12 anos em 12 escrita por 12 anos em 12
Na tarde, Carolina telefona para Vitor e os convida para jantar; como parte do plano da surpresa. Ele aceita e informa a Paula.
— Vou mandar as crianças para a casa da sua mãe… Ela se ofereceu para ficar com eles.
— Tudo bem!
— Vamos falar com elas amanhã sobre irmos para BH?
— Vamos, até porque já conversei com a construtora e um engenheiro vai amanhã na chácara.
— Está bem! - beija-o e vai saindo do quarto.
— Amor…?
— Oi? - retorna.
— Tudo bem eu ir de blusa preta?
— Não! Você vai com a camisa branca. Já separei! Por favor.
— Certo! - ri.
Ela se retira para um cômodo da casa, longe de tudo e todo mundo. Pega o celular e começa rever algumas imagens dos dois, postadas pelos fcs homenageando-o pelo dia. Se emociona com as lembranças e resolve escrever a respeito.
FOTO: LINK DISPONÍVEL NAS NOTAS FINAIS
Ás vezes me pergunto qual foi a do destino por ter feito o que fez de nós dois. Por que ficamos longe tanto tempo? Por que passamos por tantas provações? Vivemos uma relação tão repleta de amor e conquistas, erros e acertos, risos e lágrimas, que não consigo pensar mais em ficar tantos anos longe de você. Escrevo isso e automaticamente ouço você dizendo: “Não questione o universo, Paula! Passamos pelo que passamos para viver o que vivemos.”. E você não deixa de ter razão. Mas sabe como sou teimosa e insisto em querer entender porque tive que ficar tanto tempo longe de você. Meu único amor. Nós dois fomos separados pelo tempo, se amando mesmo que em outros relacionamentos. E hoje fazemos nosso próprio tempo. Com nossos filhotinhos. Com nossas manias e imperfeições. Definitivamente não sei qual foi a do destino… Mas que bom que ele me deu você. Alguém que ama a minha alma como é e a respeita como quer ser. Ah… Branquinho, como amo você! Felicidades, meu amor… Para nós e para nossa família. Da sua eterna Pulinha… ♥️
Após publicar a imagem navega um pouco mais sobre as redes até ser interrompida pela filha.
— Mãe, podemos fazer aquelas camisetas coloridas?
— Amor, precisamos ver algumas camisetas que não usamos mais.
— Então vamos…
Ela separa as camisetas para os filhos e as cores que escolheram. Começam a pintar as roupas e fazem uma verdadeira bagunça na área externa da casa.
— Meu Deus! - Dulce chega. O que é isso?
— Estamos brincando! - mostra para a vó.
— Estou vendo… Na verdade estão bagunçando, sujando, fazendo lambança! Paula, por favor…- chama atenção da filha.
— Mãe… - ri das crianças enquanto amamenta Francesca - estão só se divertindo! Depois vou limpar.
— Nossa… Vovó Dulce está bem chatinha!
— Vitória, assim não… Não pode chamar a vovó de chata!
— Desculpa vó! Amo você, mas você foi chatinha.
— Vitória! - Paula a encara.
— Está tudo bem! Sou chatinha mesmo. - brinca com a neta. E Paula… você precisa parar de amamentar essa criança… Ela não quer comer porque quer só ficar no peito. E quando você começar a trabalhar?
— Ela é meu último bebê…- olha a filha - a única que quis mamar! Não dá para não querer amamentar ela… Meus olhinhos de jabuticaba!
— Ela está sua cara… - observa.
— Né!? - sorri. Eu estou a carinha da minha mamãe…
— E eu?
— A cara do seu pai, meu filho! - riem.
As crianças terminam de colorir as camisetas e ela de amamentar Francesca. Ajuda os filhos a colocar as roupas para secar e começa organizar tudo.
— Já viu quais roupas eles usarão hoje?
— Vi sim! Deixei separada. Coloquei dentro de cada malinha em um saquinho diferente.
— Ok! Vou já começar colocar no carro… Darei banho neles em casa.
