Dark - Segunda Temporada escrita por Petrova


Capítulo 4
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

particularmente eu amo esse capitulo porque eu amo Nina e Caleb, apenas como amizade claro
simmmm mais pra frente, muuuuito mais pra frente to pensando em colocar uma narração diferente
estou pensando em colocar a Suzanna, acho vocês vão amar
enfim, comentem, tenho poucos comentários, minhas leitoras sumiram, kibeeem, repassem pra todo mundo, quero vocês de volta, esse capitulo vai para Yas e Dé eu amo você garota
simmm, quero que vocês interagem comigo, sabe, façam perguntas, digam se tão gostando, falem do caleb, não sei, qualquer coisaaaa. Boa leitura 'babys'



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CAPITULO II

– Você pode chutar, Nina. – Caleb disse vagamente incomodado com a minha hesitação.

– Tipo, mesmo se você sangrar? Não quero que você sangre.

Ele riu.

– Sou um vampiro. – disse-me com confiança.

Respirei fundo.

– Mas este é um lugar meio... – enrubesci. – inapropriado.

– Pode ficar tranqüila, não posso ter filhos mesmo, a não ser que seja com uma humana, mas isso certamente não vem ao caso, claro.

Nossos olhos se encontraram, quase me engasguei com o nada. Não queria passar meus treinamentos com Caleb falando sobre fertilidade ou infertilidade. Ou que comigo sua taxa de fertilidade seria mais do que alta.

Não agora. E sim nunca.

– Não tenha pena de mim, pode chutar. – ele sorriu fazendo posição de ataque. – Pense em algo que você odeie, algo que te deixa completamente irritada em mim.

Ajustei-me rapidamente na minha posição, o chão úmido da floresta afofando embaixo dos meus pés em prontidão.

– Não vai ser muito difícil. – dei um meio sorriso sarcástico. – Não precisarei pensar muito. Sua presença me irrita o suficiente.

– Isso magoou. – ele fingiu ressentimento. – Mas se te ajuda, vai fundo.

Estiquei-me na ponta do pé e pensei algumas vezes sem me mover. No frio que ainda apertava aqui no meio da floresta, minha calça preta justa e um casaco negro misturando-se com minha blusa preta me cobria muito bem, mas o frio que eu estava sentindo era mais interno. Uma ansiedade misturada com nervosismo. Era só manter a calma e dessa vez eu iria conseguir.

Coloquei o pé esquerdo para trás e o direito para frente, peguei impulso e corri, um pouco antes de chegar onde Caleb estava, tentei uma de suas manobras, trocar o movimento do pé para chutar a virilha – porque eu me saia bem chutando partes mais baixas como pernas – se Caleb não tivesse se ajoelhado e segurado a ponta do meu pé com as mãos, me imobilizando no ar e me fazendo tombar no chão. Bati as costas na terra úmida e o braço esquerdo se enroscou em algum conjunto de galhos secos no chão. Era daí que vinha minhas marcas roxas. Ombreiras e outros acessórios de segurança amorteceram a minha queda. Eu nunca devia ter aceitado esses treinamentos, haviam motivos convincentes o suficiente para ter certeza que uma asmática não se sairia muito bem em tentativas de autodefesa.

Depois daquele tutorial na internet alguns meses atrás, percebi que tentar me proteger de maníacos não estava nada relacionado a ser frequentemente alvo de vampiros sádicos e sedentos pelo meu sangue especial de uma original. De acordo com nossas idas à biblioteca reservada do professor Langdon, eu vinha de uma linhagem pura das bruxas O’Connel de uma parte inabitada e desconhecida pela maioria dos historiadores locais do Reino Unido por causa das lendas não comprovadas de minha tribo, na qual Andrew também fazia parte.

– Hmf. – grunhi sentindo meu pulmão arder nessa jogada. – Acho que estou morrendo.

– Não está, ainda está respirando, e de acordo com sua pulsação, você vai sobreviver. – Caleb se levantou e estendeu sua mão para mim. – Nada mal, missary.

Puxei o ar com dificuldade. Essa coisa de passar muito tempo com Caleb, tornou meu lado emissária um apelido, missary, de acordo com sua forma de mostrar que estava sendo delicado comigo quando na maior parte do tempo estava me imobilizando e me mostrando que eu era uma negação ao tentar proteger a mim mesma.

