Dark - Segunda Temporada escrita por Petrova


Capítulo 17
Capitulo 15


Notas iniciais do capítulo

esse capitulo, já vou dizendo que pode causar sérios indicios de ataque cardiaco porque ele está capotante
quero oferecer esse capitulo para minha melhor amiga, Carla, ela diz que ela é minha fã numero 1, mas mal sabe ela que sou eu que sou sua fã numero 1. Eu te amooooooo!
agradeco aos reviews, a recomendação maravilhosa da Hazel Levesque, a Bellaa, muuuuuito obrigada e também a recomendação da Sackthais em clarity, eu fiquei tãaaao felizzzz, vocês me matam dessa forma
que saboreiem esse capitulo



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CAPITULO XV - Caleb Blackwood

Desfiz do meu colete e o deixei em cima da enorme pia de mármore, a mancha tinha milagrosamente atacado apenas essa parte descartável. Limpei minhas mãos no conjunto de toalhas douradas penduradas e ajeitei os fios desgrenhados do meu cabelo louro, repondo-o calmamente até me certificar que estava impecável.

Olhei um ultima vez para o meu reflexo e apaguei a luz, fechei a porta e entrei no mesmo corredor iluminado parcialmente com lampas de parede e ultrapassei exatamente cinco portas fechadas que não me importei. Quando cheguei no pequeno cômodo onde os corredores se encontravam, Suzanna não estava ali, nenhum vestígio dela ter estado aqui alguma vez. Um pensamento passageiro iluminou minha cabeça, mas o afastei na mesma velocidade que veio. Eu não iria me recriminar por ter evitado me aproximar dela pouco depois de enfiar uma estaca de madeira um pouco acima do peito do Parrish.

Parrish!

Dei-me por conta dele, será que ele tinha entendido o recado e se mandado daqui antes que eu fizesse o serviço completo? Se ele fosse dotado de algum nível, mesmo o menor que fosse, de prudência, ele teria se mandado daqui sem pensar duas vezes ou olhar para trás. Não me lembro de me tornar babá de nenhum vampiro acidentado ou herói dessa história, por isso dei as costas para a sala onde tinha travado um rápida luta com Parrish e peguei as escadas, passando por duas moças maravilhosas com decotes obviamente feitos para chamar atenção.

– Senhoritas. – acenei em sua direção, esperando ter uma visão melhor do alongamento dos seus vestidos.

Ambas sorriram na minha direção e seguiram subindo a escada, não mostrando nada além de uma calda enorme para cada vestido que ia até o tornozelo. Por isso odiava bailes organizados pela prefeitura. As pessoas se vestem cordialmente, nas festas juvenis, as mulheres se vestem para serem despedias facilmente, todas com vestidos curtos, zíperes numa região mais privilegiada, tudo que facilitava o trabalho de um homem. Continuei o meu caminho e parei um garçom para me servir de mais vinho. O prefeito Ackland tinha um gosto admirável para bebidas refinadas, desde champanhe a whisky. Sorri para alguns convidados, certificando-me da segurança de todos.

Droga, eu estava realmente levando a sério essa coisa de ser babá desses humanos. Eu podia culpar o Andrew, eu estava muito bem em Nova Iorque, indo a festas, tendo minha própria diversão, desde que ele me implorou que ficasse uma temporada em Sponvilly para cuidar de uma garota. A primeira coisa que pensei foi o quanto ele estava ferrado,

– Você se apaixonou, Andrew? – eu gritei com ele repreendendo-o.

Estávamos em North Pole, ele tinha me convidado no mesmo dia e como ele estava sério no telefonema, deixei minhas orgias para pegar o primeiro avião para o Alaska.

– Fale mais baixo, Caleb.

Relaxei na cadeira de um bar marginalizado.

– Porra, Andrew, você está encrencado. – tomei um gole de cerveja e fiz uma cara feia para ele. – Onde achou essa espelunca?

– Aqui as pessoas estão bêbadas demais para se interessarem conosco. – ele rolou os olhos, entediado.

– Okay, isso foi esperto. – eu o ofereci uma bebida. – Então, como é a garota?

