Dark - Segunda Temporada escrita por Petrova


Capítulo 19
Capitulo 17


Notas iniciais do capítulo

mano desculpem a demora, estou lotada com a escola, curso de redação e a criatividade tá faltando, mas espero que gostem
boa leitura >



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Capitulo XVII

– O que você quer dizer com morto? – minha voz vacilou, eu teria despencado se Andrew não estivesse cuidando do meu equilíbrio neste exato momento.

Billy limpou o suor que escorria na sua testa, seus dedos tremulos.

– É por enquanto um mistério, Srta. O’Connel. – Billy estreitou os olhos, mas tentou se manter ereto enquanto alternava entre mim e Andrew. – Nós recebemos um telefonema da Sra. Seelas sobre um movimento suspeito e algumas discussões em frente a sua casa. Nós mandamos apenas uma viatura com dois policiais de minha confiança, até que recebemos uma mensagem deles. – pelas suas expressões, isso o deixava frustrado, não ter pistas sobre o caso, não poder ter um primeiro passo para começar. – O policial James nos afirmou que se referia a um homicídio, o corpo do rapaz estava caído no gramado da praça em frente a minha casa e da escola.

Eu tentei imaginar o corpo do Matt sem vida, seus belos olhos azuis agora opacos, cinzas, seu cabelo louro úmido grudado na sua face, suas roupas marcadas pelo assassinato. Senti meu estômago se revirar, uma ânsia de vomito brotar no fim da minha garganta, mas se tratava apenas de um mal estar devido ao pânico, ao medo, as frustrações, uma confusão de sensações intensas e devastadoras.

– Eu reconheci o jovem da ceia de Natal que fizeram em homenagem aos alunos da escola publica de Sponvilly que morreram ano passado, a uns cinco, seis meses. Ele estava com Suzanna, você também, e minha filha, Lauren. – Billy respirou profundamente. – Eu não conhecia os pais do Matt, só conhecia Suzanna, era tudo que eu tinha sobre alguém próximo o suficiente. Eu pensei em buscá-la na festa, mas não queria chamar a atenção, eu estava fardado e isso seria o suficiente para arrancar questionamentos. – Billy coçou o topo da sua cabeça, seus cabelos úmidos e negros espalhados pelo rosto.

Eu teria dito algo mais cordial e pedido-o para entrar, mas eu não conseguia pensar em nada que não fosse sobre Matt estar morto.

– Decidi ligar para Lauren, mas quem atendeu foi Anastasia, avisando que Lauren havia esquecido o celular na sala de estar, então pedi que ela me retornasse o seu numero, era a única chance. Não deu muito certo. Anastasia se lembrou de ter ouvido vocês comentarem que estariam com a companhia de Caleb, então decidi falar com ele. A irmã dele, Clarice, me contatou, disse que ele tinha sumido de sua visão, mas que tinha uma suspeita de onde você estaria. E aqui estou eu.

Silencio se formou quando Billy parou. Eu estava tentando processar tudo o que ele dizia ao mesmo tempo que tentava me manter são. Estava tudo desordenado, era algo que eu não podia controlar. Estava retornando, o que aconteceu ano passado está voltando e eu não posso suportar viver aquele medo novamente, minhas idas ao hospital, os enterros, Andrew culpado, Lewis tentando nos matar, a preocupação dos meus tios, da minha mãe, como se fosse a ultima vez que nos veríamos. O medo estava retornando, o mau presságio, não acabou.

– Eu achei que iria encontrar Suzanna quando te achasse. – Billy tornou a falar, agora seu olhar um pouco mais questionador em relação ao Andrew.

– Eu não tenho ideia de onde Suzanna pode estar, - minha voz suou baixa, transtornada. – ela deve estar na festa ainda, curtindo o show ao vivo, eu acho.

