12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12


Capítulo 164
Capítulo 164 - O TEMPO VOA




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Na tarde, Carolina telefona para Vitor e os convida para jantar; como parte do plano da surpresa. Ele aceita e informa a Paula.

 

 

— Vou mandar as crianças para a casa da sua mãe… Ela se ofereceu para ficar com eles.

— Tudo bem!

— Vamos falar com elas amanhã sobre irmos para BH?

— Vamos, até porque já conversei com a construtora e um engenheiro vai amanhã na chácara.

— Está bem! - beija-o e vai saindo do quarto.

— Amor…?

— Oi? - retorna.

— Tudo bem eu ir de blusa preta?

— Não! Você vai com a camisa branca. Já separei! Por favor.

— Certo! - ri.

 

 

Ela se retira para um cômodo da casa, longe de tudo e todo mundo. Pega o celular e começa rever algumas imagens dos dois, postadas pelos fcs homenageando-o pelo dia. Se emociona com as lembranças e resolve escrever a respeito.

 

 

 

FOTO: LINK DISPONÍVEL NAS NOTAS FINAIS

 

Ás vezes me pergunto qual foi a do destino por ter feito o que fez de nós dois. Por que ficamos longe tanto tempo? Por que passamos por tantas provações? Vivemos uma relação tão repleta de amor e conquistas, erros e acertos, risos e lágrimas, que não consigo pensar mais em ficar tantos anos longe de você. Escrevo isso e automaticamente ouço você dizendo: “Não questione o universo, Paula! Passamos pelo que passamos para viver o que vivemos.”. E você não deixa de ter razão. Mas sabe como sou teimosa e insisto em querer entender porque tive que ficar tanto tempo longe de você. Meu único amor. Nós dois fomos separados pelo tempo, se amando mesmo que em outros relacionamentos. E hoje fazemos nosso próprio tempo. Com nossos filhotinhos. Com nossas manias e imperfeições. Definitivamente não sei qual foi a do destino… Mas que bom que ele me deu você. Alguém que ama a minha alma como é e a respeita como quer ser. Ah… Branquinho, como amo você! Felicidades, meu amor… Para nós e para nossa família. Da sua eterna Pulinha… ♥️

 

 

 

Após publicar a imagem navega um pouco mais sobre as redes até ser interrompida pela filha.

 

 

— Mãe, podemos fazer aquelas camisetas coloridas?

— Amor, precisamos ver algumas camisetas que não usamos mais.

— Então vamos…

 

 

Ela separa as camisetas para os filhos e as cores que escolheram. Começam a pintar as roupas e fazem uma verdadeira bagunça na área externa da casa.

 

 

— Meu Deus! - Dulce chega. O que é isso?

— Estamos brincando! - mostra para a vó.

— Estou vendo… Na verdade estão bagunçando, sujando, fazendo lambança! Paula, por favor…- chama atenção da filha.

— Mãe… - ri das crianças enquanto amamenta Francesca - estão só se divertindo! Depois vou limpar.

— Nossa… Vovó Dulce está bem chatinha!

— Vitória, assim não… Não pode chamar a vovó de chata!

— Desculpa vó! Amo você, mas você foi chatinha.

— Vitória! - Paula a encara.

— Está tudo bem! Sou chatinha mesmo. - brinca com a neta. E Paula… você precisa parar de amamentar essa criança… Ela não quer comer porque quer só ficar no peito. E quando você começar a trabalhar?

— Ela é meu último bebê…- olha a filha - a única que quis mamar! Não dá para não querer amamentar ela… Meus olhinhos de jabuticaba!

— Ela está sua cara… - observa.

— Né!? - sorri. Eu estou a carinha da minha mamãe…

— E eu?

— A cara do seu pai, meu filho! - riem.

 

 

As crianças terminam de colorir as camisetas e ela de amamentar Francesca. Ajuda os filhos a colocar as roupas para secar e começa organizar tudo.

 

 

— Já viu quais roupas eles usarão hoje?

— Vi sim! Deixei separada. Coloquei dentro de cada malinha em um saquinho diferente.

