Dark - Segunda Temporada escrita por Petrova


Capítulo 12
Capitulo 10


Notas iniciais do capítulo

Como prometido
quero fazer uma enquete
vocês preferem Nina com Andrew ou Nina com Caleb?
Vocês dariam uma chance para Suzanna e Caleb?
as meninas fizeram um shipp para
nina e caleb: calina
andrew e nina: andrina/andina/mconnel
lauren e damian: laurian
suzanna e caleb: calanna
ai meu deus, o que acharam?
eu morri de ri
boa leitura anjos



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*leiam as notas acima*

CAPITULO X

Havia sido cinco provas de roupas até que Caleb decidiu escolher um terno de colete preto, calça justa preta e uma blusa branco gelo de botões pretos com listras suaves na cor cinza, usando por baixo do colete uma gravata preta e branca, que deveria custar o dobro do valor que meu vestido com o de Suzanna e Lauren custou. Eu estava de boca aberta quando Caleb puxou as notas da carteira e pagou a vendedora sem perder o charme, como se ele se sentisse totalmente a vontade sendo bajulado. Na verdade, ele realmente se sente assim, porque ele é.


– Seria muito errado te perguntar de onde surge todo esse dinheiro? – nós estávamos indo em direção ao meu carro.


– Minha família é rica, se contarmos o tanto de anos que estamos na terra e multiplicarmos pelo valor de mil, ainda seria inferior o valor do nosso patrimônio. – ele disse quando saimos da loja. – Meu pai deixou muito dinheiro para Clarice e eu, desde que nossa mãe morreu no parto.


Abri a porta do carro e assim que entrei, Caleb fez o mesmo. Havia poucas coisas que Caleb e eu não falávamos, e sobre a familia dele encabeçava essa pequena lista.


– Eu poderia perguntar sobre isso? – olhei de soslaio para ele, observando se ele estava apto a falar sobre isso.


Caleb tinha estado ao meu lado em vários momentos, tinha descoberto que eu poderia ser uma bruxa negra ou uma bruxa branca, que eu poderia ser o caos caindo sobre essa cidade, que eu poderia ser o mau presságio que chama a atenção de todos os males para cá, ele sabia sobre meu pai, sobre Andrew, sobre meus sonhos e ainda me ajudava a me defender de vampiros, não seria nada mais justo que ele fosse sincero sobre sua família também.


– No século XIV, - ele começou. – antes de mim, antes de Clarice, meu pai era dono de um punhado de terras numa das zonas feudais da Inglaterra, tinha contato com a sociedade burguês da época e se mantia sempre que podia de bem com a sociedade em volta do Rei. Ele se casou cedo, tornou sua mulher uma das mais ricas senhoras da região, encheu-lhe de joias e tudo que pedia era filhos saudáveis.


Segurei firmemente o volante, fazendo hora enquanto ele me contava sua história.


– O primeiro filho que nasceu, foi diagnosticado com uma doença rara, ou melhor, que ninguém tinha conhecimento sobre ela. Ele tinha um pequeno retardo mental. Alguns meses depois ele morreu. A primeira mulher do meu pai falaceu alguns anos depois.


– Por causa do filho?


– Por causa da peste negra. – ele desviou os olhos para mim. – Meu pai foi forte, aguentou firme a doença que empestiou sua mulher, ela não durou muito, fora quase como um piscar de olhos, ela morreu. Poderia dizer que todos estavam morrendo por causa da peste, havia a crise no governo feudal, as revoluções, enquanto meu pai tentava não morrer de solidão.


Caleb deu uma ligeira pausa.


– Samwell conheceu a imortalidade um tempo depois, quase no fim do século, rebeldes de passagem para outras cidades pediram hospedagem na enorme mansão do meu pai, e numa noite, enquanto chorava sobre o retrato de sua mulher falecida, questionaram a ele se preferia aliviar a dor de alguma forma, qualquer que fosse, mesmo que seja pela morte. Nas lágrimas, ele disse que preferia partir, pois a única mulher que até então amara, tinha sido vitima de uma doença grave.


Suspirei, tentei ignorar a vontade de pedir que pare, que deixasse para me contar outro dia, porque toda a dor de uma perda caía sobre meus ombros agora, de alguma forma, eu conseguia sugar o desespero, a infelicidade e a tristeza que dominava Samwell Blackwood.


– Um dos rebeldes era um vampiro e prometeu acabar com a tristesa do meu pai. Ele jurou que o faria, e nos primeiros minutos do veneno percorrendo o sangue dele, ele jurou que estava morrendo, que poderia finalmente descansar, mas o corpo dele pareceu, depois de um tempo, rejeitar a morte, ele se esforçou para viver, parecia que meu pai estava destinado a ser um vampiro. E foi o que aconteceu.


