Falando de Flores escrita por Arabella


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

E AÍ? NINGUÉM AFIM DE ME MATAR ALÉM DA BELLA, É?
Minha amiga passou mal, aula começou, a aula de reforço começou. CULPEM A ESCOLA.
Demorei, né?
Quase matei a Gabi de curiosidade, mas aqui está um pouco sobre o Lip.
Cale a boca, Mariana, deixe o povo ler.
Desculpas pelo nome ridiculo do capitulo mas é que não dava pra se inspirara do poema.



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“Estou dançando comigo mesmo.”

Billy Idol (Dancing with myself)

O relógio digital no meu criado mudo mostrava 00:03. Eu já sabia que a insônia me dominaria hoje. Me virava de um lado pro outro, descobri meu pé, puxei a coberta, virei o travesseiro, nada adiantava. Pesadelos, lembranças. Elas sempre vinham, não tinha como controlar. Apertei o interruptor ao lado da minha cama e a luz invadiu a escuridão do meu quarto, verifiquei se a porta realmente encostada para não atrapalhar o sono do resto da casa. Antes de pular da cama olhei para o colchão de baixo e me lembrei que Olívia acabou dormindo ali. Depois que chegamos, conversamos até cairmos no sono. Quer dizer, ela caiu, porque eu não conseguia descansar um nervo.

Desisti de lutar contra os pesadelos e me levantei para pegar um livro na estante quando comecei a escutar alguma coisa. Não uma voz, quer dizer, junto da voz vinha um barulho de corda, era uma música, muito familiar, mas não conseguia distinguir de onde vinha. O inútil do Guilherme deve ter deixado o radio ligado, pensei, tentando abrir a porta devagar para evitar fazer muito barulho e me esquivei pelo corredor. Todos os cômodos tinham as luzes apagadas, menos a sala, minha mãe continuava com o habito de deixar alguma luz acesa. Quanto mais mergulhava no escuro, mais abafado o som ficava, não tenho medo do escuro, mas tenho medo no que pode ser esconder nele. Corri de volta para o meu quarto antes que o ser monstruoso da minha imaginação surgisse e me perseguisse até a morte ou sei lá o que. Fechei a porta atrás de mim e freei a tempo de impedir um tremendo acidente, bater na escrivaninha e cair pela janela. Recuperei o fôlego e me endireitei. A menos de dois metros de distância se via uma sombra através da cortina, essa sombra balançava os cabelos e mexia as mãos freneticamente. Foi só então que eu me dei conta de onde vinha a música, e agora, mais próxima, percebi que não era qualquer música, era uma das minhas musicas preferidas que tocou em Glee, em alguns dos episódios que Júlia me fez assistir com ela.

"Oh Dancing with Myself

Oh Dancing with Myself

Well There's nothing to lose"

A sombra continuou a cantar e a tocar, quando dei por mim já estava murmurando algumas partes junto ao rapaz, tinha que admitir, esse meu novo vizinho levava muito jeito. Dois trechos antes do final da letra, minha maravilhosa trilha sonora parou. Ou, espera um pouco, como assim parou? Voltei o meu olhar para o quarto do prédio vizinho e meus pensamentos passaram como raio na minha cabeça. Não lembro quando eu decidi me sentar, quer dizer, pular na cadeira e enfiar o livro na minha cara.

Meu musico misterioso provavelmente percebeu que tinha platéia e resolveu descobrir quem era a bisbilhoteira. Me sentei com tanta pressa e força que lancei minha luminária no chão. Ou eu estava com muita sorte, ou com muito azar. O fio da minha luminária vermelha enrolou no fio do aparelho de som e o objeto ficou preso no ar uns 4 centímetros acima do chão. Escutei uma risada, me segurei ao máximo e não desviei o olho do meu livro, o garoto devia estar me achando a maior pateta do mundo, não podia dar a ele o gosto de me ver mais vermelha do que um pimentão, por mais que eu quisesse ver teu rosto. Fingi estar super concentrada na história, e foi quando eu percebi que as letras estavam de ponta cabeça. No desespero para disfarçar segurei o livro de cabeça para baixo. Ponto pra mim.