Andrew apertou minha mão fracamente, ele estava ereto, tenso, não havia dito nada depois do silencio terrível que se formou quando Billy bateu a nossa porta e disse-nos sobre Matt. Ele não moveu nenhum músculo, me preocupei se ele estava em pânico, se ele estava prestes a surtar. Quando olhei para cima e o encarei, Andrew não demonstrava estar aqui, ao meu lado, parecia se mover para um lugar bem longe e profundo, os seus pensamentos.

– Eu preciso retornar para o local do crime, tenho que dar algumas ordens e receber alguns especialistas. – Billy nos olhos, frustrado, seus olhos castanhos opacos. – Eu preferi vir aqui eu mesmo para dar a noticia.

– Eu vou com você. – Andrew deslizou seus dedos dos meus e se afastou.

– Isso não é necessário, Sr. McDowell.

– Matt era meu amigo, Billy. – a sua voz suou cortante, ele estava sofrendo? E desde quando Andrew conhecia o Matt? Ou eram amigos? – Nós chegamos a ter algumas aulas na faculdade, eu tenho o direito de vê-lo dessa forma, ele não tem família. – seu maxilar estava trincado, firme, sua expressão dura e fria.

Como Andrew podia saber disso? E como eu não sabia de nada disso sobre ele?

– Se você diz, bem, - Billy engoliu em seco, era algo que não podia imaginar. Muito menos eu. – se você é amigo dele, eu posso tentar trazê-lo, mas terá que se manter longe do corpo, isso é um pouco confidencial.

Andrew fez um sinal de consentimento.

– Eu seguirei você logo atrás, só vou me vestir e o acompanharei em breve. – Andrew completou.

– Tudo bem, Sr. McDowell. Eu o vejo daqui a pouco. – Billy deu dois passos para trás para dentro do alpendre. – Até mais, Nathalie. – ele me cumprimentou com um aceno de cabeça e deu as costas, voltando para a viatura.

Andrew fechou a porta e eu me afastei, encarando logo depois suas costas quando ele saiu para dentro do corredor novamente, andando apressado. Despertei-me e o segui logo atrás. Andrew subiu decisivamente para o andar de cima e eu não pensei duas vezes se não segui-lo. Algo estava muito estranho, por que ele nunca havia me dito que conhecia o Matt? Por que não estava me dizendo nada? Por que estava tão frustrado? Eu queria respostas, mas até agora não sabia como começar.

– Pegue algum casaco de Clarice, está muito frio lá fora, Nathalie. – ele me disse por cima do ombro, mas sem me olhar diretamente.

Andrew se moveu de um lado a outro, pegando uma calça jeans do guarda-roupa e uma camisa preta de mangas compridas, em seguida um casaco também preto, vestindo-os em uma velocidade surpreendente enquanto eu me escorava na porta e o encarava atrás de respostas.

– Você viu as chaves? Você viu aonde eu as coloquei? – ele me olhou por um segundo tão rápido que ele nem deve ter me percebido direito, até que se passou um segundo silencioso e ele se deu por conta de mim e da minha expressão. – O que foi? Você está bem?

Andrew se aproximou e tocou meu rosto, examinando-me cautelosamente atrás de um vestígio de vacilo meu, precavendo-se se eu estava bem.

– Eu? Eu não estou bem. Mas você? Andrew, você está... você está transtornado. O que está havendo? – empurrei fracamente suas mãos para tentar mostrá-lo que eu estava falando sério.

– É complicado, Nina.

– Tudo é complicado agora, Andrew, mas já passamos dessa fase. – retruquei. – Eu quero a verdade, agora.

Andrew afastou seus dedos de mim e os passou pelo cabelo, apreensivamente pensativo.

– Lembra quando eu disse que tinha algumas coisas que eu lhe contaria depois? – ele disse. Eu fiz que sim com a cabeça. – Essa é uma dessas. Eu não estava mentindo quando disse que conhecia o Matt, era verdade, eu o vi algumas vezes na faculdade.

– Mas você está apavorado como se você tivesse perdido um, um...

– Irmão? – ele me completou. – Eu menti, Nathalie. – ele completou de repente, e eu não conseguia entender o que que ele havia mentido. – Esse ultimo mês eu não estava na Inglaterra, eu já estava na América.