– Você irá vê-la, se aceitar.

– Está tentando não me contar? – soltei uma risada. – Ele é tão feia?

– Ela é maravilhosa, seu idiota. – Andrew sorriu, o mesmo sorriso ordinário quando ele acabou de pegar alguma garota que podia ser confundida com a Megan Fox.

– Então você está fisgado mesmo.

– Sim, e preciso da sua ajuda. – ele se inclinou pela mesa. – Eu quero que você a proteja até que eu consiga reverter tudo isso.

– Você sabe o que está me pedindo? Vou deixar a minha a vida de liberdade para trás e oferecer a minha vida por uma garota. Isso é muita coisa, Andrew.

– Eu sei. – seus dedos percorreram a garrafa de cerveja. – Mas ela é importante para mim, Caleb. Eu a amo. Se você encontrasse alguém que pudesse realmente amar e me pedisse que eu a protegesse, eu daria a minha vida por ela, se você arrumasse alguém como eu fiz.

Soltei um suspiro pesado.

– Você sabe que faz muito tempo que te ouvi falar assim sobre uma garota. – eu disse na sua direção. – Na verdade, nem com Melissa você ficou assim.

– Ela é importante para mim, Caleb. Eu te peço isso, por favor.

E depois daquela noite, me entreguei a essa trabalho árduo de manter Nina fora de encrenca, mas parece que tudo aquilo que cheira problema é atraído por ela. E suas amigas. Se Andrew havia encontrado em Nathalie uma força absoluta para lutar por amá-la tanto, eu também havia encontrado, eu também a amava, mesmo sendo totalmente diferente, eu a amava como se fosse minha irmã e tinha certeza que ele entenderia, era o mesmo sentimento que ele sentia pela Clarice, proteção. Nathalie era boa demais para tudo de ruim que a perseguia, e eu não podia deixar que ela sofresse, como eu sabia que Andrew não pensaria duas vezes em proteger a minha irmã.

– Eu estava atrás de você. – uma mão aberta pousou sobre meu peito e me parou no corredor do enorme salão do andar de baixo.

Corri os olhos por aqueles dedos finos, pelo esmalte vermelho e vestígios de um tecido de mesma cor.

– Summer. – a reconheci.

– Em carne e osso.

– E com um pouco de tecido demais. – eu a estudei com os olhos, de baixo para cima.

– Podemos dar um jeito nisso. – Summer deslizou seus dedos pelo meu peito e subiu na direção do pescoço trazendo-me para perto. – O que acha de sairmos daqui?

– Mas já? – falei duvidosamente pensativo.

– Sim ou você tem algo melhor para fazer do que estar comigo? – ela me encarou sugestivamente com aqueles enormes olhos azuis, seu cabelo negro preso num coque bem feito.

– Melhor do que você? – agarrei sua cintura. – Só um quarto parcialmente escuro com você deitado numa cama.

Summer sorriu sedutoramente.

– Você leu meus pensamentos. – Summer acariciou minha nuca e os fios do meu cabelo, dando-me um arrepio prazeroso. – Eu estou sozinha na minha casa, eu sei que você não mora sozinho. – ela sussurrou com sua boca passeando pelo meu maxilar.

Fechei meus olhos.

– Não posso deixar Clarice sozinha. – disse baixinho.

– Mas será no máximo uma hora. Ou duas. – ele sorriu com sua boca no meu queixo. – Clarice é bem grandinha para se virar, Caleb.

Eu estava cedendo, segurei sua cintura bem marcada com aquele vestido vermelho que se prendia perfeitamente em lugares que podem tirar a atenção de qualquer um. Passeei minhas mãos pelas suas costas, beijando seu pescoço inclinado para o lado, Summer poderia parecer com qualquer mulher normal, mas podia enganar. Tudo nela inspirava vitalidade, força, o sobrenatural. Beijei seu queixo e abri bem os olhos para encarar sua boca carnuda e sua expressão de prazer, entregando-se com os olhos fechados, sua boca levemente aberta. Aproximei meus lábios dos seu e segurei seu rosto, sendo interrompido por uma fugitiva de vestido dourado quase esbarrando num jarro enorme. Suzanna caminhava um pouco sem firmeza pelo corredor parecendo cheia de raiva e levando em conta que ela tinha bebido um pouco acima do normal, nada de bom podia vir disso.