A música voltou e levantei lentamente o olhar para verificar que quem quer que seja a criatura tão talentosa, já tinha acabado de me examinar. A cortina continuava aberta, dando a visão para cama bastante bagunçada, com um skate e uma pilha de livros sobre ela, ao lado da cama se encontrava um teclado. Automaticamente virei o rosto e encarei o meu teclado logo atrás de mim. Sobre as teclas dele, as baquetas de uma bateria, que deveria ficar no outro lado do quarto, o lado em que a janela não permitia que eu visse. A garoto continuava concentrado nos acordes da melodia, por impulso voltei o meu olhar para o teclado e notei uma camiseta pendurada perto de outras folhas. Não, não era uma camiseta qualquer, era o uniforme do colégio da minha prima, o colégio onde eu começaria a estudar a partir dessa segunda.

Tive a impressão de estar sendo observada, e, assim que virei meu rosto para o encarar, o musico misterioso voltou pro outro lado. Não consegui ser ágil o bastante para enxergar seu rosto com precisão, mas pude ver seu perfil de relance por um centésimo de segundo. Se alguém me pedisse para descrevê-lo, eu não seria capaz, mas algo eu podia afirmar com segurança, ele era bonito, ele era muito bonito, por dentro e por fora. Tinha os cabelos num to escuro familiar, ele lançara um sorriso que deixava suas covinhas a mostra enquanto me encarava, e seu olhar... Me deitei, tentando passar aquele momento diversas vezes na minha cabeça, mas não conseguia lembrar a cor de seus olhos. Era algo que nunca tinha visto antes uma profundidade, um quê de palhaçada e algo que eu não sabia o que era, mas era algo.

Acho que o sono chegou e não estou pensando direito. Essa música não me ajudava a manter meus olhos abertos, era baixa, até por que louco tocaria de madrugada? Me esforçava ao máximo para ouvir "Welcome To My Life", do Simple Plan. Não me lembro ao certo. O sono já estava me dominando.

– Já acabou? Pode apagar essa luz agora? – Olívia resmungou da minha cama.

Depois de fingir estar lendo aquele livro de cabeça para baixo e minha visão do músico ter sido bloqueada pelo cortina fechada, só consegui dormir depois que a música parou. Queria perguntar para Olívia se ele conhecia, mas não podia dizer que fiquei acordada observando-o, precisava te outra desculpa.

– Está apagada, Liv, isso se chama sol de meio dia.

Ela se levanta rapidamente e começa a revirar as cobertas até achar o celular.

– Meu senhor, é onze horas! Por que você não me acordou? – perguntou ela.

– Oras, não achei que tinha necessidade.

– Não tinha necessidade? – repete ela. – A festa é hoje! A gente tem que ir para minha casa, temos que nos arrumar, ainda nem escolhi minha roupa, minha unha, meu cabelo... tem que dar tempo. – ela calça o tênis desesperadamente.

– Calma, está louca? Ainda nem é hora do almoço. A festa é só as nove! E ainda é aqui do lado.

– Nós temos muita coisa pra fazer. – ela diz amarrando o cabelo. Como ela consegue acordar com ele desembaraçado? – Anda, Val, toma seu banho correndo e eu vou escolher sua roupa. Vamos nos arrumar lá em casa.

Tentei convencer ela de que eu mesma conseguia escolher que roupa usaria, pois sabia que se dependesse dela seria vestido e salto. Disse que não era nada demais, de que era só uma festa, que era para ela se acalmar, mas nada adiantou. Desisti de lutar e acabei aceitando o short florido e a blusa comprida. Sempre poderia recorrer a uma bota longa para esconder as pernas, certo?

Antes de sair em direção ao banheiro, lancei um ultimo olhar para a casa ao lado. Talvez nada disso tenha acontecido, vai ver eu simplesmente sonhei tudo e meu vizinho é um gordo de 69 anos. Pela fresta da cortina semi fechada pude visualizar uma guitarra preta e branco. Ela era prova que eu não estava 'delirando'.


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Notas finais do capítulo

Eu vermelha e nervosa aqui. Gostaram? Eu fiquei encantada com a quantidade de visualizações novamente! Vocês me deixam tão feliz! Comentem, acompanhem, favoritem e sei lá. Até quando eu deixar de ser preguiçosa e postar mais.



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