Dei alguns passos falsos para trás, mas voltei ao equilíbrio rápido o bastante para processar sua resposta.

– O, o quê? – eu pisquei, pasma, depois disso eu o empurrei com força. – Por que você mentiu para mim?

– Porque não havia como eu te dizer sobre as minhas circunstâncias, Nina. – Andrew me seguiu enquanto eu andava de um lado a outro. – Quando você me contatou pela primeira vez, eu tinha retornado para a Inglaterra para uma segunda reunião com os triarcos.

Eu o encarei do canto, os braços cruzados, olhando-o com raiva, ele tinha o direito de mentir para mim, de esconder de mim.

– Você deveria ter me dito naquele momento. – eu o olhei com raiva.

– Eu sei, eu sei, mas não podia. – Andrew olhou-me de lado, apoiando sua mão na borda da porta enquanto parecia estressado.

Eu não tinha ideia o que estava acontecendo com ele, o motivo dele estar sofrendo, o motivo de estar desesperado, mas era esse o problema. Eu não sabia de nada.

– Eu estava infeliz, eu estava destruído, eu estava fazendo tudo que eles pediam, como foi a minha volta para a America. Eu estava tão tentado a ir vê-la, só um segundo, tocá-la só por um segundo, sentir o seu perfume só por um segundo, mas me mantive forte, queria fazer tudo certo, mas estava apavorado com a ideia deles me recusarem, de não revogarem. Então você apareceu. – Andrew sorriu e seus olhos se apertaram. – Parecia um sonho. Eu não desisti depois disso. Contei a Michael sobre o que aconteceu, ele disse que só uma bruxa realmente muito forte e de uma linhagem pura poderia se comunicar daquela forma.

Meu corpo estremeceu. Ele estava falando de mim, dos meus poderes, da minha força.

– Eu fiquei mais apavorado. – Andrew se aproximou. – Se outros soubessem do que você era capaz, eles seriam tentados a machucá-la, e eu não podia conviver com a ideia de estar longe e perto sem fazer nada para te proteger. Por isso Michael pediu segredo, sobre onde eu estava, do Triarco, ninguém poderia saber que eu estava voltando, e isso se resumia até mesmo a você.

– Isso não faz sentido, Andrew. – eu choraminguei, não por estar brava com ele, mas sim por estar vendo-o neste exato momento como conseguia imaginar que ele sofreu.

– Eu sei, não faz mesmo. Triarco me mandou para North Pole, eles disseram que estavam havendo ataques suspeitos na cidade e precisavam de alguém para colocar ordem nos vampiros que estavam aprontando. – ele deu mais um passo. – Estando na America e tão perto de Sponvilly que eu não podia esconder do Caleb. Ele é um vampiro puro, um caçador, ele sentiria minha presença mesmo a dezenas de quilômetros de diferença. Caleb veio atrás de mim assim que pisei em North Pole.

Eu bufei.

– Não acredito que até o Caleb mentiu para mim.

– Ele não teve escolhas, ele sabia que isso era algo muito maior do que eu, do que contar a verdade. – Andrew deu mais algum passo, mas não estava proximo ainda. – Ele me prometeu que manteria sua proteção enquanto eu cuidava de forasteiros em North Pole, que foi quando encontrei o Matt. Ele me reconheceu assim que o vi. Ele estava arfando de dor na sua própria poça de sangue, ele tentou me falar sobre o que haviam feito com ele, mas eu sabia da verdade,

A suspeita pareceu um baque agora. Eu estava certa, estive certa o tempo todo, o comportamento estranho de Matt com Suzanna era por causa disso, ele estava em transição e não sabia se controlar.