– Caleb? – ouvi meu nome baixinho, vindo de Summer que me encarava com uma expressão curiosa.

– O, o quê? – com um pouco de relutância, tentei desviar de Suzanna para Summer.

– Por que você parou?

Eu não respondi, fiquei quieto enquanto pensava numa desculpa ao mesmo tempo que decidia se era realmente necessário eu ir atrás de Suzanna.

– Nada, eu só achei que tinha visto uma pessoa que conhecia. – e para descontrair dei um sorriso pequeno.

– Okay. – Summer se recuperou do vinco que havia em sua testa. – Que tal pularmos para a parte que vamos embora?

Abracei seu corpo e desviei rapidamente para o fim do corredor. Suzanna não estava mais ali.

– Merda. – xinguei baixinho.

Summer se afastou.

– O que está acontecendo, Caleb? – ela me encarou apreensivamente desconfiada.

– Summer, eu... – olhei outra vez para o corredor. A ideia de não ter Suzanna sobre o meu campo de visão me deixava irritado, tudo nela me deixava irritado. – Eu preciso me certificar de uma coisa antes. Eu prometo que volto. Você é muito mais importante.

Ela sorriu finalmente.

– Tudo bem, eu te espero.

Afrouxei meus braços de sua cintura e corri na direção do corredor, saindo pela porta de saída. A invasão de carros nas ruas e das pessoas festejando nos gramados dificultavam que eu encontrasse Suzanna entre eles. Isso me deixava frustrado. Ela não podia sair embriagada daquela forma, ela deveria ter um mínimo de prudência possível. Ela poderia, pela primeira vez, pensar na família dela? Nos amigos dela? Nas pessoas que se importavam com a segurança dela? Chutei uma garrafa vazia no chão que estourou num vaso que decorava o gramado.

– Depredação do ambiente publico é crime. – uma voz irritadiça suou atrás de mim.

Eu nunca estive tão aliviado de ouvir essa voz como eu estava agora. Virei-me para trás e encarei Suzanna inclinada no lado esquerdo do alpendre, um lado mal iluminado que seria o ultimo lugar que eu a buscaria.

– Ninguém além de você viu. – aproximei-me do alpendre.

– Verdade, mas você confia em mim para não contar a ninguém que vi o Caleb Blackwood chutando uma garrafa de raiva?

– Eu não estava com raiva. – defendi-me, encostando-me na grade.

– Ah, não? – ela negou com a cabeça. – Então quer dizer que você deixou aquela mulher de vermelho só para chutar uma garrafa na boa vontade?

Eu estava me segurando para não ler sua mente, mas pelo tom da sua voz, sentia que ela estava irritada.

– Summer normalmente não me causa problemas. Só prazer. – ao contrário de você, pensei comigo mesmo.

– Ótimo. Então volte para ela e me deixe aqui em paz. – Suzanna empurrou seu corpo para frente e me ultrapassou.

Encarei suas costas bem mercadas com aquele vestido dourado.

– Para onde está indo?

– Não é da sua conta.

– Eu sou sua carona e acho que isso faz ser minha conta. – retruquei um pouco alto demais.

Ela me deu as costas e continuou andando em direção a rua.

– Suzanna, para onde está indo? – eu deixei a grade para trás e andei até os degraus. – Suzanna!

– Estou indo para o inferno. Quer o endereço também? – ela me olhou por cima do ombro, aqueles olhos castanhos debochando de mim. Ao mesmo tempo que esse fosse um olhar maravilhosamente sedutor, eu odiava.

– Você está bêbada, deveria pegar um taxi para casa.

– Eu tenho pernas também. – ela gritou e ultrapassou alguns carros.

Trinquei o maxilar e soltei um palavrão baixinho. Suzanna era o contrario de tudo que eu podia suportar, ela era teimosa, cabeça dura, má e imprudente, eu não sabia como alguém podia conviver com ela por tanto tempo. Eu sentia pena do Matt por ter suportado alguém como ela por muito tempo.