— Ok! Vou já começar colocar no carro… Darei banho neles em casa.

— Tem certeza?

— Sim! Não se preocupa.

— Francesca fica com minha mãe, leva só os três.

— Tudo bem!

 

 

Marisa ajuda Paula limpar a bagunça e depois começam carregar as coisas das crianças. Vítor sai do escritório e coloca as cadeirinhas no carro da mãe. Se despedem das crianças e das mães, que seguem caminho com os netos.

 

 

— Você mandou leite para Francesca?

— Uai, sim! Como ia esquecer? - ri.

— É que ela não estava comendo… Ontem não quis aceitar a cenoura de jeito nenhum.

— Minha mãe comentou comigo! Mas, separei o leitinho dela…

— Ok… - deita na cama enquanto ela organiza o painel.

— O que foi? - o olha.

— Nada…

— Nada? Algo tem…

— Saudade das crianças. Só não queria falar. É que a noite é uma coisa… Mas ficar sem eles no dia é outra! Até nossa bebezinha foi…

— Eu sei! - ri. Também sinto falta… Da algazarra… Da risada da Francesca… Do sorrisinho vendo os irmãos aprontarem! - sorri. Mas… Estão em ótimas mãos, melhores até que as nossas - riem.

 

 

 

Aproveitam o momento e curtem um documentário juntos, sem importunações. Na noite, começam a se arrumar para o jantar.

 

 

 

— Como estou? - aparece.

— Pulinha… - sorri - Minha Pulinha… - se aproxima - Você está divina! - faz ela dar uma volta. Uma deusa! - beija-a. Sabe o que eu estava fazendo?

— O que?

— Lendo o que publicou para mim… Me faltam palavras para agradecer você por querer estar do meu lado, por compartilhar sua vida, sua alma comigo.

— Eu te amo! - o beija. Agora… Vou te entregar o outro presente!

— Ah não Paula… Eu vou ficar chateado por só ter te dado um colar.

— Até parece! - sai rindo. Espere aí!

 

 

 

Paula pega o envelope com as reservas da pousada e entrega a ele.

 

 

— Espero que não tenha outro compromisso!

— Deixa eu ver…- abre o envelope e começa rir. Se eu tivesse eu desmarcava na hora! - vai abraçá-la. Nunca que eu perderia um final de semana de friozinho, comida e sexo.

— Meu Deus! - riem.

— Obrigada, pequena! - sorri, olhando as reservas. Eu amei! Vamos aproveitar ao máximo.

— Sim! - sorri. Mas vamos… Senão iremos nos atrasar e não quero chegar atrasada no primeiro jantar de paz com Leo!

— Vamos… Vou só colocar a minha roupa! - sai em direção ao closet.

 

 

Paula o aguarda retornar, arrancando suspiros dela ao vê-lo. Já no caminho para o condomínio de Leo, conversam sobre o projeto da nova casa em Belo Horizonte e o que desejam ampliar. Ao chegarem, ele estaciona.

 

 

— Quando entrarmos e todo mundo falar “SURPRESA” eu juro que vou fingir que estarei surpreso!

— Que? - o encara perplexa. Você sabia?

— A todo momento! - ri. Eu te amo! Muito obrigado por ter se esforçado tanto para deixar meu dia feliz.

— Ah não…- fica brava. Quem foi que te falou?

— Se eu falar perde a graça…

— Vitor… - começa rir - quem te falou?

— Vitória! - ri. Foi sem querer, amor…

— Que pestinha! - retira o cinto - Imaginei que era ela mesmo! Olha… - se vira para ele - Finja uma enorme surpresa, porque foi tudo pensado nos mínimos detalhes!

— Tá bom! - sorri.

 

 

Caminham até a entrada rindo da situação. Na porta são recepcionamos por Carol e Leo e ao chegarem a sala principal Vitor finge uma enorme surpresa ao ver a família.

 

 

 

— Pai, não falei que tinha bolo? - fala no ouvido dele.

— Sim! - ri. Obrigada meu amor! - beija-a.