– Você... disse... nada... mal? – murmurei na velocidade que tentava fisgar o ar olhando para o alto com as costas doloridas. – Acabei de fracassar em um movimento que levou meses e estou aparentemente com falta de ar e tudo que você me diz é nada mal?

– Para alguém asmática você está ótima Nathalie, agora segure minha mão.

Respirei fundo e levantei as costas, segurei sua mão e com firmeza me coloquei de pé.

– Esqueça a parte que não quero que você sangre. – o encarei enquanto massageava os cotovelos. – Não vejo a hora de acertar um soco nesse seu rostinho perfeito para sangrar bastante, só para eu me sentir melhor.

Caleb riu que tremeu os ombros.

– É justo. – nos afastamos. – Você sabe que acabou de me chamar de perfeito, não sabe? – ele sorriu presunçoso na minha direção.

Vir-me-ei de costas.

– Repete de novo, não consegui ouvir essa asneira que acabou de falar.

Ele riu.

– Uma hora você admitirá isso. Agora posição. – gritou na ultima parte.

Respirei fundo algumas vezes e inclinei o corpo para frente e para trás, esperando que a dor de fadiga passasse, mas o obedeci, achei meu ponto de ataque.

– Quero que imagine meus pontos ideais de ataque, preveja meus movimentos, planeje, seja astuta, saiba o que deve saber para me impedir de quebrar seu ataque, se você souber meus movimentos óbvios de defesa, você saberá exatamente o que fazer para me destruir. Leve o tempo que quiser, apenas imagine.

– Caramba Caleb, isso me ajudou muito, - revirei os olhos. – porque quando eu estiver lutando com um vampiro de verdade sedento pelo meu sangue ele certamente irá me esperar imaginar isso.

Ele cruzou os braços.

– Eu devia me acostumar com seu humor, Nina, mas ainda não consegui, o que fazer com isso?

– Me deixe, então. – alonguei os braços saindo um pouco da minha posição.

– Impossível, até que me apeguei a você, crápula.

– Imbecil. – eu não deveria ter sorrido, assim pareceria um xingamento sério.

– Não flerte comigo.

– Impossível, você é tão irresistível. – disse-lhe bem alto, caçoando de sua expressão.

Ele sorriu, se divertindo.

– É o que todas dizem. Agora falando serio, me imagine. – ele me disse com voz mais tênue. – Feche olhos e me imagine... Se quiser, pense em mim coberto de sangue, caso isso for lhe trazer satisfação.

Ergui as pálpebras.

– Como sabia que estava pensando nisso?

Ele sorriu.

– Se concentre, Buffy. – ele me repreendeu, mas estava sorrindo.

Eu o olhei meio sínica, como ele podia me chamar de Buffy? Tecnicamente eu não caçava vampiros, eles que me caçavam e eu estava apenas aprendendo a chutar suas bundas duras feito mármore.

– Quando quiser... – sua voz soou baixa, mas pude ouvir com nitidez.

Usei os truques com a respiração, estava tentando permanecer o mais calma suficiente, todo o lance de nervosismo e ansiedade piorava a situação, um erro pequeno poderia custar a minha vida, mesmo que isso fosse apenas um treinamento. Se eu chutasse suas pernas, o imobilizaria com toda certeza, mas era tão obvio que seria sua primeira defesa, como afastar ambas para criar equilíbrio. Caso eu acertasse seu rosto ou mesmo sua barriga, ele não sentiria com a mesma rapidez que eu desejaria, afinal, ele é um vampiro, a não ser que eu fizesse movimentos seguidos. Teria toda a concentração para acertar seu rosto, isso certamente o desconcentraria, e toda minha força acumulada estaria nos pulsos, sendo um golpe forte e vitorioso, assim, poderia distraí-lo da sua zona de equilíbrio e por conseguinte o derrubaria, como cartada final, antes de cravar uma estaca no seu peito ou mesmo presenteá-lo com verbena em frascos que me protegeriam, claro, se ele fosse um inimigo.

Abri os olhos enxergando Caleb como eu pensara, afastava ambas as pernas para ganhar equilíbrio, trabalhava todo seu pensamento na parte mais obvia. Nesses quatro meses, tentei acertá-lo no rosto, o que não deu muito certo, isso me deu um braço quebrado e uma mentira estúpida de que estava escalando alguns picos da região.

Não é por nada que Isobel abomina a idéia de eu estar saindo com Caleb, porque ela acha que ele é uma má influencia. Seus dons de encanto não funciona com todo mundo, pelo jeito.

