por isso. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo e desci até a cozinha onde encontrei minha mãe e um cara moreno e alto, ele me cumprimentou com um aceno de cabeça e mamãe me deu um beijo na testa.

– Bom dia, querida! Dormiu bem? – perguntou

– Sim, nem te ouvi chegar. – olhei para o cara do outro lado do balcão – E você, como te chamam?

– Não use esse tom de voz comigo mocinha, posso ser seu novo pai. Mas pro seu conhecimento me chamo, Marcel – falou pegando uma fruta

Revirei os olhos e voltei pro meu quarto, todos diziam o mesmo e não duravam uma semana. Não sei se desistiam por me conhecer, e saber que minha mãe não era totalmente sozinha, ou ela era uma pessoa impossível de se manter em um relacionamento. Peguei minha mochila e desci até a garagem, Jorge já me esperava ao lado do carro, uma BMW X5 preta. Seguimos direto para a faculdade, onde infelizmente eu estudava não era um lugar ruim somente alguns alunos que faziam com que o lugar ficasse insuportável, por exemplo a Rachel, toda patricinha e namorada do cara mais nojento do lugar. Para eles todos que eram privilegiados pelo dinheiro tinham que ter o respeito de todos, em outras palavras as pessoas tinham que se jogar a seus pés. Por mais que minha mãe tenha herdado uma fortuna com o falecimento do meu pai, dinheiro era a coisa que menos importava para mim.

O percurso até lá foi tranquilo, Jorge não falava muito então eu ficava apenas ouvindo musica enquanto ele dirigia. Assim que desci do carro pude ouvir algumas risadinhas, sorri para Jorge como forma de agradecimento e sai andando em direção ao prédio de estudos. Todos me olhavam torto como se eu fosse algum tipo de aberração mas na verdade era que todos me conheciam como a garota pirada, depois de escapar das garras de Jared tive que voltar a fazer minhas atividades normalmente e minha mãe se recusava a se mudar como eu havia pedido várias e várias vezes. Eu tinha alucinações e muitas vezes eram como se eu tivesse pesadelos acordada e muitos deles haviam acontecido de verdade, então posso dizer que o ensino médio não foi assim tão legal como todos falam.

Eu tinha esperanças de que quando eu entrasse pra faculdade tudo melhorasse mas não foi bem isso que aconteceu, eu consegui superar as alucinações mas os estudantes e até alguns professores ainda me tratavam como se eu tivesse algum tipo de distúrbio mental. A maioria me tratava normalmente ou nem falavam comigo mas outros tinham o prazer de ficar relembrando tudo que aconteceu comigo na época do colégio, isso não me irritava mas as vezes eles passavam dos limites, afim de fugir de todos os olhares comecei a andar mais rápido e acabei esbarrando em alguém, meus livros caíram e alguns papeis voaram ao meu redor.

– Me desculpa, eu sou uma desastrada – comecei a falar sem nem mesmo ver em quem eu tinha batido, abaixei para pegar os livros e parece que a pessoa na minha frente teve a mesma ideia, levantei uma pouco a cabeça e um par de olhos verdes me encarava – Você esta bem?

O garoto a minha frente apenas afirmou com a cabeça e me ajudou a pegar os livros, ele não disse nada apenas ficou me encarando enquanto segurava meus livros, quando percebi que ele não estava fazendo nada limpei a garganta e falei.

– Eu preciso dos livros!

– Desculpa, o que dizia? – balançou a cabeça aparentemente perturbado

– Os livros, eu preciso deles – repeti apontando para os volumes em suas mãos

Ele me devolveu mas continuou me encarando o que estava começando a me incomodar, dei uma passo pra frente anunciando que estava indo embora então ele parou na minha frente, arqueei uma sobrancelha demonstrando minha confusão então ele falou.

– Me desculpa por ter esbarrado em você. Qual seu nome?

– Lucy Anderson, e você? – perguntei esticando a mão em forma de comprimento

– Peter McGuire! – ele apertou minha mão e sorriu torto

– É novo aqui, Peter? Acho que nunca te vi pelo campus!

– Fui transferido a pouco tempo – enquanto ele respondia reparei no relógio em seu braço, se eu estava vendo corretamente já estava atrasada para primeira aula.

Apenas sai correndo para o prédio de onde se localizava minha classe enquanto Peter gritava por mim, sei que não foi o correto a fazer mas com minha reputação Sr. Jackson, meu professor, não ficaria muito feliz com o meu atraso. Entrei na sala como um furacão e assim que ocupei uma das carteiras o professor entrou na sala, ele parou ao lado de sua mesa e olhou pra mim balançou a cabeça negativamente e começou a aula.

Na hora do almoço fui até a lanchonete e comprei um refrigerante e me sentei no jardim, o dia estava agradável o sol não estava muito quente proporcionando um bom descanso debaixo de uma arvore enquanto eu lia um livro. Alguém parou na minha frente fazendo sombra sobre o livro quando levantei a cabeça para verificar quem era, Peter estava sorrindo para mim como se fossemos amigos de longa data. Ele se sentou ao meu lado e puxou o livro da minha mãe, analisou título, escritor e capa e no fim fez o seguinte comentário.

– Você não parece o tipo de garota que lê mistérios

– E você não parece ser um cara intrometido, mas acho que me enganei – falei pegando o livro de volta e fui me levantando

– Espera, aonde vai? – perguntou segurando meu pulso – Eu não quis ofender, eu só...

– Aonde eu vou não te interessa – o interrompi – Agora poderia soltar meu braço, eu preciso ir.


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Notas finais do capítulo

Não sei quando sai o próximo capítulo, só depende de vocês.



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