 

 

Recebe as felicitações de todos, inclusive da irmã que veio do Rio de Janeiro juntamente com o namorado para o momento, além do cunhado Nilmar e a esposa. Se divertem em um jantar descontraído, regado a boas piadas e muita conversa fiada até o momento do parabéns a pedido das crianças.

 

 

— O que você pediu pai? - o vê assoprando a vela.

— Saúde para todos nós, meu filho! - sorri.

— Ainda bem que não foi um filho! - Vitória diz.

— Meu Deus Vitória! - Paula a encara. Minha filha, menos…

— O primeiro pedaço vai para quem, papai? - pergunta.

— O primeiro pedaço eu vou dar para uma pessoa que representa tudo de mais incrível e maravilhoso que eu tenho na vida…- leva até Paula - Obrigada pela vida que temos! - a beija.

— Que lindo! - batem palma.

 

 

Distribuem o restante do bolo e finalizam a noite com muita alegria. Paula e o namorado ficam na casa de Marisa. Nilmar e a esposa seguem para o apartamento de Dulce. Já Marisa e Dulce vão para fazenda com os netos, Paula e Vitor. Ao chegarem em casa, Paula começa mostrar o que organizou para deixar para a mãe e a sogra e Vitor banha e coloca as crianças para dormir.

 

 

— Viajamos amanhã bem cedo! Não precisam acordar, aproveitem a casa e podem corrigir as crianças quando desobedecerem! Tem leite congelado para Francesca pela quantidade de dias necessários. Mas, qualquer coisa, me liguem. Vou ficar com o telefone ligado 24 horas.

— Você precisa descansar também Paula! - Marisa a aconselha. Ficaremos todos bem!

— Eu sei! - sorri. Parece tão errado deixar a Francesca tão pequena…

— Não é! Errado é ficar se culpando. Você vai descansar um pouco, aproveitar só você e seu marido, recarregar as energias para quando retornar estar melhor ainda para seus filhos.

— Ela tem razão, filha! Não se culpe. E serão só três dias… Passa super rápido!

— Sim! De qualquer forma, muito obrigada por me ajudarem. Quando eu e Vitor voltarmos precisamos conversar com vocês sobre algo que faremos com a nossa vida… Mas só quando voltarmos porque preciso de tempo para todos conversarmos! Não se preocupem.

— Dormiram! - chega na cozinha. Vítor estava com o pé bem sujo, mas não consegui dar banho, ele capotou… Deixei ele para dar banho por último. Coloquei uma meia nele e ficou tudo certo!

— Prefiro nem comentar! - o encara.

— Não dava para acordar ele!

— Prefiro nem comentar! - repete.

— Tenho que ganhar vários tijolinhos no céu… - lava a mamadeira das crianças - Porque olha, aguentar a Paula não é fácil!

— Olha quem fala! - riem.

 

 

 

Dulce e Marisa ficam mais um tempo com os dois na cozinha e depois seguem para os quartos descansarem. Eles fazem o mesmo, mas mal dormem porque Paula vai finalizar as malas.

No outro dia, logo pela manhã, se despedem dos filhos sem acorda-los e encontram já Diva preparando o café da manhã na cozinha. Saem com biscoitos na mão e uma garrafa térmica de café para comerem no caminho.

Elias os leva até o aeroporto, onde pegam o voo até BH e de lá em diante alugam um carro.  Pouco tempo depois já estão hospedados em uma pousada em Nova Lima.

 

 

— Estou impressionado com a vista! - admira as montanhas.

— Sim! - sorri. Amei assim que vi nas fotos… Imagina um por do sol aqui?

— Deslumbrante!

— Sem dúvidas!

— Vamos sair para almoçar? Tem aquele restaurante que amamos ir quando estamos em BH.

— Sim! Pensei nele… Vou pegar minhas coisas!

 

 

 

Se organizam e saem rumo ao restaurante, onde são recepcionados com muito carinho pelos funcionários que já os conhece.

 

 

— Podemos fazer uma trilha depois, o que acha?

— Pode ser!

— A pousada oferece a trilha passando por vários lagos… - começa olhar o cartaz. Tem um jantar à noite também, tipo um luau que pode ser reservado. Vou fazer isso já…- pega o celular - vou reservar para gente!