— Tem certeza?
— Sim! Não se preocupa.
— Francesca fica com minha mãe, leva só os três.
— Tudo bem!
Marisa ajuda Paula limpar a bagunça e depois começam carregar as coisas das crianças. Vítor sai do escritório e coloca as cadeirinhas no carro da mãe. Se despedem das crianças e das mães, que seguem caminho com os netos.
— Você mandou leite para Francesca?
— Uai, sim! Como ia esquecer? - ri.
— É que ela não estava comendo… Ontem não quis aceitar a cenoura de jeito nenhum.
— Minha mãe comentou comigo! Mas, separei o leitinho dela…
— Ok… - deita na cama enquanto ela organiza o painel.
— O que foi? - o olha.
— Nada…
— Nada? Algo tem…
— Saudade das crianças. Só não queria falar. É que a noite é uma coisa… Mas ficar sem eles no dia é outra! Até nossa bebezinha foi…
— Eu sei! - ri. Também sinto falta… Da algazarra… Da risada da Francesca… Do sorrisinho vendo os irmãos aprontarem! - sorri. Mas… Estão em ótimas mãos, melhores até que as nossas - riem.
Aproveitam o momento e curtem um documentário juntos, sem importunações. Na noite, começam a se arrumar para o jantar.
— Como estou? - aparece.
— Pulinha… - sorri - Minha Pulinha… - se aproxima - Você está divina! - faz ela dar uma volta. Uma deusa! - beija-a. Sabe o que eu estava fazendo?
— O que?
— Lendo o que publicou para mim… Me faltam palavras para agradecer você por querer estar do meu lado, por compartilhar sua vida, sua alma comigo.
— Eu te amo! - o beija. Agora… Vou te entregar o outro presente!
— Ah não Paula… Eu vou ficar chateado por só ter te dado um colar.
— Até parece! - sai rindo. Espere aí!
Paula pega o envelope com as reservas da pousada e entrega a ele.
— Espero que não tenha outro compromisso!
— Deixa eu ver…- abre o envelope e começa rir. Se eu tivesse eu desmarcava na hora! - vai abraçá-la. Nunca que eu perderia um final de semana de friozinho, comida e sexo.
— Meu Deus! - riem.
— Obrigada, pequena! - sorri, olhando as reservas. Eu amei! Vamos aproveitar ao máximo.
— Sim! - sorri. Mas vamos… Senão iremos nos atrasar e não quero chegar atrasada no primeiro jantar de paz com Leo!
— Vamos… Vou só colocar a minha roupa! - sai em direção ao closet.
Paula o aguarda retornar, arrancando suspiros dela ao vê-lo. Já no caminho para o condomínio de Leo, conversam sobre o projeto da nova casa em Belo Horizonte e o que desejam ampliar. Ao chegarem, ele estaciona.
— Quando entrarmos e todo mundo falar “SURPRESA” eu juro que vou fingir que estarei surpreso!
— Que? - o encara perplexa. Você sabia?
— A todo momento! - ri. Eu te amo! Muito obrigado por ter se esforçado tanto para deixar meu dia feliz.
— Ah não…- fica brava. Quem foi que te falou?
— Se eu falar perde a graça…
— Vitor… - começa rir - quem te falou?
— Vitória! - ri. Foi sem querer, amor…
— Que pestinha! - retira o cinto - Imaginei que era ela mesmo! Olha… - se vira para ele - Finja uma enorme surpresa, porque foi tudo pensado nos mínimos detalhes!
— Tá bom! - sorri.
Caminham até a entrada rindo da situação. Na porta são recepcionamos por Carol e Leo e ao chegarem a sala principal Vitor finge uma enorme surpresa ao ver a família.
— Pai, não falei que tinha bolo? - fala no ouvido dele.
— Sim! - ri. Obrigada meu amor! - beija-a.