– Eu o ofereci ajuda depois que expulsei os vampiros que estavam causando problema. Era o mínimo que eu poderia fazer. – sua voz falhou no final. – Eu conhecia o Matt, tínhamos amigos em comum, fizemos trabalhos juntos, mas nunca o convidei para as festas do clube quando eu ainda tinha a parceria com o Lewis. Eu não queria que os amigos do Lewis machucassem os meus amigos. – Andrew me olhou fixamente, tão negros e agora tão sensíveis, como se eu pudesse pela primeira vez ver o fundo, sem segredos. – Eu fiz tudo que estava ao meu alcance, Nathalie. – uma lágrima desceu pelo seu olho, pairando na sua bochecha e no seu maxilar trincado.

Eu me aproximei, mas ele recuou, passou as mãos pelo cabelo em um gesto nervoso e chutou a porta que fechou com muita força, fazendo me assustar ligeiramente rápido.

– É minha culpa, eu deveria saber disso. – ele choramingou, de costas para mim. – Eu fui tão estúpido, claro que me veriam com o Matt, associariam minha amizade com ele. Agora Matt está morto, eles sempre fazem isso, eles sempre colocam as pessoas ao meu redor em perigo.

Andrew estava gritando e andando de um lado para o outro, seu rosto encharcado de lágrimas, seus músculos tenso, suas mãos fechadas em um punho pronto para socar alguma coisa na raiva. Eu nunca o tinha visto assim, se desesperar tanto, tinha algo de errado, não era só sobre o Matt que ele não estava me contando.

– Andrew... – eu o chamei, meu coração acelerado.

– Eu não sei porque eu retornei, eu sabia que isso ia acontecer, que as coisas voltariam, as mortes, isso é tudo por minha causa. – ele gritou novamente, com raiva.

Eu estava apavorada, eu nunca o tinha visto com tanta raiva, a não ser naquela vez na livraria com Lewis, mas mesmo assim, eu me aproximei e tentei tocá-lo, ele estava muito exasperado.

– Andrew, - eu o chamei novamente. – Andrew olhe para mim. – eu segurei seu braço e chamei sua atenção.

Seus olhos estavam vermelhos e cheios de lágrimas, sua expressão estava dolorosa, estava tão indeciso e frustrado quanto Billy.

– Isso não é sua culpa, - eu sussurrei segurando seu rosto com as minhas mãos, pareo a ele. – Você fez tudo que podia pelo Matt, mas isso não é a sua culpa, nós vamos dar um jeito nisso, vamos descobrir o responsável e vamos puni-lo, entendeu? Eu estou com você, Andrew, você não está sozinho, a sua dor é a minha dor, sua guerra é a minha guerra, entendeu?

Andrew fechou os olhos lentamente, deixando a ultima lagrima escapar, encostando sua testa contra a minha, suas mãos abraçando minhas costas.

– Quem quer que seja, começou com Matt, Nathalie, mas nós dois sabemos quem será a ultima pessoa dessa lista. – seus olhos negros me encararam. – Eles vão atingir você e eu não vou aguentar.

– Shh! – eu beijei seus lábios. – Nós vamos parar com isso, nós vamos pará-lo, quem quer ele seja, okay?

Relutantemente, ele concordou comigo.

– Eu vou pegar um casaco e vamos nós dois atrás do Billy, entendeu? – eu o perguntei antes dele consentir.

Eu o beijei novamente e depois me virei para alcançar a maçaneta da porta e ir para o quarto de Clarice, atrás do seu casaco. Eu teria que pedir desculpas por essa novamente.

Andrew estava me esperando no andar debaixo já com as chaves, sua feição mais equilibrada, mas ainda carregado de pensamentos confusos. Eu não podia culpá-lo, ele esteve ajudando Matt a um mês, tentando ensiná-lo tudo que sabia sobre se controlar, sobre as regras do Triarco, sobre se alimentar as sangue humano. Era, de certa forma, o mesmo relacionamento que criei com Caleb, ele era meu tutor, havia me ensinado tudo que podia sobre como defender, e em quatro meses ele se tornou meu melhor amigo, como David era por mim.