— Ta bom!

— Tem mais alguma coisa que você queira fazer?

— Ficar junto com você, quietinhos, tranquilos, vendo uma série ou um filme, comendo chocolate!

— Vamos fazer isso também! - pisca para ele. Prontinho, já reservei nosso jantar. Agora vou ver como estão os nossos filhotinhos…- liga para a mãe. Oi! - é atendida na primeira chamada - que rápida! - ri. Como estão as crianças? - Dulce informa que estão bem e pergunta como os dois estão - Estamos ótimos! Aqui tudo é muito lindo… Depois vou te mandar uma foto da varanda do quarto!

 

 

Conversam mais algum tempo e ela desliga. Vítor aproveita e mostra o projeto da casa na chácara, decidindo com ela alguns ajustes finais.

 

 

— Precisamos ver o transporte dos cavalos!

— Dos cachorros, dos coelhos e dos gatos!

— Também! - riem. Meu Deus… Quanta coisa! Só de pensar…

— Olha o que achei aqui… - mostra pra ela uma foto no celular.

— Abaixa isso! - bate na mão dele.

— Qual o problema? - ri. Minha esposa de lingerie…

— Não vou nem gastar saliva te respondendo!

— Tem mais… - mostra para ela.

— Você tem uma coleção de foto minha? - pega o celular dele e olha as fotos.

— Tenho! Um álbum só com os nudes.

— Palhaço! - riem. Olha essa! - olha para ele perplexa. Você é maluco, Vítor? Se alguém rouba seu celular de novo!?

— Fica despreocupada, se roubarem ou eu perder, apago todo o histórico e todos os arquivos pelo computador.

— E se as crianças veem isso? Vítor… Por favor! - entrega.

— Está ocultado! - mostra a ela. Ninguém vai ver.

— Não sei qual sua mania com foto… Pode ver e sentir pessoalmente!

— Nem sempre! Quando viajei foi o que me salvou…

— Uai, a Bianca estava lá para te salvar… Você que não aceitou! - ironiza.

— Agora eu que não falarei nada!

— Estou brincando, branquinho…- ri dele. Sei que você não consegue mais ter outra mulher na sua vida.

— Vou concordar com você! - sorri.

 

 

A refeição chega e eles continuam conversando sobre as intimidades a dois.

 

 

— Edu me mandou uma série que está o maior sucesso na Netflix… - limpa a boca. Aí eu fui dar uma olhada… - pega o celular. Vou até te mostrar aqui a cena que ele mandou eu ver! - coloca na série. Chama Sex Life… Olha… - pega a cadeira e coloca ao lado dele. Presta atenção! - dá play.

— Já começou na pouca vergonha! - olha para ela. Por que você está vendo isso?

— Presta atenção! - ri.

— Paula! - arregala os olhos. Não… Espera aí! - volta a cena.

— Vítor! - ri.

— Pulinha… Não… - vê de novo. Pode parar de ver isso aqui! - riem - Ficar desejando uma coisa que você não tem em casa não vai fazer bem para nosso casamento!

— Amor! - ri.

— Edu não tem vergonha de mandar isso para você? - riem. Ele deve estar querendo acabar com nosso casamento! Volta aí de novo… Eu acho que é mentira isso! - volta a cena. Olha amor… Não… Não é possível! Devem ter esticado isso nas edições. Será Pulinha? - fica indignado. O meu não deve dar metade… Pare de assistir isso! - encara ela brincando.

— Ah, não… - não aguenta de tanto rir. Não exagera, né? Você adora se fazer de modesto só para que eu elogie… - bebe uma água - O seu deve ser só uns 2cm menor…

— Paula! - ele engasga quando bebe o vinho.

— Vitor! - riem.

— Meu Deus! - começa tossir.

— Bebe aqui! - entrega a água para ele.

— Que loucura! - bebe a água.

— Eu que o diga! - ri.

— Acho que essa série acabará com muitos casamentos!

— O nosso não! Estou muito satisfeita com o que tenho… Nunca tive um assim!