– Eu não acredito nisso, Caleb! – Clarice apareceu surpreendentemente do nada ao meu lado.

– Porra, Clarice, avisa quando for aparecer. – eu a olhei com fúria.

– Não mude de assunto. – ela semicerrou os olhos e me encarou. – Seus pensamentos. Você deixou eles livres enquanto xingava Suzanna.

– Normalmente é assim que eu penso nela. Xingamentos e ódio.

– Eu tenho um nome diferente para isso. – Clarice sorriu na minha direção. – Você gosta dela.

Eu me engasguei.

– Por que diabos você acha isso? Você não vê como somos um com o outro? Eu a odeio. – quase gritei. – Ela me irrita, ela é teimosa, eu não consigo ficar um segundo perto dela quanto mais gostar dela.

Clarice me ouvia atentamente com um sorriso animador e irritante no rosto.

– Você a odeia ao ponto de ir atrás dela e deixar Summer para trás?

– O quê? – me virei para ela.

– Eu te vi com Summer no salão. – ela me explicou.

– O que isso tem a ver com eu odiar Suzanna? – resmunguei. – Summer é diferente, ela me deixa feliz, ela não me deixa com raiva o tempo todo.

– E Suzanna deixa. – ela completou adivinhando. – Então você vai deixar Suzanna saindo sozinha a essa hora para ficar coma Summer, Caleb?

– É uma boa escolha. – disse entre dentes. – Eu tenho planos com a Summer, onde não inclui eu estar aqui me preocupando com as imprudências de Suzanna.

– Caleb... – Clarice me repreendeu. – Você irá mesmo deixar Suzanna sozinha?

Eu não a respondi. Tentei imaginar como seria minha noite sem Suzanna. Ela seria calma, tranquila com Summer, dividindo minha noite ao seu lado, me divertindo e sentindo seus beijos maravilhosos. Essa seria uma noite que eu não abriria mão.

– Suzanna é imprudente e impulsiva, Clarice, ela tem que arcar com suas próprias escolhas, enquanto Summer, ela sabe cuidar de si mesma, ela não é maluca e frustrada. – trinquei o maxilar.

– E?

Minha cabeça doeu. Suzanna era malcriada, me irritava, me deixava nervoso, mas ela tinha razão. Odiava quando ela tinha razão.

Eu olhei rapidamente para Clarice antes de correr para fora do alpendre. Eu odiava ter que admitir isso, mas mesmo que a minha noite fosse muito melhor ao lado da Summer, eu não conseguia deixar Suzanna para trás. Eu abri mão de Summer.

Corri na rua invadida por carros, percorrendo meus olhos por entre eles tentando achar Suzanna, tentando arranjar qualquer vestígios de que ela tinha passado por ali, mas não encontrei nada. Palpei os bolsos da minha calça e agradeci por me lembrar das chaves. Encontrei meu jipe perto daqui para abrir a porta em me infiltrar sem demora alguma. Liguei o carro e o manobrei para fora dali, cantando pneus ao mesmo tempo que observava as ruas, as calçadas, as pessoas que caminhavam por ali.

Eu estava frustrado, era um sentimento estranho para mim, eu não conseguia pensar na possibilidade de perder Suzanna de vista e encontra-la desmaiada no caminho ou violentada por essas ruas. Se alguém chegasse perto dela, se alguém tinha apenas a ideia de machuca-a, eu arrancaria sua garganta fora.

Pisei no freio com dureza até encontrar Suzanna andando com os braços envolta da cintura tremendo de frio, seu salto alto pendurado nos dedos. Estacionei o carro e buzinei para ela. Suzanna se virou preguiçosamente para trás,

.- Entre no carro. – ordenei.

– Eu não vo...

– Cala a boca e entre no carro, Suzanna. – eu disse autoritário. – Se você não entrar, eu vou te trazer a força.

Seu olhar caramelado brilhou diferente por estar contraria a luz do poste, ela estava pensando na possibilidade de me dar as costas.

– Você não vai fugir. – chamei sua atenção, colocando meu rosto para fora do carro. – Eu vou te pegar no colo e te trazer a força. Você sabe disso.