Nas próximas lições, tentei usar o peso do meu corpo em contato frontal, o que também não deu muito certo porque por mais que ele fosse magro, seu corpo era cem vezes mais indestrutível que o meu, isso me causou faltas de ar e uma semana de cama. No fim, eu tinha tentado todas as chances que eu tinha, e agora estava eu, no meu teste com partes de baixo – gosto de pensar em pernas, tornozelos e pés -, o que chamaria toda a atenção do Caleb.

Respirei fundo, afastei meu pé esquerdo e coloquei meu peso para frente, empurrando meu corpo para ganhar impulso e velocidade. Quando eu me negava a tentar confrontá-lo e acabar saindo com um hematoma novo ou uma perna ou braço quebrado, pedi que ele me ensinasse saltos e movimentos caso precisasse chutar partes mais altas do que eu podia, e para minha sorte, eu tinha muita força nas pernas, Caleb disse que me ajudaria quando eu quisesse imobilizar alguém, principalmente quando eu estivesse com adrenalina pulsando no meu corpo. Desviei de sua trava e ao invés de atacá-lo pelas pernas, saltei, ergui a perna direita e chutei seu rosto com força, sua queda foi rápida e a adrenalina pulsou dentro de mim. Tinha dado certo.

Aterrissei firme com os dois pés no chão, animada com a sensação de não ter precisado fazer dois movimentos em seguido. Normalmente, eu estava acostumada com nunca ganhar do Caleb ou eu estar no seu lugar agora, caído no chão. Antes de voltar para a Sponvilly, a única experiência de brigar com alguém foi na quinta serie quando uma garota loira derramou suco na minha roupa e minha reação foi jogar meus cadernos em cima dela e correr para a professora, depois disso, nunca cheguei a levantar um dedo para agredir alguém, essa adrenalina era diferente. Era de vitoria.

– Caramba. – Caleb gemeu bem alto com o rosto cravado na terra chamando a minha atenção. – Estou sangrando.

Caleb ergueu o dedo que acabara de massagear o queixo e algumas gotas de sangue pintaram o branco de suas mãos. Eu achei que ficaria feliz, mas entrei em pânico.

– S-sangue?

– Aham, - murmurou. – sabe, pigmentos vermelhos que circulam dentro de você... por que está fazendo essa cara de surto? – me encarou, perdido.

Tive um momento de pânico, antes de reagir.

– Isso cura rápido não cura? Caleb, por Deus, desculpe. – corri, me arrastei de joelho no chão e ergui seu ombro.

Ele estava com os dedos trêmulos, mas sorria e deveria ser uma visão angelical, se seus dentes não tivessem manchado de sangue.

– Oh, meu deus, te chutei forte de mais, está sangrando até pela boca, - segurei seus lábios, abrindo para ver se era alguma hemorragia. – sinto tanto, não sabia que isso iria acontecer, afinal, você é um vampiro e... inferno, diga algo Caleb.

– Estou sem palavras, desculpe... você está me deixando assim... – ele joga o rosto para trás, ganhando equilíbrio. - parece uma maluca surtando, mal me deixa falar.

– Maluca? – grunhi.

– É, surtando como uma maluca que nunca viu sangue na vida.

Apertei as pálpebras, mirando-o com irritação.

– Obrigada por me chamar de maluca. – resmunguei, empurrando seu corpo e me levantando. – Tomara que sangre até a morte.

Ouvi sua risada atrás de mim, quando me virei, ele estava rolando de volta para o chão, com a mão acima do peito.

– Você foi demais. – ele disse em tom mais baixo. – Seu salto foi fantástico, fiquei meio pasmo, não esperava, não sabia o que fazer. – ele ergueu a cabeça. – Parabéns.

– Você... me... elogiando? – andei até dele. – Acho que te bati forte demais.

Ele riu. Ajeitei-me ao seu lado, limpei o chão caso houvesse vestígios de seu sangue ou de alguma criatura pequena nojenta. Ele ergueu o tronco e se sentou também, o ferimento no seu queixo agora inexistente curou tão rápido quanto eu esperava. Caleb olhou para o lado, cuspiu sangue e depois se virou para mim, qualquer vestígio de sangue na sua boca já também não existia mais.

– Se recuperou rápido demais.

– Uma hora você estava quase chorando e agora está me desejando a morte? Acho que existe sentimentos conturbados por mim dentro de você, missary. – ele empurro meu ombro.

– Apenas nos seus sonhos, Arvore Negra.