— Que bom, fico aliviado! - riem. É hora do suco da Francesca…- olha no relógio. Dá uma ligada lá para ver se lembraram!

— Bem lembrado! - pega o celular e disca o número da mãe.

— Oi Paula! - atende. De novo? - ri. Está tudo bem com seus filhos…

— Eu sei! - ri. Só queria saber se deram o suco da Francesca!

— Ela está tomando nesse momento! - olha para a neta fazendo careta. E odiando! - ri da bebê.

— Ela não gosta muito de cenoura!

— Vou adoçar um pouquinho…

— NÃO! - se exalta. Mãe… Desculpa! - percebe. Não quero que ela coma açúcar ainda.

— Vou bater com outra fruta, relaxa… Preciso desligar, são quatro crianças!

— Tudo bem! Beijos… Te amo!

— Você precisa ficar mais tranquila…

— Eu sei! Mas é impossível…- respira fundo. Vamos programar a viagem com eles? Você tinha falado sobre Campos, mas o frio com quatro crianças é complicado! Pensei em Búzios ou Ilhabela… O que acha?

— Bacana! Pode organizar. Desde que esteja só nós… E não tenhamos que levá-los para ter contato com mais ninguém.

— Sim…

 

 

 

Terminam a refeição e resolvem andar pelo local, se encantando com um jardim. Tiram algumas fotos, retornam a pousada e descansam. Ao anoitecer seguem para o luau.

 

 

— Senta aqui! - puxa a cadeira.

— Você é muito educado! Fico até sem graça! - riem.

— Não começa a debochar! - se senta também.

— Uai, que estranho! - pega o celular tocando. É Vitória! - atende. Oi filha! - a vê na chamada de vídeo. O que aconteceu?

— Amanhã tenho treino de patins lá na escola, mas a vovó não quer deixar eu ir! - diz brava.

— Filha, não é momento ainda… Você está treinando on-line! Lembra?

— Mas amanhã podemos treinar lá!

— Vitória… Você não vai, por favor!

— Mas você tá viajando! Por que eu não posso ir? Deixa eu falar com meu pai?

— Vitória Zapalá, por favor… Já falei que você não irá!

— PAI! - grita o Vítor pelo celular. PAIIIII!

— Toma aqui… Resolve! - entrega para ele.

— Filha… Pare com isso!

— Pai, me deixa ir? - começa chorar.

— Vitória, você tem tudo aí em casa para fazer suas aulas…

— Mas aqui eu faço sozinha e eu não quero! - chora.

— Sua mãe não deixou… Você não pode ir!

— Pai…- chora desesperada.

— Pare de chorar filha… Faça sua aula, quando eu chegar tenho uma novidade para te contar! - sorri.

— Não quero saber! Minha mãe é uma chata! - desliga.

— Ótimo! Eu que sou chata! - pega o celular da mão dele. “Sua mãe não deixou…” - o imita. Nós não deixamos! O combinado foi nosso. Você não tem que dizer que EU não deixei!

— Paula…

— Esquece! - guarda o telefone na bolsa. Eu que sou chata sempre!

— Vai começar com isso?

— Não, não é começar com isso… É a realidade! Você nunca quer se indispor com a Vitória.

— Você vai continuar? - a encara. Porque se você for, avisa… Aí voltamos para o quarto discutir lá, por favor!

 

 

 

Ela permanece em silêncio, ainda nervosa pela forma como ele age em relação a filha. Na fazenda, Dulce e Marisa começam se preocupar com a neta caçula.

 

 

— Ela não quis beber o leite!

— Vou ligar para a pediatra dela! - pega o celular.

— Não! Se você ligar para a médica, vão ligar para Paula!

— Então ligamos para quem?

— Vamos dar um jeito! Eu criei 2 e você criou 3, não conseguimos dar um jeito?

— Prefiro não arriscar se tratando de filha do Vítor!

— Você tem razão! Vamos ligar para eles então…

— Não… Calma! Vamos tentando, se não der certo, aí ligamos. Vamos observar ela essa noite.

— Vou fazer um suco com açúcar e aí fica sendo segredo entre nós!

— Faça!