Suzanna abriu a boca e me olhou furiosa, mas não pensou duas vezes se não andar em direção a porta do meu carro e entrar. Ela estava muito branca, era óbvio, ela estava andando sem proteção contra esse frio estridente a esta hora da noite.

– Pegue. – eu disse, puxando um casaco solto no banco de trás que pertencia a Clarice e trouxe para seus ombros, apertando-a delicadamente.

Suzanna levantou seu olhar para o meu e senti metaforicamente meu corpo esquentar. Se eu fosse um pouco mais ordinário, eu iria desbloquear a sua mente e leria tudo que estava pensando, mas não era justo com ela

– Você me odeia?

– Sim. – eu não entendi sua pergunta, mas respondi sem pensar.

– Então porque está agindo como se não me odiasse? – sua voz estava baixa, ela era rouca e sem sua própria vontade, era sedutora.

Eu queria tirar a maldita voz da Clarice da minha cabeça. Eu não gostava de Suzanna, poderia até não odiá-la, mas não gostava dela como se fosse possível algum dia amá-la. Eu nunca amei uma humana ou alguém que me deixasse ao ponto de querer matar e proteger ao mesmo tempo.

– Eu não te odeio, Suzanna. – deliberei. – Não o tempo todo.

– Isso é gratificante. – ela me olhou zangada.

– O que você quer, Suzanna? Por que está furiosa comigo? Eu saí daquela festa atrás de você e tudo que faz é me criticar.

Ela bufou.

– Eu não pedi para você estar aqui. – ela gritou.

– Tarde demais, agora estou aqui.

– Você pode ir embora. – ela não diminuiu seu tom de voz. – Eu estava muito bem sozinha.

Ela se enterrou no banco e cruzou os braços, fulminando o painel do carro. Eu suspirei. Suzanna estava sofrendo pelo Matt, eu sabia disso, ela estava bebendo mais do que devia e estava tentando evitar que as pessoas lhe dessem sermão. Não éramos tão diferentes.

– Suzanna. – eu a chamei, inclinando-me para perto dela. – Olhe para mim.

Ela não se moveu.

– Suzanna! – toquei seu queixo e virei seu rosto. – O que eu te disse sobre o Matt?

– Que ele é um idiota.

– Eu não disse isso.

– Não para mim, mas já ouvi você falando com Nina sobre ele. – ela retrucou, olhando-me com aqueles enormes olhos caramelados.

Dei um breve sorriso.

– É verdade, eu disse. – confessei e pela primeira vez Suzanna não parecia irada comigo. – Mas não foi só isso. Você não pode viver por uma pessoa, Suzanna.

– Tarde demais. – ela sorriu de má vontade. – Agora ele deve estar comemorando longe daqui enquanto eu estou sofrendo por aquele idiota.

Eu não respondi, mas estava perto o suficiente para não ser prudente e contar tudo que eu sabia, tudo que ela merecia. Matt era um idiota, isso eu tinha certeza, e agora mais do que nunca eu sabia que ele também era um covarde, estando por ai as espreitas, se escondendo de Suzanna. Andrew estava ajudando-o por isso, ele não podia simplesmente fugir para sempre, ele podia por um certo momento pensar na garota que ele fazia esperar. Ela era maravilhosa, Suzanna é excepcional e não merecia passar por esse sofrimento de não saber a verdade ou pelo menos de criar fantasias que provavelmente a faziam ficar ainda pior. Suzanna merecia a verdade, mas me convenci que eu não podia lhe dar, infelizmente, eu não tinha esse direito, seria algo que Matt deveria fazer sozinho.

Se eu não machucasse seu rosto com aquela expressão idiota antes.

– No que está pensando? – sua voz suou baixinha, ela me encarava docemente de baixo. – Está quieto ate demais.

– Eu não quero que você sofra por um covarde, Suzanna. – eu me aproximei. – Ele não merece suas lagrimas.

Suzanna suspirou profundamente.

– Eu gostava mais de você quando me odiava.

Eu fiz uma carranca.