– Isso foi uma piada? – ele não riu, parecia entediado. – Muito horrível, para ser sincero.

Não respondi, estava usufruindo do silencio pela floresta. Com o verão, flores desabrochavam, a terra se tornava escura novamente e a imensidão branca vinha dos altos de montanhas. Aqui parecia o paraíso, afastado muito pouco da mansão de madeira dos McDowell, mas ainda podia sentir o cheiro de gardênias que indiscutivelmente me lembrava do Andrew.

A saudade apertava no peito e a dor parecia ser cutucada novamente.

– No que está pensando? – Caleb me perguntou depois de um longo silencio.

– Nele.

Ele se silenciou.

– Você acha que daremos um jeito nisso? – mirei-o.

– Bem, - ele pensou. – quando um triarco dá uma ordem, dificilmente alguém normal consegue uma objeção.

Esmoreci, sabia no fundo sobre essa resposta, mas era bem diferente alguém confirmá-la para mim.

– Mas estamos falando de um McDowell. Andrew não é normal. Se ele souber usar seus poderes de original em Vinum, - ele me encarou. – sim, vocês darão um jeito nisso.

Não sorri, mas ele podia ver nos meus olhos a esperança surgindo.

– Como se conheceram? Você e o Andrew?

Caleb esticou as pernas e deu um sorriso ordinário.

– Quando ele ainda era humano. Eu deveria ter quatrocentos anos de formado, acho.

– Quatrocentos? – gaguejei. – Você?

– A imortalidade é melhor que plástica, messary. – ele deu de ombros. – Andrew deveria ter dezessete anos, estava indo para uma escola em Londres, nossos pais eram muito amigos, com Adam já transformado, nos aproximamos, então, em uma das minhas visitas, Andrew estava triste, não apenas triste, mas doente.

Abracei meus joelhos e me encolhi.

– Doente?

– Sim, doente de amor. – seus olhos negros me encararam. – Havia uma garota, humana, que ele gostava muito, e ele não sabia lidar com a idéia de estar apaixonado por ela. Eu tinha uma irmã alguns anos mais velha que ele que se transformou na mesma época que eu, mas quando éramos humanos, lembro da sensação de protegê-la, fora uma das poucas lembranças que eu tinha da minha humanidade. Eu vi em Andrew uma parte humana bem distante se ascendendo, me importei com ele como se fosse meu irmão.

Não o olhei, estava tentando receber essa noticia, a de Andrew se apaixonar por outra garota... Outra que não fosse eu.

– Ele conseguiu a garota, mas quando a mudança estava se aproximando, ele sabia que ela não olharia para ele se soubesse o que ele estava destinado a ser. Um vampiro. Ele sofreu muito com a sua transformação, ainda mais por dizer adeus. Quando fez dezenove anos, completou-se o ciclo.

A curiosidade me culminou.

– O que aconteceu depois?

Caleb abaixou o rosto, olhando para o chão.

– Estive ao seu lado em varias fases Nathalie, inclusive, as de escuridão, os primeiros meses de Andrew não foram os melhores, principalmente quando descobriu que a garota que amava quando humano estava indo para a faculdade... com outra pessoa.

Senti um aperto no peito, como se compartilhasse a dor de Andrew agora sabendo de sua historia.

– Eu o ajudei com essa coisa de caçar, de ter sede, da vontade absurda de matar uma pessoa no ápice da raiva, a coisa de ter raiva o tempo todo também. Com o tempo, Andrew não era como meu irmão mais novo, mas sim, meu melhor amigo, confiei nele e ele confiou em mim. Até que Edwin morreu e não fiz parte de sua nova fase negra.

– Lewis fez. – o interrompi.

– Por isso o odeio, tenho como Andrew como minha família, Clarice e eu o temos, principalmente depois da noticia de nossos pais.

– Noticia? Além da morte de Edwin?

– Sim. Meu pai também era um triarco, dava ordem, matava alguns vampiros fora de controle, era seu trabalho, como o de Edwin, e quando tentaram sair... a coisa toda não deu muito certo. – me confessou. – Tempo depois da morte do meu pai, veio a noticia de que Edwin também tinha tido o mesmo destino.

– Caleb... – sussurrei pasma, procurei sua mão. – Sinto muito.

Ele apertou a minha em troca.

– Obrigado. – respirou fundo, como se precisasse e me encarou. – Foi assim que nos conhecemos, historia legal.

– Diferente também. – disse em tom mais baixo, ainda confusa com sua mudança de humor.