Nós dobramos a esquerda e sua casa, a mansão, estava a alguns metros de distância.


– Achei que você e Clarice fossem vampiros completos. – eu disse.


Caleb me encarou.


– Mas somos. – respondeu. – No século XVI, recuperado de todas as dores que passara, meu pai conheceu uma mulher da auta sociedade, ela escrevia romances de ficção sobre um homem de andava a noite, que vestia um terno negro com uma longa calda brilhante como a noite, que percorria os becos de Londres atrás de uma mulher de lábios vermelhos e olhos verdes que vira num cartaz de um show. Na história, o homem misterioso se apaixonava por uma dançarina de boate, mas na realidade, era meu pai que se apaixonava pela dona do conto.


– Ela escrevia sobre vampiros?


– Sim, ela escrevia. – Caleb sorriu. – Talvez minha mãe tenha sido mais compreensiva quando soube a verdadeira identidade do meu pai. Ela era muito bela, a chamavam de Marquise, mas seu verdadeiro novo era Maria. Quando infertilidade dela arrasou o casamento, meu pai decidiu que precisavam se mudar para a casa de campo, longe da luxuria e dos problemas da cidade. Foi quando eles encontram Clarice e eu. Nossos pais eram de uma familia simples que morreram num incendio feito por rebeldes. Desde então, eu cuidava de Clarice como devesse isso aos nossos pais, aonde ele estivessem. Eu trabalhava na casa de campo de Samwell quando ele perguntou a minha idade, eu não deveria ter mais de oito anos. Quanto mais anos se passavam, mais proximo eu me mantinha dele e Clarice de Maria. Eles cuidavam de nós como se fossemos seus filhos, e pela primeira vez, Maria se sentia feliz por ser infertil. Um tempo depois, aos meus dezesseis anos, recebemos a noticia de minha mãe iria finalmente dar a luz a um filho saudável.


Eu podia adivinhar o final e sentia minha pele esfriar.


– Não foi o que aconteceu, porque ambos morreram. – ele desceu os olhos para o chão do carro, sua expressão era dolorosa. – Quando completei vinte e três anos e Clarice dezenove, nosso pai resolveu contar ao que estávamos destinados. Quando vi minha mãe morrer, eu percebi o quão a vida era frágil, que poderiamos perdê-la nos momentos mais improváveis, e depois que vi nossa antiga casa sendo incendiada, vendo meus pais biologicos proteger Clarice e eu, e arriscando-se a morte, percebi que não era isso que eu queria. Eu não queria morrer, queria viver, minha vida estava repleta de morte, de lembranças sobre morte, eu queria a vida, queria a liberdade de viver para sempre. Clarice e eu queriamos. E nós vivemos. É uma boa história, não acha?


Ele estava sorrindo, mas eu não.


– Eu sinto muito. – sussurrei. – Por sua familia, por sua mãe.


– Obrigado. – ele disse. Caleb relaxou a cabeça no banco e olhou para mim. – Algumas pessoas acham que se tornar um vampiro é não ter chances, é ser amaldiçoado, mas eu vejo isso como uma oportunidade de ser maior que meus proprios medos. Eu não morri, e isso é maior que qualquer outro medo. Eu posso fazer coisas, posso salvar pessoas, posso viver quantos anos eu quiser, isso não foi minha única opção, essa foi a opção que escolhi, a de ter uma chance de vida, mesmo que não humana.


– Talvez eu devesse parar de reclamar sobre o que eu sou

.
– Sim, você tem que parar. – ele riu. – Você não teve escolha, eu sei. Também sei que se pudesse, preferia não ser assim, mas só porque é alguém diferente da realidade, não quer dizer que você tornará tudo um caos, Nathalie. O bem e o mau nascem em todas as pessoas. Nós escolhemos os lados. Nós. A liberdade de escolher é a nossa maior dádiva.


Encostei minha cabeça no banco e olhei pela janela. Caleb tinha razão. Desde que Andrew entrou na minha vida, eu senti que estava sendo puxada pelo proprio destino, mas nunca percebi que a escolha de segui-lo, de acreditar nele fora minha. Andrew e eu não eramos uma obra do destino, éramos uma obra de escolhas, eu o escolhi e ele me escolheu.