Eu mal saberia explicar como deve estar sendo para ele ter perdido um amigo, o único que ele podia ter enquanto ninguém sabia sobre ele estar aqui, quando Caleb tinha que fingir que não sabia, mantendo-se longe o tempo todo, sua vida solitaria. Matt estava sofrendo com a transformação enquanto Andrew sofria por não poder voltar para casa. Eles souberam se adaptar a tempo.

– Está calada. – Andrew disse de repente, saindo do bairro da casa dos McDowell e agora casa dos Blackwood.

– Estou tentando entender como tudo isso aconteceu.

– Eu também. – ele confessou numa voz baixinha. – Eu tento escolher rostos, suspeitos, mas tudo que eu consigo ver é Lewis.

– Você acha que se trata dele? – eu o encarei, apesar de saber que Lewis era diferente de inocente, eu não tinha tanta certeza sobre o envolvimento dele dessa vez.

– Eu não sei, mas também não posso descartá-lo. – Andrew ergueu um pouco o braço para virar a direita e me encarou por cima do ombro. – Lewis tem muitos amigos que adorariam me ferrar.

Eu engoli em seco.

– Eles não podem fazer nada contra você. Você é um McDowell.

– Isso não quer dizer muita coisa, baby.

– Claro que quer, - quase gaguejei. – você é importante, ninguém pode machucá-lo. Eles são todos uns idiotas por tentar isso, porque no fim sempre damos um jeito.

Andrew sorriu, mesmo que por um período bem curto, eu vi um sorriso iluminando seu rosto. Não sabia o que eu tinha dito de tão divertido, mas pelo menos ele sorriu.

– É bom pensar que vamos dar um jeito nisso. – ele disse. – Mas não devemos esquecer que ser McDowell, algumas vezes, é um péssimo aliado.

– O que você quer dizer?

– Vejamos os fatos, - Andrew começou. – Adam deve ter matado uns dez vampiros em Sponvilly que infringiram as leis da “paz com os humanos”. E eu o ajudei algumas vezes também. Estenio é um ótimo rastreador quando quer, o que causa muita raiva em alguns vampiros quando não querem ser capturados, sem contar que meu pai foi um Triarco. Ele teve que matar infratores tanto quanto eu e meus irmãos fizemos.

– Mas vocês fizeram isso para proteger as pessoas. – eu retruquei. – Você não é o cara mau, Andrew, você está tentando salvar o máximo de pessoas que podem, você tem que sentir orgulho disso. Pelo o que você é.

Eu toquei seu rosto lentamente, acariciando o circulo de sua bochecha onde a primeira lágrima havia escorrido a alguns minutos atrás, na mansão. Eu queria que ele visse a si mesmo como eu o via, eu poderia estar apavorada, em pânico, mas enquanto ele estivesse ao meu lado, eu me sentiria corajosa e forte o suficiente para enfrentar meus próprios medos. Ele deveria ver isso em mim, na forma como eu o olho.

– Chegamos. – ele avisou quietamente depois de um tempo.

Eu despertei para vê-lo estacionar seu carro atrás de algumas viaturas do outro lado da praça. A iluminação fraca vindo dos postes, de algumas casas e dos faróis do carro deixava tudo muito sombrio, os policiais transitando de um lado a outro usando suas lanternas, uma pequena quantidade de pessoas que bisbilhotavam de dentro de suas casas o movimento da policia, parecia que eu estava voltando ao passado, a noite que Isaac morreu.

Será que a essa altura Suzanna já sabia da noticia?

Andrew abriu a porta, mas antes me olhou com cautela, procurando ver em mim a sua força, ele precisava de mim mais do que tudo. Era a minha vez de ser forte. Eu dei um meio sorriso para ele e Andrew acenou de volta, saindo do carro e me encontrando logo depois. O tempo estava mais frio do que estava na festa do prefeito, uma forte neblina caía sobre o bairro, e entre as pessoas que estavam longe, eu reconheci a Sra. Seelas, uma mulher de idade que se apertava nas várias camadas de roupas para se proteger do frio, olhava atentamente com os olhos apertados para os policiais, enquanto murmuros baixos envolvia a atmosfera desse lugar.