Recebe as felicitações de todos, inclusive da irmã que veio do Rio de Janeiro juntamente com o namorado para o momento, além do cunhado Nilmar e a esposa. Se divertem em um jantar descontraído, regado a boas piadas e muita conversa fiada até o momento do parabéns a pedido das crianças.
— O que você pediu pai? - o vê assoprando a vela.
— Saúde para todos nós, meu filho! - sorri.
— Ainda bem que não foi um filho! - Vitória diz.
— Meu Deus Vitória! - Paula a encara. Minha filha, menos…
— O primeiro pedaço vai para quem, papai? - pergunta.
— O primeiro pedaço eu vou dar para uma pessoa que representa tudo de mais incrível e maravilhoso que eu tenho na vida…- leva até Paula - Obrigada pela vida que temos! - a beija.
— Que lindo! - batem palma.
Distribuem o restante do bolo e finalizam a noite com muita alegria. Paula e o namorado ficam na casa de Marisa. Nilmar e a esposa seguem para o apartamento de Dulce. Já Marisa e Dulce vão para fazenda com os netos, Paula e Vitor. Ao chegarem em casa, Paula começa mostrar o que organizou para deixar para a mãe e a sogra e Vitor banha e coloca as crianças para dormir.
— Viajamos amanhã bem cedo! Não precisam acordar, aproveitem a casa e podem corrigir as crianças quando desobedecerem! Tem leite congelado para Francesca pela quantidade de dias necessários. Mas, qualquer coisa, me liguem. Vou ficar com o telefone ligado 24 horas.
— Você precisa descansar também Paula! - Marisa a aconselha. Ficaremos todos bem!
— Eu sei! - sorri. Parece tão errado deixar a Francesca tão pequena…
— Não é! Errado é ficar se culpando. Você vai descansar um pouco, aproveitar só você e seu marido, recarregar as energias para quando retornar estar melhor ainda para seus filhos.
— Ela tem razão, filha! Não se culpe. E serão só três dias… Passa super rápido!
— Sim! De qualquer forma, muito obrigada por me ajudarem. Quando eu e Vitor voltarmos precisamos conversar com vocês sobre algo que faremos com a nossa vida… Mas só quando voltarmos porque preciso de tempo para todos conversarmos! Não se preocupem.
— Dormiram! - chega na cozinha. Vítor estava com o pé bem sujo, mas não consegui dar banho, ele capotou… Deixei ele para dar banho por último. Coloquei uma meia nele e ficou tudo certo!
— Prefiro nem comentar! - o encara.
— Não dava para acordar ele!
— Prefiro nem comentar! - repete.
— Tenho que ganhar vários tijolinhos no céu… - lava a mamadeira das crianças - Porque olha, aguentar a Paula não é fácil!
— Olha quem fala! - riem.
Dulce e Marisa ficam mais um tempo com os dois na cozinha e depois seguem para os quartos descansarem. Eles fazem o mesmo, mas mal dormem porque Paula vai finalizar as malas.
No outro dia, logo pela manhã, se despedem dos filhos sem acorda-los e encontram já Diva preparando o café da manhã na cozinha. Saem com biscoitos na mão e uma garrafa térmica de café para comerem no caminho.
Elias os leva até o aeroporto, onde pegam o voo até BH e de lá em diante alugam um carro. Pouco tempo depois já estão hospedados em uma pousada em Nova Lima.
— Estou impressionado com a vista! - admira as montanhas.
— Sim! - sorri. Amei assim que vi nas fotos… Imagina um por do sol aqui?
— Deslumbrante!
— Sem dúvidas!
— Vamos sair para almoçar? Tem aquele restaurante que amamos ir quando estamos em BH.
— Sim! Pensei nele… Vou pegar minhas coisas!
Se organizam e saem rumo ao restaurante, onde são recepcionados com muito carinho pelos funcionários que já os conhece.
— Podemos fazer uma trilha depois, o que acha?
— Pode ser!
— A pousada oferece a trilha passando por vários lagos… - começa olhar o cartaz. Tem um jantar à noite também, tipo um luau que pode ser reservado. Vou fazer isso já…- pega o celular - vou reservar para gente!