Olhei para o relógio pela sétima vez e o ponteiro deslocava tão rapidamente que parecia que o tempo estava tendo sua própria vontade hoje. Nove e vinte oito. Eu tinha o cabelo negro enrolado nas pontas solto até a cintura, mas estava apenas com a minha lingerie branca de renda quase entrando em desespero. Suzanna de ultima hora resolveu que não queria ir mais, havia tentado desde ontem se comunicar com Matt para que pudessem se encontrar na festa de verão no salão da prefeitura, mas tudo que ela ouviu foi a caixa de mensagens. Lauren estava com a toalha em volta do corpo tentando fazer Suzanna parar de chorar enquanto eu andava de um lado a outro apenas de lingerie tentando ligar para Matt.


– O numero que você ligou... – eu desliguei.


– Suze, Suze! – Lauren a chamava com uma voz baixinha. – Não chore, por favor. Ele não merece que você chore por ele.


Eu sentia uma vontade absurda de encontrar o Matt e chutar suas bolas, se eu pudesse, apenas por ele ter feito minha melhor amiga chorar. Eu poderia fazer outras coisas com ele, mas pensar em chutar ele num lugar sensível já me deixava mais feliz e confiante. Peguei o celular e retornei a ligação, mas não havia sinal algum. Joguei o aparelho na cama e me ajoelhei frente a Suzanna.


– Quer uma verdade? – eu disse a ela. – Garoto nenhum fez Suzanna Sprousen chorar desde que eu lhe conheço.


– As co-o-isas mudam. – ela soluçou.


– Esta não é a Suzanna que conheço. – resmunguei. – Uma vez, na quinta série, um garoto chamado Keaton te dispensou porque você fazia parte das garotas que não tinham peitos, como eu. A não ser a Guess, todos os garotos morriam por ela porque ela usava sutiã. E o que você fez? Você disse que nunca sairia com um garoto que tem o mesmo cérebro que um rato e que ainda usava bolsa de rodinha. Você fez o Keaton chorar na frente de todo mundo. Você nunca chorou por homem algum, Suzanna. E não será agora que você o fará.


Ela estremeceu porque estava rindo e chorando ao mesmo tempo.


– Eu ainda chutei aquela parte do Harry no primeiro ano porque ele convidou a Lilian para o baile e não eu.


– Mas não chorou. – eu continuei. – Matt não será o garoto que fará você chorar, ele será o garoto que você superou porque não te deu nenhum valor.


– Ele será o garoto que se eu ver na rua, vou chutar suas bolas com meu salto louboutin de mil e setenta dolares. – Lauren resmungou.


Suzanna soltou uma risada alta e eu encarei Lauren, segurando-me para não rir.


– O que é? Eu tenho muito apreço por aquele salto, então acredite que eu o usaria apenas para impedir a fertilidade do Matt.


Revirei os olhos, mas mesmo assim eu segui na mesma risada de Suzanna.


– Agora o que acha de limpar esse rosto, fazer uma maquiagem e vestir aquele belissimo vestido dourado que compramos? – eu encarei Suzanna.


Ela fez que sim com a cabeça.
– Vamos lá! – ela disse.


Eu me levantei e depois que Lauren voltou para o banheiro para finalmente tomar banho, eu voltei para a minha maquiagem. Misturei os tons rosa, branco e marrom na sombra, enquanto pincelava suavemente e esfumaçava logo depois. Optei por um batom rosa, quase do mesmo tom da cor da minha boca e alguns minutos depois, eu troquei de lugar com Suzanna. Eu a ajudava com o cabelo enquanto ela se encarregava de terminar sua maquiagem e apagar os vestigios de que tinha chorado. Lauren tinha terminado seu banho e o cabelo estava pronto, só faltava o vestido.

Vestido de Lauren:


Ela estava usando um vestido preto de frente única de decote em V. Havia duas camas, a de cima, que se seguia até a cintura, era de um pano liso, preto, depois soltava-se delicadamente em pregas, em ondas até os pés. Sua mascara estava pousada em cima da cama, tinha fitas iguais as minhas, mas era de uma cor carvão, um pouco mais distante do preto. Quando terminei com Suzanna, eu resolvi pegar o meu vestido.

Vestido de Suzanna:


Optei por um salto alto branco, segurando firmimente a mascara com a outra mão e ajeitando o cabelo para o lado, para que eu pudesse observar como estaria a roupa completa. Ele ia até os pés, soltava-se muito pouco do meu corpo depois da cintura. Suzanna tinha as costas nuas em V, um tecido transparente deixava enganar que era um tomara que caia, mas cobria em cima somo uma segunda pele. Em alguns minutos, estávamos ambas prontas. Quando observei o relógio, ele marcava dez horas em ponto.

Vestido de Nina:


– É melhor irmos, se não perderemos as palavras do prefeito. – eu avisei segurando uma parte da calda do meu vestido e caminhando para fora do quarto.


– Eu adoraria não ter que ouvi-lo, mas tudo bem. – Suzanna disse.