– Existem muitas memórias conturbadas em Vinum prontas para serem descobertas. Talvez a temporada de Andrew por lá seja o que ele precise para por um ponto final no seu passado.

– Acho que tem razão. – apoiei o queixo no joelho. – Quando ele foi embora, achei que perderia o sentido.

– Ora, e por quê?

– Porque eu tive uma vida sem ele, sem segredos, sem descobertas, e quando apareceu, pela primeira vez, soube exatamente o que eu estava fazendo ali, a minha vida tinha um sentido mesmo enrolado nos desastres. E eu não queria parar de sentir isso, não queria voltar ao vazio que era sem ele.

Caleb suspirou, me compreendendo.

– E como está se sentindo agora?

– Bem. – murmurei. – Um bem diferente e incompleto, mas... este não é o fim do mundo, ele voltará e eu sei disso, mas para acontecer, ele tem que resolver seu passado, como resolvi o meu a alguns meses atrás.

– A coisa toda de descobrir ser emissária, de amar um cara para sempre e viver entre vampiros sendo parte da lenda original dos Upyrs? – perguntou. – Sua vida é bem comum, Nathalie.

– Eu sei.

E rimos.

– Que horas devem ser? – soltei as pernas. – Me esqueci por completo de Helena.

– Ahm, deve ser o horário perfeito para você voltar para casa.

Coloquei-me de pé e ofereci a mão para ele se levantar também. O jipe de Caleb ficava a alguns metros dali, depois de ultrapassar toda a vegetação da floresta e se afastar ainda mais da mansão.

Além dos treinamentos físicos, Caleb e eu passamos varias tardes na biblioteca com professor Langdon atrás das lendas da tribo que habitava aqueles campos onde Vinum foi construída. De acordo com livros mais remotos do mundo, na língua original o latim – cujo tivemos que optar pelo Google tradutor -, druidas em missões encontraram aqueles terrenos a muitos anos atrás, suas visões acreditavam que o local era sagrado para o resto do mundo, por isso, era de seus destinos habitar aquele pequeno campo. Com água abundante, terra para plantio e criação de animais, aos poucos, a tribo foi crescendo, tornando o habitat de criaturas mágicas, como os conjuradores ou bruxas.

Navios estrangeiros encalharam nas margens do oceano alguns anos depois, e o máximo de povoamento que havia, era a tribo dos druidas originais. Primeiramente, houve discussões, depois, os estrangeiros usaram da força para obter comida, moradia e outros prazeres. Bruxas de uma antiga família comum original de druidas uniram seus poderes para defender seu povo, em vitoria, a população tornou as feiticeiras como heroínas do povoado, assim, o circulo da irmandade original das mulheres bruxas se fortaleceu e cresceu até onde conheço o surgimento de Aura, a traidora.

– Você acha que ela vai gostar de mim? – Caleb limpou o pano de sua calça.

– Quem? Minha mãe? – abri a porta do jipe e me sentei, esperando que ele ligasse o carro.

– Sim, é claro.

– Está preocupado com isso? – tive que rir. – Estamos falando de Caleb Blackwood, você não se importa com o que vão pensar de você, você simplesmente faz e é.

Ele me encarou por um longo segundo.

– O quê?

– Está me defendendo, isso é realmente impressionante, missary. – ele tocou de leve meu ombro.

– Isso não vai acontecer com freqüência, então saboreie.

Ele deu a marcha e saímos da estrada de terra em alguns minutos, indo na direção da mansão da minha família.

– Você não me falou se conseguiu entrar. – eu disse de repente, olhando longe pela janela. – Na universidade. – completei caso ele não soubesse.

– Ah, isso. – ressaltou. – Depois de grande dificuldade para tentar falsificar papeis pessoais, essas coisas de família e tal, parece que ele engoliram eu ser sobrinho distante do Langdon, Caleb Langdon Blackwood, parece até nome de filme de terror.

Tive que rir.

– Você se sairá bem. – o olhei. – Ahm, será que vai voltar a ser normal como antes?

– O quê? A cidade?

– É, desde que Andrew foi embora, durante esses quatro meses, não se ouviu nada, não se viu nada, apenas o arquivamento do caso de Isaac, da Amber e da Rachel. – suspirei. – Será que vamos ter uma vida mais tranqüila agora?

– Eu não sei, para a falar a verdade. O que está esperando que aconteça?

Respirei fundo.