 

 

Dulce prepara o suco para a neta, que toma tranquilamente.

No luau Paula fecha a cara e evita qualquer conversa com Vitor, que segue tentando um diálogo.

 

 

— Quer ir embora?

— Nem jantamos!

— Mas nem quero… Se for para você continuar com essa cara!

— Por favor…

— Eu que o…

— Boa noite! - duas jovens se aproximam. Desculpa incomodar! Podemos tirar uma foto?

— Claro! - sorri, se levantando.

— Na verdade é com Vitor…- se viram para ele.

— Ah…- fica sem graça. Tá bom! Me deem o celular que eu tiro para vocês! - estende a mão.

— Aqui! Obrigada.

— Vamos lá! - se levanta.

 

 

Elas se aproximam e espalmam a mão sobre os ombros dele, alisando. Paula observa-as, encarando Vitor que percebe a situação.

 

 

— Vamos tirar a foto? - sorri. Precisamos jantar ainda! - ri sem graça.

— Claro!

 

 

Uma delas se ajeita ao lado dele, entrelaçando as mãos sobre sua cintura enquanto a outra espera para fotografar sozinha com Vitor também. Paula registra as fotos em silêncio.

 

 

— Aqui! - entrega o celular.

— Obrigada! - pega. Vítor, foi um prazer! - segura a mão dele, que apenas sorri. Até mais Paula, bom jantar! - se retiram.

— Perdi a fome! - senta.

— Eu não fiz nada! - se senta.

— E o que eu falei? Não falei nada.

— Mas pela sua cara já percebi!

— Só acho engraçado que agem como se eu não existisse!

— Paula, pare com isso!

— E se fosse eu? Dois homens me apalpando?

— Tudo bem… Você está certa! Te faltaram com respeito. Mas, você ficar assim vai dar a elas o que elas querem. Eu amo você, estou com você e pronto! Isso não irá se repetir, não vou permitir. Me desculpe!

— Que seja! - bebe um pouco de vinho.

— Você é difícil… - coloca a cadeira mais perto dela. Mas, sou insistente! - passa o braço sobre ela que começa rir. Eu te amo! - pisca para ela.

— Eu sei! - sorri. Só fico nervosa com tudo isso.

— Eu entendo!

— E sobre a Vitória… Por favor, tenta entender o que digo. Ela está ficando sem limites e se você continuar protegendo, não sei o que vai virar. Fico perdida!

— Ela é uma criança, Paula…

— Ela já tem 07 anos… Você vê como ela faz? Quando digo não, ela vai até você. Por isso preciso que você mantenha a palavra com ela. Seja firme. É pelo bem dela!

— Tudo bem… Vou me atentar de agora em diante.

— Obrigada! Fico aliviada. Antônia e Vitor não nos dá trabalho… Nos obedecem. Francesca não sei ainda… Vai ser outro desafio!

— Sim! - bebe um pouco de vinho.

— Acha que eu devo ligar para saber como estão?

— Você já ligou o suficiente hoje! Eles estão bem. Melhor que nós que não paramos de falar só sobre isso.

— Tá! - ri, deitando sobre o ombro dele. Quer continuar aqui ou vamos para o quarto? - coloca a mão sobre a perna dele. Nossa folga está acabando…

— Acho uma boa ideia, sabia? - riem. Vamos!

 

 

 

Saem de fininho do local sem sequer comemorem. No quarto resolvem tomar um banho de banheira. Em Uberlândia Dulce e Marisa redobram a atenção com Francesca que não queria beber o leite deixado pela mãe e estava tendo febre.

 

 

— Ainda está um pouco alta… Será que são os dentinhos?

— Pode ser Dulce! Nossa, tinha me esquecido disso… Vou olhar a boquinha dela. - abre a boca da neta. Olha… Está inchada a gengiva!

— Então é isso! Que alívio…

— Mas ainda assim acho melhor ligarmos para Paula e informar… Ela pode achar ruim que a gente não tenha dito.

— Sim! Vou fazer isso…- pega o celular e disca o número da filha.