Perto da casa dos Miller, onde Anastasia estava, usando um casaco enorme e preto, encarando os passos do seu marido, eu vi o pai de Emily, moreno, alto e cabelo raspado, ele encarava sem compreender muito dali.

– Eles estão comentando sobre uma garota. – Andrew disse perto de mim, me despertando. Eu tinha agarrado sua mão quando ele se aproximou, assustada com tudo isso mais de perto.

– Uma garota? – sussurrei de volta.

– Sim, cabelos claros, loiros talvez, ou castanhos. Eu não sei, eles não sabem que era. Os moradores só viram de longe. – Andrew olhava para cada pessoa que se acomodava melhor na frente de suas casas nesse momento.

– Com Matt?

– Eu não sei. Vou perguntar a Billy. Fique perto de mim. – ele avisou.

Andrew passou por algumas viaturas e subimos na calçada da praça, as enormes arvores pareciam decorações de um palco de filme de terror. Meu coração acelerava mais rápido e meu corpo parecia cada vez mais frio. Mesmo recebendo os olhares de alguns policiais, nenhum deles questionou por enquanto, talvez reconhecesse que nós éramos amigos de Billy e que ele deve ter comentado alguma sobre trazer algum familiar, parente ou amigo de Matt. Nós passamos por algumas manchas no chão, depois um celular destruído sendo examinado por um homem de cabelos castanhos e barba, mas que não usava uniforme policial, apenas distintivo e uma arma.

Billy estava logo a frente. Ele nos viu num descuido de atenção e andou depressa para nós.

– O que estão fazendo tão perto daqui? – ele questionou, sua expressão um pouco mais perturbadora.

– Queremos respostas, Billy. – Andrew respondeu. – Matt não tinha os pais, o pai sumiu assim que ele nasceu e a mãe morreu a dois anos de uma doença cardíaca. Ele morava com a sua madrinha, mas quando entrou para a faculdade e arrumou um emprego ele comprou seu proprio apartamento. Nós dividimos uma casa em North Pole nessas ultimas semanas, eu estava acertando umas coisas para a minha família e ele me recebeu, tenho tudo que o senhor precisa, documentos pessoais, agenda telefonica, contatos, sou mais necessário do que pode pensar, Billy,

Eu fiquei mais surpresa do que o Sr. Miller. Andrew sabia mais de Matt do que mesmo Suzanna, principalmente da morte da mãe dele. Matt deve ter sido muito sincero ao contar sobre essa parte triste de sua vida ao Andrew.

– Olha, Andrew, - Billy massageou as palpebras, sentindo dor de cabeça. – aqui está uma bagunça, não há testemunhas além da Sra. Seelas, é tudo que temos.

– Eu posso ver o corpo? – ele perguntou diretamente.

Billy arregalou os olhos.

– Por quê? Você entende de anatomia?

– Eu tive aulas praticas no ensino médio na Inglaterra, então eu posso ser util em alguma coisa.

Billy suspirou profundamente exausto.

– Pode, tudo bem. – ele deu espaço para que Andrew e eu passássemos. – Não sei se você vai querer ver alguma coisa, Nathalie, porque quando ela apareceu aqui, ela ficou desesperada.

– Ela? – eu perguntei.

– Suzanna. Você não ligou para ela? – Billy tinha as sobrancelhas franzidas. – Suzanna apareceu com Caleb assim que cheguei, achei que você tinha conseguido contatá-la. Ela ela estava desesperada, o seu amigo, o Caleb, esteve com ela o tempo todo. Ela não aguentou ficar tempo suficiente, eu acho que ele a levou para casa.

Eu fiquei surpresa. Como Caleb sabia sobre o Matt? E por que eles estavam juntos?

– Nós resolveremos isso depois, Nathalie. – Andrew sussurrou para mim.

Ele tinha razão, Suzanna agora sabia sobre o Matt, eu queria poder estar com ela agora, mas como eu não podia, esperava que o Caleb a cuidasse bem.


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Notas finais do capítulo

o que acharam?



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