– Eu mereço isso. – resmunguei. – Tentando ser legal com você e tudo que recebo é mal criação.

Suzanna se levantou, um pouco sem jeito, ela ainda demonstrava estar embriagada. Apoiou em seus cotovelos e depois no encosto do banco, inclinando-se para frente. Ela cheirava bem.

– Você não me entendeu, Caleb. – ela me encarou frente a frente.

Sua respiração se chocava contra meu rosto. Ela estava tão perto que me peguei sentindo um desejo vicioso e forte de tocá-la. Com certeza era por causa do vinho dos Ackland.

– Eu estou, - ela sussurrou pausadamente. – tentando, dificilmente tentando não gostar de você.

– O que, o que você quer dizer com isso, Suzanna? – havia um vinco na minha testa e quanto mais ela dizia, menos eu compreendia.

– Quer dizer que está sendo muito difícil tentar não gostar de você.

Abri bem os olhos e parei. Ela tinha dito o que eu ouvi? Isso era alguma ilusão? Ou Suzanna estava bêbada demais? Uma certa parte de mim sabia que ela estava muito embriagada para dizer algo desse jeito para mim, e outra parte, uma que eu não conhecia ate então, estava estranhamente animada. Eu estava feliz por ouvir isso, era a verdade, eu estava confessando isso para mim.

Aquelas malditas palavras de Clarice voltaram a soar na minha mente.

– Não seria muito difícil gostar de mim. – eu disse estranhamente baixo e grogue.

– O verdadeiro Caleb humilde mostrando o que sabe fazer. – ela riu debochadamente.

– Não brinque com o que eu posso saber fazer, Suzanna. Porque você não tem ideia do que eu posso. – espalmei o seu assento e me inclinei. – Posso provar que sou melhor que o Matt, por exemplo.

Provar?

Eu segurei seus cotovelos e a puxei com força, meu nariz acariciando o seu, sua respiração falha de repente, eu podia ouvir os batimentos desordenados do seu coração. Pela primeira vez tive certeza que o coração de uma pessoa batia por minha causa.

– Não me provoque, Suzanna. – sussurrei com meus lábios contra sua bochecha. – Eu não sou de parar.

Eu beijei seu maxilar, acariciei sua pele com meus dedos calmamente sentindo a vivacidade do seu corpo vital, um corpo com vida. Eu queria essa vida, queria a quem a pertencia.

– E quem falou em parar? – ela disse baixinho, ofegante.

Eu agradeci por ela dizer isso.

Segurei sua cintura e a apertei com minhas mãos, beijei sua pele e a puxei para meus braços. Eu nunca tinha estado tão louco para beijar alguém como estava com Suzanna, eu precisava tocá-la, precisava sentir o calor dos seus lábios, seu gosto. Pousei meus lábios no canto da sua boca e aos poucos a beijei, sugando seu lábio inferior e o mordiscando, puxando-o para mim. Suzanna gemeu na minha boca. Agarrei seu cabelo e aprofundei o beijo, nossas línguas se encontrando, meu desejo aumentando e se tornando irracional. Deslizei meus lábios pelo seu pescoço e senti o calor de sua pele humana ao tocar, as veias bombeando sangue, seu corpo tremulo, me desejando com voracidade. Eu a queria muito, queria como se fosse meu ultimo desejo. Deslizei minhas mãos por suas coxas e a puxei para perto de mim, eu queria o zíper daquela vestido, queria seu corpo despido e queria beijar cada centímetro nu dele. Segurei suas costas e na lateral senti o feixe esperando para ser puxado. Me diverti só com a ilusão de vê-la sem esse vestido.

Suzanna empurrou meu peito de repente e se afastou, seus olhos em pânico. Nossas respirações se combinavam, ambas sem folego. Meu corpo estava elétrico enquanto eu tentava descobrir o que tinha dado errado para ela me empurrar.

– Não, não deveria, deveríamos... – ela se perdeu, seu rosto vermelho e seus olhos pasmos.

Eu podia ter me esforçado mais, mas não consegui evitar a curiosidade dos seus pensamentos. Ela estava confusa, pensava em quanto queria manter minhas mãos no seu corpo, o quanto queria me beijar novamente e fiquei surpreendentemente feliz por não ter nada sobre o Matt. Até que ela corou ao pensar no que estávamos prestes a fazer.