 

 

 

Paula escuta o celular tocar, mas resolve não atender para não interromper o momento com Vítor. Não demora muito e o dele começa tocar incansavelmente.

 

 

— Mas quem será? - revira os olhos se afastando dele.

— Deixa eu ver! - pega o celular. Sua mãe! - atende. Oi!

— Vitor, está tudo bem?

— Sim! - ri. Tudo ótimo…- observa Paula. Aconteceu algo?

— Preciso falar com a Paula sobre a Francesca…

— O que houve com a Francesca?

— Como assim? - Paula se aproxima dele e pede o telefone. Mãe… O que houve?

— Nada grave, mas estou ligando para avisar… Ela está com um pouco de febre desde ontem por conta dos dentes nascendo e não quer comer, nem tomar o leite que você deixou!

— Meu Deus! - respira fundo. Já ligaram para Carolina?

 

 

 

Enquanto elas conversam, Vítor sai da banheira e já vai organizando as coisas no quarto. Quando ela termina, vai até ele.

 

 

 

— Vou na recepção acertar a diária e nós vamos… Deve ter algum voo na madrugada!

— Tudo bem para você a gente ir? Não queria estragar…

— Paula, nossa filha não está comendo e está precisando de você. Não tem nada sendo estragado! - sorri. Organiza as malas? Vou lá acertar!

— Tá bom!

 

 

 

Organizam tudo e saem da pousada já na noite em direção ao aeroporto de Belo Horizonte. Conseguem um voo na madrugada e logo pela manhã estão em Uberlândia.

 

 

— Bom dia Diva!

— Já voltaram? O que houve?

— Francesca não está bem com os dentinhos nascendo… Então achamos melhor vir.

— Cadê Vítor?

— Foi levar as malas no quarto… Eu vou ver as crianças! - se retira.

 

 

Encontra Vitor no quarto de Antônia que já está acordada. Beija a filha e vai ver os outros filhos que ainda dormem. No quarto de Dulce encontra ela e Marisa com Francesca no colo.

 

 

— Você veio? Meu Deus Paula! Daríamos um jeito…- entrega a bebê para ela.

— Está tudo bem! Vitor quis vir também. Mamãe está aqui, amor… - sorri. Ela mamou?

— Não… Ia fazer um suco agora de manhã.

— Vou amamentar ela então…

 

 

 

Segue para seu quarto e escuta Vitor no banho. Amamenta a filha e em seguida a coloca para dormir em sua cama, para observá-la melhor.

Vitor sai do banho e a encontra no closet.

 

 

— Pulinha, vá descansar… Depois mexemos nessas malas. Francesca vai passar o dia enjoadinha!

— Já vou… - dobra umas peças de roupa. Estou irritada!

— Eu sei…

— Odeio ver meus filhos doentes! Odeio que as coisas saiam do controle! - passa as mãos sobre o rosto, nervosa.

— Calma! - vai até ela. Não entra nessa pilha! - a abraça. Está tudo bem. Francesca está bem, você já chegou, ela já está mamando. O que tem fora do controle? Nada! Não crie coisa onde não existe.

 

 

 

Ele a acalma e leva-a para o banho. Mesmo cansados se revezam no cuidado dos filhos durante o dia, permitindo que as mães possam descansar.

 

As semanas passam, eles contam a novidade sobre Belo Horizonte, enchendo o coração das mães de alegria por retornarem a cidade que tanto amam. Se organizam com os funcionários e o transporte de tudo para em breve se mudarem. Passam o dia das mães com toda a família na fazenda, incluindo Leo e Carolina. Comemoram o aniversário dos gêmeos como eles escolheram, um piquenique no fim de tarde. Paula e Vitor comemoram o dia dos namorados com um jantar no restante do Topo do Mundo, na Serra da Moeda. Aproveitam a ida para BH e acertam detalhes da casa com a arquiteta.

 

Agosto chega com sua ventania, entre gravações das canções de Vitor e trabalhos de Paula que retornam aos poucos. No aniversário dela combinam uma viagem para Ilhabela, dessa vez com os filhos.

 

 

Continua…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

https://amordeborboleta.tumblr.com/post/659915922243567616



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