— Ta bom!
— Tem mais alguma coisa que você queira fazer?
— Ficar junto com você, quietinhos, tranquilos, vendo uma série ou um filme, comendo chocolate!
— Vamos fazer isso também! - pisca para ele. Prontinho, já reservei nosso jantar. Agora vou ver como estão os nossos filhotinhos…- liga para a mãe. Oi! - é atendida na primeira chamada - que rápida! - ri. Como estão as crianças? - Dulce informa que estão bem e pergunta como os dois estão - Estamos ótimos! Aqui tudo é muito lindo… Depois vou te mandar uma foto da varanda do quarto!
Conversam mais algum tempo e ela desliga. Vítor aproveita e mostra o projeto da casa na chácara, decidindo com ela alguns ajustes finais.
— Precisamos ver o transporte dos cavalos!
— Dos cachorros, dos coelhos e dos gatos!
— Também! - riem. Meu Deus… Quanta coisa! Só de pensar…
— Olha o que achei aqui… - mostra pra ela uma foto no celular.
— Abaixa isso! - bate na mão dele.
— Qual o problema? - ri. Minha esposa de lingerie…
— Não vou nem gastar saliva te respondendo!
— Tem mais… - mostra para ela.
— Você tem uma coleção de foto minha? - pega o celular dele e olha as fotos.
— Tenho! Um álbum só com os nudes.
— Palhaço! - riem. Olha essa! - olha para ele perplexa. Você é maluco, Vítor? Se alguém rouba seu celular de novo!?
— Fica despreocupada, se roubarem ou eu perder, apago todo o histórico e todos os arquivos pelo computador.
— E se as crianças veem isso? Vítor… Por favor! - entrega.
— Está ocultado! - mostra a ela. Ninguém vai ver.
— Não sei qual sua mania com foto… Pode ver e sentir pessoalmente!
— Nem sempre! Quando viajei foi o que me salvou…
— Uai, a Bianca estava lá para te salvar… Você que não aceitou! - ironiza.
— Agora eu que não falarei nada!
— Estou brincando, branquinho…- ri dele. Sei que você não consegue mais ter outra mulher na sua vida.
— Vou concordar com você! - sorri.
A refeição chega e eles continuam conversando sobre as intimidades a dois.
— Edu me mandou uma série que está o maior sucesso na Netflix… - limpa a boca. Aí eu fui dar uma olhada… - pega o celular. Vou até te mostrar aqui a cena que ele mandou eu ver! - coloca na série. Chama Sex Life… Olha… - pega a cadeira e coloca ao lado dele. Presta atenção! - dá play.
— Já começou na pouca vergonha! - olha para ela. Por que você está vendo isso?
— Presta atenção! - ri.
— Paula! - arregala os olhos. Não… Espera aí! - volta a cena.
— Vítor! - ri.
— Pulinha… Não… - vê de novo. Pode parar de ver isso aqui! - riem - Ficar desejando uma coisa que você não tem em casa não vai fazer bem para nosso casamento!
— Amor! - ri.
— Edu não tem vergonha de mandar isso para você? - riem. Ele deve estar querendo acabar com nosso casamento! Volta aí de novo… Eu acho que é mentira isso! - volta a cena. Olha amor… Não… Não é possível! Devem ter esticado isso nas edições. Será Pulinha? - fica indignado. O meu não deve dar metade… Pare de assistir isso! - encara ela brincando.
— Ah, não… - não aguenta de tanto rir. Não exagera, né? Você adora se fazer de modesto só para que eu elogie… - bebe uma água - O seu deve ser só uns 2cm menor…
— Paula! - ele engasga quando bebe o vinho.
— Vitor! - riem.
— Meu Deus! - começa tossir.
— Bebe aqui! - entrega a água para ele.
— Que loucura! - bebe a água.
— Eu que o diga! - ri.
— Acho que essa série acabará com muitos casamentos!
— O nosso não! Estou muito satisfeita com o que tenho… Nunca tive um assim!