Ah, minha nossa! Eu disse para mim mesmo, descobrindo o motivo do seu medo. Suzanna era virgem!

– Suzanna... – eu a chamei, envergonhado. – Você é, você ainda é... – gaguejei, furioso comigo mesmo.

– Sim, eu sou, meu deus! – ela enterrou o rosto em suas mãos.

– Me desculpe, me desculpe. – me desesperei. – Eu vou pro inferno por isso.

Ela soluçava com o corpo inclinado para frente, desesperada.

– Me desculpe, Suzanna, eu não podia imaginar. Eu não queria.

Ela não me respondeu.

Suzanna estremeceu no meu carro e antes que eu tentasse tocá-la para me desculpar, ela abriu a porta do carro e correu na direção que estava indo quando a encontrei. Ela tinha deixado os sapatos no carro e corria com muita velocidade para sabe se lá aonde.

Inclinei meu corpo para frente e bati a cabeça no volante várias e várias vezes, me xingando dos piores nomes. Inferno. Eu a queria, eu a queria muito e só me dei por conta disso quando tive minhas mãos no seu rosto, meus olhos mirando os seus caramelados. Eu não queria transar com Suzanna no carro, não queria deixa-la nua nos meus braços no banco de trás. Eu queria fazer amor com Suzanna na cama do meu quarto mal iluminado, minhas mãos sobre a sua enquanto eu sussurrava que não ia machuca-la.

Mas que diabos estava acontecendo comigo? Eu estava falando de amor, de desejo, de luxuria e tudo isso se envolvia a Suzanna Sprousen. Eu só podia estar doente.

Levantei os ombros e o corpo, tudo estava vazio, vago, Suzanna tinha sumido. Eu me frustrei. Ela não podia sair sozinha numa noite escura numa cidade com vampiros, e muito menos sem me ouvir dizer o que eu precisava dizer para ela. Eu não me importava se ela era virgem, eu não iria recrimina-la e nem debochar, na verdade, eu estava com um sorriso ordinário no rosto por saber que eu quase estive perto de ser seu primeiro.

Bati a mão na minha testa e tentei jogar esse pensamento para longe. Abri a porta do carro sem pensar duas vezes e corri na direção para onde ela tinha ido, procurando seus pensamentos em algum lugar, qualquer vestígio de sua localização, mas tudo estava silencioso, um pouco demais. Corri um pouco mais, dobrei a esquerda numa calçada mal iluminada e parei com tudo. Suzanna estava pressionada na parede com mãos segurando-a com muita força. Ela soluçava e chorava, mas não ousava gritar, o homem lhe pedia silencio, até que abriu os lábios e mostrou suas presas para ela.

Parrish!

Arranquei velocidade e o puxei com tudo para trás, jogando-o no chão e mostrando minhas presas para ele, meus olhos avermelhados de vampiro. Eu chutei sua barriga com força, com raiva. Ele tinha tocado em Suzanna e tudo que eu queria era mata-lo friamente, rasgando sua garganta e arrancando seu coração.

– Não ela seu puto. – eu gritei e o ergui pela gola de sua roupa de gala. – Eu te dei uma chance e você jogou no lixo vindo atrás da minha garota.

Sua boca jorrava sangue e tudo que eu mais queria era mais sangue. Cravei minhas unhas em sua garganta e a rasguei sem piedade alguma, Parrish gritou desesperado os meus braços um pouco antes flexionar o braço e empurrar meu pulso para dentro da sua caixa torácica e arrancar seu coração, vendo seu corpo pender para trás e cair, finalmente morto.

Eu estava furioso, eu estava zangado, eu tinha me excedido com Suzanna, tinha ultrapasso o limite com ela e me sentia sujo e mal caráter, eu estava irado com Parrish e agora estava encrencado. Suzanna sabia, Suzanna havia visto tudo. Eu me virei para ela e tive certeza no seu olhar que ela sabia que eu não era humano.


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Notas finais do capítulo

o que acharam????



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