– Na verdade, nada. Eu sempre imaginei esse lado da minha vida, indo para a faculdade e fazendo algo que eu goste, tendo a minha família e meus amigos por perto, e até quatro meses atrás, esperando poder dividir isso com o Andrew, mas agora, só espero que ninguém mais se machuque, que o dia nasça todos os dias igual, que a noite caia sobre a cidade e que ninguém escute o grito de pavor de alguém e que...

– Que seja normal. – ele me completou, compartilhando o meu temor.

Nós dobramos e em seguida vemos os portões da mansão aberta, o carro do tio Maison e do tio Rick estão estacionados na entrada, e se ousássemos chegar um pouco mais tarde, perderíamos uma cabeça de cabelos castanhos saindo ao mesmo tempo que um homem alto, do tipo físico invejável como deve ser um professor de educação física.

– Aquele é o Josh?

– O tal. – murmurei. – Respire fundo e aceite que sua mãe já tem um novo amor. – sussurrei para mim mesma.

– Não esqueça que leio pensamentos Nathalie.

– Exceto quando aprendi a bloqueá-lo. – murmurei.

– Verdade, mas a sua expressão entrega.

Caleb apareceu ao meu lado no carro, sendo nós dois as próximas figuras vistas pela minha mãe histérica.

– Nina! – ela gritou. – Minha bebe. – e correu até o jipe do Caleb.

Certo, tudo bem, eu odiava ter que olhar toda vez para o Josh e imaginar que ele tenha sido o motivo da separação dos meus pais, afinal, eles trabalharam muitos anos juntos e a aproximação as vezes pode ser fatal, mas... Eu sentia tanta falta dela.

Agarrei seu casaco e a abracei forte como se esperasse ambas ficarem sem ar porque eu queria mesmo por um milésimo de segundo, sentir que tudo voltou ao normal e que nunca terei que lhe dizer adeus.

– Nina... – sussurrou com a boca entre os fios do meu cabelo. – Minha doce menina, eu senti tanta a sua falta.

– Mamãe... – choraminguei enterrando meu rosto no seu ombro.

O milésimo de segundo passou, mas esperava que durasse a vida a inteira. Helena estava diferente, bem, o cabelo estava maior e encaracolou nas pontas, o castanho estava mais vivo e ela certamente deve ter ido ao salão, ela sempre faz isso quando encontra um fio branco no cabelo. Minha mãe não é velha, talvez eu tenha exagerado sobre ela gostar de homens mais novos, Josh deve ter uns três anos a menos, mas trinta e cinco anos não é ser velha, ela está bem, está sorridente, está corada para quem vive no Alaska.

E meu coração está quente, está completo por um segundo, mesmo ainda sentindo a demasiada falta que ele me faz.

– Você cresceu. – Helena segurou a ponta dos meus cabelos. – O cabelo ta maior também.

– Você esteve aqui a quatro meses mãe.

– Bem, sim, é verdade, mas você cresceu. Olhe para isso, nem parece a menininha que morava em Anchorage comigo.

Sorri timidamente. Ela estava certa sobre meu crescimento, isso era estranho, mas desde que comecei a evoluir minhas qualidades e avançar nos treinamentos, minha massa muscular aumentou, incluindo a minha altura e meu cabelo. Ainda não arranjamos explicação para isso.

– Você também mudou, está mais bronzeada. – disse-lhe examinando.

– Ah, bem, - ela se aproximou como se fosse contar um segredo. – cremes de pele, eu sei, maravilhoso não? Nem precisei de bronzeamento artificial, enfim.

Eu tive que rir, Caleb se mexeu ao meu lado, tinha me esquecido que ele ainda estava ali.

– Ah, mãe, este é Caleb Blackwood.

Os olhos de Helena brilharam, ela estava pensando coisas.

– Prazer senhora White.

– Apenas Helena, querido. – ela estendeu a mão e se cumprimentaram. – Você é o namorado dela? O que Isobel falava? – ela perguntou de repente. – Mas e o Andrew? Desculpe querido, é que Andrew foi o anterior a você, não fique cabulado.

Eu quase me engasguei.

– Mãe, por favor. Não sei o que você e tia Isobel andam falando, mas Caleb não é daqui, não é meu namorado, é um amigo, não só meu... mas do Andrew também. E por favor, mudemos de assunto.

Percebi que esse dia seria longo. E cheio de perguntas.


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Notas finais do capítulo

é um dos meus favoritos até agora (ele e o capitulo 5) o que acharam???