— Que bom, fico aliviado! - riem. É hora do suco da Francesca…- olha no relógio. Dá uma ligada lá para ver se lembraram!
— Bem lembrado! - pega o celular e disca o número da mãe.
— Oi Paula! - atende. De novo? - ri. Está tudo bem com seus filhos…
— Eu sei! - ri. Só queria saber se deram o suco da Francesca!
— Ela está tomando nesse momento! - olha para a neta fazendo careta. E odiando! - ri da bebê.
— Ela não gosta muito de cenoura!
— Vou adoçar um pouquinho…
— NÃO! - se exalta. Mãe… Desculpa! - percebe. Não quero que ela coma açúcar ainda.
— Vou bater com outra fruta, relaxa… Preciso desligar, são quatro crianças!
— Tudo bem! Beijos… Te amo!
— Você precisa ficar mais tranquila…
— Eu sei! Mas é impossível…- respira fundo. Vamos programar a viagem com eles? Você tinha falado sobre Campos, mas o frio com quatro crianças é complicado! Pensei em Búzios ou Ilhabela… O que acha?
— Bacana! Pode organizar. Desde que esteja só nós… E não tenhamos que levá-los para ter contato com mais ninguém.
— Sim…
Terminam a refeição e resolvem andar pelo local, se encantando com um jardim. Tiram algumas fotos, retornam a pousada e descansam. Ao anoitecer seguem para o luau.
— Senta aqui! - puxa a cadeira.
— Você é muito educado! Fico até sem graça! - riem.
— Não começa a debochar! - se senta também.
— Uai, que estranho! - pega o celular tocando. É Vitória! - atende. Oi filha! - a vê na chamada de vídeo. O que aconteceu?
— Amanhã tenho treino de patins lá na escola, mas a vovó não quer deixar eu ir! - diz brava.
— Filha, não é momento ainda… Você está treinando on-line! Lembra?
— Mas amanhã podemos treinar lá!
— Vitória… Você não vai, por favor!
— Mas você tá viajando! Por que eu não posso ir? Deixa eu falar com meu pai?
— Vitória Zapalá, por favor… Já falei que você não irá!
— PAI! - grita o Vítor pelo celular. PAIIIII!
— Toma aqui… Resolve! - entrega para ele.
— Filha… Pare com isso!
— Pai, me deixa ir? - começa chorar.
— Vitória, você tem tudo aí em casa para fazer suas aulas…
— Mas aqui eu faço sozinha e eu não quero! - chora.
— Sua mãe não deixou… Você não pode ir!
— Pai…- chora desesperada.
— Pare de chorar filha… Faça sua aula, quando eu chegar tenho uma novidade para te contar! - sorri.
— Não quero saber! Minha mãe é uma chata! - desliga.
— Ótimo! Eu que sou chata! - pega o celular da mão dele. “Sua mãe não deixou…” - o imita. Nós não deixamos! O combinado foi nosso. Você não tem que dizer que EU não deixei!
— Paula…
— Esquece! - guarda o telefone na bolsa. Eu que sou chata sempre!
— Vai começar com isso?
— Não, não é começar com isso… É a realidade! Você nunca quer se indispor com a Vitória.
— Você vai continuar? - a encara. Porque se você for, avisa… Aí voltamos para o quarto discutir lá, por favor!
Ela permanece em silêncio, ainda nervosa pela forma como ele age em relação a filha. Na fazenda, Dulce e Marisa começam se preocupar com a neta caçula.
— Ela não quis beber o leite!
— Vou ligar para a pediatra dela! - pega o celular.
— Não! Se você ligar para a médica, vão ligar para Paula!
— Então ligamos para quem?
— Vamos dar um jeito! Eu criei 2 e você criou 3, não conseguimos dar um jeito?
— Prefiro não arriscar se tratando de filha do Vítor!
— Você tem razão! Vamos ligar para eles então…
— Não… Calma! Vamos tentando, se não der certo, aí ligamos. Vamos observar ela essa noite.