Nós saímos pelo meu quarto, Megan deveria estar com tia Isobel na praça visitando as bancas da celebração com tio Rick, e neste momento, tinhamos a casa só para nós. Descemos com cuidado a escada, esperando que Caleb já estivesse pronto para nos levar, mas não havia sinal algum. Não seria de se estranhar, Clarice estaria com ele e por via das duvidas, ela ainda estava tentando escolher qual vestido usar. Eu estava andando de um lado a outro na sala esperando a chegada de Caleb quando ouvimos o sinal de um celular.


– É lá em cima. – eu avisei, pensando que poderia ser Caleb.


– É meu celular! – Suzanna pulou do sofá reconhecendo o toque da musica. – Deve ser o Matt.


Ela não nos deu ouvido, a primeira coisa que fez foi ultrapassar o limite e voltar a subir a escada. Eu sabia o que estava prestes a acontecer, Matt voltaria com suas desculpas e encheria Suzanna de esperanças, era como ele sempre fazia.


– Eu queria ser uma mosca e ouvir a conversa. – Lauren disse do sofá.


– Eu queria matar o Matt neste exato momento. – gritei.


Além da voz de Suzanna no primeiro andar, ambas ouvimos a buzina de um carro.


– Deve ser o Caleb. – eu disse.


Lauren se levantou e me acompanhou até a entrada. Como eu havia suspeitado, Caleb estava saindo do seu jipe e corria humanamente normal até a porta. Eu abri antes que ele tocasse a campainha.


– Nossa senhora, - arfou. – vocês estão incríveis.


– Obrigada. – Lauren sorriu. – Você está encantador, Caleb.

Roupa do Caleb:


Ela fez uma reverência e deu espaço para que passássemos. Ele estava usando a mesma roupa que escolheu, agora com um toque especial. Seu perfume.


– Onde está Suzanna? – ele perguntou com curiosidade.
– Suzanna! – eu me lembrei.


Dei alguns passos para trás e voltei para o corredor da minha sala enquanto Lauren seguia para o carro de Caleb.


– Suzanna! – gritei. – Estamos indo.


Não houve resposta.


– O que está havendo? – ele perguntou.


– É o Matt. Ele não deu sinal de vida e pelo jeito resolveu ligar no momento errado. – cruzei os braços bufando de raiva.


– Eu já disse como acho esse cara um idiota?


– Não.


– Então estou avisando agora. Se eu pudesse, eu arrancaria cada membro do corpo dele. – Caleb ameaçou.


– Você nem o conhece. – dei uma olhada nele. – Por que está com essa raiva toda do namorado da Suzanna?


– Apenas hábito. – ele deu de ombros. – Tente chamá-la outra vez.


Suspirei e ganhei folego.
– Suzanna! – gritei.


Nenhum sinal.


– Suzanna!


– Eu não vou. – eu ouvi ela dizer do outro andar e logo depois o barulho de uma porta bater ferozmente.


– Não acredito nisso. Eu vou matar o Matt! – eu andei pisando firme no chão perto da escada, mas Caleb me impediu.


– Deixe que eu cuide isso, vá para o carro. Farei Suzanna descer em dez minutos.


Arqueei a sobrancelhas para ele.


– Você?


– Sim, Nina, eu tenho outras utilidades também. – ele piscou. – Agora vá.


Pela primeira vez confiei em Caleb para cuidar de Suzanna. Dei meia volta e andei em direção a saída, ouvindo Caleb correr para o andar de cima. Clarice estava no banco da frente e conversava com Lauren quando cheguei. Ela acenou para mim e me elogiou, eu fiz o mesmo. Ela tinha o mesmo visual, um vestido longo, dessa vez, mas era florido e ela usava joias que deveriam ser muito caras, em comparação ao espelho que vi em sua casa de bordas de ouro e pedras preciosas.


– Onde está Suzanna e Caleb? – Lauren me perguntou enquanto eu me ajeitava ao seu lado.


– Ele disse que ia fazer Suzanna descer em dez minutos. Eu confiei.


– É claro que ela vai descer. Depois de matar o Caleb, ela vem cantando vitoria para nós. – Lauren ironizou.


Nós esparamos em silencio para que surgisse algum sinal de que Caleb tinha conseguido, e surpreendentemente, os minutos que Caleb me prometeu estavam passando dos dez. Em quinze minutos, eu vi o vestido dourado de Suzanna aparecer na porta e atrás dela Caleb. Ele tinha conseguido e deveria estar cantando vitória por isso.


Finalmente, alguma coisa estava começando a dar certo.


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Notas finais do capítulo

apenas comentem, por favor, proximo capitulo só semana que vem