— Vou fazer um suco com açúcar e aí fica sendo segredo entre nós!
— Faça!
Dulce prepara o suco para a neta, que toma tranquilamente.
No luau Paula fecha a cara e evita qualquer conversa com Vitor, que segue tentando um diálogo.
— Quer ir embora?
— Nem jantamos!
— Mas nem quero… Se for para você continuar com essa cara!
— Por favor…
— Eu que o…
— Boa noite! - duas jovens se aproximam. Desculpa incomodar! Podemos tirar uma foto?
— Claro! - sorri, se levantando.
— Na verdade é com Vitor…- se viram para ele.
— Ah…- fica sem graça. Tá bom! Me deem o celular que eu tiro para vocês! - estende a mão.
— Aqui! Obrigada.
— Vamos lá! - se levanta.
Elas se aproximam e espalmam a mão sobre os ombros dele, alisando. Paula observa-as, encarando Vitor que percebe a situação.
— Vamos tirar a foto? - sorri. Precisamos jantar ainda! - ri sem graça.
— Claro!
Uma delas se ajeita ao lado dele, entrelaçando as mãos sobre sua cintura enquanto a outra espera para fotografar sozinha com Vitor também. Paula registra as fotos em silêncio.
— Aqui! - entrega o celular.
— Obrigada! - pega. Vítor, foi um prazer! - segura a mão dele, que apenas sorri. Até mais Paula, bom jantar! - se retiram.
— Perdi a fome! - senta.
— Eu não fiz nada! - se senta.
— E o que eu falei? Não falei nada.
— Mas pela sua cara já percebi!
— Só acho engraçado que agem como se eu não existisse!
— Paula, pare com isso!
— E se fosse eu? Dois homens me apalpando?
— Tudo bem… Você está certa! Te faltaram com respeito. Mas, você ficar assim vai dar a elas o que elas querem. Eu amo você, estou com você e pronto! Isso não irá se repetir, não vou permitir. Me desculpe!
— Que seja! - bebe um pouco de vinho.
— Você é difícil… - coloca a cadeira mais perto dela. Mas, sou insistente! - passa o braço sobre ela que começa rir. Eu te amo! - pisca para ela.
— Eu sei! - sorri. Só fico nervosa com tudo isso.
— Eu entendo!
— E sobre a Vitória… Por favor, tenta entender o que digo. Ela está ficando sem limites e se você continuar protegendo, não sei o que vai virar. Fico perdida!
— Ela é uma criança, Paula…
— Ela já tem 07 anos… Você vê como ela faz? Quando digo não, ela vai até você. Por isso preciso que você mantenha a palavra com ela. Seja firme. É pelo bem dela!
— Tudo bem… Vou me atentar de agora em diante.
— Obrigada! Fico aliviada. Antônia e Vitor não nos dá trabalho… Nos obedecem. Francesca não sei ainda… Vai ser outro desafio!
— Sim! - bebe um pouco de vinho.
— Acha que eu devo ligar para saber como estão?
— Você já ligou o suficiente hoje! Eles estão bem. Melhor que nós que não paramos de falar só sobre isso.
— Tá! - ri, deitando sobre o ombro dele. Quer continuar aqui ou vamos para o quarto? - coloca a mão sobre a perna dele. Nossa folga está acabando…
— Acho uma boa ideia, sabia? - riem. Vamos!
Saem de fininho do local sem sequer comemorem. No quarto resolvem tomar um banho de banheira. Em Uberlândia Dulce e Marisa redobram a atenção com Francesca que não queria beber o leite deixado pela mãe e estava tendo febre.
— Ainda está um pouco alta… Será que são os dentinhos?
— Pode ser Dulce! Nossa, tinha me esquecido disso… Vou olhar a boquinha dela. - abre a boca da neta. Olha… Está inchada a gengiva!
— Então é isso! Que alívio…
— Mas ainda assim acho melhor ligarmos para Paula e informar… Ela pode achar ruim que a gente não tenha dito.
— Sim! Vou fazer isso…- pega o celular e disca o número da filha.
Paula escuta o celular tocar, mas resolve não atender para não interromper o momento com Vítor. Não demora muito e o dele começa tocar incansavelmente.
— Mas quem será? - revira os olhos se afastando dele.
— Deixa eu ver! - pega o celular. Sua mãe! - atende. Oi!
— Vitor, está tudo bem?
— Sim! - ri. Tudo ótimo…- observa Paula. Aconteceu algo?
— Preciso falar com a Paula sobre a Francesca…
— O que houve com a Francesca?
— Como assim? - Paula se aproxima dele e pede o telefone. Mãe… O que houve?
— Nada grave, mas estou ligando para avisar… Ela está com um pouco de febre desde ontem por conta dos dentes nascendo e não quer comer, nem tomar o leite que você deixou!
— Meu Deus! - respira fundo. Já ligaram para Carolina?
Enquanto elas conversam, Vítor sai da banheira e já vai organizando as coisas no quarto. Quando ela termina, vai até ele.
— Vou na recepção acertar a diária e nós vamos… Deve ter algum voo na madrugada!
— Tudo bem para você a gente ir? Não queria estragar…
— Paula, nossa filha não está comendo e está precisando de você. Não tem nada sendo estragado! - sorri. Organiza as malas? Vou lá acertar!
— Tá bom!
Organizam tudo e saem da pousada já na noite em direção ao aeroporto de Belo Horizonte. Conseguem um voo na madrugada e logo pela manhã estão em Uberlândia.
— Bom dia Diva!
— Já voltaram? O que houve?
— Francesca não está bem com os dentinhos nascendo… Então achamos melhor vir.
— Cadê Vítor?
— Foi levar as malas no quarto… Eu vou ver as crianças! - se retira.
Encontra Vitor no quarto de Antônia que já está acordada. Beija a filha e vai ver os outros filhos que ainda dormem. No quarto de Dulce encontra ela e Marisa com Francesca no colo.
— Você veio? Meu Deus Paula! Daríamos um jeito…- entrega a bebê para ela.
— Está tudo bem! Vitor quis vir também. Mamãe está aqui, amor… - sorri. Ela mamou?
— Não… Ia fazer um suco agora de manhã.
— Vou amamentar ela então…
Segue para seu quarto e escuta Vitor no banho. Amamenta a filha e em seguida a coloca para dormir em sua cama, para observá-la melhor.
Vitor sai do banho e a encontra no closet.
— Pulinha, vá descansar… Depois mexemos nessas malas. Francesca vai passar o dia enjoadinha!
— Já vou… - dobra umas peças de roupa. Estou irritada!
— Eu sei…
— Odeio ver meus filhos doentes! Odeio que as coisas saiam do controle! - passa as mãos sobre o rosto, nervosa.
— Calma! - vai até ela. Não entra nessa pilha! - a abraça. Está tudo bem. Francesca está bem, você já chegou, ela já está mamando. O que tem fora do controle? Nada! Não crie coisa onde não existe.
Ele a acalma e leva-a para o banho. Mesmo cansados se revezam no cuidado dos filhos durante o dia, permitindo que as mães possam descansar.
As semanas passam, eles contam a novidade sobre Belo Horizonte, enchendo o coração das mães de alegria por retornarem a cidade que tanto amam. Se organizam com os funcionários e o transporte de tudo para em breve se mudarem. Passam o dia das mães com toda a família na fazenda, incluindo Leo e Carolina. Comemoram o aniversário dos gêmeos como eles escolheram, um piquenique no fim de tarde. Paula e Vitor comemoram o dia dos namorados com um jantar no restante do Topo do Mundo, na Serra da Moeda. Aproveitam a ida para BH e acertam detalhes da casa com a arquiteta.
Agosto chega com sua ventania, entre gravações das canções de Vitor e trabalhos de Paula que retornam aos poucos. No aniversário dela combinam uma viagem para Ilhabela, dessa vez com os filhos.
Continua…
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